Carne

Foto de neiaxitah

A doce morte.

Ter desilusão
É ter tristeza no coração
É abandonar
É desprezar

É roer osso e deixar a carne
E no fim consolar-se
É olhar e não ver
É tocar e não sentir

Ser uma desilusão
É ter solidão
É ser desprezado
É ser gozado

É ser murmurado por outras bocas
Com expressões más e ocas
É estar praticamente sozinho
E não ter carinho

Um dia, tentar mudar para melhor
E se não se conseguir, consegue-se morte sem dor

A.C. *

Foto de angela lugo

Sentimento

Vive no meu peito
Um sentimento
Muito conhecido
Pelo coração
Aliado da alma
Sofrido pela carne
Chamado... Saudade

Foto de Shiri

Mensagem

Porque atribuímos à fragilidade do corpo
o preço da vida?
Não é tal comparar
a carne ao infinito?

Porque a carne só é vida,
quando a Vida a comanda
De outra forma não é apenas barro,
que um dia o vento levanta?

Porque o corpo só é perpétuo no espírito,
porque no espírito está o amor que é o alimento,
E sem o amor o espírito padece
E se o espírito padece o corpo não é perfeito,
e logo não é vida
E portanto não pertence ao infinito,
mas sim ao efémero

Foto de Sonia Delsin

MINHA LEVE ALMA

MINHA LEVE ALMA

Minha leve alma voa na madrugada.
Na prisão de carne ela não fica aprisionada.
Ela explora o espaço.
O tempo.
Minha leve alma cansa-se do dia e busca o silêncio da noite.
Busca o silêncio da hora.
E vai embora.
Vai... desliza lenta por entre as estrelas.
Visita antigas paragens.
Minha alma gosta destas viagens.

Ela pisca pra lua e segreda com ela.
Minha alma a chama de bela.
Minha alma é isso...

Busca a leveza.
Não se quer presa.

Foto de Dennel

Stigmata

Os espinhos cravam na carne
Ferida de amor, sangrando, esvaindo
Desfalecendo, prostada no chão

Uma marca que o tempo não apaga
Que a saudade impõe
Coração reclama insistente

Levo estas marcas comigo onde for
Por onde passar, meu testemunho
Minha fé, minha razão, minha vida

Carrego marcas de amor no corpo dorido
Sinais no coração sofrido
Stigmata! Stigmata

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de nelllemos

Quero me queimar

Deveras
Te senti perto
Tua respiração parecia transcender
O espaço e o tempo
Cheguei a sentir o aroma do teu hálito
A carne do teu lábio parecia próximo ao meu
Quão real a sensação da presença do
Teu coração a pulsar junto ao meu

Longa distancia
Louca paixão
Congestionando as linhas
As ondas do celular
Trazendo uma parte sua
Sua voz a me ninar
Acende esse fogo, pois quero me queimar.
Invada meus pensamentos
Invada tudo o que sou
Quero viver esse novo
Permitir-me o teu amor

Nell Lemos
01/05/07

Foto de nelllemos

Incontrolavel

Um desejo incontrolável
Uma loucura
Uma vontade de mim que te invadiu
Você desatinou
Não pensou em mais nada
Só no tal desejo
Naquela vontade te corroendo
Tirando-te o juízo
Fazendo o errado parecer certo
E o certo ficar perdido
Um desejo que me comeu com os olhos
Todos os olhos eram seus
A me comer
A me engolir
Mastigar-me
Deglutir-me
Fazendo-me seu
Naquele momento que era nosso
Castiga-me com o teu prazer
Vem me ter
Meter em mim você
Inteiro completo sem restrições
Um desejo sem delongas
Sem meio termo
Tão cúmplices que somos um
Quando um é do outro
Como somos siameses
Como somos tão iguais
Nós nossos lençóis
Somos carne fogo e paixão
Somos sem duvida
O melhor da melhor parte
Dessa loucura tão pura e sã

Nell Lemos

Foto de Stacarca

Amor funéreo

Amor funéreo

"A chaga que 'inda na
Mocidade há de me matar"

