Ruas

Foto de SasukeUchiha

Cidade sem gente

Naquela cidade não havia ninguém;
Não havia absulotamente ninguém;
Havia muitas casas;
E se via luzes nas janelas;
Mas nas ruas não havia ninguém;
Olhei atraves de uma janela e vi que dentro;
Havia uma pessoa;
Mas estava com um deles;
Olhei noutra casa;
Também estavam com eles;
Gostam de estar juntos;
Mais do que com outras pessoas;
Por isso a gente já não sai mais para a rua;
Nesta cidade não há ninguém;
Por isso vou de viagem;
Vou procurar outras cidades;
Gostava muito de poder;
Encontrar alguém;
Mas se algumas vez;
Me encontra-se com uma pessoa;
Que me quisse-se;
Que chegasse a querer-me de verdade;
Então essa pessoa e eu;
Por dificil que nos resoltasse;
Tinhamos de separarnos;
Mesmo assim quero encontrar tal pessoa que me queira;
E com este pensamento;
Hoje uma vez mais;
Me encaminho a outra cidade sem gente.

Foto de Sonia Delsin

CAVALGAS

CAVALGAS

Na madrugada te chega um sedoso cabelo.
E agarras.
Cavalgas a pêlo.
Cavalgas.
Ruas, luas, duas...
Duas mãos agarradas.
Estradas.
Picadas.
Na madrugada a trote largo.
Cavalgas.
O mundo é vago.
E o sedoso cabelo te preenche as lacunas.
Te direciona para as dunas.
E vais... vais.
E queres mais.
Mais.
Enfim descansas...
Em paz.

Foto de Cabral Compositor

O Tempo est[a dentro do Tempo que a gente nao Ve

O radio toca uma musica, num domingo de Janeiro de 2007. Uma musica de 1968, transporta uma linguagem de anos atrás. E antes de estar aqui, estive também em 1968. E esperava num dia de Janeiro, uma resposta para sair e encontrar com amigos comuns. Ouvia radio nesse dia, e no radio, tocava uma musica dos anos sessenta. Percebi, que tanto hoje e antes, não mudou muita coisa. Algumas vezes me deparei em circunstancias semelhantes, verificando algumas fotos de família e onde foram documentados outros tempos, lugares, paisagens.
Após varrer o quintal da casa, veio uma idéia, que me deram através dessa forma, digo num desses sentidos que temos de pensar e imaginar. Achei uma chave imaginativa, de tamanho médio, clara, prata, com voltas e contornos de modelo de chaves antigas. Uma chave que abriu uma porta,sustentado por colunas de mármore claro e limpo.
Uma chave imaginaria, uma porta imaginaria. Ai, uma imagem infinita, sem estrada definindo o caminho ou a dire;ao do pensamento.
Acho, que o inicio de tudo, a primeira pedra, o primeiro verde, o primeiro orvalho. Uma letra A mesmo sabendo que existia, tinha a convic;ao, que era a primeira letra A.
Um Sol primeiro, um Vale, uma nascente. Tudo bem limpo, bem calmo,bem inicio,um primeiro.
Fui seguindo, dentro de um plano pensante, sozinho, um só, andando a esmo. Nada de vida, nada de seres, somente a natureza viva de um plano. A minha natureza, organizada, como foi criada, como foi percebida após a imagem ao descobrir, do encontrar a chave de prata.
A chave de partida, da igni;ao, da primeira partida, do tranco, do primeiro passo de pensar e criar.
Ai, se colocar dentro de um plano sintonizado, sem mudan;as de caráter ou atitudes. Coisas, como, dar e receber, acreditar nas questões simples.
Outra musica, outro domingo, umas falas, uma outra passagem de tempo. Sem estradas, sem caminhos determinados, sem cidades, ruas, prédios, lojas, hospitais, restaurantes, consultórios médicos, bares. Transpus uma fronteira, onde um aqui se distancia do agora, aquele mesmo, onde encontrar pode ser um achado determinante, consistente, seguro.
Achei o inicio, onde nada ainda poluiu, nada ainda esta sem nome, o embrião, a semente nova, de cor verde claro, e pele macia ,a origem do pensar.

As matérias, tudo do primitivo ainda iniciando. Arvores, para as madeiras, minério, para o ferro e o a;º As pedreiras, para os mármores e granitos, o cimento para os blocos, tijolos. A areia, para as ligas das massas, do reboco. O barro, para as telhas, também o amianto. São as primeiras letras para transforma;ao global, a transforma;ao do universo, da natureza. Então vem se transformando outras matérias em vidro, plástico, cobre, zinco, pólvora, ácidos,produtos químicos, produtos de limpeza, de higiene, eletrônicos.
Outra musica, outro domingo, outro momento.

