Silêncio

Foto de Jessik Vlinder

Vazio - O Branco da Alma

Vazio, é isso que tem me preenchido nas últimas semanas, na verdade, nos últimos meses. Não um vazio causado pela falta de alguém, pelo buraco que este suposto possa ter deixado ao ir embora. Não. Faz muito tempo que este tipo de vazio estagnou em meu coração e foi ocupado. Não é um vazio causado por uma partida, por uma despedida indesejada. É simplesmente um Nada... Sabe quando não estamos a fim de fazer, nem mesmo de pensar em nada? É como estar numa sala com proporções desconhecidas, onde tudo é branco, em todas as direções tudo o que se vê é um infinito vão branco. Não é como fechar os olhos, porque quando o fazemos ainda vemos pontinhos coloridos e formas estranhas oscilando. É um silêncio... Silêncio esmagador que não me permite ouvir minha própria voz. Muitas vezes nem meus pensamentos...
Eu pretendia escrever um poema ou qualquer coisa mais poética, mas somente palavras banais e carregadas de normalidade poderiam atingir você, caro leitor, com a mesma frieza que tal sensação me toca, me esvazia...
Preencha-me se for capaz.

Foto de betimartins

Hino de amor à natureza

Hino de amor à natureza

No verde que minha vista já não alcança, no espaço repleto de beleza eu vejo as rolinhas, felizes e contentes debicarem seus petiscos, os insetos soltos por ali...

Entre os vôos de marcar territórios, os bem-te-vis são agressivos por demais, disputa o pobre pica-pau de penas avermelhadas, fazendo mesmo assim as suas graças na árvore...

Olho o lago com suas imensas águas, espelhando Dourado do Sol, refletindo as nuvens e as árvores dali, e na beira do lago os canto agitados dos quero-queros, querendo eu longe dali...

Entre os pulares nas árvores gigantes, olho e não consigo entender vejo misturados no verde os belos periquitos a namorar, que algazarra eles fazem ali...

Observo as outras árvores e vejo os ninhos do joão-de-barro, quanta perfeição e observo ali e quanto trabalho árduo ele tiveram pelos seus amados filhinhos...

De repente escuto o barulho na água de um mergulhão quase azul e esverdeado a pescar, que belos vôos ele fazia na água, rumando para a enorme castanheira descansar...

Ruídos estranhos e estridentes me fazem olhar para as arvores vizinhas, qual é o meu espanto que vejo famílias de sagüis espreitarem-nos, alguns ainda muitos bebezinhos...

Perdemos em breves pensamentos, ao ver tanta união ali, os bebês seguirem suas mães e lembrar quantos de nós os humanos mataram e maltrataram as nossas crias...

Jamais são deixados ao esquecimento, nem deitados ao lixo, apenas são animais, mas que cuidam verdadeiramente das suas crias como as mães devem ser de verdade...

Olho para o relógio e vejo que são onze horas, vejo gente com seus lanches, para ficar a descansar do trabalho, ficando apreciar o que a natureza ali oferece...

Rasga o silencio da represa, o trem que esta chegando ali, sãos os mais variados vagões de mercadoria, onde outrora era o café que mais se transportava ali...

O Sol se esconde por breves momentos, ficando tudo no mais absoluto silêncio, a penumbra sobressai ali recolhendo os nossos pensamentos...

As nuvens são arrastadas pelo vento que suavemente se faz sentir, deixando o Sol, emergir trazendo o calor e iluminando tudo por ali...

Uma pequena serenata se escuta ali, como agradecimento á vida que corre ali, de novo o barulho das águas, são a belas famílias de capivaras, que vem descansar ali...
Na cor prata da água, vejo emergir os peixinhos, buscando os restos de comida, deixados para as famílias de patos que vivem espalhados ali...

Observo a vida em forma bruta, quanto ela é majestosa, recheada de coisas tão belas como o amor, partilha vivida por eles ali...

