Morte

Foto de Danielle Piotto

Saudade de mim

Sentimento ingrato que toma conta do ser, o tornado fraco, inquieto e inconseqüente.
Sentimento louco que nos faz querer sem limites ou prudência, ignorando suas facetas mutantes e temporais.
Soubesse eu, que seria prisioneira de tão desejado sentimento...
Em meu corpo não há mais vida, apenas o maldito amor, que me faz romper o atrofio muscular da morte, com nódoa no sorriso, para que ninguém saiba que morri.
Pois o espectro de minha alma não reflete mais no espelho.
Agora sou um clone de quem me amou.
Gostos e hábitos que não são meus se confundem com a lembrança de quem fui.
O tempo é inexorável.
E assim a saudade de mim mesma, me arranca sangue dos olhos todas as noites antes de dormir.

Foto de angela lugo

Já não existe tempo

O tempo se esvai já não existe tempo
No passado parecia mais demorado
Até mesmo quando havia contratempo
Hoje tudo está completamente mudado

O tempo já não conta mais nada
Até o relógio do tempo está parado
Será que este mundo está enganado
Fazendo-me sentir condenada

Sem amores para partilhar minha vida
Sem amigos para apoiar-me arduamente
Sem ninguém a se importar com a morte

Com esta dor que está amortecida
Você dizia ser meu amor meu amante
E agora me largou a deriva da sorte

Foto de Carmen Lúcia

Segundo Concurso Literário-2007 Tema:Esperar...Até quando?"Viaduto"(In memorian)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo... escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feitos suicidas,os "kamikases"a detonar o desamor...
Sombras que assombram, que retratam o prolixo,
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos,
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

Foto de Remisson Aniceto

Ave

Ontem, vi um pássaro no estertor da morte.
As asas não içavam o frágil corpo.
Das pernas _ finos gravetos _ esvaía a firmeza.
Peguei-o e não o senti: já não havia
movimentos, apenas tentativas internas.
E eu, que sempre, tantas vezes,
desejei alçar vôo como as aves
e desfrutar da liberdade da altura,
senti-me inútil...
Aquele pequenino ser, naquele momento
quisera sê-lo para transpor
as barreiras da liberdade.

Foto de Ednaschneider

Piedade ou Liberdade

Eu tenho medo que um dia
A morte chegue. Mas é algo inevitável.
Mas meu maior medo é a covardia
Ou viver como uma erva daninha,
um vegetal.
Tenho na vida muitos planos,
Assim como todo ser humano.
E luto pelo meu ideal.
O que é viver de verdade?
Viver com medo?
Não, isso eu não aceito...
Melhor seria a morte.
Por isso escolho minha sorte:
Não sou fraca e nem forte.
Quero apenas liberdade.
Poder expor meus sentimentos
E viver com dignidade
Sem culpa ou lamento.
A morte não é apenas deixar de respirar
Ela pode vir antes, quando estamos ainda vivos,
Quando somos tolhidos
Esmagados e comprimidos
Pela sociedade dos oprimidos.
Não aceito piedade,
Nem quero viver só por viver
Não aceito compaixão.
E não tenho medo de morrer:
O que quero é liberdade de expressão.
Pois tendo esta liberdade, eterna posso ser.

Junho de 2007 Joana Darc Brasil*
*Direitos reservados à mesma

Foto de Remisson Aniceto

Coração

Vi o Coração quando jovem, quando puro,
Rindo e sonhando dia e noite, noite e dia,
Como se a Vida, a Morte, o claro e o escuro
se resumissem em prazer e alegria.

Hoje, velho e partido pela Vida amargurada,
Sem glórias, sem ânsias, sem desejos,
Vesano órgão, cambaleia pela estrada,
Sem sonhos e algente de sobejo.

Melhor fora Coração não ter havido:
Sem este ingrato o peito seria
De sentimentos e tramóias desprovido.

Antes, vi aurora de intensa euforia.
Agora, tendo a Vida esmorecido,
Só vejo a Morte, lúgubre, sombria...

Foto de Remisson Aniceto

Poema do só

Viver não me importa:
minha Rosa está morta!

Secou no jardim
com falta de mim.

A vida em comum
fez nós dois sermos um.

Ela partiu ontem à tarde:
fiquei só a metade.

Aspiro o tormento
que vem com o vento.

Perdi minha calma:
fugiu com sua alma.

A morte é a esperança,
não quero a lembrança.

Voltar não resolve,
sua vida não volve.

Ficar não consola,
a dor me assola.

Seguir é inútil
na estrada tão fútil.

Quero que anoiteça
e não mais amanheça.

Viver não me importa:
minha Rosa está morta!

Foto de Soninha Porto

Oração ao vento

Assovia minuano....

ó deus das fortes correntes
dos barulhentos vendavais
das refrescantes brisas
do frescor das aragens

leva longe minhas dores
torvelinho de desenganos
ventila os sofrimentos
areja meu triste cotidiano.

sopra forte minuano
rodopia o ar frio
congela como morte
meu eu, todo este vazio

varra meus doídos pensamentos
mistura-os às folhas que caem
arrasta tal rajadas de lamentos
as tristezas que se esvaem...

ó deus do vento insano
seca minhas lágrimas
arrepia minh'alma, minuano
esparrame-se em rimas

vento do sul a espreguiçar
Em tão gélidos movimentos
clarifica o céu cinzento
risca o azul deixando-o cintilar

Assovia minuano...

Soninha Ferraresi Porto®

Foto de Jósley D Mattos

Fluídos humanos (DNA)

Homo cyber nada sapiens...
ejaculação precoce em estéril tubo de ensaio,
útero atômico...
Guerra fria...
Morte & CIA,
Guerra Santa sintomática,
automática,
Carismática,
Olho Clínico,
Vejo o cínico...
Deserto ártico,
Saara aquático,
Nada sério...
Desevolução!!!!!!!!
Proclamam.
Clone, colera, nausea...
livre-arbítrio,eutanásia, apagão aereo,
Ícaro paraplégico...
Vicio analgésico..............
Cem mistérios.
Decretam.
Bicho homem, em fome se consomem,
Sem ideário, ideologia, neoplagia
A peste já não é negra etnía
Circulo-palhaço não tem graça
ariano estardalhaço...estúpido
estopim...a desgraça...
sem censura,não depura,não escolhe...vícios,nem crênças a doênça... HIV, EBOLA
não é futebol
Na carne na alma preconceito nas entranhas...
QUEM SE ENGANA???
QUEM SE ESGANA???
RAÇA HUMANA.

Foto de Sirlei Passolongo

Nefasto

Olhos

Dilatados

Encharcados da lágrima

Que teima em rolar

Rosto

Atordoado

Amargurado pela dor

Que teima em queimar

Peito

Dilacerado

Angustiado pelo amor

Que teima em sufocar

Corpo

Desgraçado

Enfado da espera ...

Da morte...

Que teima em demorar.

(Sirlei L. Passolongo)

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