Carne

Foto de jeffersonjqueiroz

Bomba Atômica

O que sinto não cabe na métrica
Dos poemas.
Não sinto o que sinto
Em rimas!
Meu amor não priva pela forma.
O que sinto não está definido
Nas paginas do dicionário.
A estética do meu amor é
disforme.

Não te amo em sonetos.
Meu amor é mais bruto,
Feito de carne, sangue e
Suor.
É como um eclipse
Que me venda os olhos por alguns minutos.

Amo-te então
Com a mesma força
Do sol,
Que nos proporciona
Envelhecimento precoce
E câncer de pele
Ao mesmo tempo que nos ilumina e
Aquece.

Amo-te então
cada dia um pouco mais.
Estão sendo injetadas em mim,
Diariamente,
doses suas
e
às vezes
são doses cavalar.

Então
chegará o dia em que
não caberá em mim tanto amor.

Então,
neste dia,
tornar-me-ei
uma bomba atômica.

Foto de Jorgejb

Nossa carne

É na minha carne que eu te sinto,
nos sonhos inventados
por um Janeiro frio a dentro.
É na carne magoada,
pelas cicatrizes saradas
à força da saudade,
de te lembrar cravando teus dedos
no meu dorso,
sentindo teu sangue
pulando do teu hálito doce,
segredando esta paixão violenta, secreta,
nossa,
nas palavras cúmplices, enormes.
É na minha carne que eu te sinto,
brincando no teu peito
onde sempre me esqueço
embalado nos teus ais,
desejos,
amplexos de tudo o que nos damos.
É na minha carne que te sinto,
quando a paixão desventra nossos corpos
e os comete em gestos
inimputáveis,
enrodilhados
nos lençóis manchados
de tanto suor estafado.
É na minha carne,
que eu sinto a vontade
de escapar e te deixar dormir,
de esquecer esta dor,
e expurgar este cobarde sentido
de não te querer
e te desejar.
É na minha carne que eu sou
desconhecido,
quando te pressinto
e me deixo ficar,
é na tua carne que desminto,
a vontade
de ser eu.

Foto de Karine K.

Herméticos

O corpo aprisiona os resquícios do pó vespertino
grãos incertos que se vão no vento
e nos cometem fazer parte
em forma de carne

que adoece, deseja, enseja no palco inundado no dilúvio
então, quer de volta suas asas que lhe foram quebradas na descida
ardida

Vaidosas borboletas que choram no espelho
vendo a metamorfose formar seus braços de carne seca
suicídio,
morte,
e sangue de lágrimas

Olhando para si...
olhando para si...
o mundo quase toca
as coisas quase ferem
e quase estamos imunes.

Foto de Sacana Honesta

Quando Nasceu o Amor

Onde ontem havia caos, hoje se fez luz
No peito antes vazio, reside uma emoção
Olhos que se buscam, vencem a solidão
E o que era sem rumo, seguro se conduz.

Longa fez-se a noite, mil estrelas a brilhar
Têm anjos flutuando, dançando pelas ruas
Mil sereias a sorrir, e ninfas semi-nuas
Chove flor e algodão-doce, há música no ar.

Acabou-se o sofrimento, a carne é indolor
Há só sonho e beleza, em todos esses dias
Perfume, beijo e mel: a vida está perfeita.

A mente não se cansa, o corpo se deleita
Tudo é só calor, em mãos que já foram frias
Há mais cores no arco-íris...enfim, nasceu o amor.

Por Bruno Henrique Lima Horst, meu namorado, relativa ao dia em que nos conhecemos.

Foto de M.Veríssimo

No Meu Poema

No meu poema
escrito em sangue,
escrevo com o corpo
da alma, nua
aberta e exangue
vaga no sentido
carregada de sentimento
pleno e pungente

No meu poema
choro a felicidade
de te ter respirado
de termos dançado nus
despidos de mágoa
vestidos de saudade
na dança dos sentidos
soltos, efémeros

No meu poema
esvaio-me exausto
derramado em jorros
de luz e sombra
delineando o teu contorno
venerando a tua imagem
gravada a lume
na carne viva
da minha memória

No meu poema
me entrego rendido
nos teus braços

Foto de josecarreiro

RAPTO

RAPTO

Conheço a viagem absoluta ao festim soado,
as lousas, as eras que fizeste comportar,
a fiança ateada com que absorvias.