Imaginei um verdadeiro artista pintando aquele quadro visto ali, quais seriam as cores pintadas, até os detalhes das minúsculas borboletas e as belas libelinhas voando por ali...

Alegre e completamente feliz, quis dançar ali, esvoaçar como os pássaros, cantar como um canário, como se fosse uma oração e agradecimento a vida...

A paz que eu encontrei e senti ali, apenas é a melhor união com Deus, o mais belo hino de amor cantado pela natureza para mim...

Betimartins

www.betimartins.prosaeverso.net 25 de Março de 2011

Foto de SANDRA FUENTES

ÚLTIMO ANDAR

Maquiava os olhos às cinco da manhã e ficava em seu quarto olhando para o espelho. Não havia traços do tempo em seu rosto, mas o coração, com rugas profundas, se fazia de desentendido. Fumava um cigarro que deixava pela metade. Olhava o mar pela janela do apartamento minúsculo e pensava em seus sonhos-pesadelos. Nem sempre é possível distinguir um do outro quando se dorme. As cores se confundem e os personagens mudam de cena durante um sono profundo. Mas a mulher vestida de segredo, tirava suas meias transparentes e caminhava descalça em direção à porta. Gostava quando ia sentindo nos pés o frio daquele piso do corredor pintado de verde. Sentava na escada e acendia mais um sonho, que deixava pela metade.Ela quer descer. Passa pelos degraus como fumaça. Em silêncio caminha até o portão. Desconhece aquele lugar. Sem olhar para trás, faz o caminho de volta. Pega a chave que estava sob o tapete. Surda-muda. Sonho-pesadelo. É lá seu lugar, é onde ela mora: no último andar, na última porta.

Sandra Fuentes

Foto de SANDRA FUENTES

TRINTA SEGUNDOS

Vivendo num filme de trinta segundos esperando o apagar das luzes dou início a uma longa conversa comigo mesma percebendo uma aglutinação de poetas na minha mente prisioneira começo o monólogo e fagulhas de equívocos entram pelas frestas da janela quando tudo dorme e a madrugada faz silêncio eu tento uma poesia exorcista contundente-convincente-eloquente recomeço a busca procurando letras como se fossem cápsulas de analgésico de efeito instantâneo para um corpo bipolar e continuo a vigília enquanto o filme passa aguardo tentando não recordar o pretérito-mais-que-perfeito de um amor eterno e efêmero rogando para que depressa amanheça.