A noute era bela como a face pálida da virgem minha. O luar ia ao cume em recôndita dentre a neblina escura que corria os escuros delírios. Eu, pobre desgraçado levava meus pés a mais uma orgia a fim de esquecer a minha vida de boêmio imaculado. - Ah! E minha donzela morta que lhe beijava a face linda? Hoje, Não esqueci de ti, minha virgem bela de cabelos dourados que com as tranças enxugava meus prantos em dias de febre qu'eu quase morria, nem de seus lábios, os doces lábios que nunca beijei em vida, os mesmos que emudeciam os rogados de cobiças fervorosas? Sim, ó donzela de pele pálida que sempre almejei encostar as mãos minhas. Hoje, êxito de sua bela morte, sete dias sem ti, minha romanesca linda dama que as floridas formas diligenciavam os mais escuros defuntos. Os mesmos que indagam da lájea fria?
As lamparinas pouco a pouco feneciam na comprida noute que seguia, a calçada de rebo acoitava outros vagabundos que a embriaguez tomara, o plenilúnio se destacava no céu escuro, como um olho branco em galardão, magnífico. Ah como era bela a área pálida, e como era de uma beleza exímia, tão mimosa como a amante de meus sonhos, como a donzela que ainda não cessei d'amar.
- Posterga a defunta! Diziam as amantes!
- Calem-te, vossos talantes nada significam meretrizes de amores não amadas, perdoai-me, o coração do poeta nada mais diz, pois de tão infame, 'inda que vive, exalta aquela que não mais poderás oscular!?
O ar frio incessante plasmava em minha fronte doente, rígida, sequiosa pela douda vontade d'um beiço beijar, As estrelas fúnebres cintilavam, não eram brilhos obtusos, eram infladas e que formavam uma tiara de cores que perscrutava a consternação do ébrio andante, solene co'uma divinal taciturnidade. A'mbrósia falaz diria um estarrecido boêmio. Aquele mesmo que sem luz entreve o defunto podre que nunca irá de ressuscitar?!
A rua tênebra na qual partia, musgos fétidos aos compridos corredores deserdados p'la iluminação tênue dos lampiões avelhentado co'o tempo, lírios, flores que formavam a mistura perfeita d'um velório no menos pouco bramante, as casas iam passando, as portas vedadas trazia-me uma satisfação soturna, as fachadas eram adiposas e de cores sombrias, ah que era tudo escuro e sem vida. Como eram belos os corredores azeviches, aqueles mesmos que as damas trazia para gozar de suas volúpias cândidas que me corria o coração no atrelar aureolo.
A disforme vida tornara tão medíocre e banal qu'eu jazia a expectação feliz. – Pra que da vida gozar? Se na morte vive a luz de minha aurora!
- Hoje, sete dias rematados sem minha virginal, ó tu, que fede na terra agregada e pútrida comida p'los vermes, tu que penetraste em meu coração como o gusano te definha, tu que com a palidez bela pragueja as aziagas crenças banais que funde em minha febre, tu que mesmo desmaiada em prantos a beleza infinda, tu que amei na vida e amarei na morte. Ó tu...
No boreal ouviam-se fragores d'um canto sanhoso, era uma voz bela e que tinha o tom lânguido de um silêncio sepulcral, bonançosa era a noute, alta, os ébrios junto as Messalinas de um gozo beneplácito, escura, os escárnios da mocidade eram como o fulcro de uma medra irrisória, e o asco purpurava uma modorra audaz;
A voz formidolosa masturbava minha mente em turbadas figuras nada venustas.
Assassinatos horríveis eram belos como um capro divinal que nunca existira, o funambulesco era perspicaz que aos meus olhos era uma comédia em dantesca, os ébrios junto às prostitutas que em báquicos meio a noute fria gritavam, zombavam na calmaria morta, as frontes belas eram defeituosas que fosforesciam no fanal quimérico. Cadáveres riam nas valas frias do cemitério donde foras esquecidos, os leprosos eram saudáveis, os bons saudáveis eram leprosos fedidos que suas partes caíam no chão imundo, as lágrimas inundavam as pálpebras de revéis em desgosto, a febre desmaiava os macilentos, pobres macilentos que desbotavam aos dias.
Era tão feio assim.
- Quem és? De que matéria tu és feito? Perguntei e os ecos repetiam.
O silêncio completava os suspiros de meu medo, a infâmia percorria a ossatura lassa que o porvir eriçava. Tão feio tão feio... – Quem és? Porque me tomas?
Riu-se na noute. Riu-se de uma risada túrbida que nas entranhas me cosia. – Não vês que o medo é o lascivo companheiro da morte? Não sentis que a tremura d'amplidão oscila o degredo da volúpia? Não ouves o troado que ulula por entre os caminhos perdidos da vida? Não crês que a derrocada és a fronte pálida do crente que escarra?
Quem és tu? Quem és? Repetia a estardalhaço.
Um momo representava como um truão, júbilo em tábido que vomitava uma suspeição incólume, do mesmo modo como espantadiço em vezes. O medonho ar que cobria as saliências da rua era fugaz, não era do algo aturdo que permanecia em risos na escuridão das sombras de escassa claridade da noute, parecia vim de longe, cheirava ruim a purulenta, como um cadáver tomado pela podridão do tempo.
A voz: – Sentes o olor que funde do leito da morte? Ei-lo, a fragrância de sua amada como és hoje, podre como a fé de um assassino salivante, oh que não é o cheiro de flores de um jardim pomposo, nem da inocência dos ramos de sua amada que não conseguiste purpurar em seu cortinado!? A voz espraiava uma fé feia, pavorosa como o cheiro lânguido em esquivo.
– Insânia! Insânia! Insânia! Gritava como um doudo ínvio.
A tom lamentoso da voz era horrível, mas... Era uma voz análoga e invariável. Nada poderia mudar o estranho desejo, ouvir a voz blasfemar palavras lindas dolentes.
- Ora, porque tu te pasmas? Quem és a figura a muladar o nome de minha donzela?
O vento cortava o esferal cerco da quelha, os dous faziam silêncio ouvindo a noute bela gemer lamúrias de quinhão. Era tão calmo, tão renhido...
- Moço, não vede os traços que figuram de minha fronte? Não vede que as palavras são como a tuberculose que nos extenua arrancando os gládios do peito? Não vede o amor que flameja e persevera perpetuando aos dias como a cólera. - Agora ouvi-me, senhor! Maldito dos malditos quem és? O que queres? – Sois o Diabo?
O gargalhar descortinava as concepções desconhecidas, era como o sulco dos velhos tomado p'la angústia das horas, do tempo, dos anos. Não era o Diabo, tampouco um ébrio perdido na escuridão da madrugada, nem menos um vagabundo escarnecido e molestado p'la vida das ruas.
A voz: - Quereria saber meu nome? Que importa? Já-vos o sabes quem sou, Pois? Não, não sou o Diabo, nem menos a nirvana que molemente viceja entre as doutrinas pregadas por idiotas vergastas. Não sou o bem nem o mal, nem 'alimária que finge ser um Arcangélico nos lasso dos dias. Não sou o beiço que almeja a messalina tocar-lhe os lábios adoçados de vinho. Oh que não sou ninguém somado por tudo que és. – Sabei–lo, pois?
- Agradeço-te. Disse-o!
Dir-te-ia as lamúrias seguintes, os ecos rompendo os suspiros meus, a lua sumira, o vento cessara, a voz que apalpadelava aos ouvidos descrido. Oh! tudo findou! Não sei se a noute seguiu bela e alta, lembro-me apenas de estar num lugar escuro, ermo, as paredes eram ebúrneas, a claridade não abundava o espaço tomado. O ar era desalento, um cheiro ruim subia-me as narinas;
- M'escureça os olhos, oh! Era um caixão ali.
Abri-o: Ah que era minha virgem bela, mas era uma defunta! Na pele amarelenta abria-se buracos que corria uma escuma nojenta, verde como o escarro de um enfermo; Os lábios que sonhei abotoar aos beijos meus era azul agora, os cabelos monocromáticos grudavam pelo líquido que corria pelo pescoço, as roupas lembravam um albornoz, branca como a tez inocente da juventude. Os olhos cerrados e túrbidos, tão sereno, a bicharia roendo-lhe a carne, fedia. As mimosas mãos entrelaçadas nos seios, feridas em exausto.
... Meus lábios em magreza os encontrou, frio como o inverno, gelado como a defunta açucena, a pele enrubescia aos meus toques, a escuma verde era viscosa e o prazer como o falerno, a cada beijo que pregava-lhe nos lábios, a cada toque na tez amarela, era tudo o amor, o belo amor pedido. A noute foi comprida, adormeci sobre o cadáver de minha amada, ao dia os corpos quentes abraçados, a adormeci em seu leito, dei-lhe o beijo, saí:
Coveiro: - És por acaso um tunante de defuntos? Perguntou-me.
- Não vês que o peito arde de amor como o fogo do inferno? E a esp'rança estertora como tu'alegria? Disse-o.
- Segues meu senhor!

