"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
Luther King
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A palavra que cala adoece
apodrece e fermenta
depois é vomitada voraz
putrefata e ferina,
Antes, a palavra que corta
mas grita, sem piedade,
invade e determina o tom,
antes as verdades inteiras
não os ensaios
porque a vida não é meia verdade
A palavra ausente,
resguardada
carcomida em temores,
subterfúgios
é despejada voraz
sem alma
retalha intenções
e povoa dores.
Antes, o verbo aberto
que conjugue verdades
mesmo não sonoro,
auditivo
mas real,
derramado da boca
inodoro
Não gosto das palavras que calam
nem do homem
que delas se ressente
e camufla-se
atrás de conceitos
"escudando" defeitos e traumas
de alma carente de vida
e silente de morte!
Sou pela palavra dita,
solta
atirada aos céus e infernos
gritando verões e invernos
aquecendo a vida fria.
Sou pela palavra flechando almas
mirando emoções
rasgando o peito
atiçando amor,
Sou poeta das palavras-alma
que fazem versos
dão risada e amam apenas,
sem teoremas
rasgam-me o peito
e moldam-se em poemas!
(Carol)
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