Tormento

Foto de A ciganinha

O som do slêncio

O som do silêncio

O silêncio é o tormento da língua
É uma resposta sigilosa, é uma arte
O som do silêncio, à raiva míngua
Queda a fúria da outra parte

É o desafio que à boca adestra
Ensurdece a acuidade auditiva
A palavra ofensiva não prospera.
O calar, doma a alma sensitiva

Palavras mal colocadas pela euforia
Causam um posterior arrependimento
Calar para que o outro sorria
Evita certo constrangimento

Impulsos incontidos geram conflitos
Da mudez nasce o entendimento
A boca muda digere os atritos
Não macula o comportamento

Diná Fernandes

Foto de Evandro Machado Luciano

Nada Sentir

Não sei como escrever
O que não sinto
Ou se sentir fosse fácil,
Dizer que minto
Ao sentir esse insípido
Nada sentir

E desprender-me
Tentei por vezes e falhei
De um nada amar que me magoa
Tentei chorar e não chorei
Por esse nada amar, a mim mesmo magoei,
Por nada sentir

Tentaste ler e não leu
Ou então, viraste o rosto a quem pediu,
Que num súbito amor frágil
Amor trêmulo, infantil
Fosse escrito em papel de anil
Um nada sentir

O que magoa o tenro corpo
É o velho coração
Cansado de ver em outro
O florescer de uma paixão
Em quanto em sua mão
Emerge o nada sentir

***

Aquele nada sentir
Que outrora tanto atordoou
Tanta falta faz agora
Um louco tormento que retornou
Fazendo tolo aquele que chorou
Por tanto sentir

Deturpado fico aqui
Amor dos fracos que se renderam
Pode-se achar a vida nos piores momentos
Mas todos os que viveram
Esse langor, ao destino responderam
-Que falta mo faz, o nada sentir

Foto de André Toledo

O que ficou do olhar...

Quando as pérolas mais raras
Encontrarem o que procuram
E o orvalho na manhã cobri-las
Com o reflexo da imagem de quem foi;
Como jabuticabas que caíram
ao sabor do vento.
Assim, a dor daquele momento
Que a sinceridade causadora
do lamento expôs
em sua face o tormento.
O nome da vida
Em seguida a firmeza
Acompanhada de tanta doçura e beleza.
Nada disso podemos perder
Quando a dor não quizer se render
Ainda há algo a perceber
Mesmo que das jabuticabas
a vida tenha roubado o sumo
com doçura e carinho
apenas das cascas se produz um nobre licor...

Foto de diny

Saudade de ti

Saudade de ti

Fim de tarde
Chove mansinho lá fora
e o tempo nublado, fechado, sombrio
parece intensificar meu íntimo tormento

Sinto falta de ti

Bate uma angustia incrivelmente doce dentro de mim
enquanto que a chuva persiste
e a noite cai lenta, triste e fria;
morro de saudade de ti.

Ah meu amor...

Que estranho e perplexo sentir tu és;
enquanto me tortura, me sufoca
essa vontade desesperada de te ver
te tocar.

Corro em busca de teu olhar,
teu sorriso,
mas, na ansia de te amar vida,
eu apenas tento atingir-te
com meu amor,
feito palavras...

Diny Souto

Foto de Evandro Machado Luciano

Profundo

Espero estar errado
Quando falo de meu coração
Parece estar afogado
Em um mar de depressão

Mi’a vida tornou-se um castelo de cartas
Esperando pelo misericordioso vento
Que dará fim a meu desgosto tenro
E acabará com todo o tormento

Lastimo por todos os que ficam
Enquanto fujo para um melhor lugar
Esse mundo tornou-me insano
Desde o dia em que aprendi a amar

A vida nada mais é
Do que um cruel patíbulo
Vão-se as mentes, e ficam os corpos
O amor é apenas mais um falso ídolo

Esta visão que tenho da vida
É o que resta para escrever
Se tirarem-me as palavras de mi’a boca
Não haverá razão alguma para viver.

Foto de Izaura N. Soares

QUANDO O SILENCIO SE CALA

QUANDO O SILENCIO SE CALA
Izaura N. Soares

Nos momentos de reflexão,
Nos momentos de solidão,
Calou-se a voz do silencio
Que ao abraçar-me emudeceu
O tempo, que ao longe deixou
Por um segundo disfarçar
O desejo fazendo a espera findar
No mar de ilusão.
Nos momentos de aflição
Calou-se o pensamento nas águas
Do tormento, lamentando as horas
Infindas em que a flor se dispersa
Ao vento, espalhando o seu perfume
Para longe daqueles que amam.
Calou-se a voz da verdade...
Que viu o sonho da liberdade
Voando para o mundo da eternidade.
Calou-se o coração que esperou
Um pequeno gesto; gesto de carinho,
Uma palavra de amizade...
E um pequeno gesto de amor.
Quando o silencio se cala
Cala também a emoção
Que se encarrega de trancar
A voz de um trovador que canta com
A alma e chora com a paixão!

22/10/2009

Foto de Carmen Vervloet

Porto de Tubarão - Um Grito Solitário

Acordo nesta ensolarada manhã de segunda feira que teria todos os motivos para ser mais uma agradável manhã de verão. Moro no bairro mais nobre de Vitória, a Praia do Canto. Uma belíssima vista para o mar, hoje calmo e azul. Da minha janela vislumbro uma paisagem capaz de inspirar os mais lindos versos de amor e devoção à natureza. Mas não. O que grita dentro de mim é a revolta de ver minha cidade coberta por nuvens negras vindas do Porto de Tubarão. Nuvens que poluem minha cidade e trazem em suas garras graves problemas de saúde à população. É o nosso “famoso” pó de minério, um pó preto que cobre os pisos, os móveis, as cortinas das nossas residências. Que as invade sem dó nem piedade. Que chega ao sopro do vento nordeste. Entra por portas, janelas, passa por entre frestas e causa danos irreparáveis a nossa saúde. Pobre coitado do nosso aparelho respiratório! Ele já não suporta mais tanto pó! Mas esse pó preto não é apenas sinônimo de luto. Ele também faz com que algumas pessoas fiquem cada vez mais ricas. Ah!... E como ficam... Pessoas envolvidas no processo de camuflagem dessa devastadora poluição. Basta passar a mão sobre qualquer canto da casa e a mão fica negra do maldito pó. É um negro que nos remonta a triste morte e ao luto dos nossos corações face ao descaso de tantas “autoridades” envolvidas em altíssimos jogos de interesse. A imprensa fala superficialmente sobre o assunto. Ela tem na Companhia Vale do Rio Doce um de seus maiores anunciantes e precisa de anúncio para sobreviver. E então a quem recorrer? Ao bom Deus, incomodá-lo lá no céu? Creio ser a única alternativa que nos resta. Conversando casualmente com uma funcionária de determinada Secretaria (que deveria zelar pelo meio ambiente) disse-me ela que apenas em véspera de eleição é que o referido órgão “abre os olhos” numa campanha eleitoreira. De vez em quando, creio que quando o povo pressiona mais, durante o dia o pó é mais ou menos filtrado e a noite os filtros são desativados para que se dobre ou mais a produção. Mas daqui eu tudo observo. Nada me passa despercebido. E sofro na carne esse tormento. Falo como cidadã que paga seus impostos, que com seu voto ajudou a eleger esses dirigentes que fazem “vistas grossas.” Falo porque esta é a terra da qual tiro meu sustento e eu a respeito. Falo, sobretudo porque amo essa cidade, minha terra mãe, sempre tão calorosa e acolhedora! Vou gritar sim... E brigar pela minha querida Vitória e pelo seu povo que também é o meu. Ninguém mais agüenta respirar tanto minério de ferro. Afinal nosso pulmão não é contêiner para carregar tanto pó! O nosso grande cientista e ambientalista capixaba, conhecido internacionalmente, Augusto Ruschi, na época ainda do projeto para a construção deste Porto, foi totalmente contra a sua atual localização. Já previa todos os malefícios a que viria ocasionar a população de Vitória. Mas o jogo de interesses prevaleceu e o Porto nasceu no lugar errado. Já condenado por antecipação, pelo grande cientista. Agora é limpar a casa no mínimo duas vezes por dia e carregar nos nossos pulmões, que todos juntos já devem valer uma pequena fortuna, todo o minério de ferro que inspiramos em cada segundo das nossas cada vez mais curtas vidas. E conviver cordialmente com bronquites, rinites, sinusites e tantas outras “ites”. Hoje tenho a mais absoluta certeza de que os PODEROSOS não sentem com o coração e nem pensam com a cabeça. Pensam apenas com a conta bancária ou quem sabe com a BUNDA que se instala na poltrona do PODER e fica viciada e defeca sobre a cabeça do povo.

Carmen Vervloet

Foto de nuzy

DESEJO!

Desejaria a morte
que a própria sorte,
queria eu sentir o tempo,
viver ao vento observando
teus passos,tuas ações.
Desejaria agora a vida,
e um sentimento que não desatina...
Perceber teu corpo,
como a lágrima que percorre
meu rosto.
Queria eu apenas um segundo,
para ser livre,como uma borboleta
ao sair do casulo.
dessa forma te amaria sem culpa sem tormento embora fosse apenas por um momento.

Nuzzy Mattos.

Foto de Carmen Vervloet

Uma Prece - Para nossos irmãos do Haiti

Chorei... Chorei tanto
e não consegui lavar
com meu pranto
tanta dor...
O horror de presenciar
tanto sofrimento
esse imenso tormento
que assola o Haiti.
E então peço a ti,
meu Jesus,
alivia deles a cruz,
estenda-lhes sua mão,
faça o milagre do pão,
dê-lhes um teto,
nem precisa ser completo,
mas que os abrigue
da chuva, do sol,
cubra-os com seu lençol
de esperança,
agasalhe suas crianças
com seu amor,
abrande o clamor
de tanta dor!
Só um milagre
pode transformar em vinho
o vinagre
do medo
que assola essa gente
que necessita urgente
de auxílio...
Um domicílio
para resgatar
suas vidas!

Carmen Vervloet

Foto de Thiago dos Santos

Um amor

Ela é simplesmente um absurdo de mulher
Completa da cabeça aos pés
não há o que se discutir
Só ela me faz sorrir.

Ela não sai do meu pensamento
Meu sonho, meu tormento...
Em minha vida o que eu mais desejo
É ter novamente o sabor do seu beijo.

Quero você do meu lado pra sonhar
Quero ter você sempre ao acordar
Quero poder estar vivo todo dia;
Só pra te dizer...
Que quero viver pra sempre amar vocêe!

Você é meu sonho...
Pesadelo é não te ter
Eu sempre vivo a sonhar
E meu sonho é ter você!

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