Tormento

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o ano se finde

Antes que o ano se finde
Queria por um momento
Dos vestígios que me aflige
Fugir do meu tormento
Ver o brilho da esperança
Materializar em momentos
Fazendo minhas lembranças.
Transbordar encantamentos
Fazer da sombra ao meu lado
Teu caminhar presente
Teu rosto sempre amado
Trazer teu sorriso ausente
Teu abraço apertado
Teu beijo arrebatador
Teu perfume inebriado
Profundo como o amor
Ver o destino nocauteado
Em que viveu o passado
E deste duelo travado
Ver os sonhos liberados
Antes que o ano termine
Leia este novo recado
E tudo que nele define
Deste peito apaixonado
Mesmo que esteja distante
Estenda-me tua mão
Erga-me por um instante
Levante-me aqui do chão
Implorar não é pecado
Quando o amor é dobrado
É fazer do passado
Presente ressuscitado
E de tudo o que quero crer
É em teus braços encontrar
Nem que seja ao morrer
E meu último suspiro dar
Ouvindo o teu cantar
Uma melodia sublime
Que antes que o ano termine
Faz-me ressuscitar.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Eddy Firmino

REFLEXÕES

Todo homem tem o direito de sonhar
Mas a realidade sempre prevalece
Como um triste tormento a atormentar
O duro lado da vida que entristece

As lágrimas rolam infinitamente
PalAvras que não saem e ações que não completam
Nada acontece sem motivo aparente
Só queremos fugir até onde as pessoas não andam

Oh! Amargura que tanto maltrata
Abandona minha vida de uma vez
Não vê que pouco-a-pouco me mata
Me deixando a angústia de um talvez

Meros versos não refletm toda a dor
Pois jamais se tem aquilo que quer
Não consigo esconder meu grande amor
Que se resume numa única palavra:MULHER

Foto de Eddy Firmino

ROSA DOS VENTOS

Posso sentir-te em minha face
Bela musa atrevida e valente
Ventania de dois mundos tão opostos
Na beleza de teu corpo reluzente

Teu olhar esconde um mistério
Inacreditável e desejável em tua vida
Espera incançável e inconstante
Dor terrível e insuportável da ferida

Pertencer-te é uma inalcansável possibilidade
Miro o horizonte a consolar-me com o vento
Não me sais do pensamento um segundo
Minha alma vive aos prantos e tormento

Quando ando pela rua solitário
Uma folha passa e beija lentamente
Nela está você que aos poucos distancia
Me deixando em devaneios totalmente

Nossos sonhos se cruzam por aí
Numa louca paixão que tudo estraçalha
Forte vento;um tufão na tempestade
Realidade fria que parece uma mortalha

Seu nome se forma em pontos cardeais
Entre flores e lamentos
É doce sofrer por ti eternamente
Minha alma...minha vida...Rosa de todos os ventos

Foto de Eddy Firmino

Eterna Tristeza

Por que choras pequena menina?
Talvez tenha dúvidas de meus sentimentos
Misturados de amor e de um medo que me domina
E que ao mesmo tempo me faz chorar de lamento

Escondido sobre uma devastadora mágoa
Que invade meu ser e minhas emoções
Sorriso alegre, canto triste
Estou amargurado em minha própria prisão

Tua beleza ultrapassa tudo o que existe
Nas profundezas de minhas lágrimas te procurei
Afoguei-me em meu próprio pranto
Lembrando do dia em que te deixei

Mesmo que o mundo desabe sobre mim
Vou te esperar com meu inseparável tormento
Resistirei aos sentimentos mais íntimos
Ou me esconderei em meu próprio silêncio

Foto de Oliveira Santos

Todo Mundo É Ninguém

Vida curta, mundo estreito
Visão parca, desrespeito
Sobrevivendo nesta feroz competição
Subjugam, sobrepujam
Uns aos outros mais se sujam
A todo momento uma nova decepção

Retração dos sentimentos
Uma nova farsa, um novo tormento
Um novo degrau difícil de galgar
Sempre correndo contra o tempo
Tropeço, queda, derrota e lamento
As mãos nas rédeas sem poder para controlar

Vamos nos recolher à nossa insignificância
Todo mundo é ninguém, o resto é ignorância

