Enviado por Carmen Lúcia em Seg, 21/07/2008 - 04:00
Conheci-te numa outra vida,
numa alameda florida
margeada de sonhos
onde a suavidade das cores
encobria nosso abandono
e de música erudita
coroava-se nosso encontro.
Conheci-te em tempo futuro.
Nosso amor não é marcado
de presente, nem passado...
É bem mais avançado...
Onde o falar é dispensado
e a sonoridade é captada no olhar
que traduz o que é amar...
No pulsar de corações...
Carradas de emoções...
Conheci-te numa longínqua estrela
de uma outra era.
Outra galáxia
coberta de cósmica poeira...
Brilho intenso nos envolvera...
Nos unira... Almas paralelas...
Desígnio que a nós coubera
Nessa doce entrega numa outra esfera.
Enviado por Ana Botelho em Dom, 20/07/2008 - 11:39
ARTE ABERTA, ESCLARECIMENTO
Poetar é mostrar a linguagem da alma e do sentimento
É curar qualquer dor, sem nunca lhe faltar um argumento
É deixar nascer o poeta que existe em você, sem tormento
Porque a poesia inebria, entorpece o corpo e o pensamento
Traz alegria às mentes, depois dança e sobe ao firmamento
Emociona como a prece, cria ondas, é o melhor tratamento
Quando doce, promove a paz com a energia vinda no vento
Se banhada de dor, é rima que soa forte, se rasga, fragmento
Onde está a poesia não há desculpa de ser passatempo
Porque ela carrega em si nostalgia, retrata um sentimento
Nasce da explosão, da agonia, ou de qualquer doce evento
Na música da vida ela é o tom, o tempo e o contratempo
É o nascer do sol e o cair das nuvens, é deslumbramento
Um brincar, um sonhar, eternas palavras, é documento
Se entardece em lilases, ou anoitece em lamentos
Vira memória, para não se esquecer do esquecimento
Ela é a maior fala, o grande protesto, bendito talento
Vira na dor, lenitivo, terapia e quem sabe ungüento
Em abandono, tem o som de corredores de convento
Na festa interior, eterniza tudo, o melhor momento
Será a poesia o nosso mais perfeito invento...
Em meio a tanta vírgula, parágrafo e acento
Que preenchem e emolduram esse monumento
Tratando o coração, conhece o seu sofrimento.
Enviado por Carmen Lúcia em Sáb, 19/07/2008 - 02:13
Somos ínfimos pontos de uma imensidão...
Nesse desencontro de universos,
onde transladam sonhos, barganham versos,
num transitar perplexo e de abandono.
Buscando seus espaços, almas perdidas,
desfazem-se dos laços, em despedidas,
anseiam referências, com persistência,
o marco zero da vida, o que inicia... (ou que termina?)
Somos partículas de um todo,
(ou de um engodo?)
Que atirou a todos em arremesso...
Marcados, predestinados, etiquetados...
Cada etiqueta, novo tamanho e novo preço...
E o tributo a ser pago, a revirar ao avesso.
Somos viajantes de um mesmo barco
a tripular pelo oceano, desejos parcos...
Barcos empoeirados, repletos de lama,
A navegar em águas límpidas...
...e indisponíveis aos nossos planos...
Cheguei ao fim da minha jornada...
Uma longa espera sem nada.
Tentei buscar o nada
Para preencher a solidão
Que se prendeu ao coração!
Mas o nada, em minhas mãos,
É como água que corre por entre os vãos
É como a areia que escorrega
Na palma da minha mão,
Que voa de contra o vento
Que sopra em meio a um redemoinho
Num destino sem saída, numa triste paixão.
Que quando se acalma é sempre um nada
Num deserto sem fim!
Fiquei horas olhando o tempo findar...
Aproximei-me do silêncio que se juntou o nada
Resistindo ao tempo e o abandono do ser.
Diante de uma calma a paz silenciar...
Folheando o silêncio da paz...
Que se apresentava no amanhecer.
Suspiros constantes que conduzia um fardo
Vejo o silêncio entorno do nada
E as lágrimas derramadas
Num coração ferido desejando ser amado!
