tristeza

Foto de Rosamares da Maia

Paginas Vazias

Páginas Vazias

Hoje, olho nos teus olhos e vejo,
Eu sei que tudo acabou.
Sinto-me como uma página vazia,
Cinzas que um vento levou.
Foi-se o amor, sem dar satisfações.
De tudo nos poupou, até do sofrimento.
Esquecemos as tristezas, emoções,
Enfim, todos os nossos momentos.
E quando folheio as páginas em branco,
Páginas vazias, desertas das nossas vidas.
Pergunto se alguma dor nelas habita?
Haverá um lampejo, reflexo de um amor?
Prefiro acreditar que sim, alimentar a duvida.
Pois é dor maior perguntar:
Houve amor algum dia?
E inesperadamente constatar,
- A minh ‘alma sempre esteve vazia.

Rosamares da Maia - 2013

Foto de Carmen Lúcia

Eu sou assim

Eu sou assim

Eu sou assim...
Verso inacabado,
poema sem fim
palavra posta de lado
esperando um texto de mim.
Cortina descerrada,
janela aberta,
vento soprando velas,
varrendo quimeras,
professando sua crença,
sua descrença,
sem pedir licença.

Eu sou assim...
Canção desafinada
tocada por nobres
e frios sentimentos
adaptados aos momentos
de instabilidade emocional,
passional, existencial,
quando a razão fraqueja
e o coração, racional,
pulsa num mundo irreal
a realidade que almeja.

Eu sou assim...
Eterna procura de mim.
Estrada torta, caminho sem volta,
em busca da flor que não existe,
da dor que não mais revolta,
do amor que já morreu,
da estrela que ainda persiste
brilhar um universo que inexiste,
mas o brilho se perdeu
num céu que por hora resiste
em enfeitar os dias meus.

Eu sou assim...
Desconhecida de mim.
Preciso me achar,
dar-me um pouco mais de alma,
devolver-me, enfim.
Sentir a luz se acender
iluminando o meu sim.
Comigo mesma sorrir
e todo dia partir...
Encarar o contratempo
sem desperdiçar o tempo
ocioso, precioso, raro.
Viver até o fim,
deixar de ser assim.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

O sineiro

Ressoa o sino...
Badaladas ininterruptas,
simultaneamente
sonoras e abruptas.
Celebra o quê?
O que comemora?
O dia que nasce?
A tarde que morre?
A chegada?
A partida?
O encontro?
A despedida?
Soleniza funeral?
Da morte, um sinal?

E o sineiro não se cansa,
persiste até onde o som alcança
ultrapassando sua barreira...
Pendurado na corda,
envergadura torta,
cumpre a missão rotineira.
Lembra o corcunda
das badaladas soturnas
da catedral de Notre Dame.
Incompreendido, sofrido,
quase sem alma, inânime,
jorra sua deformidade,
a dor do amor- castidade
ao ribombar o sino
que trepida a cidade.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

Lembranças Adormecidas

Silêncio!
Não acorde minhas tristes lembranças...
Elas dormem na minha memória
acalentadas pela dor que senti.
Tudo que vivi continua a vibrar para sempre
nos túneis do cérebro ou
no berço sangrento do coração.
As pancadas mais recentes,
sinto ainda intensamente,
as antigas diminuíram com o tempo,
mas todas se acordadas golpeiam e abrem as chagas
e aquelas sombras caladas, hóspedes indesejadas
despertam a mesma dor.
Porque tudo o que eu senti
retumba para sempre em mim.

Silêncio!
Não acorde minhas tristes lembranças!

Foto de Carmen Vervloet

Morte dos Versos

Ensurdecedora, grita a desilusão!
Trovão e tempestade,
nas rosas tingidas de dor!

No tormento a pena se afoga,
desalinho e desconforto,
a pena empena.

O coração naufraga nas lágrimas.

Enfraquecida a alma não mais voa
e a mente não brilha, se atordoa...
Das estrelas que caíram no âmago da poesia
ficou apenas o pó, nada mais.
Soterrados os versos.

Foto de Carmen Lúcia

Como uma águia

Dou-me a uma pausa.
A canção já não consegue encantar.
A música destoa na pauta.
É preciso parar e refletir,
repensar para seguir.
As palavras já não fluem certas.
Quebram-se, desconexas.
A razão se mostra emocional,
a beleza se funde com o trivial.

Os passos se confundem na trilha incerta
que já não comporta meus sonhos parcos,
despojos guardados num barco prestes a naufragar...
O saber me neutraliza. A ignorância é concisa.
Permite-me repousar.
Pequenas mortes fazem-me recuar
e poetizar tristezas
choradas em meu acervo sentimental.

Meu voo é rasante, aquém do normal.
A vida não pode parar.
Feito águia, recolho-me ao ninho.
Entro em processo de renovação.
Desfaço-me das penas, dilaceração,
fardo pesado de lamentação,
das garras que se me fixam
detendo-me no mesmo lugar.
Esqueço o tempo, persevero e espero
o momento certo de continuar
e pra bem alto, voar.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

Sob as Asas Do Silêncio

O silêncio abre suas asas sobre a noite
enquanto dúvidas são plantadas no coração,
batem em minh’alma feito açoites,
não consigo resposta nem para uma questão.

Por que, meu Deus, tanta acusação,
tanto maldade, tanto descaso,
parece praga, feitiço ou maldição
ou serão apenas coisas do acaso?

Passa por mim uma nuvem de tristeza
e se instala bem dentro do coração,
a chama de minh’alma já não fica acesa...

Já não oculto minha dor num sorriso,
deixo as lágrimas escorrerem sem interrupção,
quem sabe elas são prenúncio de um bom aviso?!

Páginas

Subscrever tristeza

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma