Dança

Foto de Carmen Vervloet

Vozes da Primavera

Vou por esta música, cor de saudade,
valsando no eco de tantas lembranças,
nos passos marcados por cumplicidade,
nos flashes dourados que inspira a dança.

Toda a melodia de um lindo passado
rompe o véu da memória represada,
o coração qual sino a bater acelerado
explode em alegria na tarde rosada.

Tudo em torno de mim é luminoso,
a música me leva a momentos prazerosos...
O passado é macio, bonito, venturoso!
Renascem em minh’alma mil sonhos teimosos.

Foto de Carmen Lúcia

Revivendo...

Do passado, só lembranças que fazem sorrir,
momentos marcantes que arrasto comigo
para eternizá-los, camuflando os conflitos.

Trago a criança arteira, sonhadora,
sem lágrimas vertidas ou utopia enganadora,
a adolescente apaixonada, delicada,
e a esperança que a vida não lhe cobre nada...

Amigos, ainda sobraram...
e aos que se foram, minhas despedidas.
Os poucos que ainda restaram
farão parte de minha nova vida.

Coragem quero absorver,
meus medos tentar esconder,
aos amores que vêm clandestinos
meu coração trancado mudando o destino.

A dança, magia que encanta,
suavizará meu tempo, inspirando poesia,
Fazendo do hoje meu primeiro dia,
levando pra sempre toda a nostalgia.

(Carmen Lúcia)

Foto de vadowisa

Amar é uma arte

Me disseram que amar é uma arte.Desejei então incorporar todos os oficios da arte para mostrar o quanto te amo.
Queria ter arte da musica e cantar sobre nossa historia sobre o meu amor, numa noite estrelada tendo voce e a lua como ouvintes dessa canção.
Queria ter a arte das letras me transformar num poeta e decompor o meu amor, reconstruindo-o na forma de um poema simples em suas palavras,mas cheio de emoção e de carinho, e que essa humilde poesia revela-se como é rico o meu sentimento.
Queria ter a arte da arquitetura para criar um monumento mais belo que qualquer estrutura feita pelo homem para homenagiar sua pessoa
 Tal monumento seria como um templo onde eu exerceria a devoção do meu amor a voce.
Queria ter arte da pintura para pintar um quadro que mostrasse o meu amor.
Seria com certeza um quadro abstrato,daquele que todo mundo olha e não entende critica fala mal
 Por que são poucos que entendem de arte 
E para aqueles que apreciam, nosso quadro emocionaria pois nele esta retratada a pureza do meu amor
 Queria ter a arte da dança para dançar num ritual de sedução e com movimentos sensuais envolver seu coração 
Mas infelizmente eu não nasci artista sou um trabalhador braçal de poucos recursos
 Mas fui abençoado por poder amar a maior das obras de arte feita em peça unica, rica em detalhes formosa em beleza.
Feita pelo artista divino e enviada aqui para terra esta obra de arte tem o nome de Wisa Carla
 E como me disseram amar é uma arte,uma arte feita por Deus que é arte da vida,vida que habita dentro de voce meu amor 
Vida que eu aprendi a admirar a respeitar a amar 
Peço a Deus que continue a criar suas obras de arte e que proteja uma em especial pois dentre todas as suas obras é a que eu mais gosto 
Ela esta guardada dentro do meu coraçao e com a sua escrita meu Deus
''Wisa Carla obra da arte divina''


Foto de Marilene Anacleto

Uma garrafa. Uma fotografia. Um poema.

Preparei uma carta
Para enviar ao amado
Já fazia muito tempo
Que não estava ao meu lado.

Junto, uma fotografia
Emoldurada em sorriso
Para que ele lembrasse
Que eu sou seu paraíso.

‘Vem de novo ser feliz,
Não deixe passar a idade.
Conheço bem teu querer,
A nossa felicidade.

Juntos, criamos outro eu
Cheio de luz e calor,
Feito anjo de uma asa.
Só vamos chegar ao céu
Se estivermos os dois.

O mar é nosso amigo
Desde sempre, a vida inteira.
E nos traz a brisa fresca
E o calor das fogueiras.

Sabes bem que esta foto
Não diz tudo que eu sou
Mas sabes ler minha alma
Pelo olhar que te dou.

E sabes ler a alegria
Indiscreta nos olhos descrita
Só tu conheces meu beijo
Implícito no largo sorriso.

Vem querido me buscar
Navegaremos no teu céu
Entre gotas de suor, pulular
Na dança do nascer do sol.’

Coloquei em uma garrafa,
Entreguei a um velho pescador.
A barca avançou no mar
E o meu amor a encontrou.

Foto de Carmen Lúcia

A bailarina da tela

A música surge instantânea ...
Basta fechar os olhos
e a melodia se avoluma
num som perceptível apenas
a quem há de mais sensível ...
a quem foi legado
o dom sagrado de perceber
o imperceptível...

As cores, pinta-as o coração...
Tal deslumbre só é compatível às pulsações
de quem define as sensações,
gerando efeitos que invejam o arco-íris,
colorindo uma dança de emoções
num perfeito desequilíbrio da razão...

Uma aura de luz indefinida
define a moldura, incandesce a pintura
da tela que se acautela quando percebida,
revelando a bailarina pisando cristais,
rodopiando espelhos a refletir
fragmentos de amores imortais.

