Asas

Foto de Enise

Revoada -

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Pássaros em fuga
Voam para liberdade
Migram para outras alvoradas
Ciscam as estrelas da madrugada
Piscam para a lua isolada
Repousam suas asas
Sobre nuvens enfeitadas...

Exaustos pelos novos desafios
Calados dentro dos seus pios
Regressam por novos caminhos
Aos velhos ninhos em revoada...

Enise

Foto de Sonia Delsin

TRANSFORMAÇÃO

TRANSFORMAÇÃO

Castiguei meu corpo culpando-me pelas culpas alheias.
Sofri, amarguei. Até que descobri a feiticeira em mim.
Ela encontrou solução para os problemas.
Decifrou enigmas.
Os labirintos... ela os fez parecerem brincadeiras de criança.
Ela libertou-me dos pesadelos.
Exorcizou fantasmas e demônios.
Com magia transformou toda tristeza em alegria.
Fez da minha vida só poesia.
Foi um remédio amargo que precisei tomar.
Sobre brasas tive que caminhar e sobre pregos me deitar.
A transformação foi lenta.
Fiquei presa a uma crisálida um tempo enorme.
Presenciei mudanças enquanto me transformava.
Calada ou me rebelando sujeitei-me ao aperto do casulo amigo.
Um dia descobri que criara asas e que elas me levariam a espaços sequer sonhados.
Pronto! Nascia uma borboleta!
A lagarta não mais se arrastaria.
Lindas asas me levariam ao encontro de meus sonhos.

Foto de Sonia Delsin

ESDRAS...

ESDRAS...

É um sonho. Um louco sonho.

A estrada é de pedras. Esdras caminha só.

Esdras é um lobo solitário. Sonha amores, sonha paixão. Sonha um encontro.

Esdras é um homem que deseja adormecer nos braços de uma mulher. Descansar todo seu cansaço, sem palavras inúteis.

No sonho ele caminha em busca de emoção, e mais que isso. Busca uma maneira de amortecer a solidão.

Ele está perdido em suas lembranças, em seus anseios. Em sua estrada de pedras.

As pedras lhe doem sob os pés e Esdras sabe que o caminho é longo e ele deve encontrar um caminho só de flores um pouco à frente.

Ele confia na sua forte intuição de que tudo vai mudar, que a história vai se reverter, porque seu coração de menino lhe diz que um novo sol a cada dia trará um novo tempo.

Um céu colorido de papel crepom entra no sonho. Nuvens coloridas lhe recordam algodão doce. Algodão de tantas cores.

O pôr-do-sol do sonho possui mais que as cores do arco-íris. Milhares de cores lhe estonteiam.

Uma mulher lhe abre uma janela, uma janela dentro de um outro tempo, de uma dimensão que Esdras não compreende bem; mas lhe faz sentir tanta emoção. Ele deixa que a forte atração o leve a caminhar por caminhos antes não percorridos.

Ela o faz sentir-se vivo. Dá-lhe asas para voar ao seu lado, porque é uma mulher alada. Umas destas mulheres de outro planeta, outro tempo. Uma mulher borboleta, que voa e revoa sobre a matéria que consegue entender e viver. Sem ignorar a matéria nua e crua, ela vive num mundo particular, só seu, e leva Esdras para caminhar um pouco ao seu lado.

Ela o convida para sonhar o sonho dos mortais e dos imortais e o lobo solitário a segue, a busca.

Ele a encontra e não sabe que ela surgiu do nada... de um sonho, de uma estrada que começa dentro de um tempo que não se compreende. Só se vive e se revive... sem entender.

Foto de Sonia Delsin

CADÊ O ANJO QUE ESTAVA AQUI?

CADÊ O ANJO QUE ESTAVA AQUI?

Ele estava sempre por perto.
Bastava uma precisão.
Nem precisava apertar botão.

O meu anjo tinha umas asas embutidas.
E um sorriso!
Quando ele sorria tudo virava paraíso.

Ele gostava de falar.
Quando começava costumava se empolgar.
E mil conselhos vivia a me dar.

Puxões de orelha então nem vou contar.

