ESDRAS...
É um sonho. Um louco sonho.
A estrada é de pedras. Esdras caminha só.
Esdras é um lobo solitário. Sonha amores, sonha paixão. Sonha um encontro.
Esdras é um homem que deseja adormecer nos braços de uma mulher. Descansar todo seu cansaço, sem palavras inúteis.
No sonho ele caminha em busca de emoção, e mais que isso. Busca uma maneira de amortecer a solidão.
Ele está perdido em suas lembranças, em seus anseios. Em sua estrada de pedras.
As pedras lhe doem sob os pés e Esdras sabe que o caminho é longo e ele deve encontrar um caminho só de flores um pouco à frente.
Ele confia na sua forte intuição de que tudo vai mudar, que a história vai se reverter, porque seu coração de menino lhe diz que um novo sol a cada dia trará um novo tempo.
Um céu colorido de papel crepom entra no sonho. Nuvens coloridas lhe recordam algodão doce. Algodão de tantas cores.
O pôr-do-sol do sonho possui mais que as cores do arco-íris. Milhares de cores lhe estonteiam.
Uma mulher lhe abre uma janela, uma janela dentro de um outro tempo, de uma dimensão que Esdras não compreende bem; mas lhe faz sentir tanta emoção. Ele deixa que a forte atração o leve a caminhar por caminhos antes não percorridos.
Ela o faz sentir-se vivo. Dá-lhe asas para voar ao seu lado, porque é uma mulher alada. Umas destas mulheres de outro planeta, outro tempo. Uma mulher borboleta, que voa e revoa sobre a matéria que consegue entender e viver. Sem ignorar a matéria nua e crua, ela vive num mundo particular, só seu, e leva Esdras para caminhar um pouco ao seu lado.
Ela o convida para sonhar o sonho dos mortais e dos imortais e o lobo solitário a segue, a busca.
Ele a encontra e não sabe que ela surgiu do nada... de um sonho, de uma estrada que começa dentro de um tempo que não se compreende. Só se vive e se revive... sem entender.