Sagrado

Foto de Sonia Delsin

“Te guardo”

“Te guardo”

Te guardo
dentro do meu ser.
Como a mais bela
de todas as manhãs.
Te guardo entre as romãs.
Do cesto sagrado.
Tu és o meu amado.
Eternamente...
... eternamente.
Eternamente.
O meu amado.
Te guardo
num cofre dourado.

Foto de killas

A TERRA QUE TE VIU NASCER

As cores desta fresca terra,
Da terra que te viu nascer,
A beleza que ela encerra,
Será a tua até morrer.

Só me apetece beijar,
Este solo que é sagrado,
Aqui eu consigo respirar,
E voar sempre a teu lado.

Ainda bem que nas viagens,
Eu te consegui encontrar,
Por entre tantas passagens,
Logo ao pé de ti fui chegar.

As voltas que o destino pode dar,
São sempre algo de surpreendente,
Nunca pode ser de admirar,
Quando nos toca a sua mão quente.

Foi ele com a sua longa mão,
Que até a ti me foi conduzir,
E criou em mim uma grande paixão,
Sem eu nada ter de pedir.

A nossa maior felicidade,
Vai estar à nossa espera,
Para ser uma realidade,
Basta acreditarmos nela.

A rainha eu quis procurar,
Onde quer que estivesse,
Nem que tivesse de viajar,
Até ao dia em que morresse.

Esta terra por Deus criada,
E lá um dos seus anjos deixou,
Foi ela a minha grande amada,
Que na minha luz eterna se tornou.

Foto de ERIKO ALVYM

NOBREZA

É hora de partir
os que celebram estas terras
se alegrem
- o pirata recolhe a bandeira
e o menino encontra na flor o selo sagrado

O pássaro sobe além da carne
e da saudade,
quando a ansiedade
é recebida com descaso
o levante da armadura é iminente

Ao longo da praia
o azul é o véu do êxtase
eu introduzo em você
a carne pelo abismo estrelado
e o céu se mostra em profundidade e corpo

Da nobreza
o cavalo cheira a entranha da fêmea
e a centelha se abre anjo
pelo encantamento
que a tua carne flameja

Minha mulher
no ventre teu
os Céus acenam à Terra
ao te Amar eu entendo o Deus

Foto de RHANI

Aos quatro

Aos quatro ventos,Mandei meus sentimentos.
Perdi-me em seus cabelos,loiros feito ouro.
Meu mais lindo tesouro,Aonde me perco em seu cheiro.
E caio no desejo, de enbaraçalos desses de seu inicio,até o fim.

Aos quatro cantos do mundo,com um amor profundo.
Que eu tenho guardo,E cubro.
Todo dia de poesia.
Todo dia de paixão

Aos quatro lados da historia.
Que em seus cabelos como agora.
Seu cheiro delicioso.
De um modo bem manhoso.
Sempre com seu balançar

Aos quatro lados lindos modos de viver a vida.
Entre as horas esquecidas,de agora ou de outrora.
Esses quatros modos,eram é e sempre serão.
Entreguei-me de corpo e alma.
Entreguei-me de paixão.
Entreguei-me por carinho.
Entreguei-me pra não mais pensar deixar,que eu possa ficar sozinho,ou sem você.

Aos meus ex-quatro prantos.
Que já tive que usalos tantos.
Olhe em meus olhos e veja o brilho que eles tem.
ouça a voz da minha alma gritando que sem você não sou ninguém.

Aos quatro azes do baralho.
Meu juramento contigo é sagrado.
Minha vida,minha esposa,minha princesa encantada.
Nada nem ninguem ficara em nosso caminho,ou atrapalhara nossa jornada.

Ao te dizer te amo,pela primeira vez.
Jurei que não o diria para mais ninquem.
Pode ser dificil acreditar em mim.
Mas fazer o que eu sempre fui assim.
Nosso amor que é grande lutarei por ele até o fim.

Para sempre enrolar-me em seu cabelo.
Encontra-te protegida,para sempre em meus braços.
O nosso amor que é grande....
Sem ele não sei mas o que eu faço.

Foto de Carmen Lúcia

Aos porquês da vida...