Eu sabia que disso precisava.
Diante dele eu me desnudava.
A orelha na sua frente até colocava.

Como eu o encontrei?
Eu vou contar.
Bom demais lembrar.

Naquele tempo andava fazendo perguntas pro meu eu.
E no meu caminho, do nada, ele apareceu.
Me dava o que eu mais buscava.
Tanto carinho ele me entregava.

Não sei se fantasiei.
Mas algo me diz que não.
Do passado eu o busquei.
As brumas do tempo atravessei.

Meu anjo me ouvia demais.
Em pouco tempo soube mais de mim que meus amigos mais especiais.
Vasculhei meu eu em busca de descobertas e lhe mostrei.
Nem sei ao certo como isso aconteceu.

Um dia... talvez ele tenha pensado
que eu já estava curada.
E se afastou de mim.
Estou equivocada em pensar assim?

Meu anjo foi indo devagarzinho.
Não acabou o carinho.
Mas ele se foi de mansinho.

Anjo, eu ainda preciso de suas advertências.
Sabe, todas as minhas crenças...
Há horas que se transformam em nada.

Meu belo anjo, um dia destes eu vi o seu sorriso.
Foi através de uma vidraça.
Num prédio, ao lado de uma praça...

Foi uma utopia.
Louca fantasia?
Só sei que meu coração ficou em cantoria.

Se puder, volte.
Eu estou aqui.
Sempre precisando.
Sempre lhe esperando.
Com você contando...

Soninha

Foto de Sonia Delsin

DESPEDIDA

DESPEDIDA

Meus olhos andam nas coisas.
Nas imutáveis.
Eles andam nas paredes
caiadas.
Nas calçadas.
Meus ouvidos ainda estão presos nas risadas.
Antigo tempo de gargalhadas.
Estou deixando um mundo que rejeito.
Se ele tem defeito?
Dizem que o defeito está em mim.
Que sou anjo torto.
Que nasci assim.
Digo adeus às linhas retas.
Aos is bem pingados.
A um mundo de pecados.
Busco o sol.
Se vão cair minhas asas neste vôo desprendido?
Se a cera corre o risco de derreter pelo caminho...
Preciso arriscar o vôo.
Mesmo que eu me machuque muito preciso tentar.
Senão só posso dizer da vida que foi um
eterno estagnar.
Que cortei as asas por medo de voar.
Vou arriscar.
Vislumbro um mundo que desejo alcançar.
Deixo aqui o medo antigo.
As amarras.
Deixo para trás as cascas dos répteis.
O casulo abandonado.
Na verdade eu sou uma borboleta e sonho amplidão.
Rejeito a lagarta e sua eterna solidão.

Soninha

Foto de Sonia Delsin

QUE BOM VOAR!

QUE BOM VOAR!

Vou alisar minhas asas
feito ave.
Vou me esponjar.
Mergulhar no ar.
Voar... voar...
Posso o paraíso alcançar.
Eu sempre posso
no meu imaginar
estar em qualquer lugar...
Que bom! Posso voar!

Soninha

Foto de DAVI CARTES ALVES

LUA D'ALMA

Meditar em você ,
é deslizar em asas de anjos
por seus olhos negros, sedutores
seu jeito, meigo-adocicado de ser,

quais afagos de lua nua, cálida
que me prendem me envolvem,
me acorrentam sem querer

Ficar longe de você,
é algo dificíl de aceitar, compreender
pois ao sequestrar meu pensamento
não se consegue nehum resgate,
para que deste perpétuo cativeiro
eu possoa fugir, me soltar,
me desprender

E no espelho dos meus olhos,
e das janelas abertas do coração,
você insiste em fazer morada,
qual lua nua, lua d'alma
persiste em maviosamente,
resurgir, renascer.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de DAVI CARTES ALVES

RENASCER EM VOCÊ

Sonhar, embevecido
a deriva em seu oceano de encantos
enlevado, por suas mãos
ser conduzido

sobre asas de anjos
com os pés descalços, caminhar
a beira mar
sublevar

pôr-do-sol rosiclér
cantatas de riachos
marulhar bem ao fundo
lááááá, bem lá embaixo

receber da "brisa fagueira"
seu beijo melifluo na tez
da " lua cheia "
mimos, caricías e afagos n’alma
acordar engolfado em seus braços
doces cisnes alados, perolados

no seu sorriso me envolver
em seu colo,
qual cárcere paradisíaco, cativo
renascer.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de NiKKo

Vento da saudade

A tristeza tomou conta de meu peito há muito tempo.
Não há nada que faça meu coração voltar a ter alegria.
Tudo ao meu redor parece que está morto,
a minha vida parece suspensa em total letargia.