Foto de Carmen Lúcia

Versos inversos

Meus versos são o inverso dos teus,
Falam de um amor ímpar, de um só par...
Enquanto que os teus são profanos,
Insanos ,mundanos...teu jeito de amar!
Meus versos são o inverso dos teus...
São luz das manhãs...os teus, Sol e Deus!
Meus versos são cheios de amor e verdade
E os teus revelam malícia, obscenidade...
Meus versos me levam a aninhar-me em teus braços
Teus versos exigem mais que um simples abraço...
Enquanto falo de poesia...te entregas à orgia,
Se versejo sobre flores...tu queres sugar o mel,
Colhido por beija-flores,tentando atingir o céu...
Meus poemas são intensos,os teus são rasos e tensos,
Porque colho as rosas do dia...e tu,a hipocrisia...
Que te fantasia,que te extasia...e te distancia.
Escrevo para extravasar a alma,palavras do coração...
E tu, pelo prazer da carne,desejo que arde,fogo e paixão!
Somos o reverso do inverso...o oposto escrito em versos.

Foto de Anja Mah

Meu Prazer

Não faça do meu prazer algo efêmero.
Não transforme meus instintos em algo abstrato.
Meu corpo vibra ao som de tua palavra,
Meu sexo inunda-se pelo êxtase que me provoca.
Assim nos devaneios de nossos diálogos
Sou levada pelo instinto de mulher a desejá-lo.
Cada fibra de meu corpo vibra
Desejando tua carne nua a saciar me.

Assim embalada pela canção do prazer
Que agora me inunda,
sou levada a desejar ti.
A querer-te tão somente você,
Para extasiar meus impulsos.
E o desejo consumindo meu ser,
Aflorando meu instinto de fêmea.
Sinto-me uma fêmea no cio
Desejando que teu delicioso corpo
Desperte-me toda minha fúria,
Todos os meus desejos adormecidos.

Serei a tua fêmea
Entregue aos teus caprichos,
Saciando tua fome.
Serei tua fêmea realizando tuas fantasias.
Deixando você deflorar cada orifício,
Deixando você me inundar com teu mel
Saciando minha sede.

Te amo M.D.

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