Ao questionar sobre os porquês da vida,
onde contida, a nossa missão reprimida,
não ouço resposta, apenas silêncio vazio...
Então observo os pequenos fatos,
os que regem o cotidiano
impelindo-nos a diversos atos,
que improvisados, isentam planos
e se alastram pelas estradas
ora íngremes, ora sem danos.
A longa caminhada completa-se passo a passo...
Letra por letra escreveu-se o livro mais sagrado...
Segundo a segundo transcorrem-se milênios...
Pequenas fontes geram translúcidas cachoeiras...
Grãozinhos de areia e momentos incertos
juntam-se, criando dunas e desertos...
Pequenas gotas fazem cair a chuva...
Tijolo por tijolo, a mais rica construção...
Com sete notas, a mais bela composição
de Bach, Ave Maria, suave sinfonia...
O todo é composto de pequenas frações...
E os porquês nos conduzem às conclusões:
A multidão é formada por “eus,”
só resta pulsar nela um coração...
Pequenos gestos de compreensão...
Solidariedade,respeito, indulgência e perdão.
Fazer a mudança que meu ser precisa...
Ajudar a mudar a vida indecisa...
Implantar a união,
reconstruir a nação
e de amor profundo,
consertar o mundo.
Lembrando a todo segundo
que tudo nasceu de um sonho.

(Carmen Lúcia)

Foto de RHANI

O Silêncio das flores

Em um jardim florido.
cOm margariadas,tulipas e outras mas.
Foi logo o seu perfume.
Que apaixonou esse rapaz.

Cai-me em seu sorriso.
Perdi-me nesse amor tão lindo.
Que só por ele,cada dia quero dizer.
Achei o amor de minha vida,isso mesmo é você.

em um silêncio ensurdecedor.
Todas tem inveja de ti.
Pois tens o que elas nunca irão ter.
Um amor sincero e verdadeiro como o meu por você.

Agora as ninfeias.
A mais bela flor da natureza.
Procura em ti toda a certeza.
Do por que não escolhi ela,mas você.

As rosas que se dizem belas.
Agora caindo aos prantos.
Achavem-se bela aos tantos.
Mas aceitaram,que es a mais bela flor de meu jardim.
Agora é você.

Até as margaridas.
Que pensavam ser meu sol.
Quando te viram disseram,uau.
Pra ela perdemos,não a comparação.

Eis que fui ouvir .
Os prantos das tulipas.
Que era sua amiga, e me disse:
É meu amigo escolheu bem.

Não escolheu uma rosa.
Mais a flor mais bela que nesse jardim tem.
Olhe como ira tratar dela.
Ela mereçe ser tratada muito bem.

Eis que elas viram,você vindo pro meu lado.
O céu ficou nublado.
Pois todas queriam estar em seu luga.
Mais meu amor é você,não ira mudar.

Quando me disse:oi
Ouvi o silêncio saido de cada flor.
Nos desejando amor.
Paz,carinho e sempre nos amar.

Ai ouvi um pranto longe e profundo.
Que me encheu de emoção.
Era meu coração.
Que se apaixonou pela flor mais doce,bela que havia.
ela meu raiar do dia.

Até hoje todas tem inveja de tí.
Lembro de como es,antes de dormir.
Pra poder ve-la em meus sonhos.
E poder sorrir.

Estas sempre em meu peito.
Me tras alegria de um jeito.
Aonde minha bela flor.
Tudo é motivo para amor,Tudo é motivo para amar.

E hoje as flores ciumentas.
Ainda muitas não se aguenta.
E querem estar em seu lugar.
Para poder sentir na vida,o que sim é amor.

Para poder sentir na vida,o que sim é amar.
Escolhido por tí,como seu namorado.
Minha bela flor,contigo sempre vou estar.
Caminhando a seu lado.

Em um sentimento de amor profundo.
Em um sentimento de amor sagrado.
A melhor coisa que aconteçeu em minha vida.
É ser seu lindo poeta e eterno apaixonado

Foto de carlosmustang

DE TANTO QUE TE AMASTE

Quando se tem um fio num amor
E algo ofusca esse esplendor
Suja de "marcas" essa esperança
Deixa somente uma lembrança

E só choro e decepção
Saudade em plena emoção
Desespero de não crer nessa grandeza
De todo amor só sobrou tristeza

Sem paredes para apoiar-se
Só crescimento, enfim restou
Desiquilíbrio emocional, ficou

Meu sentido desvairou-se
O amor por ser sagrado,
No meu coração findou-se...

