Morte

Foto de Homem Martinho

A vida

Vida

A vida
Prega-nos tanta partida
E mesmo assim é linda,
Tão linda
Que merece ser vivida,
Por vezes difícil de compreender,
Outras ela própria incompreendida,
Mas assim digna de viver.
Quando a morte nos visita
Vemos como a vida é bonita,
E prometemos viver para viver,
Mas depressa voltamos a esquecer
E só quando nos sentimos morrer
É que voltamos a compreender
A beleza da vida.
Morremos pouco a pouco
Quando alguém nos deixa,
Parece-nos um mundo louco
Esboçamos um lamento, uma queixa
Mas não olhamos para nós,
Recusamos ouvir aquela voz
Que teima em dizer:
“Olha em redor e vê a vida,
Olha que em breve estarás de partida”.
E voltamos a prometer
Que iremos viver somente para viver,
Mas depressa nos esquecemos
E assim nos vamos até que morremos.
Morremos sem viver a vida
E esta era tão linda de ser vivida.
Mas preocupam-nos com pormenores,
Ignorámos o que parecia simples dores
Mas que eram afinal os despertadores
A chamar-nos para “A VIDA”.

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o ano termine...

Conto Literário

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.
O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.
A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.
O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.
Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.
Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Edilson Alves

VOCÊ NÃO ESTAR SOZINHO

Há momentos em que nós precissams mais de pessoas que se calem, do que de pessoas que nos sensurem. O que nos dá força para vencer os obstaculos, é saber que Deus está conosco e que, em momento algum, Ele nos deixa sozinho.

Mesmo que aconteçamm situações que pareçam nos escandalizar diante de Deus e dos homens. Ele está sempre ali, podemos confiar no Senhor, é nesse momento de provas, que esperamos em cilêncio.

Acreditar, ter a certeza que a nossa confiança em Deus não é em vão, quando se tem fé em Deus e acredita no seu amor e na sua MISSERICÓDIA, veremos que o impossível acontece, então podemos presenciar e alegrarmo-no com a providência DIVINA.

O Salmista Davi, em certo momento de sua vida disse: " No dia em eu temer, hei de confiar em ti. Em Deus louvarei a sua palavra; em Deus puz minha confiança e não temmerei; que me pode fazer a carne. Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal. Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como aguardando a minha morte" (Salmos 56:3-6).

Diante de situação tão dificio, o Salmista Davi, manifesta medo e fé, porém, a fé predomina. A fé tem sempre de prevalecer quando se estar diante do poder e do amor de Deus e em oposição ao poder e o ódio do Diabo (nosso persseguidor).

Quando os inimigos são numerosos, orgulhosos, crués e atrevido. Devemos está firmados em Deus e em sua palavra.

PESSE NISSO

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

EMPREGADA DOMÉSTICA.

EMPREGADA DOMÉSTICA

No canto da sala...
Na mesa vazia...
Hoje ninguém mais fala ...
Da velha Maria!!!

Mulher altaneira...
De predicados constantes...
É a mulher brasileira...
Figura exuberante!!!

Da prole ao companheiro...
Ampara com zelo e amor...
Cuida do Brasil inteiro...
Sem se importar até com a dor!!!

Na sua já avançada idade...
O reconhecimento tarda a chegar...
Mas é só por caridade...
Que ela para de trabalhar!!!

Agora já no leito de morte...
Que o final esta perto de chegar...
Quem sabe até por sorte...
Seus patrões a vem visitar!!!

Foto de Homem Martinho

Doloroso Agosto

Doloroso Agosto

Normalmente, Agosto
Rima com descanso e calor,
Este rimou com desgosto,
Angustia, ansiedade, frio e dor,
Por ver partir um irmão
E quem nos deu o ser também,
Foi sentir um aperto no coração
Ao dizer “Adeus minha mãe”.
A morte é parte da vida
Todos temos essa noção
Mas quando perdemos um irmão
É como abrir-se uma ferida.
E se poucos dias depois
Parte nossa mãe querida,
Então já é demais, são logo dois
Que iniciam a partida.
Podemos lágrimas chorar,
Sentir a raiva a subir,
Mas a saudade irá perdurar
Até que sejamos nós a partir.
Apoiamo-nos no amor
Dos ente queridos que ficaram
Sofremos em silencio a dor
Por aqueles que nos deixaram.
Dizem-nos que continua a vida,
Sabemos que isso é verdade,
Mas ainda choramos a partida
E já sentimos saudade.

Homenagem a meu irmão Manuel e a minha mãe Maria, falecidos em Agosto de 2007, 23 e 30 respectivamente.

