Ruas

Foto de LUCAS OLIVEIRA PASSOS

AS ESTRELAS

As estrelas Lucas Oliveira Passos

As estrelas estavam lá, no pedaço de céu que me cabia apreciar pela janela, naquele leito de hospital em que eu me encontrava, arrasado e sem entender nada...mais uma vez minha vida mudava completamente, numa guinada imprevizível...a necessidade da cirurgia, a gravidade da doença, e por fim a notícia que tentaram me passar e que me recusava a entender, sabia que era algo terrível, algo que teria que me lembrar e aceitar para o resto da vida, mas naquele momento o bloqueio não permitia, eu não conseguia pensar, apenas aquela imensa tristeza, e um gigantesco desejo de morte que nunca havia sentido antes em toda minha vida.

A enfermeira se aproximou sem fazer qualquer barulho, e cuidadosamente fechou a pequena janela, próxima ao meu leito, minha única referência para o mundo exterior, minha única fuga para os pensamentos terríveis que invadiam minha mente.

- Tenho que fechar a janela, os outros pacientes estão reclamando do frio, me desculpe, sei que é a única coisa que parece lhe interessar...

Assim, todas noites, meu céu quadrado e pequeno, contido nas dimensões daquela janela, se apagava irremediavelmente, as estrelas, que eu tanto estudara e pesquisara, por puro deleite, em certa etapa da vida, eram agora meu único consolo, me faziam pensar no tão pequeno que eu era, naquela imensidão tamanha do universo.

Não sabia quanto tempo já se passara desde o dia em que me internei com câncer e uma hérnia abandonada por muito tempo, calculava algo em torno de uns seis meses, tudo fora um sucesso segundo os médicos, mas meu corpo não era mais o mesmo, meus 75 anos pesavam bastante no processo, o restabelecimento era lento, a angústia era grande, havia algo medonho a ser encarado, assimilado e entendido...um amargo na garganta, um peso imenso no peito...por que meu cérebro se recusava a processar a notícia que foram me dar? Minha filha Aninha, por que não aparecia mais no hospital para me visitar?

As lágrimas brotavam abundantemente nos meus olhos, não devia ser assim...tão acostumados com o sofrimento devido aos anos de trabalho voluntário na ajuda desvalidos...comecei a lembrar palavras que foram ditas...concluí que havia acontecido com Aninha algo terrível, agora ela era apenas uma pequena estrela no céu e ao mesmo tempo uma chaga aberta para sempre no meu peito, para o resto do resto de minha vida, pois minha vida agora só seria um resto, que talvez nem merecesse ser vivido...chorei a noite inteira...nunca fora de chorar, nunca chorava, mas era impossível evitar...comecei a recordar o passado e parei exatamente quando Aninha havia entrado em minha vida...antes de nascer...ainda quando era nada mais que uma promessa de vida no corpo de uma mulher, quinze anos atrás...em um ponto de ônibus em Copacabana...

- Tu podes me ajudar? Estou com fome, estou grávida, meu namorado me abandonou, minha família não quer me ver, cheguei de Curitiba ontem e não como nada a dois dias, preciso que alguém me ajude...

Olhei a mulher nos olhos atentamente, estimei não mais que 30 anos para sua idade, observei todo seu corpo, era bonita, estava maltratada, entretanto vestia roupas de qualidade...seus olhos mostravam que estava em situação de carência e mêdo, o corpo, uma gravidez de no mínimo dois meses, senti muita pena dela, eu nunca abandonaria uma mulher à própria sorte, mesmo sendo desconhecida, e assim me senti envolvido e pronto para ajudar...

- Qual é o seu nome, moça?

- Sonia, mas tu podes me chamar como tu quizeres, se puder me ajudar te agradeço muito...Tu és casado, posso ajudar no serviço da tua casa?

Aquela pergunta me fez lembrar que já fora dezenas de vezes, não no papel, mas a muito tempo este conceito de ser ou estar havia perdido o significado em minha vida, deixava o amor fluir da forma que viesse, amava as mulheres incondicionalmente, deixando-as livres para entrar e sair de minha vida como bem entendessem, aprendi a recomeçar sempre que fosse possível, sem olhar para trás e sem me importar com nada, estivera diversas vezes no topo e na base, e sabia que após tempestades a terra se torna fértil e pronta para a fecundação, e que o importante eram os dias de sol que viriam, trazendo lampejos de felicidade...pequenos momentos que tinham que ser aproveitados antes que se acabassem...não fechava nunca qualquer porta que pudesse permanecer aberta em minha vida, essa era minha filosofia de vida, era como eu me sentia...

