No meu poema
escrito em sangue,
escrevo com o corpo
da alma, nua
aberta e exangue
vaga no sentido
carregada de sentimento
pleno e pungente
No meu poema
choro a felicidade
de te ter respirado
de termos dançado nus
despidos de mágoa
vestidos de saudade
na dança dos sentidos
soltos, efémeros
No meu poema
esvaio-me exausto
derramado em jorros
de luz e sombra
delineando o teu contorno
venerando a tua imagem
gravada a lume
na carne viva
da minha memória
No meu poema
me entrego rendido
nos teus braços