Vidas perdidas,
Em horizontes esquecidos,
Sentidos transformados,
Pelos dias que teimam em não passar,
A vida, já foi à muito,
E o sentimento outrora fechado,
Transformou-se em algo triste e sombrio.
A tez pálida, teima em permanecer no rosto
Daqueles que um dia tiveram vida.
Os lábios que sorriam,
Perderão sua cor,
E as manhãs teimam em chegar.
Lutam contra eles próprios,
A guerra continua nas suas mentes,
Como memórias vivas,
Que nunca têm fim.
E o sentimento de abandono,
De terror estampado no rosto,
Já faz parte das suas vidas....
Vidas perdidas,
Que não voltam mais,
Mas que por força das circunstâncias,
Têm que voltar,
Em forma de pesadelos,
E de lembranças que os matam,
Eles já não vivem,
Já perderem a sua identidade à muito.
Já não sabem que são.
Vagueiam pelo mundo,
Mortos por dentro,
Filhos de uma vida injusta,
Que teima em querer lembrar-lhes dos seus pesadelos.
Presos nessa guerra, que lhes queimou a alma
E os deixou sem saída.
Eles são muitos,
E andam por entre nós,
Os que carregam o peso do mundo nas costas!
Poetas,
Esta é a hora!
Vamos formar uma corrente,
Unir nossos versos em elos,
Fortes, resistentes,
Corajosos, valentes!
Vamos desmascarar
Os políticos desonestos,
Perversos,
Tirando-lhes o voto,
Acesso ao sucesso,
Ao dinheiro público mal usado,
Usurpado do bolso de trabalhadores
Suados, cansados, desesperançados!
Dinheiro subtraído com impostos exorbitantes!
Gastos sem critério,
De forma irresponsável e alucinante!
Hospitais Públicos falidos... Sem recursos,
Recebendo verbas insuficientes,
Sem atender aos doentes
Que morrem sem socorro,
Jogados como cachorros
Sem dono... No abandono!
Ah!... Poetas... São seres humanos
Que moram nos morros,
Em favelas, na miséria da periferia,
São Pedros e Marias
Que moram em barracos,
Vestem-se em trapos,
Engolem muitos sapos,
Em vez da comida que alimenta!
Sem acesso à educação,
Sem esperança no amanhã!
Qual será o seu futuro?
Algemados atrás das grades,
Escola da bandidagem?
Vamos tirar o povo deste covil
Que assusta, mata,
Menospreza, desacata!
Destes homens e mulheres carreiristas,
Indesejáveis oportunistas,
Com gana de poder!
Apareçam patriotas idealistas!
Ouçam o nosso grito!
Queremos um novo Brasil!
Um Brasil sem corrupção,
Onde o Povo é respeitado,
Num horizonte expandido,
Por Deus abençoado!
Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.
Aqui estou eu,
Perdida nos meus sonhos
Procuro por ti,
Não te encontro.
Desespero,
Fujo,
Revolto-me,
Choro.
Perco-me de mim própria,
Encontro-me,
E no entanto aqui estou eu.
Permaneço sempre aqui
À espera do inesperável
Mas, tu não vês?
Não vês, o meu sofrimento,
Não percebes o quanto te amo,
Não fujas de mim,
Não saias dos meus sonhos,
Não me abandones ,
Eu não posso ficar assim
Perdida
Mas no entanto,
Aqui estou eu!
Gritando em desespero
Á espera que oiças o meu grito,
Mas tu não ouves
Pois não?
O meu grito é silencioso
O meu coração chama por ti
Meu corpo treme
Minha vida esvaísse
Minha canção
É triste
Não a ouves?
Presta atenção!
Ouve-me.
Adivinha o que o meu coração quer dizer,
Perdi-me
Não me encontro,
Não te encontro
E no fim,
Abandono-me à solidão!
Enviado por carlosmustang em Qui, 01/05/2008 - 03:08
Sei que precisei andar nos becos, e engolir a seco
Para continuar a andar, na esperança de olhar-te.
Nunca foi divertido, como imaginei que fosse,
Sentir a escorrer à boca, a água salgada.
Mas assim hoje, que fiquei prostrado
Sem olhar teus lábios vermelhos
Pedindo apenas, que liberte
Essa dependência, de você.
Não es meu porto seguro
Um chão instável, dor
Abandono, tristeza