Foto de DeusaII

Deixa-me enfeitiçar-te...

Deixa-me enfeitiçar-te a alma
Derramar sobre ti
Todo o meu ser,
Sentir entrares ao de leve em meu corpo,
E de mansinho colar tua alma à minha.

Deixa-me viajar contigo,
Ser teus olhos, teu sorriso,
Ser tua vida, teu coração.

Deixa-me envolver-te em magia,
Quebrar tudo em ti
E reconstruir-te de novo.

Deixa-me perder-te para o mundo,
Apagar todos os sinais dos tempos
Para que a serenidade domine a tua alma,
Controle a tua vida.

Deixa-me enfeitiçar-te,
Para que possas viver em união
Com o mais sagrado que existe em ti.

Deixa-me encantar teu coração,
Com palavras mágicas ditas em forma de oração,
Para que teus demónios nunca te atormentem.

Deixa-me lançar-te um feitiço,
Para que possas sair do teu corpo.

Deixa-me proteger-te,
Afastar tuas ilusões,
Matar tuas alucinações
Para que tu e a tua alma
Sejam sempre uma só.

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

DOIS CORPOS NUS

DOIS CORPOS NUS
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Toque nos meus joelhos
Me faca um pouco de cafune
E me passe todo seu calor
Pode beijar os meus pentelhos
Do jeito que voce quiser
Eu nao tenho nenhum pudor

Segure as minhas nadegas salientes
Use o seu dedo para um carinho
Ou a sua lingua atrevida
E lhe abrirei as pernas indecentes
Para lhe oferecer o meu ninho
No desejo de ser possuida

Massageia os meus pes cansados
E beije os meus dedos perfumados
Que fazem parte do que lhe dou
Todo o meu corpo e tarado
Para ficar ao seu acoplado
Se preciso toda a noite,meu amor

Nao ligue para os puritanos
Que sao covardes hipocritas
Que desejam o mesmo que nos
Condenam-nos como devassos insanos
Mas atras de todas as portas
Fornicam e gemem quietos e a sos

Beba do meu leite molhado
Que fara bem a sua pele
E eu beberei do seu tambem
O amor vale tudo quando e sagrado
E aquele que o repele
Nao pode jamais amar ninguem

Olhe como os espelhos
Refletem a beleza da copulacao
De dois seres numa entrega
De-me todos os seus beijos
Seus labios, e todo seu tesao
E mexe e mexe, porque a cama nao quebra.

Goze livre, porque o gozo e divino
E aproveite este momento lindo
Vire os olhos que lhe dou as costas e peco mais
Somos so uma carne, dois corpos nus
Somos o amor quebrando todos os tabus
E gozando toda a merecida paz

© 2008 Islo Nantes Music/Globrazil(ASCAP)
Globrazil@verizon.net or Globrazil@hotmail.com
Brazil - (021) 2463-7999 - Claudio
USA - (1) 914-699-0186 - Luiz