Francisco Ferreira D’Homem Martinho
2007/09/05.

Foto de Homem Martinho

Doloroso Agosto

Doloroso Agosto

Normalmente, Agosto
Rima com descanso e calor,
Este rimou com desgosto,
Angustia, ansiedade, frio e dor,
Por ver partir um irmão
E quem nos deu o ser também,
Foi sentir um aperto no coração
Ao dizer “Adeus minha mãe”.
A morte é parte da vida
Todos temos essa noção
Mas quando perdemos um irmão
É como abrir-se uma ferida.
E se poucos dias depois
Parte nossa mãe querida,
Então já é demais, são logo dois
Que iniciam a partida.
Podemos lágrimas chorar,
Sentir a raiva a subir,
Mas a saudade irá perdurar
Até que sejamos nós a partir.
Apoiamo-nos no amor
Dos ente queridos que ficaram
Sofremos em silencio a dor
Por aqueles que nos deixaram.
Dizem-nos que continua a vida,
Sabemos que isso é verdade,
Mas ainda choramos a partida
E já sentimos saudade.

Homenagem a meu irmão Manuel e a minha mãe Maria, falecidos em Agosto de 2007, 23 e 30 respectivamente.

Francisco Ferreira D’Homem Martinho
2007/09/05.

Foto de HELDER-DUARTE

Vive

VIVE
Vive! Vive! Jovem!...
Mas vive de tal ordem,
Que tenhas a morte, em ti morta.
E a vida, bem viva em tua casa e porta...

E em passando p´los trigais,
Aprende, o canto da cotovia,
E aos ceifeiros, o envia.
Para que sintam alegria e não dêem mais ais...

Caminha por verdes, pomares.
Mas não comas, fruta...
Nos grandes laranjais...

Olha os melros que cantam,
Sua canção. Aprende e escuta...
E ensina, o cântico aos homens, para que viver aprendam!

Helder Duarte

Foto de neiaxitah

A doce morte.

Ter desilusão
É ter tristeza no coração
É abandonar
É desprezar

É roer osso e deixar a carne
E no fim consolar-se
É olhar e não ver
É tocar e não sentir

Ser uma desilusão
É ter solidão
É ser desprezado
É ser gozado

É ser murmurado por outras bocas
Com expressões más e ocas
É estar praticamente sozinho
E não ter carinho

Um dia, tentar mudar para melhor
E se não se conseguir, consegue-se morte sem dor

A.C. *

Foto de Ednaschneider

Guerreira

O fogo arde em meu peito
Arde em meu corpo e me esquenta
Esta labareda foi minha condenação
Pois não me aceitaram “desse jeito”
Minha dor foi agonia nas chamas violentas
Meu sofrimento, minha libertação!

Foram tantos os ultrajes que eu sofri
Que achei que não ia suportar
Mas estou aqui
Para falar.

O dom da palavra eu nunca perdi
Tentaram sufocar-me, tentativas em vão;
Pois estou agora mais forte, quero agir.
Não sentirei medo de qualquer combustão.

Pois arde em meu peito um calor mais forte
Arde pela intensidade e não pelo sofrimento
Calor este que não se apaga nem com a morte
Pois é o fogo de almas e de sentimentos.

Podem condenar-me. Levem-me à fogueira...
Podem até decapitar-me, tanto faz!
Cometam esta injustiça com esta guerreira
Que vos escreve e está em paz.

Defendo o mais nobre sentimento;
O amor e a liberdade de expressão...
Luto contra o preconceito
Luto contra o tormento
Contra àqueles que colocam o amor em uma prisão
E ainda acham que por Deus estão sendo aceitos.

O fogo arde em meu peito
Não tenho medo da execução e não sou covarde.
Sou guerreira, sou amor, sou afeto!
Sou coragem, sou Joana Darc, sou Liberdade!

Joana Darc Brasil *
*Direitos Reservados

Foto de Marta Peres

Cristal

Suave brisa paira no ar
E vejo a ti adormecida dentro de alvo jazigo,
Cristal te transformaste e dormes qual Bela Adormecida
Dos contos de fadas, um dia despertarás...

Um príncipe encantado chegará perto de ti
E te beijará os olhos e a boca e tu irás suspirar
Qual noiva ante o beijo de sonhos...
Todo encantamento dissipará no ar e tu formosa,
Sorrindo, bela, acordarás para o amor...

E driblarás a morte que já tinha nos braços
O teu coração, teu corpo, tua alma...despertará
Como se desperta do sonho,
Em teu primeiro beijo nupcial!

Marta Peres

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