Sou as vezes que disseste que me amavas,
os passeios de mãos dadas. Os beijos.
Os abraços apertados de que gostavas.
Sou as omissões pressentidas, as dúvidas instaladas,
a observância das atitudes.
Sou o diálogo requerido, a incapacidade de te fazer falar.

Por vezes incido o olhar sobre a tua ausência.
Por vezes regressas dela.
E eu fundo-me na linha irreflectida
no suposto ardor da romã.

Por vezes, atravessas-me como um corte, um traço na garganta.
E eu sou o despojo de mim
trapo no chão do amor.

(Fui soro e carne para tua terapia
lama para te besuntar
poesia.)

A vida por um gesto
um rapto, um beijo.

José Maria de Aguiar Carreiro, CHUVA DE ÉPOCA (Ponta Delgada, 2005)
http://folhadepoesia.com.sapo.pt/

Foto de Adeilton Marcelos

Angel

A cada vôo, a cada batida de minhas asas...uma pena cai...estou ficando fraco...perdendo meu poder...estou voltando a ser mais um simples mortal...voltando a ser como outros do cotidiano! Vou recolher-me...ficar quietinho..fortalecer-me no encanto da minha magnitude e força vital! Vou aparecer com minha áurea coberta de luz e com minha asas na penumbra de um abismo...para que todos os meus inimigos e falsos anfitriões possam tentar enxergar-me no meio de tanta luz e ficarem cegos com o clarão que os ofuscará para todo o sempre! Estarei sempre a todo o momento te protegendo com minhas táticas e armas...estarei ao seu lado...de dentro e de fora...para que nenhum mal desça sobre a sua carne...estarei com minha foice amolada para que todos que tentarem de alguma forma te atingir sintam seu sangue escorrendo por entre meus dedos sem misericórida...

Te amo...

Foto de InSaNnA

*** Auge ***

Um convite expresso,
navegar em teus desejos..
sentindo a minha carne em tua boca,
um leve sabor de obscenidade,
línguas,
lábios,
mãos..
Facetas mergulhadas sob o luar..
Respiro fundo,fecho os olhos,
já moldada em teus mares,
o meu corpo vibra em ondas,sobre o teu,
maremoto de dois corpos em chamas,
Os nossos ventres prestes a desaguar...

************************************************
Oi poetas! As minhas inspirações já chegam encolhidas...
As poesias estão nascendo com baixa estatura..RS..
Beijocas!

Foto de Karine K.

CACTUS

São tuas mãos que anseio
passear sobre esta casca morta
sem ferir tua carne frágil
como navalha em carne viva

Sei que posso dissolver-me
no torpor dos teus lábios
no calor de teus abraços
mesmo em baixo do nefário sol solitário

Não quero perfurar-te
com minha pele de espinhos
mas tu já sabes como banhar o teu deserto
nas águas doces de meu âmago
que vai...
calando,
selando
teu corpo quente.

Foto de Jorgejb

Vencido

Angustio-me na espera de te ter,
assusto-me nos teus braços
que me querem.
Escondo-me de ti
evitando os teus olhos
trespassantes,
negando que é em teu
colo
que me entendo
e preenches meu sentido,
minha carne.
Sou e não sou no mesmo tempo
o amante certo
de teu corpo,
bebo teu prazer
sofregamente,
deixo minha pele
em teus lençóis
e teu cheiro me invade,
bem colado
em meu torso,
onde te agarras,
verdadeira,
e quando a noite vem
e se despede,
e a lua baixinho
sussurra
que o pecado onde me prendo
é culpado,
- arremeto contra mim
arrependido -
de cada vez que estou em ti,
ficar vencido.

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