Foto de Osmar Fernandes

O mundo encantado de Isabel

O mundo encantado de Isabel

Em uma terra muito distante, vivia uma menina que se chamava, Isabel. Essa terra, onde ela morava, era um lugar encantado. Havia fadas, gnomos e duendes. Nesse lugar encantado as flores falavam e todos os animais se comunicavam entre si. As nuvens eram feitas de algodão doce e os rios eram formados de sucos, refrigerantes e água potável. A menina Isabel adorava essa terra de sonhos, era o seu mundo encantado. Todos, ali, viviam felizes.
Um dia a menina Isabel e a sua amiguinha – a fada Raio de Sol, ficaram desesperadas ao verem a floresta do mundo encantado pegando fogo. Uma enorme nuvem negra era vista pelos quatro cantos do mundo encantado. Formou-se um cataclismo. Viram que um imenso Dragão do mal estava incendiando a floresta, soltando muito fogo pela sua boca. A menina Isabel ficou muito angustiada, indefesa e sem saber o que fazer. Foi quando teve uma idéia supimpa e falou de supetão à sua amiguinha:
- Fadinha, você tem que me ajudar a salvar o mundo encantado, urgente, antes que seja totalmente destruído pelo dragão do mal. Transforme-me num animal poderoso para que eu possa dominar e conter a fúria desse monstro de asas.
Tristemente, a fadinha lhe respondeu:
- Não posso fazer isso sem a permissão do poderoso mago, Merlin. Ele é o comandante do meu reino. Se ele descobrir que alguma fada principiante, como eu; desrespeitou o livro sagrado, ele a manda para ser julgada no Tribunal das Fadas; e dificilmente a ré obterá a absolvição, pois é falta gravíssima e a condenação é inevitável. Além de perder todo o poder mágico, a fada condenada volta a ser uma simples mortal. Para mim, é sentença de morte. Não posso correr esse risco. O castigo é muito severo.
A menina Isabel, chorando, respondeu:
- O mago, Merlin, nunca vai saber disso. Será o nosso segredo para o resto de nossas vidas. É causa justa, é caso de vida ou morte! Se você não me transformar logo, vai ser tarde demais. Todos irão morrer. Aquele dendroclasta está exterminando o meu mundo. Amiguinhos meus estão morrendo indefesos. Pelo amor do criador do mundo do faz-de-conta, ajude-me a salvá-los, por favor!?
A fadinha amiga, piedosa que era, não vendo outro jeito, comovida, repleta de compaixão, resolveu desobedecer à ordem do seu superior, e, ao estatuto de sua lei, e decidiu ajudar a menina Isabel.
Pôs o seu dedo mindinho no narizinho dela e pronunciou as palavras mágicas, dizendo:
-Pirilim, trintrinc, trimplintrinc... Repetiu três vezes, e, de repente, o corpinho da menina Isabel foi sofrendo uma mutação, e transformou-se numa ave grande e forte e muito formosa – numa Águia Dourada.
Bem baixinho, a fadinha sussurrou ao pé do seu ouvido, dizendo:
- Voa, voa, voa bem alto minha linda Águia Dourada, e salve o mundo encantado e todos os habitantes do reino da menina Isabel.
A ave deu um vôo rasante, e aos poucos começou a voar, voar bem alto e poderosamente, como nem outro pássaro jamais havia voado em todo o mundo encantado.
A fadinha sentou-se muito preocupada diante da sombra de uma bela arvoreta, e, resmungando, disse a si mesma: “Por Merlin! Como vou sair dessa?... Desobedeci o mandamento mais sagrado do livro das fadas. E, agora?!”
Só aí ela se deu conta do que tinha feito. Não havia mais jeito de voltar atrás. O grande problema, além de sua desobediência, era que não sabia desfazer aquela mágica. A menina Isabel poderia viver eternamente como uma Águia Dourada. Era sua primeira mágica, sua iniciação.
Enquanto isso, a Águia Dourada fora ao encontro daquele monstro destruidor da floresta e ao se aproximar dele, furiosamente, disse:
- Por que você está destruindo o mundo encantado da menina Isabel?
O dragão respondeu:
- Porque alguém deste mundo encantado roubou o ovo de ouro do meu povo, e, sem ele, todos os dragões desaparecerão. Será o fim da minha espécie. Eu soube ainda, através da bruxa Doroti, que, o sumiço do ovo foi a mando do mago Merlin, porque ele quer dominar todos os mundos.