- No momento estou morando sozinho, se você quizer, eu te levo para minha casa, lá você pode se alimentar, tomar um banho, trocar de roupa e ficar quanto tempo quizer...até ter um lugar melhor para ir...quando quizer ir...

E assim, desde o primeiro dia morando em minha casa, Sonia se posicionava como minha mulher, sem reservas, na cama inclusive, sem nada perguntar, sem nada pedir, com seu olhar meio ausente e distante, por vezes inquieto.

Comecei a perceber que Sonia seria um pássaro passageiro em minha vida e não demoraria a se lançar em novo vôo, e isto me incomodava, havia me apaixonado mais uma vez e agora amava Sonia e a pequena semente que crescia no seu útero, fecundada por outro homem, mas já adotada totalmente por mim. Passei a visitar minhas tias levando Sonia e a promessa de Aninha, cada vez maior em sua barriga, apresentando-a como minha nova companheira, na extrema tentativa de faze-la gostar daquela opção de vida, mas sentia que o olhar de Sonia estava cada dia mais longe.

Tinha percebido desde o início que Sonia, assim como meu falecido filho Lalo, apresentava sintomas típicos de viciados em drogas, a abstinência estava lhe pesando cada vez mais e chegaria a um ponto em que ela não suportaria ultrapassar...isso me aterrorizava e me fazia passar noites em claro procurando uma alternativa, abri o jogo com ela, mas ela negou tudo e inverteu a situação, dizendo que se eu queria um motivo para me livrar dela e de Aninha. Talvez Sonia nunca tenha sabido o quanto me feriam essas afirmações...o quanto era grande o meu amor por ela.

O tempo foi passando, dias, semanas, meses e finalmente Aninha nasceu, pequenininha, indefesa, totalmente dependente de tudo e de todos, sem saber em que mundo fora lançada e por quanto tempo...eu tentava esconder as lágrimas que brotavam de meus olhos quando observava a total indiferença de Sonia em relação a Aninha, e comecei quase por adivinhação do que viria, a ler tudo sobre crianças.

Quando Aninha completou duas semanas de vida, cheguei de uma entrevista para um novo emprego e não encontrei mais Sonia, ela havia partido, deixando apenas um pequeno bilhete junto ao berço. Sonia levou quase todo dinheiro de nossas reservas, Aninha passou nesse momento a ser responsabilidade e problema apenas meu. Eu me recusei a acreditar, andava pelas ruas olhando em todas as direções, procurando por Sonia, levando fotos, falando com drogados, mas nenhum sinal de Sonia, devia estar longe...talvez em Curitiba...talvez em qualquer lugar do mundo, bem longe dos meus olhos mas ainda dentro do meu coração, ocupando um espaço imenso e significando talvez a maior derrota de toda minha vida.

Sentia uma imensa agonia e abraçava Aninha toda vez que precisava sair para conseguir algum trabalho, agora eram apenas eu e ela, apenas nos dois para enfrentar o mundo e lutar pela vida. Como conseguiria trabalhar e ao mesmo tempo cuidar do bebe, teria que conseguir uma atividade que pudesse ser feita em casa, que não tomasse todo meu dia...tinha que conseguir voltar ao topo, com bastante dinheiro seria mais fácil resolver as coisas... nunca me importava com o dinheiro, mas agora ele era a coisa mais importante para que eu pudesse cumprir meu juramento, daria o máximo do resto de minha vida para que o futuro de Aninha fosse o melhor possívcel...eu sempre recomeçava...já não me assustava com isso... e assim fui vivendo aqueles dias de angústia e amargura, tendo como único prazer observar a vida e o tempo fazendo de Aninha uma menininha cada vez mais linda.

O tempo foi passando e meu trabalho em casa, com desenho, arte final e fotografia, conseguia manter Aninha na escola, ela estava cada dia mais linda, com seus dois aninhos completos, me chamava sempre de paizinho, o que me deixava orgulhoso, eu já aceitava que iria viver apenas para que aquela criança pudesse ser alguém neste mundo hostíl, e assim evitava agora me envolver com outras mulheres, vivia só para Aninha.

