Blog de Sonia Delsin

MARGARIDAS DESPETALADAS

Eu as vi pelas calçadas.
Margaridas despetaladas.
Simplesmente ali jogadas.

“CUTUCA” – saudade eterna

Cutuca.
O mundo é arapuca?
Donde andarás meu amigo?
Donde?
Eu sempre gostei de ti.
Do teu jeito brincalhão.
Da tua mão.
Estendida.
Nunca que vamos descobrir os segredos da vida.
Partiste.
Se fiquei triste?
Entendi.
Que não eras daqui.
Eras um anjo, cutuca.
Um anjo que passou pelo meu caminho.
Não um homem bonzinho.
Um anjo.

INFÂNCIA TÃO FELIZ

Eu corria
com tição na mão.
Cantava com minha vozinha infantil.
Vagalume tem tem.
Teu pai tá aqui.
Tua mãe também.

Eu corria.
Nas árvores eu subia.
Quanta estripulia!
Nos ninhos eu mexia.
Cigarras perseguia.
Quantas novidades a cada dia!

Tudo era emoção.
Guardo estes anos da infância no fundo do coração.
Nunca que vou esquecer aquele pedaço de chão.

ENFIM LIBERTA

Foi libertação.
Saber daquele fato foi como descarregar cem quilos dos ombros.
Quantos assombros!
Na tentativa da caminhada quantos tombos.
Mas tudo é passado.
É finito.
À frente se abre um caminho bonito.

SONHO DE SER

No céu estive.
Estarei.
Tem dias em que eu penso.
Que eu sei?
Quase nada.
Será que não sou apenas um sonho de ser?
Semente.
Latente.
Sonhando nascer.

CAMINHOS

Conheço teus defeitos.
E os meus...
Conheço.
Conheço a hora do adeus.
Conheço teus beijos, abraços.
Sei dos laços.
Sei de nós.
De mim, de ti... de nós.
Na nossa caminhada quanta pedra encontramos.
Quantas vezes nos desviamos.
Quantos percalços!
Quantos passos!
Descobri nossas fortalezas e as fraquezas.
Perdoei tudo.
Estamos evoluindo.
Existem tantos caminhos.
Estamos nos construindo.
Se por algum tempo provamos o caminho da dor.
Hoje em dia tentamos aprender no amor.

À NOITE EU VÔO

Eu escapo no meio da noite pelos vãos da vidraça.
Vou buscar a lua.
Buscar a praça.
Buscar um pouco de mim.
Sou assim.
Sobrevôo o jardim.
Sobrevôo cemitérios, sobrevôo parques, alamedas.
E casais namorando.
Não a bisbilhotar.
A admirar.
Eu vôo.
Vou tudo captando.
As energias do mundo apanhando.
Como estrelas que encravo no meu céu.
Daí então volto a dormir.
E a sorrir...
A sorrir.

RESUMINDO

São pequenos
gestos.
Delicadeza.
É justamente aí que mora a
tua beleza.
A tua espontaneidade
gera a minha felicidade.

PARTIDA – CHEGADA

Estou indo.
Partindo.
Chorando?
Sorrindo?
Estou indo.

Um sol me recebe.
Calor.
Amor.
Me aquece a alma.
Entardece.
Calma.

Tão pouco... quase nada.

Migalhas.
Noto minhas falhas.
Tão pouco.
Este mundo é mesmo louco.

SEGURO OS INSTANTES

Nada mais é como antes.
Seguro os instantes.
Se é o bastante?
Precisam bastar.
Quando o mundo nos oferece flores podemos colher.
Quando o mundo nos mostra os espinhos precisamos nos defender.