Pelejo uma horrível luta,
aquela sem nenhuma glória.
Firo a alma, guerreira bruta
que impele a arroubos de fúria,
mas, não pode... é só a inércia,
sem ganhador, nem disputa.
A guerra de ficar parado,
sem ação, opção, reagir.
Quedo quieto, estagnado,
segurar firme os cães e sorrir,
na tortura de assim resistir.
Apanhar e ficar calado.
De não fazer nenhum apelo,
de aparentar que nunca dói,
que o sangue na veia é gelo,
que a alma a dor não corrói,
que a ferida que abri não dói.
O chorar, melhor não fazê-lo.
A não vitoria é meu missal.
É a viagem sem destino,
ir por ir... sem perguntar final
e cuidar para o desatino
não irromper se raciocino.
Pois o pensar, pode fazer mal.