Foto de killas

AMAR AQUI E NO ALÉM

Sento-me sozinho a pensar,
Quando te tornarei a ver,
Quando te posso de novo tocar,
E nos teus olhos me perder.

Espero e anseio por tal momento,
Em que possa de novo te abraçar,
Mostrar este muito sentimento,
Que o meu coração tem para te dar.

Nas ruas estou-te sempre a ver,
As miragens de em ti pensar,
De noite tornas-me a aparecer,
Quando fecho os olhos para sonhar.

Quero apenas ver-te outra vez,
E ver-te de novo a sorrir,
Quero quebrar essa escassez,
Ao pé de mim te quero sentir.

Nas minhas noites serenas,
Eu nunca paro de respirar,
Respiro as minhas mais pequenas,
Esperanças de na rua te encontrar.

As esperanças de eu te encontrar,
São o que me fazem viver,
E todos os dias continuar a lutar,
Para sempre esta vida vencer.

Choro as lágrimas sozinho,
Nesta imensa e triste escuridão,
Não há na vida pior caminho,
Que o caminho da eterna negação.

O destino das eternas punhaladas,
Que se vão enterrar no coração,
São pior que muitas “estaladas”,
Que sempre nos atiram ao chão.

As muitas feridas abertas,
E que nunca mais vão fechar,
São como estrelas que caem,
Para mais alguém as encontrar.

São rosas de eternos espinhos,
Que estão sempre a querer picar,
São os inúmeros caminhos,
Que ainda me faltam palmilhar.

Mas antes que possa morrer,
E acabar com este sofrimento,
Quero mais uma vez te ver,
Para me lembrar além firmamento.

Agora que eu já morri,
E do céu te estou a observar,
Agora que eu já tudo sofri,
Ouço o teu triste suspirar.

Não sei que se passava afinal,
Confesso que eu nunca percebi,
O teu grande e imenso sinal,
E assim para sempre te perdi.

Vejo-te daqui sempre bela,
E nunca deixo de te amar,
És a minha eterna cinderela,
Contigo eu sempre vou ficar.

Estarei sempre ao teu lado,
Mesmo que tu não vás sentir,
Eu nasci e morri o mais amado,
Só por o teu coração abrir.

Quero ser o teu anjo da guarda,
Para sempre te hei-de proteger,
Deves-te sempre sentir amada,
E o amor nunca deves esquecer.

Quero ser o vento nos teus cabelos,
Para de novo o teu corpo tocar,
Quero mexe-lo entre os meus dedos,
E o teu intenso cheiro quero cheirar.

Não consigo deixar de chorar,
Pois só assim te posso ver,
Mas nunca te irei deixar,
Por mais que me faça sofrer.

Tu fostes e és a minha vida,
Aquilo porque continuo a mexer,
És a minha recordação querida,
Contigo estou sempre a aprender.

Aprender novas formas de amar,
Novos trilhos para te encontrar,
Novas esperanças de por ti lutar,
No dia que eu vou aguardar.

Estou pronto para a grande espera,
Porque quero que consigas viver,
Eu esperarei pelo fim desta era,
Para de novo nos meus braços te ter.

Por muito longa que possa ser,
Estarei aqui a aguardar,
Até porque não te posso perder,
Pois continuo a te amar.

Quando olhares as estrelas,
E de mim te quiseres lembrar,
Pensa no brilho delas,
E no céu me vais encontrar.

Foto de Wilson Madrid

LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA

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. ACRÓSTICO
.
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LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA ( Acróstico )

L ugares, pessoas, amizades, objetos, aventuras e os aprendizados inesquecíveis...
E scola primária, primeiro uniforme, lancheira e o primeiro livro: Caminho Suave...
M inha primeira professora, tão paciente, me ensinando a difícil letra A de abelha...
B rincadeiras de jogos de botão, bolinhas de gude, figurinhas, de pipas e de pião...
R uas de terra, carroças, bondes, chácaras, rãs e pescarias de peixinhos coloridos...
A tv na casa do vizinho, toda quarta feira, assistindo o cabo Rusty e o rim tim tim...
N a matinê do cinema no domingo, acompanhando o seriado que me emocionava...
Ç asas com muros e portões baixos, sem preocupação de manter portas fechadas...
A primeira namorada e a emoção, lá no alto da roda gigante, de pegar na sua mão...
S altos por sobre os muros e telhados, nas noites frias juninas, para pegar o balão...

D escidas audaciosas, emocionantes, nas ruas alfaltadas, em carrinhos de rolimãs...
A lgodão doce, quebra-queixo, raspadinhas, pipocas coloridas, do amor, as maçãs...

I ncríveis malabaristas, trapezistas e apaixonantes palhaços de circos mambembes...
N os finais das tardes os vizinhos sentados nas cadeiras, conversando nas calçadas...
F amílias, diferentes origens mas sempre irmãs: portuguesas, italianas, espanholas...
 s peladas de futebol nos quintais, nas ruas, nos campos e nos pátios dos colégios...
N a paróquia, catecismos, coroinhas, missas, o badalar do sino pendurado na corda...
C avalos soltos pelos pastos, emprestados para ser um Zorro ou algum índio apache...
I ndependência sempre em mente: o monumento e o museu, do Ipiranga onde nasci...
A vida passou depressa; muita coisa depois eu vivi, mas disso, eu nunca me esqueci...

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http://www.mbmusical.com/musicas_100/velha_guarda/agnaldo_timoteo_os_verdes_campos_da_minha_terra.mid
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Foto de Daemon Moanir

Rua

A rua é fria demais, desgostosa com o tempo,
Solitária como sempre, suja.
Não há ruas no meu pensamento,
Em tempos houvera um enorme passeio
Entre mim e o mundo,
Mas agora o topo está a chegar mais perto,
E eu na beira da estrada já o consigo vislumbrar,
Sentir as pulsações a vibrar.
Alguém me encontrou,
Fez-me olhar para cima e continuar a puxar… Fez-me
Deixar metade do que era e tentar mudar o resto,
Que enquanto à esperança o novo sou eu mesmo
Mudado e melhor.
Prendi-me nesta nova realidade
Quero-me encontrar sempre nela,
A sonhar ou por dormir,
Estar dentro dela,
Porque sei que se estarei nela
Estarei contigo e é assim que desejo estar
Até que o tempo pare de contar.

Foto de killas

A MINHA TERRA

As ruas da minha terra,
São pequenas e quadradas,
Podem até ter mil formas,
Que as mil serão amadas.

Essa é a minha terra,
Aquela que me viu nascer,
E que espero me guarde,
Um dia quando morrer.

Ela é bonita e bela,
É a melhor terra,
De todo o Portugal,

Não me levem os outros a mal,
Mas toda a beleza encerra,
Num pedaço de terra tão natural.

Foto de Sonia Delsin

EMBAIXO DO CÉU

EMBAIXO DO CÉU

Tantos ao léu...
Embaixo do céu.
Tantos a sorrir sem motivo algum pra rir.
Minha mendiga que me sorri sem os dentes da frente.
Há algo nela que me toca.
Ela é diferente.
O que a levou a viver nas ruas?
Deve ter apreciado tantas luas...
Não pode ignorá-las porque algo me diz que ela é sensível e romântica.
Quando passo me faz um aceno.
Pequeno.
Embaixo do céu tantos mistérios.
Tantos rostos sorridentes, tantos rostos sérios...

Foto de Wilson Madrid

O RESGATE DA PAZ

*
*
*
*

Até quando contemplaremos nossa paz ser seqüestrada?
milhares de jovens encontrando nas drogas a escravidão,
pobres meninas seduzidas e aprisionadas na prostituição,
autoridades hipócritas mentindo e vivendo da corrupção
e a guerra urbana manchando de sangue o nosso chão?

Até quando assistiremos nossa fraternidade ser dizimada?
filhos assassinando os pais, irmãos assaltando os irmãos,
amigos traindo os amigos em troca de dinheiro ou promoção,
humanos descartados como lixo pelas ruas e praças da cidade,
crianças cheirando cola na fuga desesperada da cruel realidade ?

Até quando suportaremos ter nossa dignidade desrespeitada?
favelas; saúde, educação, transporte e segurança públicas falidas,
desemprego crescente e empregos contaminados pelo assédio moral,
distribuição de renda injusta e imoral privilegiando minorias favorecidas
às custas dos miseráveis rendimentos da maioria condenada à vida vegetal?

Até quando conviveremos e pagaremos o preço dos frutos de tanta injustiça?
shoppings centers luxuosos cultuando o consumo de alguns privilegiados,
violência imperando nas periferias miseráveis com tantos abandonados,
miséria traumatizando lares; jogatinas e prostíbulos em constante expansão,
pessoas honestas e decentes incluídas na lista dos animais em extinção?

Até quando inverteremos os valores do ter e do ser?
Até quando buscaremos pelos nossos reféns:
a nossa liberdade de ir e vir,
a nossa igualdade de condições
e a nossa fraternidade para repartir os pães?

Até quando celebraremos o culto do novo bezerro de ouro, o “deus mercado”?
natais de papais noeis e amigos secretos, páscoas de coelhos e ovos de chocolate,
pessoas objetos transformadas em produtos para as capas das revistas eróticas,
mídia programando as mentes dos fanáticos fiéis e consumidores idólatras,
“teologia do prazer imediato” convertendo os crentes do apocalipse do disparate?

