tristeza

Foto de Carmen Vervloet

Vendaval em Vitória

Maio bocejava pensativamente
O dia escureceu num segundo
Nem tempo de pensar teve a mente
E logo veio aquele medo profundo!

O vento levantou-se em vendaval
Na tristeza infinita da paisagem
O espaço virou um gigantesco areal
E a alegria fez uma forçada viagem!

E naquelas tantas casas sossegadas
Onde muitos fizeram os seus ninhos
A paz foi subitamente soterrada

Deixando tanta gente em desatino
A tranquilidade voou qual passarinho
Sem ninho, sem rumo, sem destino!

Foto de Arnault L. D.

Castelo e flor

Na rua, uma sombra alta e triste
ergue-se dentre a névoa gélida;
noite suspensa de um passado.
Tal braço, retesado em riste
do afogando, mão a buscar vida
e um mistério no tempo guardado.

Alta torre faz relevo à vista,
contrasta ao azul, somando ao céu.
Nuvens bordam a moldura entorno;
acima, janela a lua avista
e a filtra em vitrais, a luz pincel...
Quadro vivo, tela o chão, adorno.

Vestígios da beleza em ruína,
restos de sonhos, solvem a volta,
dos risos, dos casos em segredo.
Degraus subindo o mármore a cima,
ligando ao nada a ilusão solta...
Velhos fantasmas a trazer medo.

Apenas restou o que se ergue,
pois, mais ninguém, mais nada lá ficou.
Junto a ultima gota que verteu,
taça de cristal, vinho, e sangue,
estilhaçada a vida se quebrou.
Por testemunha a noite, que esqueceu.

O solo pontilhado de luar,
vazando aos vidros coloridos;
cintilou em matizes de carmim,
que a aurora escureceu ao raiar.
Revelando os Reis adormecidos,
em uma noite, que não teve fim.

Mas, o Sol não trouxe a claridade
que rompesse a densa névoa escura,
que encerrou dentre a alvenaria,
atrás de portas, paredes, grade.
Causas, culpas da história, pura,
não se soube, o oculto não traia...

E veio o anoitecer novamente.
Trancou as portas, fechou as grades,
cerrando as cortinas e os portões...
Desbotando tons, e o inconsciente
se encarregou de criar verdades.
Por provas, fez de mitos as razões...

Recolhido entre as salas desertas,
os anos a somar o abandono
pilharam a beleza em pedaços.
Abrindo furos, rasgando frestas.
E o dormir deste eterno sono,
Morfeu colheu por entre seus braços.

Tudo agora é escombro somente;
cravado à cidade, triste confim
de velhos espectros e da sombra.
Partilhado ao mendigo, indigente,
covil de ratos, aranhas, capim,
que feri aos olhos frágeis que assombra.

Mas, longe da escuridão, um alguém
guardara a lembrança, a luz vencida.
Que afundou-se aos relógios se pôr.
Lembrando a quem, já a muito além...
por tantos anos, por toda vida.
Posto uma prova que houvera o amor.

Solitária rosa, deixava ali.
Em data exata, quando ao ano vem:
De aniversário um presente terno,
no envelhecer do castelo e a si...
Até que a noite deitou-se também,
a pele esfriando-lhe de inverno.

E a ruína, assim, ficou mais só
e a historia, tornou-se rumor.
O castelo apartou-se do mundo,
sequer memória, saudade, ou dó.
Como se sempre ele fora a dor;
tal de canto algum oriundo...

Quiçá, a torre, querendo altura,
qual mão, apenas anseie outra flor,
pelo céu procurando a encontrar...
E para não quebrar-se a jura,
fez das pedras, pétalas, por amor.
Fez-se o castelo uma rosa a murchar.

Foto de Carmen Vervloet

Carta à Minha Mãe

Minha querida mãe,

Quantas saudades!
Dizem que na eternidade o tempo é lento,
mas aqui ele passa mais veloz que o vento!
Tenho a impressão que faz
uma eternidade que você nos deixou...
Sinto sua falta de uma forma tão intensa
que dói, dói, dói muito o meu
saudoso coração!
Quanta falta você me faz mãe!
Você que sempre foi minha
melhor amiga, confidente,
companheira e conselheira,
hoje, sem você, minhas lágrimas
escorrem qual cachoeira,
numa torrente de saudade!
Procuro até não dar muita bandeira,
mas sua ausência deixou
uma lacuna irreparável em mim,
uma tristeza que não tem fim!
Mas chega de lamentos!
Hoje é dia de encantamento
e quero dizer que sempre, sempre
vou te amar!
Tenho a mais plena certeza
que está muito bem
porque o bem que fez nesta vida,
a sua luta, a sua generosidade, a sua lida,
a credenciaram a desfrutar de um lugar
muito especial junto ao Senhor.
Só isto me dá alento
e quando à noite ando ao relento
continuo ouvindo sua doce voz:
“Menina sem juízo vai ficar doente”
E então sinto você pertinho de mim
e mato um pouco desta saudade sem fim.
Eu te amo, mãe, ontem, hoje e sempre.
Feliz dia das mães!
Beijos da sua filha,

Foto de cnicolau

Não sei

Torno, depois de muito tempo a escrever...

Mais uma vez com o peito apertado
Outra vez com a boca seca
Novamente e demasiadamente cansado dos
percalços que a vida teima em me mostrar...

Posso ser a melhor pessoa do mundo, posso ser o pior dos piores, posso até ser um "meio termo", mas de nada adianta, ela teima em me mostrar o meu lugar...O chão

Honestamente não sei mais o que dizer ou o que fazer...