Hoje eu já não quero ouvir a nossa melodia,
pois ela em vez de me alegrar me traz tristeza.
Não consigo sentir alegria em mais nada
para mim tudo perdeu a graça e a beleza.

Eu só sei sentir em meu peito essa dor
que me consume e me faz chorar.
Tudo porque um dia eu te dei meu amor.
Tudo porque sei que você não vai mais voltar.

Mas eu me pergunto sem encontrar a resposta
por que razão você um dia disse que me amava?
Por que criar em meu peito essa doce ilusão
se para você eu nada representava?

Eu choro, não me vergonho de expor minha dor
pois em peito a saudade fez ninho e não quer abandonar.
Meu coração sangra vivendo só no passado
relembrando nossos momentos que não vão mais voltar.

E juntando fragmentos de tudo o que vivemos
eu vou costurando meus versos com meu sofrer.
Vou falando de amargura, solidão e tristeza
vou buscando forças nas lembranças para continuar a viver.

Pois é só no passado que hoje eu posso te encontrar
o que faz com que, no meu presente, eu não tenha alegria
e assim escrevo minhas poesias retratando o que sinto
registrando minha dor e o meu morrer dia a dia.

E talvez um dia quando você olhar para o passado
esse mesmo que hoje me causa tristeza e desgosto.
Sinta rolar pela sua face uma lágrima silenciosa
como se fosse meu beijo a tocar teu rosto.

Mas como eu te amo, eu te peço
não deixe essa lágrima e tristeza persistir.
Seque ela com minhas rimas nesta folha solta
pois eu ainda faço tudo para te ver sorrir.

E mesmo que eu esteja distante e solitária
meu coração não pode esse sentimento negar.
Pois foi seu amor que me levou ao infinito nos sonhos
me fez ser livre, leve e solta e deu-me asas para voar.

Foto de Mentiroso Compulsivo

O TESOURO (O MAIS BELO DESTA VIDA!)

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Nesta noite fria mergulhei
Nas profundas águas de cristal
E desapareci no fundo do mar
Num afago de brisa transparente
Fui levado por mares e correntes
Até ao reflexo do um rosto perdido
(o mais belo de todos os encantos)
Explorei por cada canto o náufrago navio
Feito dos ramos de amendoeiras em flor
(Das mãos de um pirata mouro
Que um dia se enamorou por uma princesa de neve).
Levado pelos peixes com asas de borboleta,
Encontrei um espelho de diamantes negros
Ornado de algas verdes e medusas brancas.
E… fez-se silêncio… caiu a respiração… o coração parou…!
Fui assaltado pelo azul do mar, quando enlevado fiquei,
Paralisado no reflexo de dois olhos, ora grandes, ora pequenos!
Mudavam em instantes: verdes, castanhos, azuis, negros…!
A rir ou a chorar eles estavam sempre a brilhar.
Eram jóias do tesouro já há muito perdido
Mistérios e segredos escondidos no evo
Resguardados pelas imensas luas, sóis e estrelas,
Adormecidos em cada noite pelo canto das sereias.
Noite após noite, dia após dia, tempestades e bonanças,
Deuses nos mares séculos andaram embarcados
Num desespero demente e inquieto para o descobrir
Rendidos à fatiga, desistiram de o procurar
E, porquê eu? Porque tive eu de o encontrar?
Eu que sou um simples pescador neste mar!
Encontrei no oceano duas gotas de água,
O tesouro onde tudo acaba e o amor se forma,
Escrito na areia branca em pétalas de rosa.

© Jorge Oliveira / 20.FEV.08

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