Quando Aninha completou quatro anos, escrevi para minha tia que morava em Porto Alegre, que não via já a uns vinte anos. Informei sobre minha vida e minhas preocupações em relação a minha filha, a incerteza das coisas e a necessidade de ter alguém que pudesse ajudar caso eu ficasse doente ou morresse. A resposta de minha tia veio rápida, “venha para Porto Alegre, só aqui poderemos te ajudar, precisamos de alguém de confiança para a fábrica de tecidos, minha filha Tânia separou do marido e já não consegue tocar tudo sozinha, ele participa do conselho de administração, mas não do dia a dia da fábrica, entre em contato, poderemos nos ajudar, sei que você é competente quando está motivado, te esperamos aqui ”.

O convite me deixou orgulhoso e me fez sonhar com a possibilidade de estar perto de Curitiba e conseguir encontrar Sonia, ainda moradora em meu coração apesar de tudo o que acontecera, e assim, em poucos dias eu e Aninha já estávamos reduzidos a apenas duas grandes malas, que continham tudo que tinhamos na vida, também cheias de esperanças e sonhos de melhores dias em nossas vidas.

Quando os momentos são felizes, passam muito rápido, e assim, Aninha já estava fazendo dez anos de vida. A ida para Porto Alegre fora muito boa para mim, Tânia estava muito abatida com a separação e se dedicou totalmente a mim e a filha, embora tivesse suas duas filhas adolescentes para cuidar. Aninha vez por outra me abraçava e lamentava por mais uma vez não poder ter a oportunidade de conhecer sua mãe. Eu procurava a todo custo esconder as lágrimas que teimavam em rolar de meus olhos cerrados enquanto a apertava fortemente contra o peito, dizendo que um dia isso seria possível, que ela voltaria e seríamos felizes. Estava muito bem posicionado na empresa, como diretor de produção, mantinha dois detetives mobilizados na busca por Sonia que parecia ter se transformado em pó. Não sei até hoje, se foi por me observar sofrendo e sem ninguém para compartilhar, ou se foi para causar ciúmes em Silvio, que a largara para viver com outra mulher, que Tânia começou uma aproximação maior, me fazendo seu acompanhante a festas e jantares e fatalmente acabamos nos gostando e começando um relacionamento amoroso escondido.

Era um sábado de manhã, acordei bem cedo pois havia combinado com Tânia um passeio nas regiões serranas, recebi um recado de Tia Albertina, me chamando no seu escritório, não imaginava o que poderia ser, lembro que eu estava muito orgulhoso com as novas máquinas que haviam dobrado a produção, embora a contragosto dela, que achava que as empresas tinham que operar sem dívidas, e que votara contra a compra do novo maquinário financiado. Tânia ficara pela primeira vez em posição contrária a dela e a de Silvio, durante a votação do conselho de administração. Silvio visitara tia Albertina na véspera e falara em reparar um erro e voltar a viver com Tânia. Até hoje não sei se eu estava certo ou não, mas nunca imaginei ouvir de minha própria tia o que ouví alí;

- Canalha, acabou para você, eu confiei em você e você me traiu, não adimito, não posso acreditar que você se envolveu com Tânia, ela é muito mais nova que você, isso é um desrespeito, quero que você volte para o Rio de Janeiro, não quero você mais aqui, já fiz as contas e este cheque é tudo que você tem direito, pegue sua filha e suma daqui, hoje mesmo...

Rasguei o cheque na frente de minha tia e fui buscar Aninha, preparamos as malas, apenas duas grandes malas, largando todo o resto para trás, novamente cheias de esperanças e sonhos de melhores dias em nossas vidas...

Hoje, um ano após sair do hospital, começo a procurar pelos parentes que me restam e pelos vizinhos, só agora consigo falar em Aninha sem que a voz me escape e um pranto enorme me sufoque, foi muito duro tentar recomeçar a vida e tentar entender como tudo se passou, eu e ela fomos vivendo nosso amor fraternal, que aumentava a cada dia, e nos bastávamos, o mundo não tinha mais sentido, até que a necessidade da cirurgia nos separou pela primeira vez na vida, aquela profunda tristeza e o medo da minha morte foi capaz de matar Aninha, de uma forma tão violenta que o coraçãozinho dela, de apenas quinze aninhos, não aguentou a solidão, se recusou a bater e parou para sempre. Eu e meu velho coração, ficamos em coma várias semanas, porém já tantas vezes vacinado pelas angústias da vida, aguentei firme até hoje, embora não consiga aceitar o que se passou e sinto, cada vez que olho as estrelas, que Aninha está lá, linda como sempre foi em sua curta vida, sempre ao alcance dos meus velhos e cansados olhos, minha amada estrelinha...Minha filha Aninha!