Passam-se anos, meses, dias, horas, porém o que deveria mudar não muda, o que deveria ser diferente mostra-se ser igual...

Cansado de levar tombos, cansado de sempre ter que tentar seguir dessa maneira, começando tudo do zero...

Quando penso que está melhorando, vem a vida novamente e aparece com algo absurdo, e a cada vez mais e mais e mais e mais...

Cansado, Tired... A língua não interessa mais, o conhecimento torna-se vazio e sem graça...Sou apenas mais um...

Um, Com o conhecimento suficiente para entender que não sou suficiente pra NADA.

Um dia após o outro...

Ao menos tenho a esperança, que quando o túmulo chegar, isso há de acabar....

Até lá, vou sofrendo em meu caminho, sozinho e vazio............

Cleverson Luiz Nicolau
07/05/2013

Foto de José Bento

O velho e o rio

Navega o velho no rio
No barco velho, sentado
Ao lado o velho embornal,
Uma espingarda tacanha,
E um facão enferrujado

O olhar pregado no tempo
Absorto a contemplar
Ao longe, ao pé da serra
Uma ovelha a pastar.
E assim como a ovelha,
Também foi com os anuns
Onde haviam centenas
Hoje só restam alguns

Navega o velho do rio
Perdido em seus pensamentos
Trazendo marcas no rosto,
Sentindo o sopro do vento,
Que lhe traz recordações,
Lembranças e sensações,
Da vida em outros tempos

É assim toda manhã,
Antes do sol levantado
Navega o velho no rio
No barco velho, sentado

Segura a velha tarrafa
E a joga com cuidado
Vai lentamente puxando
O cordão todo emendado
Tenta pegar algum peixe
Se é que ainda existe
Porem o peixe não vem
Mas o velho não desiste.

Navega o velho no rio
No barco velho, sentado
Ao lado o velho embornal,
Uma espingarda tacanha,
E um facão enferrujado.

Volta pra casa a noitinha
Vencido pelo cansaço
Trazendo a pele queimada
E calões nos pes descalços
Quem sabe então amanhã
Mais sorte lhe seja dada
No despertar matutino
Ao cantar da passarada.

Lá vem o barco do velho
Descendo pela encosta
Trazendo o velho embornal
E a tarrafa que ele gosta
O barco desce sem rumo,
Parece não ser guiado
Morreu o velho do rio
No barco velho sentado

Desce o barco á deriva
Navegando lentamente
Arrastando-se nas curvas
Buscando o sol nascente
Como quem diz num aceno
Que o barco não volta mais.
Adeus meu querido velho!
Deus te guarde, siga em paz!

José Bento

Foto de Carmen Vervloet

O Mentiroso

"De tanto se repetir uma mentira, ela acaba se transformando em verdade."
Joseph Goebbels

O mentiroso é pródigo em juramentos
mas, insensível à sua mentira cruel,
cria um vendaval de tantos tormentos,
dissemina mentiras até em papel.

Induz pessoas a erros sem volta,
causa no seu alvo mágoa e revolta...
O mentiroso é sempre um exterminador
da verdade, do bem, da paz, do amor!

É um fraco que se esconde atrás de pretenso poder,
envolvendo-se no que não lhe diz respeito,
perseguindo, injuriando sempre um nobre ser,
ferindo-lhe com o punhal dos seus próprios defeitos

Foto de Carmen Lúcia

Rua do Porto

Rua do Porto...

Reduto dos desencontros,
úmida, sombria e torta,
ancoradouro dos confrontos,
vazia de portas e janelas
onde o silêncio deixa uma fresta
e seu eco recua diante dela.

Rua do Porto...

Lugar de almas atravancadas,
sem calçadas, esburacada,
onde o sol se esqueceu de entrar,
onde a lua jamais vai brilhar
e as manhãs já não querem acordar.

Rua do Porto...

Onde a noite aporta sem lua...
E um tapete umidificado de limbo
mofa a ilusão da chegada e da espera
de transeuntes que passaram por ela
ludibriados buscando quimeras...

Rua do Porto...

Beco onde a vida se infiltra
a procura de um brilho oculto
que lhe passe a ilusão de luar
ou revele nos recônditos dos seus vultos
uma alma de luz a brilhar...

_Carmen Lúcia _

Foto de poetisando

Um dia

Um dia irei ser esquecido
Tudo assim é nesta vida
Amores amizades e paixões
Que tive nesta minha vida
Até ser de um qualquer sonho
Ou de uma grande paixão
Vai restar apenas saudade
Neste meu pobre coração
Quando esse dia chegar
De mim se terem esquecido
Amores e amizades que tive
Neste coração tão sofrido
Um dia irei ser esquecido
Por quem pensava me amar
Amores e amizades que tive
Quando me estava a enganar

De: António Candeias

Foto de carlosmustang

'''EU ODEIO HIPOCRESIA'''

Quando tem alguém que lambe a bota
E sem ferir carne choca!
Tem quem mostra sua dor
Não pra aceitar, mas pra ser!

Há gente que vive pra somar
Na sua velha dor, à chorar
Vivendo a encantar...
No cantinho, esperando

A dor mental intrujar
Delírios, voar sano
Ser grato a meu viver

Entrar de pé no piso
Viver em pé no chão, impreciso
Marcando corações...

Descanse em Paz CHORÃO

Foto de Carmen Vervloet

Purificação

Quando a dor finca raízes na alma,
chora!
Chora até que as lágrimas lavem
todos os resíduos que te fazem sofrer,
matando angústias, decepções,
perdas irreversíveis, enfim toda tua agonia.
As lágrimas lambem as feridas,
purificam o espírito
e te colocam frente à vida, renovado.

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