Viver não me importa:
minha Rosa está morta!
Secou no jardim
com falta de mim.
A vida em comum
fez nós dois sermos um.
Ela partiu ontem à tarde:
fiquei só a metade.
Aspiro o tormento
que vem com o vento.
Perdi minha calma:
fugiu com sua alma.
A morte é a esperança,
não quero a lembrança.
Voltar não resolve,
sua vida não volve.
Ficar não consola,
a dor me assola.
Seguir é inútil
na estrada tão fútil.
Quero que anoiteça
e não mais amanheça.
Viver não me importa:
minha Rosa está morta!