Sandra Fuentes

Foto de betimartins

Cai o pano no silêncio da noite

Cai o pano no silêncio da noite

Agora neste momento é exatamente vinte e três horas e vinte minutos, distraidamente, eu, olho o para a TV, escuto as vozes alegres, ali corre vida, ação e muita vida do faz de conta.
Faz de conta que eu sou tudo o que os outros são e não é assim, claro que a maior parte de nós, vivemos a vida do outro e nos desleixamos com a nossa própria vida, ou a deixamos correr para que os outros a possam viver por nós.
Estranhamente, senti bastante desconfortável, senti o silêncio mórbido entrar em mim, sacudi minha mente, abri-me para outros lugares, lugares onde ninguém acessa apenas eu e Deus.
Olhei meu monitor, teclado, as formas do meu quarto, paredes apenas e um quadro, que não parecia estar sozinho, mas olhando para mim, ali naquele momento, arrepiei pelo olhar que refletia dele, entrou na minha alma, deixou-me confortável e alegre.
Para muitos era apenas um quadro, um simples quadro, simbólico e decorativo, mas para mim representava algo imenso e sagrado, representava meu irmão Jesus.
Desligo a TV, abro uma janela do meu computador, olho apenas pensando que fazer naquele momento, respiro por momentos, bem fundo, mesmo bem fundo, inicia uma busca e apenas esta, deságua num site de meditação.
Eu adoro musica calma, que relaxa a minha mente e deixa em união com o Cosmo e com o Grande Arquiteto do Universo que é Deus de todas as coisas visíveis ou invisíveis. Seja até independente de religiões, mas sim do amor que deveremos ter por nós mesmos, pelos outros e por nosso amado Deus, se ele é exatamente uma parte de nós e nós a parte que completa a Deus.
Nós somos amor, sendo nós amor, não entendo a dor, a crueldade, aquele que mata, o que comete a violação sobre outro, o que engana e o que até cobiça o alheio. Não entendo a guerra, os políticos, o desrespeito contra a natureza e a falta de entendimento e começar por mim mesma.
Exatamente a minha falta de entendimento, talvez se deva a não procurar mais, as respostas, claro que dão muito trabalho, são pilhas de livros, dias, meses e anos de pesquisa, assim por diante e penso que já seremos bem velhinhos e estaremos a entender um pouco melhor, mas claro que com muita duvida normal do ser humano.
Nesta caminhada o que mais me doeu dentro de meu peito, foi à falta de fé, falta de entendimento pela vida, se eu neste momento morresse que medo teria que sentir? A dor que poderia o meu corpo sentir?
Aqueles, em que nada acreditam, apenas nasceram, viveram e morreram e estão certos da lei natural da vida terrena, mas devem ter um pânico terrível. Aqueles bichinhos afinal vão devorar o corpo ali sem vida e inerte, apenas mais um composto da natureza para adubar a mesma, mas não será mais um pesadelo?
Uns pesadelos da vida real, a vida terrena, aqui fazem, aqui recebes ou como disse Jesus daí a “Cesar o que é de Cesar”, claro que isto é para todas as nossas atitudes, julgamentos, condutas e até porque Deus é justo e não deixa para os outros colherem o que não é deles.
Podem não acreditar eu gostava ser Ateu, apenas acreditar que nasci, vivi e morri, era melhor que estar pensando em meus atos e atitudes. Diria que estaria livre para aprontar e fazer tudo o que desse na minha vontade, até fazer frente aqueles que me fizessem frente, transformar-los em escadas e subir.
Lá em cima, olharia com o meu nariz empinado e os sacuda ria, nos meus pensamentos, diria, eu cheguei aqui pelos meus próprios méritos. Engano meu, eu para chegar ali, humilhei, subjuguei e maltratei, ou seja, causei dor e lágrimas.
Refletindo na dor, que possa ter causado nas lágrimas que posso ter feito chorar, apenas fico pensando na vida e no que ela, tanto danos nos causa, por escolhas, por mágoas, procuras no nosso preenchimento da alma.
Assim fico a pensar que esta vida aqui é um teatro a três tempos, o primeiro tempo, apresenta-se a peça e seus atores e o que ela vai representar, segundo tempo a verdadeira historia da peça, enredos e protagonistas, terceiro tempo apenas é o tão esperado fim, o desejado final da peça e logo o pano se fecha.
Luzes se acendem, os espectadores eufóricos ou não, se levantam, ou talvez não, conforme a qualidade da mesma peça e batem palmas, elogiando-ª. Os que não conseguem representar bem a sua peça, apenas ficam sozinhos no palco e nem as luzes se acendem no final. Apenas o vazio, vazio e solidão, nada mais.
A vida é feita de momentos, apenas são esses belos momentos que levamos gravados na nossa alma, saibamos escrever nossa peça em amor. Só assim o nosso teatro, eleva e deixa-nos levantar e aplaudir a nós mesmos pelo belo desempenho vivido.
E agora vou dormir mais aliviada, embora saiba que ainda tenho muito a fazer, mas antes de dormir e como acredito em Meu Pai, Deus, não me vou deitar sem agradecer o fato de estar aqui escrevendo e vivendo este nosso momento “eu e ele”.
Boa noite e obrigado por estar aqui comigo.
A você também...

Foto de Xaverloo

As Partes de mim sem som

É mim
Que agora luz se apaga
É mim que quase já sem som afaga o vazio
Em forma de esperança que morreu.

É mim
Que quando partes de mim sem som
Destila os ruídos para ouvir de longe e em mim
A mistura dos sons que o silêncio faz.