_Carmen Lúcia_

Foto de Marilene Anacleto

Fio Invisível

Fio invisível,
No dedo da mão direita,
Traz-me Pégasus ao cenário,
Circula minha cabeça.

E dança na minha linha,
Tornando-me calmaria,
Faz-se a dança sonora:
Serenidade e alegria.

Entra então a mão esquerda:
Juntas, formam borboletas,
Vão ao chão, sobem às flores,
Depois pousam na estrela
Instalada em minha fronte.

Nas linhas retas, robôs,
Movimentos enrijecidos
Tanto curtos quanto longos,
Espaços desconhecidos.

E o amor? Em que céu
E em que sol se encontra?
Em que fio invisível se esconde?
Porque chamo e não me responde?

Por fios invisíveis sustentada,
Sigo em malabarismo mundo afora,
Ora borboleta, ora luz-estrela,
Ora robô, enrijecida e morta.

O fio do amor encontrará a hora
De surgir radiante, em alegria e flor.
Borboleta, robô ou luz-estrela,
Sigo pela vida com meu bom humor.

Foto de Rute Mesquita

Eternos sonhos

O vento assobia
as árvores arrepiam-se.
Enquanto a lua se erguia,
os lobos uivavam-se.

Os cânticos celestes
soam-se,
instrumentos como o violino,
as harpas, voam-se
pelos céus que me destes.

As folhas,
soltam-se bailando
suavemente e chorosamente.
Como se tivessem feito escolhas
errando,
humanamente.

A água imensa de cristal,
estilhaçou-se…
aquele brilho astral,
sufocou-se.

Desceu um anjo até mim
convidando-me para dançar
ao som da sua voz, tão suave quanto Jasmim,
disse-me para me levantar.

Eu levantei-me e aquela melodia
tomou conta do meu corpo.
Eu não me sentia
nem falava tão pouco.

À medida que me fui deixando bailar
os meus pés, iam-se distanciado do chão.
Não sei como irá esta dança acabar.
Sinto-me com paz que ilumine toda a escuridão.

Em movimentos sinuosos,
entrego-me aos céus.
Dizem-me os anjos carinhosos,
‘sonhos belos com os meus’.

Foto de Marilene Anacleto

Uma Fogueira. Um Amor.

Uma fogueira,
Uma árvore,
Chão de areia fina
Céu azul de estrelas
Pensares desvairados.

Mãos que aconchegam
Unem-se à natureza
Mãos que excitam
Nuanças da beleza

Derrete o coração, o céu
Dança as emoções, o vento
Titubeia na areia fina, o corpo
Nem para pensar, há tempo.

Céu como testemunha
Fogo em labaredas
Sapos e grilos
Árvores e corujas,
Corpos unidos.

Foto de Rute Mesquita

Bailados de desejos

Meu doce papel,
como muitas formas de dou.
Hoje perfumado de mel,
o vento te levou.

Agora palavras se soltam ao vento,
sentimentos divagam dispersos.
Parou-se o tempo,
dos seus reversos.

Hoje, se espalha amor,
se espalha alegria.
Ai, como espero que naquela flor,
caia esta melodia.

Espalha-se paz,
sobre as guerras, sobre os seres apodrecidos
pelas suas próprias etnias.
Hoje dizem-se assim, sem garras,
àquelas terras,
onde também pairam boas companhias.

As minhas palavras,
soam àquele rapaz,
dizendo, ‘pede-lhes que baixem as armas,
aos olhos de Deus somos todos bem aparecidos,
Perdoará sem olhar para trás,
e fazer-vos-á dele merecidos’.

O vento continua a bailar,
com estes versos.
Que sentimento irá sortear,
para aqueles terrenos imersos?

Sorteia, bom olhado e boas colheitas,
que o inverno seja molhado,
mas, que não estrague aquelas receitas.

E assim bailam os dois,
e a cada passo de dança,
propagam desejos. Dizem, ‘deixe a amargura para depois,
e preencha-se da esperança,
deste doce beijo’.

Sentada no jardim,
onde vi aqueles versos voar,
digo para mim,
‘não quero que o vento os faça voltar’.

Foto de Marilene Anacleto

Inspiração

Rochedos amarronzados
Com cascatas cristalinas
Lembram-me anjos enfileirados
Trazendo mensagens divinas.

A água calma, mansa
Com pedras ao seu redor
Incorpora essa dádiva
Absorvendo-a com amor.

Areia branca de um lado
Manto verde no lado oposto,
Refrescam-se com gotejar
Que caem pouco a pouco.

Bela paisagem revigora
Com a pequena queda d’água
Mas o homem nada mais sente
Repleto de tristezas e mágoa.

Como o riacho que segue,
Os anjos vão transformando
Pouco a pouco a vida humana,
As mágoas vão lhes curando.

Na paisagem que contemplo
Há anjos por toda a parte
São eles os responsáveis
Por essa esplêndida arte.

Eles estão todos lá
Toda a hora, todo o tempo
Para poder avistar
É só parar um momento.

Diante do quadro da sala
Viajo meus pensamentos,
Quero, um dia, conhecer
Esse divino monumento.

Vou sentir tudo em dobro
Revigorar minha essência
Na areia branca que respira
Na água translúcida que dança.

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