Sigo a jornada da vida, cumprindo minha missão, voltei ao trabalho voluntário com os desvalidos, tentando dar um pouco de utilidade a este resto de vida, sei que é questão de pouco tempo, breve estarei com ela para sempre...junto as estrelas...

Foto de sidcleyjr

Labirinto nas ruas

Mandaram cercar tudo que vejo
Tudo que desejo
O que amo,
Abstenção do amor.
Labirinto nas ruas
Naquelas que deveriam ser urbanizas os sonhos
Sonhos que reluzem momentos
Sorrisos e sentimentos
Confusão na mente e no coração
Caminhos atrelados à teologia
Mentores, surdas pedras à frente de quaisquer que seja.
Cenários de paredes duplicada
Abutres nas estradas
Neutralidade do Mar
Clérigos do próprio ego
O presidente soberbo.

Macro ®

Foto de DeusaII

Tudo o que sou!

*
*
*
*
Subo a rua devagar,
Um cheiro a terra molhada,
Penetra em todo o meu ser.
Olho para todo o lado,
E apenas vejo restos de ti,
Restos de algo que ficou no ar,
Desde o dia em que surgiste na minha vida.
Minhas memorias transformam-se em divagações,
Ora vivas ora mortas.
As ruas estão desertas,
Sem sinais de vida, ou de morte,
Paira no ar, um quase sentimento de medo,
De insegurança, de pavor,
Sentimentos crescentes,
Que destoam entre os dias que passam.
Algo cresce então, dentro de mim,
Um sentimento qualquer que me assusta,
Que quase me torna num ser de outro mundo.
E no entanto,
Não impeço que cresça, deixo avançar....
Algo de ti, está dentro de mim,
Talvez a tua alma, que se colou a minha,
Talvez, o teu coração, que se pegou ao meu...
Minha cabeça anda à volta,
Sinto o mundo a rodopiar em torno de mim.
As ruas estão desertas,
E uma fina chuva começa a cair suavemente,
Como lágrimas de amor,
Que surgem das nuvens cinzentas,
E que fazem-me relembrar os dias passados contigo.
Minha face, começa então a ficar molhada,
Cada gota que cai do céu,
Refresca meus pensamentos,
E quando dou por mim,
Danço à chuva,
Como se estivesse a festejar o nosso amor,
E então, uma onda de felicidade percorre-me por completo.
Meu corpo, em movimentos ritmados
Tenta transmitir-te tudo o que sinto por ti,
E tudo aquilo que sou contigo,
Como se me conseguísses ver, de onde estás.
Meu sorriso se abre,
O céu clareia,
E um pequeno raio de sol envergonhado,
Surge na minha alma,
E faz de mim, o ser mais feliz do mundo!

http://catarinacamacho.blogspot.com/
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/1194331

Foto de sidcleyjr

O poeta não escreve violência, chora violência.

Lágrimas vêm conduzindo o homem
Talvez armas sejam lágrimas de ultima hora
Manda
Desmanda
Blasfema o poder da criação
Corrupção de nobres ternos de algodão
Ou vestes de segunda mão.
O poeta sofre pelo amor em ruas de confusão
Poluição do ar
Crianças,
O grande futuro nas calçadas do país.
Um minuto de silencio à baixa educação
Caos a constituição.

(Macro)


Dedicado ao projeto de Manuel Bandeira, "o maior poeta" de recife para o mundo. Visa o incentivo da leitura e vivencia um dos índices do país.

Aldo Lins um grande poeta de recife e um dos voluntários desse projeto; "meu professor" e me passou o tema “violência”.

Foto de TaTa_WEbAs

Me tira da solidão, por que ainda te amo!

Equanto me reviro em meus lençois,
ja nao consigo pensar em nada,
saiu pela porta á caminhar pelas ruas,
mas só penso em sua falta,
olho as estrelas abaixo dos meus pés,
novamente a saudade emersa,
novamente essa tua ausencia,
e você esta ai, que teima, insisti em mi fazer sofrer, pois,
a saudade esta nas gavetas, e nas fotografias e nas letras de musicas, que eu ouço sem parar, mas eu nao precisava sofrer mais,
uma ou duas vezes ja é o suficiente,
para você acreditar que te amo!! e sempre irei te amar!!!

