Tristeza
Nessa marcha estupenda de truões doentios, dilacerantes... De réquiens opulentos e febris de soluçantes momentos do tédio, vãs e densas preconceituosas doutrinas taciturnas do rancor. As glebas desgraçadas dos nervos cantantes do nada, esse grave sentimento que consome o coração longínquo dentre o espaço violento entre o amor trepido e o amor turvo, eles riem, eles riem e eu choro, na solidão das brumas eu choro, eu choro e eles riem. Nas gargalhadas falsas execrandas e esquisitas, truculenta e formidanda. Num pavor pavoroso passa, passa e passa a ciclópica forma do medo em passos, passos nervosos que passam, gargalhadas nervosas, pensamentos nervosos, sentimentos nervosos...Todo esse turbilhão da nevrose passa na aurora violenta da tristeza, e eles riem, eles riem e eu choro nessa nebulosidade de acres remorsos sem fim, eu choro e caminho extraordinariamente em passos nervosos, por todo o sombrio carvão do caos que mancham o éter radiante, dos sorrisos tristes, das palavras tristes e de toda essa vida triste, serenamente em olhos fundos e tristes. Todas essas vagas idéias esbofeteiam a tristeza fina e maravilhosa, ela penetra e sufoca, sufoca e asfixia benevolamente o interior litúrgico de palpitações alegres. Toda essa angústia e escuridade estúpida vaia a vida e aplaude a morte, a hipocondria da dor... No passado e no momento entristece com as lágrimas de saudade, das dores que foram e que estão por vir, Ah eu choro e choro toda essa melancolia da vida, e gargalho toda displicência dessa morte florícula que nasce e cresce de forma muda e linda, linda, linda! Mas as grandes e fascinantes mórbidas mágoas ainda virão, virão pomposas como os cadáveres violáceos de uma podridão suave, penetrará e fecundará mais tristeza, mais dor, mais negrejar, mais e mais ódio, e todo esse entristecimento irá recordar positivamente nas recônditas existenciais, enquanto eles rirão, rirão e eu ainda chorarei. (...)
Stacarca