Até quando aguardaremos omissos pelo surgimento de melhores dias?
adiando o início do mutirão da indispensável mas crucificada justiça social:
onde todos deveremos contribuir evitando o egoísmo e a prática da injustiça pessoal,
adotando a solução contida na sabedoria divina anunciada pelo profeta Isaias:
“que o fruto da justiça será a paz e a obra da justiça será a tranqüilidade”?

Para finalmente resgatarmos a maior herança que a Luz do Mundo nos doou e deixou...
há mais de dois milênios atrás...
a paz?

Foto de Wilson Madrid

GENTE SIMPLES DO BRASIL

*
*
*
*
Eu dispenso o teu tão escravizante ouro de tolo,
eu prefiro a utilidade do broto doce do rebolo...
Eu dispenso a tua linda bmw preta e blindada,
eu prefiro a minha charrete azul e ensolarada...

Eu dispenso todo o teu vil tesouro ouro e prata,
eu prefiro a orquídea que eu pego ali na mata...
Eu dispenso o teu discurso tolo que me cansa,
eu prefiro a verdade da ternura de uma criança...

Eu dispenso todas as tuas ricas jóias puras,
eu prefiro as flamboyants caídas pelas ruas...
Eu dispenso as tuas flores mortas e artificiais,
eu prefiro as maravilhas vivas dos meus quintais...

Eu dispenso o luxo dos teus condomínios fechados,
Eu prefiro a periferia dos meus manos abandonados...
Eu dispenso a tua neurótica academia de ginástica,
Eu prefiro o palhaço engraçado na cama elástica...

Eu dispenso a tua enorme piscina até aquecida,
eu prefiro a energia das águas puras do mar...
Eu dispenso o teu banquete fino com caviar,
eu prefiro só uma doce manga rosa do pomar...

Eu dispenso o teu chique e frio ar condicionado,
eu prefiro o vento natural do meu telhado furado...
Eu dispenso a tua voz desgovernada e prepotente,
eu prefiro só ouvir ao menos um bem-te-vi contente...

Eu dispenso o teu cartão de crédito escravizante,
Eu prefiro que a minha palavra seja cintilante...
Eu dispenso o teu corpo de plástico e silicone,
Eu prefiro a mulher que pensa e não é clone...

Eu dispenso o teu fútil cruzeiro internacional,
eu prefiro a caminhada na mata verde nacional...
Eu dispenso o teu tão importante círculo social,
eu prefiro a companhia voadora de um pardal...

Eu dispenso a tua novela das oito da televisão,
Eu prefiro o espetáculo divino de um beija-flor...
Eu dispenso toda a tua definição de vencedor...
Eu prefiro quem faz história usando a sua mão...

Eu dispenso a tua fútil vã filosofia hedonista,
eu prefiro a polidez de uma só exclusivista...
Eu dispenso a tua vida fútil de “patricinha”,
eu prefiro ser uma águia e só voar na minha...

Eu dispenso a tua alegria eufórica e barulhenta,
Eu prefiro o silêncio das borboletas do manacá...
Eu dispenso a tua libido desgovernada e sedenta,
Eu prefiro o prazer de rimar a poesia com a faca...

Eu dispenso a tua igreja estelionatária e capitalista,
Eu prefiro o sermão da montanha puro e verdadeiro...
Eu dispenso o teu cheque especial agiota e vigarista...
Eu prefiro voar a pé observando as flores do canteiro...

Eu dispenso a tua imprensa sensacionalista e egoísta,
Eu prefiro citar as que morrem de fome e ninguém diz...
Eu dispenso a tua omissão no avanço da prostituição,
Eu prefiro me indignar ao ver uma menina meretriz...

Eu dispenso a tua vida materialista, medíocre e infeliz,
Eu prefiro a alegria do girassol sábio e energizado...
Eu dispenso esse teu diploma que foi comprado,
Eu prefiro o aprendizado da formiga que é feliz...

Eu dispenso o teu vício na sociedade de consumo,
Eu prefiro a satisfação da observação do vagalume...
Eu dispenso o teu deus mercado e o teu cego rumo,
Eu prefiro louvar a divina natureza e o seu lume...

Eu dispenso a tua tão disfarçada e simulada lucidez,
Eu prefiro a minha aparente e descarada maluquez...
Eu dispenso a tua ilusão de um prepotente burguês,
Eu prefiro a minha consciência de eterno aprendiz...

Eu dispenso o teu orgulho de submisso globalizado,
eu prefiro a humildade de quem luta e soa no arado...
Eu dispenso o teu discurso de intelectual tão pueril,
eu prefiro a sabedoria da gente simples do Brasil...

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