É mim que agora já sem forma
Contando pedaços me perco
É mim em subtrações,
Dividendos,
Proporções inconcebíveis.

É mim agora já sem voz
Perdido em olhos de ninguém
Prisões sem muros
Apuros
Impossíveis.

É mim que agora vela
O facho de luz que se desfez antes que o tocasse.

Xaverloo

Foto de Ana Rita Viegas

Amanhã, um outro dia

Amanhã, um outro dia
Amanhã a minha dor vai passar
Afogo esta dor tão profunda
no silêncio, no interior mais longinquo da minha alma
Choro sem fim
Doí
Não havisto o fim da minha dor
A tua omição feriu-me
As lágrimas permanecem em meu olhar
Entalo meu grito
Sustenho o meu grito
A dor ferve tanto que até me queima
Queima os sentimentos que tenho por ti.

Foto de Sandro Nadine

Deserto de Areia

Me vejo num deserto,
Onde o homem é a própria Areia...
Que com o tempo se espalha ,
Povoando o silêncio que me rodeia...

O que antes era vivo,
Agora passa a ser Inanimado...
Apenas o calor do vento,
E a frieza do orvalho...

O que deveria ser coração, vira pedra,
O que poderia ser luz, vira treva,
O que deveria ser sentimento, vira sela...

A solidão vira tormento,
A sede se transforma, em desejo incontestável...
À noite, impiedoso relento,
Traz para a alma, fome interminável...

E em meio a essa paisagem, o vazio,
Que em mim tranforma-se em lágrima...
É a prórpia Terra imersa no cio,
Sem Brilho e sem Mágica...

(Sandro Nadine)

Foto de Sandro Nadine

Esse Amor Que Me Toma

Esse amor que me toma...
É cachoeira que corre,
Água que descansa...
É céu que se amplia,
Imagem que desponta...

É córrego estreito,
Onda que avança...
É sopro que respira,
Voz que comanda...

É música que acalma,
Silêncio que abranda...
É chuva que molha,
Tempestade que assanha...

Esse amor que me toma...
É orgulho que se afoga,
Gesto que sai da lama...
É renúncia e vitória,
Aos olhos de quem ama...

(Sandro Nadine)

Foto de Melquizedeque

Elixir dos imortais

Meus sonhos não tornarão a ser o que já foram um dia
Pois hoje tudo mudou, se entardeceu e me modificou
E o ar que eu respiro não é o mesmo que respirei ao dormir
Agora os pesadelos me atraem, me hipnotizam em lugares sombrios

Havia um homem, de certo lugar, com o nome incerto
Que escreveu em seu túmulo verdades em versos
Dizia que a vida não é mágica, não é um mar de lírios
Ela é simples, vaga, corrosível, lastimada...

Não aceitamos tais verdades, pois almejamos ser imortais
Assim criamos a esperança, filha bastarda da maldade
Com a pretensão de postergar a morte e esquecer como ela age
Mas igual ao carteiro que não se atrasa, ela sabe o seu endereço
Vem com cheiro de velório trazido nas asas dos pardais

Lembro-me que muito tempo atrás, contemplava o céu depois do mar
Via gaivotas que pairavam na beira da praia, como livros indomáveis
Posso sentir a brisa do silêncio entorpecedor que me libertava da normalidade. Tudo se passou e agora contemplo esse evento com olhos de águia. Vejo além do que se pode ver... Tudo significa mais, o mais lúcido devaneio

Por de trás dos véus avisto legiões de sonhos que não posso mais sonhar. Foram engolidos por fantasmas beberrões. Estão em cofres bem guardados. Agora entendo o olhar daqueles pardais... Jogados aos ventos são vitais. No entanto, não me encontrarão antes que eu beba o líquido imortal...Feito pelas mãos da aventurança, um elixir com gosto de vingança. Exclamam alto, os que se arriscam a beber... Gritam forte: quero mais!

(Melquizedeque de M. Alemão, 16 de Março de 2011)

Páginas

Subscrever Silêncio

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma