Abandono

Foto de Carmen Lúcia

O que é morrer?

Morrer é ver truncados os sonhos,
Não os deixar fluir e condená-los ao abandono,
É querer ser diferente do que somos,
Ser carcereiro do que seremos e do que fomos...
Aferrando grades pelo corpo inteiro,
Afastando o amor, quiçá verdadeiro...
Viver uma vida de ilusão,
Querer dizer sim, mesmo dizendo não,
Privar-se de fantasias, achar inútil a poesia,
Reprimir os sentimentos; dar vazão aos lamentos,
Negar um gesto nobre de carinho
E sentir a solidão, mesmo não estando sozinho.
Ser sombra que assombra e não é decifrada
Ser sapo ou bruxa e não príncipe ou fada,
E no fundo saber que não é nada!

Enfim, morrer é não sentir o prazer
De envelhecer sem ter envelhecido,
De se apaixonar, embora não correspondido,
De pular o muro e vislumbrar um mundo desconhecido.

_Carmen Lúcia_

Foto de Homem Martinho

POR AMOR

Você disse um dia
A alguém,
Que eu era
Seu único bem.
Essa declaração
Me deixou esperançado,
Fez vibrar meu coração,
Que vivia apaixonado.

Depois você
Me desapontou,
Me disse coisas impensáveis,
Me machucou.
Declarou não me querer,
Nem sequer estar apaixonada,
Ser seu desejo
Somente viver
Sem se sentir aprisionada.

Esperanças você me deu,
Esperanças você me tirou,
E com o que me sucedeu,
Você nem se preocupou.

Tentei tirar você
Da minha vida,
Mas, no coração
não posso mandar,
E quando já a pensava
Como esquecida
Você voltou
Para me torturar.

Fiz de tudo
Para te esquecer,
Tudo, até mesmo
Aquilo que não quis.
Mas Você mexeu
com meu ser
E prometeu
Me fazer feliz.

Eu não queria acreditar,
Mas você me encantou
Eu acreditei
E deixei-te entrar,
Você como paga
Me traíu e me
Machucou.

Depois de tudo
Nem dá para acreditar,
Mas cá no meu fundo
eu bem sei
Que se você Voltar
Me irá machucar,
Mas eu abandono
Todo o resto do mundo
Só para te Amar...

Francisco Ferreira D'Homem Martinho
2007/03/27

Foto de Camillinha

Eu e Você

Enquanto você procura palavras
Para entender,
Eu só sei dizer que amo você,
E você sem mim
Não é feliz.
E tenha certeza que não te abandono,
Se tiro teu sono,
É por que quero tua atenção.
No teu coração, firmei meu lar,
Nele não tem lugar,
Para quem queira
Machucar-te.
Desperto as tuas paixões,
Aparo-te nas desilusões,
Você às vezes finge que me esquece,
Mas eu sei o teu limite,
E você me omite,
Confunde-me com seus flertes,
Mas sou única, sou sincera,
Sou o que arde em teu peito
Sou encantadora,
Me tens para dar a quem quiser,
Pois sou o teu ...Próprio Amor

Foto de Fernanda Queiroz

Outono

Em agudo ou grave
Uma flauta suave
Contempla o outono
Ferindo minh’alma
Tirando minha calma
Gerando abandono
Rompendo distância
Comprime minha ânsia
Vertendo paisagem
Do tempo passado
Soluço dobrado
Rebusca saudade
Imploro ao vento
Que leve o tormento
Mudando uma vida
Sem rumo ou sem rota
Como uma folha morta
Caída.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de MIRZA

À espera do fim

Cada parte de mim é dor, cada parte de mim é lamento
A angústia me toma por refém, ameaçando minha lucidez
Cada parte do meu ser é você, causa mor do meu sofrimento
As horas passam e me reduzo a nada no todo de sua ausência
Tomei consciência do fim, agora sei que não tem mais volta
Sou obrigada a matar meus sonhos, te tirar da minha mente
Acabar com mais da metade de mim que é toda você
Sepultar para sempre esse relacionamento intermitente
Partir do princípio de que agora tudo acabou
Tolo coração, que se entrega e acredita! Merece a desilusão!
Sangrará sua dor sozinho, sem amparo e sem ninguém
Morrerá em meu peito ao provar o veneno da decepção
Pagará o preço alto (e justo!) por amar o impossível
Retorno ao abandono,a luz no fim do túnel se apagou...
O breu me envolve, fez-se noite eterna em meu viver
Suplico aos deuses que me levem e acabem com essa dor
Trancada em meu quarto procuro a paz que não tenho
Sonhei demais e perdi minha vida em busca do amor
Hoje meu caminho não me leva a lugar algum
E nada quero além de você... nada espero além do fim

Foto de krodrigo

Sonhos (24/06/97)

Sinto-me triste, sinto sua falta...
Sinto-me naufragando em um mar de tristezas e incertezas.
Iniciei um mergulho e vejo que as águas estão agitadas... tenho medo de me afogar.
Sua presença é distante, sua distância é dolorida para mim.
Te procuro mas você não tem tempo para mim, tento entender mas dói...
Preocupações, inseguranças, tristezas...
Vários sentimentos forçam a saída de onde estavam guardados.
Inicia-se uma guerra dentro de meu ser.
Os contrastes se agravam, se acentuam com o passar das horas.
Sinto vontade de chorar mas acabo às gargalhadas.
Quero gritar mas minha voz não sai.
Abro os olhos em meio à escuridão, só vejo interrogações.
Não sei por onde começar... não sei se existe um começo...
Em minha mente somente a sua imagem.
Em meus ouvidos, a sua voz ecoa.
Na ponta de meus dedos sinto a maciez de sua pele.
Doce ilusão...
Abro os olhos e somente as interrogações existem, você não está lá... não está aqui...
Uma porta se fecha; outras teimam em não abrir para minha passagem.
As interrogações se aproximam, sinto vontade de fugir, correr sem destino, me esconder em um canto do mundo e esperar tudo passar.
Mas não posso me entregar, seria fatal.
Se fugir seria um caminho sem volta.
Fecho novamente os olhos na esperança de encontrar-te, sentir-te em meus devaneios.
A lua se esconde em minha noite, o céu torna-se escuro, tropeço na estada da vida, sinto a dor do abandono, na solidão da noite te busco em pensamentos.
Me vejo em casa, sozinho em meio a todos... me levanto, saio de meu mundo em busca de uma lembrança visual, chego às suas fotos e fico admirando-a pela noite afora.
Em meio às fotos adormeço para sonhar e, nesse sonho, amar-te por céus e constelações até o despertar de um novo dia.

Foto de moranguinhooo

Murmuro

Murmúrio de uma saudade...
Sinto tua ausência, nesta madrugada
No peito uma angústia , tira-me o sono
Vejo no espelho, a alma enluarada
Branca de saudade neste abandono...

A solidão avisa que não vai embora
O choro engasgado preso na garganta
A lágrima desliza pela face afora
Molha a saudade que no peito é tanta

A estrela mais brilhante lembra o teu olhar
A lua entristecida, pede o amor e chora
Os lábios murmurando a te procurar...

No gemido a dor em ter que suportar
Outra vez sozinha nesta branda aurora
Outro amanhecer sem ao teu lado estar..

cris-moranguinho

qro vc aki perto de mim o quanto antes...

te amo muito e nao conssigo omitir isso!

Foto de MIRZA

Amor de Perdição

Amor inconsequente! amor,infelizmente
A mais obstinada fuga torna-se vã
Delírios, insultos, lágrimas e embriaguez
A mágoa aterradora do amado ausente
O fim sem explicação, o medo do amanhã
A revolta confessa no pranto convulso
Ontem loucos amantes, hoje seres distantes
Juras de amor sepultadas no passado presente
Promessas feitas no calor do momento
Castelos de areia desfeitos ao vento
As músicas que ainda ecoam na mente
Como fantasmas que bailam na solidão
Tantos segredos esquecidos, amor maldito
Anjo infame, olhos azuis de maldição
Traindo o amor que sempre lhe pertenceu
Banalize o sonho que outrora já foi meu
Entregue à outra sua falsa perfeição
Mas lembre-se da lei do retorno
Tudo que faz lhe voltará em dobro
Não se brinca jamais com um coração
Você me trouxe a luz agora entrega-me ao breu
Sua ausência fere e tortura meu ser
A certeza de que não mais voltarás
A espera sem sentido, o definhar da alma
Recordações que assombram meu pensamento
"Ne me quite pas, ne me quite pas"
Insano amor que clama por seu retorno
Meu desespero em te arrancar de mim
Apagar sua passagem em meu destino
Tentativas frustradas de te esquecer
O abandono aliado a dor leva ao desatino
É chegada a hora da libertação
No silêncio da noite um único disparo
Entrego-lhe minha vida, amor de perdição

Foto de pedacinhos de mim poemas

Desatinos

Queria escrever algo que preenchesse os corações, que tocasse bem no fundo de cada ser... que acordemos! que deixe este momento se fundir na nossa existência.
Que saibamos valorizar os nossos sentimentos, e principalmente os sentimentos de quem nos ama... que na nossa ânsia de encontrar o trevo da sorte, pisamos no que está tão próximo. Sem perceber que é na felicidade que estamos pisando...
Quantos caminhos percorremos na certeza de um encontro, desse encontro que todos buscam... e nada encontramos! e quando retornamos com o coração em desatino, percebemos que existe e sempre existiu um ombro para chorar nossos prantos...uma mão para nos afagar, um beijo para suavizar, e um olhar que nos falar o quanto nos ama... e neste momento juntamos nossos pedacinhos, e entre soluços enxergamos.
Que nem tudo está perdido, foi um grande engano. Se entregar ao desconhecido, em busca de sonhos. E deixamos quem mais nos queria em pleno abandono... e agora neste momento é ele quem cura nossas feridas... nos dá aconchego... e com a força do seu carinho ressuscitamos.

Celia Torres

Foto de Dom Quixote - crítico amador

Literaturas Lusófonas

Bem mais que dança, bailado;
que som, melodia;
que voz, sobrecanto;
que canto, acalanto;
que coro, aleluias;
que cânticos, paz.

Bem mais que rubor, saliência;
que encantos, nudez;
que imoral, amoral;
que bosques, fragrâncias;
que outono, jasmins;
que ventos, orvalho;
que castelo, arredores;
que metáforas, rios;
E um pouco além: tsunamis.

Bem mais que naus, sentimento;
que excelsa, nascendo;
que olho, contemplo;
que invade, arrebata;
que vitrais, catedral;
que versos, vertigens;
que espanto, tremor;
que êxtase, pranto;
que apatia, catarse.

Bem mais que contas, rosário;
que prece, amplidão;
que o menino, sua mãe;
que Império, regresso;
que palmas, martírio;
que anúncio, Jesus;
que Ceia, Natal.

Bem mais que alegria, ternura;
que espera, esperança;
que enlevo, paixão;
que adeus, solidão;
que dor, amargura;
que mágoas, perdão;
que ausência, oração;
que abandono, renúncia;
que angústia, saudade.

Bem mais que anciã, joyceana;
que lógica, onírica;
que o Caos, Amadeus;
que ouro, tesouro;
que ode, elegia;
que amiga, inimiga;
que insensível, cruel;
que signos, símbolos;
que análise, síntese;
que partes, conjunto.
E um pouco além: generosa.

Bem mais que efêmera, sândalo;
que afago, empurrão;
que clássica, cínica;
que exceto, inclusive;
que inserta, incerta;
que adubo, arrozal;
que oferta, procura;
que unânime, única.
E um pouco além: tempestade.

Bem mais que ouvida, vivida;
que austera, singela;
que pompa, humildade;
que solta, segredos;
que fim, reinício;
que um dia, mil anos.

Bem mais que reis, majestade;
que jus, reverência;
que casta, princesa;
que moça, menina;
que jóia, homenagem;
que glórias, grandeza;
que ocaso, esplendor;
que espadas, correntes;
que fatos, História;
que Meca, Lisboa.
E um pouco além: messiânica.

Bem mais que pingos, Dilúvio;
que água, Oceano;
que mares, o Mar;
que porto, Viagem;
que cais, caravelas;
que rochedos, neblina;
que vôo, Infinito;
que Abysmo, gaivotas.

Bem mais que a tribo, navios;
que lanças, tristezas;
que campos, senzalas;
que bodas, queixumes;
que soul, sem palavras;
que o tronco, maldades;
que ais, maldições;
que feitor, descorrentes;
que mandinga, orixás;
que samba, kizomba;
que “meu rei”, Ganga Zumba;
que olhos baixos, quilombos;
que discordo, proponho;
que cedo, concedo;
que escravos, Zumbi.

Bem mais que brisas, Luanda;
que ondas, Guiné;
que amarras, Bissau;
que o azul, São Tomé;
que náutica, Príncipe;
que axé, Moçambique;
que opressão, Cabo-Verde;
que fragor, linda ao longe;
que injusta, perversa;
que abutres, pombinhas;
que trevas, pavor;
que rondas, terrores;
que bombas, crianças;
que tágides, ébano;
que o Sol, rumo ao Sol.

Bem mais que luar, nua e crua;
que longínqua, inerente;
que ornamento, plural;
que ira, atitude;
que abstrata, denúncia;
que conceitos, Nações;
que Camões, mamãe África.

Bem mais que ética, ascética;
que pro forma, erga omnes;
que embargo, recurso;
que emoções, decisão;
que rodeios, sentença;
que Direito, Justiça;
que leis, Lei Maior.

Bem mais que flor, Amazonas;
que improviso, jeitinho;
que frágil, incômoda;
que alvor, cisnes negros;
que escrita, esculpida;
que lírios, o campo;
que veredas, suindara;
que denúncia, ira e dor;
que bonita, pungente;
que amena, os sertões.
E um pouco além: condoreira.

Bem mais que lares, veleiros;
que adeuses, partida;
que feitos, missão;
que honras, repouso;
que canto, epopéia;
que mística, fado;
que areias, miragem;
que sonhos, delírio;
que vozes, visões;
que acaso, destino.
E um pouco além: portugais.

Bem mais que errante, farol;
que ânsia, horizonte;
que distância, presença;
que solo, emoção;
que países, Galáxia;
que estresses, estrelas;
que zênite, impacto;
que intensa, profunda;
que letras, magia;
que formas, sentido;
que textos, teoremas;
que idéias, princípios;
que imensa, perfeita;
que graça, milagre;
que arcanjos, fulgor;
que dádiva, Mãe.

Bem mais que luz, primavera;
que audácia, tumulto;
que estética, rústica;
que em paz, desinquieta;
que estática, cíclica;
que cercas, muralha;
que assédio, conquista;
que plantas, concreto;
que escombros, palácio;
que átomos, Deus...

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