Foto de Salome

Noite Venesiana

.
.
.
.

Cantos cativantes entre os muros da cidade,
Tochas ardentes iluminando as ruas escuras
Nos seus encantos que me dilaceram a alma
Nesta noite de sonhos e calor avassalador

Musica, alegria e amor juntos nesta multidão,
Uma mistura exuberante de insistente torpor
Entre as sedas, cetim, laços e véus sem fim,
Faces escondidas trás enigmas e mascaras

Leques abertos, mistérios detrás do disfarce,
Velando labios fugosos em santa alucinação,
Fascinação no olhar... um convite ao enlace
No antro de sedução desta noite venesiana

Meus olhos perdidos, respirando, fascinados
Sob o feitiço da musica desta surda ousadia
Envolvendo-me em sua atordoante magia e,
A tua subíta presença se insinuando em mim

"Anima mia"... um sussuro leve, arrebatador,
Boca atrevida movendo-se em sutil lentidão,
Me alucinando e liberando esse louco ardor
Causado por tuas mãos sob o fogo da seda

Tua enigma desmedida... perdida em mim e
tua voz sussurando-me mil delírios sem fim,
Mãos e bocas implorando por beijos, desejos
Unindo nossos corpos nos laços da sedução

Noites destemidas, madrugadas clandestinas
Disfarçando paixões... amarrando corações,
Tua mão presa na minha, correndo nas ruas,
Sem qualquer sentido, saciando nosso amor

Eu e Tu, perdidos na madrugada Venesiana,
Unidos neste louco torpor de almas saciadas
Ao som de uma suave melodia napolitana...

****

Copyrighted Sept. 2008 - "Encanto do Poeta" Salomé MK
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/1163153
.

Venesia, uma cidade de encantos... com seu carnaval e "Bal de Venise" donde sonhos do passado renascem entre cetims, cedas, rendas e cores vivídas, no pleno desejo prestes a ser vivido e vivenciado...

Foto de Carmen Vervloet

Homenagem à minha cidade de Vitória no aniversário de sua fundação

VITÓRIA

Bebi das águas de seu mar.
Deitei-me em suas areias macias.
Andei pelas suas ruas a sonhar...
Suguei do seu povo a sabedoria.
Bebi a seiva de suas árvores.
E matei minha sede.
Criei raízes.
Dei frutos.
E fiquei enamorada para sempre.

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de Sirlei Passolongo

Ruas da Infância

Havia risos
nas ruas de infância,
meninos e meninas
brincavam à tardinha
vestidos de inocência.
Havia sonhos...
Entoados por lindas canções,
bancos nas calçadas;
amigos conversando nos portões.
Ao cair da noite, de longe se ouvia
as danças de rodas, gargalhadas
das crianças que eram convidadas
a entrar na roda de dança, e uma
a uma se revezavam numa alegria
que contagiava a festança.
Havia tempo...

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Marta Peres

O Circo

O Circo

Minha criança vibra
com a chegada do circo.
Hoje tem marmelada? Dribla
malabaristas, e o velho disco

colocado, toca música peculiar,
todos saem correndo às ruas,
se juntam fora de casa a espiar
trapezistas, contorcionistas

emprestando um pouco das suas
habilidades, no pensamento infante,
abrem-se portas de par em par, janelas
onde curiosos alegres cochicham, semblante

tristonho, tomando à frente está o palhaço
que diz: Respeitável público! O coração
acelera, bate descompassado, sem embaraço
ele continua convidando, lembranças na mão

saem desfiando recordações, pousam levemente
onde dorme a infância, a fala continua distante,
sonhos doces, ternos. Batem saudades, suavemente
pousa cabeça no travesseiro, sonha, sonho vibrante!

Marta Peres

Foto de Marta Peres

E o tempo corre veloz

E o tempo corre veloz

E o tempo corre veloz!
Vivo dentro de um compasso
descompassado, tento
atingir o alvo proposto,
angustio, chego a desespero,
busco paz dentro de uma
solidão, convivo com o pensamento,
ouço o grito do poder,
vejo a fome nas ruas,
a dor nos corações sofridos,
mágua marcada pela escravidão!
Tribos comandam, tribos obedecem,
terror ronda lares, salas de aulas,
praças que só viam a banda tocar,
multidões se aglomeram,
pedem pão, ganham circo,
e a vida vai descontrolada,
gira feito pião desgovernado,
o povo acata, desesperado
por dias melhores!

Marta Peres

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