Asas

Foto de Henrique Fernandes

TER UM AMIGO É TER AMOR

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Descobrir um amigo especial é uma aparição
Vestida de transparente e indiferente ao corpo
É sermos gente bonita nas maravilhas que sentimos
Uma vida boa de sentimentos que nos fazem viver bem
Um amigo sempre sincero é um comentador gentleman
De assuntos do coração e ajuda na mudança
Reconhecendo nossos defeitos sem hesitar expô-los
E com sorrisos sérios aplaude o melhor de nós
Não é por se ser mais bonito ou mais feio
Ou mais rico ou mais pobre que temos mais valor
Para um amigo importa sermos um amigo também
Contagiando boa disposição nas horas fardadas de tristeza
Dando asas a uma veia sentimental entre ambos
Um amigo é padrinho de alegrias no dia a dia
Ele revela-se um pai, uma mãe e um irmão nas reacções
Em todas as combinações possíveis de uma amizade
No plano pessoal, o amigo é discreto mas presente
Descobrir um amigo especial e verdadeiro
Também é encontrar o amor, um bom amor
É viver na elegância com jóias de felicidade
Por valiosos sentimentos em atitudes de ouro
Bem guardadas num cofre com código de respeito
E só a confiança pura é a chave que nos abre o peito
Para darmos e recebermos o melhor do mundo, um amigo
Um amigo é um eterno namorado sem ciúme
E no grande aquário da vida somos almas seguras

Foto de Sonia Delsin

TE FALTA A CORAGEM

TE FALTA A CORAGEM

Minha boca hoje ficou seca.
Ficou ansiando por teu beijo.
Senti um desejo.
Um desejo enorme.
Como antes, como sempre.
És o homem que eu mais quis na vida.
Sonhei ser por ti tão querida.
Sonhei.
Se fiquei desiludida?
Não.
Sei que me queres como te quero.
Apenas não tens coragem de voar.
Acreditas que tens frágeis asas e temes que possa despencar.
Quem sou eu para julgar?
Quem sou eu para argumentar?
Mas sei que o desejo existe.
Hoje sem querer te traíste.
Me disseste: vem.
Como nunca antes disseste.
E isto significa o que?
Que alguma coisa vai mudar?
Não vou mais sonhar.
Ó, não!
Mas a gente não muda o que está lá no fundo do coração.
Não quero mais ilusão.
Só que por ti ainda balanço.
De te amar nunca me canso.
Que pena que te falta coragem!
Pra empreender uma longa viagem...
Para o paraíso.

Foto de Carmen Lúcia

Impeça-me!

Tire-me o chão,
O rumo, a direção...
Corte minhas asas,
Impeça-me de voar...
Arrebata-me os sonhos,
O meu direito de sonhar...
Veda-me os olhos
“O que os olhos não vêem,
O coração não sente...”
Mas, pressente...
Lacra-me o sorriso,
Sorrirei com a alma, com a mente...
Escreva o meu destino,
Registre-o em seu pergaminho...
Cerque meus caminhos,
Obstrua o meu caminhar,
Excite a minha sede
Mostrando-me água a jorrar,
Prenda meus sentimentos
E o pranto que a alma quer lavar,
Cale meus pensamentos
Onde habitam desejos, ensejos...
Mas jamais poderá me roubar
A capacidade de amar.

(Carmen Lúcia)

Foto de Teresa Cordioli

AMOR TRIUNFAL

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Hoje quero um novo amor, que não me faça mal.
Que não se pareça com o amor que sinto por ti
Quero um amor que me transforme, sem igual.
Só meu. Que a mim traga, o que de ti não senti.

Para receber-te em grande estilo e de modo triunfal
Preparei-me! Não importa que chegue daqui ou dali
Espero que transforme minha dor, em alegria total
Porque foi entre os beija-flores, que eu bem-te-vi!

Livre como um pássaro, sai á busca de coisas novas
Quero que seja merecedor de todas minhas proezas,
Que prove do meu mel, e se faça merecer as rosas

Sou como pássaro que voa, com asas da imaginação.
Transformo a beleza e o amor, em lindas canções...
Carrego meu coração livre, na palma de minha mão

Foto de Rosita

NAS ASAS DO AMOR

Deixei-me levar
Livremente
Pelas asas do amor
Sorridente

Sonhando
Fui carregada
Pelas asas do amor
Sentindo-me amada

Nas asas do amor
Te encontrei
Sentindo teu calor
Viverei

Nos teus braços
Quero estar
Nas asas do amor
Vou te desejar

Rosinha Barroso
14/02/2008

Foto de all_nites

qual o sentido de tudo isto???

Qual o sentido de tudo isto?
Acordei esta manhã com este estranho pensamento. Abri os olhos a pensar em algo que torturava a minha cabeça ao longo dos tempos. Essa pergunta impertinente não me largava e tudo o que eu queria fazer, era despachar-me para ir para escola. Tanto ela me chateava que decidi, por fim, sentar-me na cama desarrumada e pensar sobre o assunto.
Tudo o que estava a pensar tinha a ver com o sonho que tinha tido. As imagens e os filmes do meu subconsciente passavam rapidamente na minha cabeça e sem problemas, consegui finalmente, perceber a base de tudo isto. Como é que tudo se formou?
É claro que segundo a ciência, a vida formou-se na Terra, devido a condições favoráveis, ou seja, os quatro elementos criaram uma situação estável de forma a permitir a formação de aglomerados moleculares, células e por fim seres vivos.
Mas a minha pergunta não ia para tão perto, ela ia ainda mais para longe. Os animais formaram-se através das células, as células formaram-se a partir de moléculas, as moléculas provêm dos átomos e então, “DE ONDE VÊM OS ÁTOMOS?”.
Finalmente! Tinha conseguido achar a pergunta. Mas faltava o mais importante, a resposta. Ninguém sabia a resposta. Desde daquele tipo de pessoas fúteis, que não se interessam por nada e só querem viver as suas vidas segundo o padrão social, até aqueles grandes cientistas e filósofos, mentes brilhantes que atravessam a vida pelos caminhos mais difíceis e mais sabedores, como Platão, Newton ou Da Vinci, não têm uma resposta certa quanto a essa resposta.
Bem, o certo é que, depois de tudo isto, tive que me despachar a vestir e a comer para não chegar tarde à escola.
O dia foi interessante. Era uma Quarta-feira e por isso as únicas disciplinas que tinha eram Educação Física, Filosofia e Matemática.
Em Educação Física, a minha turma teve a jogar Softbol (parecido com o basebol mas com uma bola de ginásio) e consegui fazer um Home-run.
Em Filosofia, teve-se a falar da ciência, um tema porreiro quanto a mim, e o professor deu-nos um trabalho para fazer ao longo do terceiro periodo. O que nós tinhamos de fazer era criar um texto em que se falasse dos limites da ciência, segundo a nossa opinião e não com ideias retiradas de outros lugares.
Eu já tinha um tema acerca do trabalho.
Durante as férias da Páscoa, eu surgi com uma teoria acerca da viagem inter-espacial. Falei com os meus amigos, João Jalé e Rui Gamboa e todos concordámos em realizar essa experiência. Essa ideia consistia em comparar a massa e a carga de um átomo de modo a construir um modelo semelhante a essa partícula, mas em tamanho real.
Toda a experiência foi projectada. O modelo foi desenhado e os objectos eram de fácil acesso mas, o pior foi os cálculos. Segundo um átomo de hidrogénio (que é o mais leve de todos os elementos), para construir um sistema de massa 5g a energia necessária para fazer a carica viajar no espaço, não era nem mais nem menos, do que 2 x 1013 volts. Bem isso era um bocado díficil de atingir e por isso esquecemos essa ideia.
Mas agora podia falar dela no trabalho.
Cheguei a casa, coloquei-me em frente ao monitor e fui buscar toda a informação que possuia da experiência. Retirei os textos que explicavam a actividade, os gráficos e esboços do projecto e comecei a escrever um texto, a expôr a minha ideia.
Demorei pouco tempo a fazer o trabalho pois já tinha muita informação.

O período passou num instante. Faltava poucas semanas para terminar as aulas e o prazo de entregas dos trabalhos para Filosofia era hoje. Apesar de ter uma semana para entregar, só me tinha lembrado de trazer o trabalho para a escola no último dia.
Entreguei o trabalho ao professor assim como os outros alunos e expliquei ao Jalé e ao Rui o que tinha escrito. Eles disseram que segui um bom exemplo para o trabalho e que era boa propaganda da ideia.
Tocou para saída, arrumei o material e juntamente com os meus colegas saímos da sala em direcção ao átrio da escola. Encontrei a Diana, a minha namorada e cumprimentei-a com um beijo doce.
O intervalo era de quinze minutos e por isso não valeu a pena sair da escola. Quando estava quase a tocar para a entrada, um certo indivíduo colocou-se à minha frente era o meu professor de Filosofia.
- Podes vir comigo ali fora para eu te apresentar uma pessoa? – perguntou-me ele apontando para a saída.
- Claro, tudo bem. Diana, já vai tocar, podias ir já para a aula.
- Está bem. – respondeu ela dirigindo-se para as escadas que levavam às salas de aula.
Acompanhei o professor até à saída da escola e junto ao passeio, estava a estacionar, um Mercedes SLK 600. Um senhor de fato saiu do carro e dirigiu-se a nós.
- Bom tarde, doutor.
Apertaram as mãos após o senhor também cumprimentar o professor.
- Doutor, este é o Bruno. – começou ele. – Tiago, este é o Doutor José Cunha, ele é o responsável por um laboratório situado perto daqui.
- Olá. – disse eu apertando a mão ao Dr. José.
- Olá. Então és tu o génio que deu asas a esta ideia? – perguntou ele.
- Qual ideia?
- Teoria Atómica da Mudança de Espaço.
- Hã... Sim fui eu. – disse eu embaraçado.
- Estou espantado! Onde arranjaste tal ideia?
- O meu pai tem um livro antigo e nesse livro está a falar de um experiência Top Secret, que não se sabe se existiu ou não, chamada Philadelphia Experiment, a Experiência do Filadélfia.
Então eu lá falei durante minutos sobre a tal experiência que a marinha norte-americana tinha feito durante a segunda guerra mundial, eles tinham conseguido, sem se saber como, fazer desaparecer um navio em alto-mar e fazê-lo aparecer numa baía. A marinha negou tudo mas houve muitas testemunhas. Após ler aquilo fiquei curioso e pus-me a pensar sobre o assunto. Tanto pensei que, por fim, veio-me à cabeça uma ideia: qual é uma das únicas coisas instantâneas no mundo? A passagem de nível electrónico dos electrões para a camada seguinte. Segundo a química, quando um átomo recebe demasiada energia, os electrões ficam excitados e por isso passam instantaneamente para uma camada electrónica superior. Fiquei com esta ideia na cabeça mas foi logo substituída por outra, e se desse para criar um modelo com as semelhanças de um átomo mas numa escala real. Pensei mesmo muito nisso, fiz textos sobre isso, desenhei projectos, fiz tudo, inclusive os cálculos que estragaram tudo, pois era preciso uma carga de 2 x 1013 volts para o objecto de 5 g passar para o nível seguinte e viajar no espaço, e por isso desisti do projecto porque com uma energia dessas, mesmo que fosse possível criar, poderia fazer estragos com tamanha carga, como no caso dos trovões.
Acabei de explicar tudo e reparei que ambos olhavam para mim fixamente.
- Espectáculo! – disse o doutor. – Há anos que tento arranjar alguma forma de viajar no espaço e tu conseguiste primeiro que eu. Queres juntar- -te à minha equipa?
- Uau! Seria um prazer. Quando?
- Sei lá, talvez nas férias.

Falámos por mais uns momentos, mas já eram três e meia e tinha que apanhar o autocarro. Dei o meu contacto ao Dr. Cunha e despedi-me.
Ia a caminho de casa, no passeio junto à estrada e uma criança ia à minha frente a andar também, mas mais devagar. Acelerei o passo para a passar ao lado da menina e quando passei por ela, uma voz fina dirigiu-se a mim.
- Não o faças! – disse a menina com um ar triste. – Por favor, não estragues o mundo!
- Não faço o quê? – disse eu espantado pela reacção da criança.
- Teoria Atómica da Mudança de Espaço. – disse a menina levantando a cabeça e mostrando os seus olhos azuis brilhantes.
Fiquei paralizado, como é que ela podia saber? Não contei a ninguém, a não ser ao Jalé, ao Rui, à Diana, ao professor e ao doutor. Eles não iam espalhar isso por aí e mesmo assim, como é que uma miudinha conseguia perceber isso?
A criança virou-se e começou a caminhar para o lado contrário.
- Espera aí! Como te chamas? – perguntei eu acompanhando, por momentos, a menina.
- Gabriela do Paço Castanheira Esguedelhado. – disse ela olhando de relance para mim. – E não me sigas. Adeus pa....
- Adeus quê? – disse eu gritando para ela já ao longe.
Ela não respondeu. Começou a correu e virou para uma rua escondida. Durante minutos fiquei ali parado espantado pela situação.
Cheguei a casa lentamente a pensar sobre este estranho episódio. Entrei em casa, abri a porta para os cães irem à rua, abri os estores da sala e deitei-me no sofá. Estava muito cansado e custava manter os olhos abertos. Tudo se escureceu e por fim adormeci.

Acordei agitadamente, saltando do sofá violentamente e caindo para o chão. Olhei para o telemóvel, eram seis e vinte e tinha uma chamada da minha mãe.
Sentei-me no sofá e levei as mãos à cabeça, tinha tido um sonho horrível, o fim do mundo. Tinha sonhado que a terceira guerra mundial tinha rebentado devido a uma associação criminosa que usava a minha teoria para tudo o que era mau. Roubar, infiltrar e até matar. Parecia tudo tão real.
Finalmente tinha compreendido o que queria dizer a rapariga sobre o estragar do mundo. Finalmente tinha percebido que, se calhar a minha teoria não era assim tão boa como tinha pensado. Possivelmente era mais negativa do que positiva. Era boa como transporte rápido de pessoas e mercadorias mas era mau devido aos assaltantes e associações criminosas que eram facilitados no seu trabalho devido a esse transporte.
Estava decidido! Ia esquecer tudo. Era difícil mas era o melhor. Tinha que pôr tudo nas costas. Tinha que dizer ao Rui e ao Jalé o que se tinha passado e explicar ao meu professor e ao doutor a minha opinião.

Na sexta-feira, dirigi-me ao professor de filosofia que estava na sala dos professores e expliquei-lhe tudo certinho e o mais directo possível. Após acabar a explicação, o professor com uma cara de desânimo virou-se para mim.
- Tens razão. – disse ele. – Também já tinha pensado nisso.
- Então quer dizer que o professor me apoia nessa escolha.
- Claro que te apoio. Foste tu que criaste isto e és tu que tens a escolha de desistir do projecto. – disse ele pondo o braço a minha volta. – O Dr José é que vai ficar muito desiludido.

O professor voltou a chamar o doutor e eu expliquei a situação toda outra vez.
- Tens a certeza que queres fazer isso? – perguntou o doutor.
- Tenho, muita certeza.
- Que pena! Era uma grande oportunidade para seres famoso. Pelos vistos afinal vou ser só eu o famoso.
- O que quer dizer com isso? – perguntou o professor.
- Bem, já que ele não quer levar o projecto avante e como já tenho conhecimento acerca da teoria, levo eu isto para a frente.
- Não pode fazer isso! A ideia é minha e para além disso você vai provocar muita alteração no mundo. – gritei irritado com a atitude.
- Está bem! Quando me mostrares o Pai Natal, eu acredito no teu sonho.
Ele dirigiu-se para o carro e foi-se embora em grande velocidade.
- O que se pode fazer para evitar? – perguntei ao professor.
- Nada! Tu não patentiaste a ideia logo ele pode usá-la à vontade.
- Onde fica o laboratório dele?
- Fica no Bombarral. – disse o professor.
- O professor tem carro? – perguntei insistindo numa hipótese.
- Tenho.
- Então vamos fazer-lhe uma visitinha. – disse olhando para ele à espera de resposta.
O professor pensou durante momentos, até que por fim concordou comigo. Entrámos dentro do carro dele e fomos rapidamente até ao Bombarral.

Quando chegámos ao laboratório, este não era nem mais nem menos do que uma fábrica velha de tijolo.
- É aqui? – perguntei.
- É. – disse o professor. – Ele usa o laboratório debaixo da fábrica.
Entrámos dentro da fábrica e fomos dar a uma porta que necessitava de uma palavra-chave. O professor digitou uma combinação de números, a porta abriu-se e um elevador levou-nos para baixo.
Descemos poucos metros e quando a porta se abriu fiquei paralizado de novo. Já estava tudo pronto para a experiência. Os meus projectos já estavam todos construidos à minha frente e uma contagem decrescente de três minutos tinha-se iniciado.
O laboratório tinha aproximadamente três andares e no último estava, dentro de uma sala apenas com uma janela, o Dr Cunha. Ele viu-nos e rapidamente começou a descer as escadas. Ouvia-se da sua boca as palavras “Continuem a contagem”. Após descer os três andares e aproximou-se de nós com um passo rápido.
- Então gostam da minha experiência? – disse ele ironicamente.
- Pára já com isto! – disse eu directamente olhando bem para os olhos dele.
- Não sabes o que estás a fazer! – disse o professor.
- Claro que sei!
“Um minuto e meio para actividade.”
- Com essa potência, toda a população desta vila vai morrer electrocutada. – disse eu.
- Não vai não! Estão a ver estas paredes todas à volta. – disse o doutor apontando para elas. – São feitas de um material que isola grandes cargas eléctricas.
- Cala-se! – disse eu. – Voçê vai provocar muitos estragos mundiais e eu vou evitar.
- Como? A fazer birra? – deu uma gargalhada seca.
“Trinta segundos”
Comecei a correr em direcção ao projecto. Poderia fazer qualquer coisa para evitar. Estragar a experiência, rouba o objecto, qualquer coisa.
O doutor seguiu-me e quando cheguei perto do projecto, ele agarrou-me fortemente.
- Não me vais estragar tudo! – disse ele com um tom de voz irritado. – A experiência é minha.
- Não! É dele! – olhei para trás e vi o professor a dar com uma cadeira no Dr. Cunha deixando-o inconciente sobre o projecto.
- Obrigado. – disse eu.
“Dez...nove...”
- Temos que sair daqui! – disse ele.
- Mas e o doutor?
- Não dá tempo! – disse o professor agarrando-me na mão e puxando-me até ao compartimento, de onde saiu o doutor, atrás das paredes isolantes.
Um forte clarão se deu durante segundos e após ouvir-se um estalo intenso tudo se normalizou. Esperámos uns segundos e por fim volt´mos à sala. Tinha desaparecido! O doutor e o objecto tinham desaparecido totalmente. Não havia sinal deles.

Com toda esta confusão, após fechar-se o laboratório e isolar-se os acontecimentos, eu quis voltar para casa. Não podia contar isto a ninguém, não convinha. Poderia acontecer tudo novamente.
Sentia a mente aliviada enquanto ia no carro com o professor. Eu e ele não tinhamos falado mais sobre o assunto. Simplesmente agradeci-lhe por tudo.
Cheguei a casa. Já o carro se tinha ido embora e ia eu abrir a porta quando um “Obrigado” surgiu de uma voz fina. Olhei para trás e vi a menina do outro dia. Agora ela já estava feliz e despreocupada. Eu tinha tantas perguntas para fazer mas limitei-me a dizer:
- Gabriela do Paço Castanheira Eguedelhado né? Não me vou esquecer desse nome. Obrigado eu por tudo.
- Não vai ser preciso lembraste. – disse ela sorrindo e voltando a correr, afastando-se de mim.

Era Sábado e por isso estava com a Diana. Contei-lhe a situação do laboratório, ela era de confiança apesar de ter sido difícil fazê-la acreditar.
Falei-lhe da rapariga mas não sei porquê, não me lembrava do nome dela.
- Diana, se tu tivesses uma filha, que nome lhe davas? – disse eu tentando-me lembrar do nome dela.
- O meu nome favorito é Gabriela e, se neste caso, tu fosses o pai ela chamava-se Gabriela do Paço Castanheira Esguedelhado.
Voltei a paralizar. Será possível? Será que aquela rapariga era de facto, minha filha?

Fim

Foto de Osmar Fernandes

socorro

Tô com medo de morrer
tô vivendo por acaso
Tenho medo de sair
Não quero ficar aqui
Minha casa não tem muros
A internet está cheia de espiões
Minha vida não tem seguro
A rua é pura insegurança
Tenho medo de paixões
O mundo perdeu sua criança
O passado eu me esqueci
Meu presente é cheio de grilos
O futuro tá esquisito
Tenho medo de morrer
Tenho pavor de ficar sozinho
Tenho pânico de multidão
É gente roubando gente
Criança furtando velho
Adulto vendendo cão
Meu direito tá no prego
O mundo tá perdendo a cabeça
O sonho não tem mais juízo
Tá faltando comida na mesa
Tudo tá no prejuízo
Tô gritando no meu silêncio
To no silêncio do meu grito
É lixo pra todo lado
É conta sem pagar
Todo mundo só fala de problema
Aonde isso vai parar
A hipocrisia anda solta
O santo tá num dilema
Anjos perdendo asas
Asas ficando sem vôos
Tô na rua, to sem casa
Já nem sei se me perdôo
Tá todo mundo doido
Tô pedindo por socorro,
Soooooocorro...

Foto de DAVI CARTES ALVES

A FLOR E A BORBOLETA

Em você,
assim como nas mais raras e belas flores,

só devem pousar borboletas, com
multicoloridas asas de seda,
e delicadas anteninhas de ouro.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Rosita

LOUCO AMOR

Louco e inconseqüente é este amor
Que desconhece qualquer barreira
Te atrai sem qualquer pudor
Como o canto de uma sereia

Como é deliciosa esta entrega
Nestes momentos de procura
As asas desta paixão nos leva
Ao ápice do amor e loucura.

Tua voz carregada de ternura e magia
Ao meu ouvido sussurra suavemente
Palavras que a emoção contagia

Meu coração já não pode suportar
Tanto tempo sem tua presença
Pois deseja muito e muito te amar.

Rosinha Barroso
06/02/2008

Foto de Sirlei Passolongo

Sem teu beijo

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Sem teu beijo
sou abelha sem flor
sou peixe sem rio
sou noite sem lua

Sem teu beijo
sou verso vazio
sou anjo sem asas
caracol sem casa
sou...
Puro desvario.

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(Sirlei L. Passolongo)

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