A Águia Dourada, ficou entristecida e muito pensativa... Na verdade, o que aconteceu, de fato, foi que a bruxa malvada invejosa queria destruir a felicidade do mundo encantado da menina Isabel, e, ao descobrir o segredo do ovo de ouro dos dragões resolveu roubá-lo, e pôr a culpa no mundo da menina Isabel.
A Águia Dourada, levantando a cabeça, emocionada e preocupada com a mentira da bruxa, respondeu ao dragão:
- Como você pôde acreditar numa loucura dessas! Você sabe que a feiticeira é cheia de inveja, de ira; ela tem ciúme de todo mundo que vive feliz. Você acha que o poderoso mágico de todo o universo, o criador de todo o mundo do faz-de-conta, precisaria mandar alguém do mundo encantado roubar o ovo de ouro dos dragões para aumentar o seu poder e dominar todos os mundos? Você não acha que aí tem coisa? Tem o dedo podre da feiticeira?!
O dragão, fazendo uma pausa, parou e pensou... Deu um vôo extraordinário, foi até o rio do mundo encantado, encheu sua enorme boca d’água, e, sobrevoando a floresta em chamas, como um verdadeiro bombeiro, começou a apagar aquele incêndio, que ele mesmo havia provocado.
A Águia Dourada ficou muito feliz com a atitude do Dragão, e começou a ajudá-lo. Depois de muito trabalho, o fogo foi controlado e apagado, e o incendiário disse à sua ajudante:
- Desculpe-me, perdoe-me! Causei muitos estragos, sofrimentos, tristezas e mortes. Eu estava enfurecido, descontrolado, irado, e não parei para refletir. Acreditei na conversa mole daquela malévola feiticeira e fiquei fora de mim. Acreditei em quem não deveria, e, agora, estou arrependido. Vou tirar isso a limpo, vou até o castelo daquela maldita e vou exigir suas explicações, minuciosamente, detalhadamente, e, se ela não me disser a verdade e não me devolver o ovo de ouro, destruirei aquele lugar fedorento e horrendo.
Animada, feliz com esse procedimento, disse ao Dragão:
- Vou junto contigo, quero olhar bem no fundo dos olhos daquela invejosa, e quero ouvir o que tem a dizer.
O monstro concordou imediatamente, e os dois voaram três dias e três noites rumo ao destino almejado, o castelo da bruxa.
Mas, antes que eles chegassem, a feiticeira foi informada pelo seu olheiro, que vivia no mundo encantado – o seu Piolho, seu puxa-saco – de tudo o que havia visto e ouvido... E que o Dragão e a Águia Dourada estavam a um passo de seu castelo.
A feiticeira não perdeu tempo e convocou o seu exército do mal para impedir a ação do Dragão e da Águia Dourada.
O exército da feiticeira armou uma cilada, uma tocaia para os invasores, que foram surpreendidos, feridos e imobilizados, acorrentados e presos no calabouço do castelo.
Longe dali, no mundo encantado, Dona Arvoreta despertou subitamente e acordou a fadinha angustiada e disse:
- Eu tive um sonho muito ruim, um mau presságio. Vi o seu Dragão e sua amiguinha – a Águia Dourada, tocaiados pelo exército do mal da feiticeira e foram surpreendidos, feridos, acorrentados e presos no calabouço do castelo da bruxa. Correm perigo de vida. Você tem que fazer algo imediatamente, senão eles vão desaparecer para sempre.
Meio sonolenta ainda, e sem compreender direito, a fadinha disse, de supetão:
- Mas, como assim? Que conversa fiada é essa? Quem me diz uma asneira dessa?
Só um pouquinho depois, ela se deu conta de que estava sozinha, que havia sonhado, tido uma premonição ou algo parecido... Confusa, olhou para os lados, não viu ninguém... E dona Arvoreta mais uma vez insistiu, dizendo:
- Não, não é devaneio seu, sou eu que lhe falo.
E, despertando a fadinha, dona Arvoreta lhe mostrou, através do seu espelho mágico, o Dragão e a sua amiguinha, presos. E, contou-lhe tudo o que havia acontecido... e ainda, disse-lhe:
- Somente você pode salvá-los. Faça isso antes que seja tarde demais, pois a bruxa malvada pretende transformá-los em soldados de seu exército maligno. Esse castigo é pior que beber do veneno da própria morte.
A fadinha, chocada com essa notícia, não viu outro jeito, senão pedir socorro para o grande mago, Merlin, e lhe contar toda a história, acontecesse o que acontecesse. Era tudo ou nada! Era caso de vida ou morte! De súbito, transportou-se para o Castelo do grande Mestre. Imediatamente, marcou uma audiência e foi ter com ele, e lhe confidenciou:
