Blog de Sonia Delsin

“Sem tuas mãos...”

Tuas mãos são algo assim...
Fantásticas.
Elas têm o dom de me despertar.
Despertar para o amor.
Elas me tocam e me despertam do torpor.
Tuas mãos delicadas conhecem todas as minhas estradas.
As picadas.
As alamedas.
As ruas ensombreadas.
Tuas mãos são como fadas encantadas.
Na minha vida elas chegaram mudando meu viver.
Sem elas eu vivo aqui... a sofrer.
A sofrer.
Costumo dizer que a melhor coisa que aconteceu
em minha vida
foi te conhecer.

“Intocável”

Há uma parte intocável em meu coração.
Nada precisa e nem deve ser acrescentado.
Nada deve ser tirado.
Claro que vai ficar pra sempre guardado.
É relíquia do passado.
Guardo nossa história de amor.
Se houve dor?
E não existiria?
De tudo um pouco necessitamos.
O importante mesmo é que nos amamos.

ÚNICOS

Entre milhões sou única.
És único.
Somos apenas a nossa essência.
Se houve ciência?
Houve ciência para nos construir?
Houve amor.
Somos o sonho do Criador.

“Esperança e fé”

Dizes.
Meu caminho é muito árduo.
Pesa-me nos ombros grande carga.
Atravesso a vida como um penitente.
Eu o olho e penso.
Por que te julgas diferente?
Não vês que todos temos nossas cargas?
Não vês que pelos caminhos podemos nos sobrecarregar ou nos aliviar?
Tudo depende da forma que costumamos com a vida lidar.
Mas sempre é tempo de mudar.
Se vivemos a nos lamentar, precisamos nos corrigir.
Procurar sorrir.
Mesmo quando está sendo duro o nosso existir.
Com idéias positivas tudo melhor há de ficar.
Temos muitas vezes trechos difíceis para atravessar.
Mas com esperança e fé conseguiremos superar.

“Espaços vazios”

Ele precisava preenchê-los.
A angústia o dominava.
Ele precisava preencher as lacunas.
Tombaram suas colunas...
Destruído seu “eu”.
Ele passou a correr atrás de um sonho vazio.
Perdia-se.
Nem sabia mais ser o rio.
O rio da sua existência.
Não tinha paciência.
Era muita exigência.
Perdeu-se nos espaços vazios...
Nunca mais se encontrou.
Perdeu até quem mais lhe amou.

“Tua amada”

Sou uma manhã ensolarada.
Fêmea te chamando numa cama perfumada.
Simplesmente quero ser a tua amada.

“Neste tempo de meu ser...”

Neste tempo de meu ser...
... quanta coisa vi acontecer.
Caminhamos por estradas tão diversas.
Nascer, morrer, renascer, remorrer...
Vi tanta coisa acontecer.
Quanto precisamos aprender!
E a cada instante vamos aprendendo.
Vamos vivendo. Morrendo e renascendo.
Vamos aprendendo.
Esta é minha maneira de ver o mundo.
São estas as respostas que encontro.
Que estamos caminhando “nos tempos” de nosso ser.
E que a eternidade costumamos percorrer.

“Esta outra que eu sou”

Introspectiva.
Esta mulher contemplativa.
É a mesma mulher ativa?
É.
Numa hora gosto do silêncio profundo.
Me afasto do mundo.
Noutra eu gosto do ruído, das vozes, dos passos...
Dos laços.
De abraços.
Tem horas que preciso mergulhar fundo
nesta outra que eu sou.

“Instrumentos da emoção”

Ele disse algo
que tocou meu coração.
Chamou minha atenção.
Ele falou:
- sou um estranho no ninho.
- um peixe fora d’água.
- não devia estar aqui.
- não sou daqui.
Encarei o profundo de seus azuis olhos e pensei.
Também eu.
Também eu pertenço à outra legião.
Somos, meu poeta amado, instrumentos da emoção.
Aí é que está o nosso encanto.
Pro faminto de vida somos pão.
Na terra o grão.
Somos (pelo menos tentamos ser) transformação.

“Que se dane”

Se você vem...
Que o mundo se dane.
Se dane.
No mel de sua boca
Me perco.
Me encontro.
Não desmorono o paredão/ estendo a visão.
Outra dimensão.
Você me dá a mão.
Corremos, amor.
De tudo.
De nós.
Nos encontramos em nós.
E eu me pergunto.
Por que tanto não?