O ferro fere, o tempo marca
Dando soco em ponta de faca
Na nossa eterna persistência em viver
Sofre, teima, lima e sua
Todos os dias, em todas as ruas
Esta labuta dá vontade de morrer

Pobres, gays e meretrizes
Também buscam seus dias felizes
Que força é essa que lhes fazem perdurar?
Cai a noite, perco o sono
Meninos de rua, cachorros sem dono
É justo perder as esperanças disso mudar

Vamos nos recolher à nossa insignificância
Todo mundo é ninguém, o resto é ignorância

23/09/98

Foto de Oliveira Santos

Moribundo

Os meus gritos
São como uivos fúnebres
Dos lobos
Agourando ao luar

O meu toque
É o tato cego
Do insensível
Que não quer tocar

O meu olhar
É o já sem vida
O esvaido
Procurando pouso

Os meus passos
Claudicantes
Me derrubam
Tento levantar

E minhas mãos
Não se desprendem
Deste solo
Que tragou meu ser

E minha voz
Titubeante
Que murmura
O que eu não sei dizer

Se solta aos poucos
Vai ao ar
E voa
Em meio ao vento

E volta súbito
Em recusa
Inflige a mim
O tormento

Os estranhos sons
De tão confusos
Não sei
Distinguir

E momentaneamente
Minha mente
Insana
Me tenta a partir

E em frente
A linha limítrofe
Entre os mundos
Vivo e imortal

Baixo a cabeça
Me ajoelho
Sucumbido
Ante ao meu destino fatal

16/07/96

Foto de Oliveira Santos

Soneto da Solidão

Quando o coração tornar-se solo infecundo,
Não mais arável por paixão de ressequido
E nada mais florescer nele, embrutecido,
Já não há mais motivos de achar-se neste mundo.

Quando na Vida se viver só por vivê-la
Acreditando estar sempre a mercê da sorte
Não há pensamento mais tenaz senão a Morte
Desejando a cada instante poder vê-la.

Despercebido a caminhar por muitas ruas
E fatigado de mendigar sentimentos,
Passados sóis a pino e mais funestas luas

Subnutrido de aconchego e de carinho
Eis um ser, assim, formado em mor tormento,
No meio de muitos a seguir sempre sozinho.

Foto de Fernanda Queiroz

Outono de mim

Em agudo ou grave
Uma flauta suave
Contempla o outono
Ferindo minh’alma
Tirando minha calma
Gerando abandono
Rompendo distância
Comprime minha ânsia
Vertendo paisagem
Do tempo passado
Soluço dobrado
Rebusca saudade
Imploro ao vento
Que leve o tormento
Mudando uma vida
Sem rumo ou sem rota
Como uma folha morta
Caída.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Oliveira Santos

1º Soneto de Amor

Veneno, dote da serpente Amor,
que estranhamente me faz ter vertigens
e então sonhar-te nas minhas noites virgens.
Todas maculadas em teu louvor.

Dor, propriedade da peçonha ao peito,
que torce as fibras do meu sentimento.
De dor se passa à angústia, ódio e tormento.
Por fim a solidão no seu cruel efeito.

Amor, fonte da vida e de tudo que é bom
também um monstro alado da amargura,
que usurpa a voz, me faz gemer sem som.

E, então clamar teu nome, criatura,
da qual não recebi maravilhoso dom:
ter tua graça e dar-te toda minha candura.

12/07/96

Foto de P.H.Rodrigues

Identidade

Como um saco sem nada dentro
é assim que me sinto no relento
sem saber onde estou
sem saber quem sou
sem ao menos saber o porque do meu tormento

por causa de eventos
que não me recordo quais
ou que não quero me recordar
luto pra que isso seja um sonho e logo eu possa acordar

me sinto louco conversando comigo mesmo
mais o que me restas se ninguém mais tenho para conversar?!
ai está!!
a chave da porta que abre o meu mundo
e vejo por que acabei desse jeito, um pobre imundo

tal palavra que me resta um vestígio
mas que me fez de toda minha vida querer esquecer
amor!
me fez sofrer!
ao perceber que as coisas não iriam acontecer
como eu tinha imaginado e um dia sonhado

quando me acordaram do meu sonho
que de sonho nada tinha
e que de tão fantasiado eu me iludi
pensando que tudo já tinha

do tudo ao nada
é o que aconteceu
mas e agora, quem será que sou eu?

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