- Senhor, criador do planeta da imaginação, do mundo encantado e do mundo do faz-de-conta, cometi um grave erro, um pecado mortal, desobedeci a lei do grande livro das fadas. Sem o seu consentimento transformei a menina Isabel em uma ave poderosa. Mas, afirmo-lhe, senhor, foi por causa justa e urgente, caso de vida ou morte! O Dragão destruidor, estava incendiando o mundo encantado. Perdoa-me, senhor, por isto! Mas, a menina, Isabel, desesperada, vendo o seu mundo em chamas ardentes e os seus amigos morrendo, suplicou-me, e, naquele instante, agi de acordo com o meu coração, e vi que a única forma da menina enfrentar a fúria do monstro era através da minha ajuda, por isso, fiz o que fiz.
A fadinha contou-lhe toda a história, e disse que precisava de sua ajuda para salvá-los das garras da bruxa malvada, senão eles poderiam morrer ou tornarem-se escravos do exército da feiticeira. O poderoso mago, respondeu:
- De fato, você cometeu uma gravíssima falta e será julgada de acordo com o seu erro, pelo Tribunal das Fadas. Se for condenada, nada poderei fazer para ajudá-la. Se for absolvida, dar-lhe-ei poderes para que lute contra o exército do mal e os feitiços de Doroti, e salve os seus amigos.
A fadinha ficou detida no palácio do mago. Mas, naquele mesmo dia, o grande mestre convocou o Tribunal das Fadas, para julgá-la, assim composto: O juiz – O mago Merlin; o defensor público do livro sagrado – o papa das fadas – o senhor Bagú; o advogado da fadinha – o doutor Galileu; O corpo de jurado – formado por sete fadas madrinhas, dois duendes e dois gnomos.
Iniciado o julgamento, o defensor do livro sagrado do mundo do faz-de-conta, disse, após a leitura dos autos:
- As leis do livro sagrado são bem claras, e diz: no seu capítulo I - art. 4°. “-Nenhuma fada iniciante poderá fazer qualquer mágica sem a permissão do grande mago, Merlin. Aquela que desobedecer a lei perderá o seu poder mágico e viverá como uma simples mortal, e será jogada e abandonada para sempre no calabouço do mundo da escuridão.” Por isso, peço ao corpo de jurado que a condene, para que isto sirva de exemplo para as outras fadinhas principiantes. Não podemos abrir nem um precedente, para que não caiamos na ridicularidade em casos futuros. Peço pena máxima para a fadinha desobediente.
Levantando-se, o advogado da fadinha disse:
- Excelentíssimo senhor Defensor se esqueceu de que toda regra tem a sua exceção. A fadinha não fez uma mágica por achá-la bonita ou para se aparecer. Ela socorreu uma amiga em apuro, que, desesperada, implorou-lhe ajuda para salvar o seu mundo da fúria do Dragão e do incêndio da floresta. Foi caso de vida ou morte! Se a fadinha não tivesse tomado essa atitude naquele momento, todo o mundo encantado teria sido destruído e se transformado em cinzas, e todos os seus habitantes estariam mortos agora. Não vejo nenhum crime nisso. Provavelmente, se ela não tivesse tomado aquela decisão, naquela hora, estaríamos aqui, não a julgando, mas condenando-a por omissão, o que seria de fato um crime imperdoável.
Nesse momento, a platéia, que era formada por muitos gnomos, duendes e pelos habitantes do mundo encantado, pronunciaram: “Ela é inocente! Inocentem-na! Salvem-na, antes que seja tarde demais! E o Juiz, o poderoso mago, Merlin, com o seu martelo prateado, bateu-o várias vezes em sua sineta, pedindo: silêncio! silêncio! Senão vou colocá-los para fora do tribunal.
O Julgamento foi suspenso por duas horas. O júri reuniu-se para tomar a decisão final.
Logo depois, recomposto o julgamento, o juiz, o todo poderoso mago, Merlin, perguntou ao Presidente do júri:
- Senhor presidente, qual foi o veredicto do júri?
O senhor presidente respondeu:
- Excelentíssimo senhor juiz mago Merlin, o júri, depois de muito raciocinar, por unanimidade, chegou à conclusão de que a fadinha Raio de Sol é inocente!
A felicidade do auditório foi de grande euforia... E o senhor juiz determinou que ela fosse solta, imediatamente. A Fadinha agradeceu o seu advogado e todo o júri, dizendo: “Muito obrigada! Por Merlin, muito obrigada!” E, foi ter com o juiz, em seu gabinete, dizendo:
- Senhor, meu poderoso mago Merlin, ajude-me a salvar o Dragão e a menina Isabel, eu não sei o que fazer!
Merlin disse à fadinha Raio de Sol:
- A partir de agora, você será uma fada de quinta grandeza e terá poderes de uma fada madrinha. Ordeno-lhe que descubra quem roubou o ovo de ouro do mundo dos Dragões e o puna conforme a sua consciência. Dê-lhe o merecido castigo.
A fadinha, rapidamente, convocou treze amigos, para ajudá-la nessa missão. E partiram para a batalha na hora do crepúsculo.
O exército do bem, representado pela fadinha e seus amigos, iria enfrentar o exército do mal, da bruxa malvada. O risco de morte e destruição era muito grande. O combate seria sangrento e ninguém podia prever o seu final.
Ao se aproximar do castelo maligno, o exército do bem surpreendeu o exército do mal; e a fadinha, seus gnomos e duendes, transformaram o exército da bruxa em estátua gélida... e invadiram o castelo; e de surpresa adentraram o laboratório da megera, e a fadinha Raio de Sol, com os poderes ganhos do seu mestre, disse a ela:
- Exijo que solte os meus amigos agora mesmo, senão, vou transformá-la numa coisa feia, tão feia, que teria sido melhor nunca ter existido. Se não me atender agora mesmo, vai se arrepender por toda a sua existência diabólica.
Sentada no seu trono horrível, a bruxa, desconcertadamente, com ares de coitadinha, disse:
- Não sei do que você está falando!
E, a fadinha, irritada, impaciente, severamente, respondeu:
- Estou perdendo a minha calma, obedeça-me, ou destruí-la-ei eternamente.
A bruxa, notando que a fadinha falava com compostura, com medo respondeu:
- Eu sei que você agora tem poderes, é uma fada madrinha, mas, só vou pô-los em liberdade, se fizermos um acordo.
A fadinha, angustiada, disse:
- Que tipo de acordo?
A bruxa, tremendo de medo, falou:
- Você tem que me prometer que vai conter a fúria do Dragão, para que ele não me destrua. Esse é o acordo. Sei que a palavra de uma Fada Madrinha não pode ser quebrada em hipótese alguma. Isso está escrito no grande livro sagrado das Fadas. Não é?
Raio de Sol, respondeu à bruxa:
- É verdade. Tem a minha palavra! Agora, solte-os.
A bruxa ordenou aos seus malfeitores, que soltaram o Dragão e a Águia Dourada. Foram trazidos imediatamente ao laboratório da bruxa, que ao verem a fadinha, alegraram-se, e o Dragão, enfurecidamente, disse:
- Doroti, bruxa de belzebu, larapia e mentirosa, agora me fale aonde está o ovo de ouro do meu povo?
A bruxa, encurralada, sitiada, resolveu ceder e contar a verdade, dizendo:
- Está bem, eu confesso que o roubei, mas só vou devolvê-lo se me prometer que não vai destruir-me, conforme o acordo que fiz com a Fada Madrinha.
Nesse exato momento, o Dragão fitou a Fadinha, que balançou a cabeça, afirmativamente, e, o Dragão então disse:
- Sendo assim, prometo. Mas, traga-me logo o que é meu, antes que eu mude de idéia.
A bruxa mandou os seus comparsas buscarem imediatamente o ovo de ouro, e o entregou ao seu legítimo dono.
O Dragão, felicíssimo, despediu-se dos seus amigos e mais uma vez pediu perdão para Águia Dourada, pelos danos, mortes e sofrimentos que causou aos habitantes do mundo encantado, e partiu.
A fadinha disse à bruxa malvada:
- Prometi e cumpri. O Dragão não lhe destruiu. De hoje em diante, você não terá mais o poder de fazer mal. Passará o resto de sua vida nojenta condenada a vegetar no mundo da escuridão, no calabouço do seu castelo sujo, sozinha. Conhecerá o sofrimento da pobreza, da solidão e da velhice. Depois pagará os seus crimes conforme o que está escrito no grande livro do mago Merlin. Será, a partir de agora, uma simples mortal, e conhecerá a morte... Seu exército transformá-lo-ei numa tropa do bem, vai ajudar todos os necessitados... Chamar-se-á o exército da salvação dos excluídos. Aonde houver uma destruição, incêndio ou catástrofe, estará lá para ajudar a salvar e depois a reconstruir... Esse é o seu castigo.
Condenando a bruxa, enviou os exércitos para uma missão secreta... A fadinha, despediu-se... E partiu com a sua amiguinha.
Depois de longa viagem, resolveram descansar. Aterrissaram debaixo daquela mesma arvorezinha... E a Águia Dourada disse:
- Estou muito feliz por toda ajuda que me deu. Salvei muitos amigos e meu mundo encantado da fúria do Dragão, e a questão do roubo do ovo de ouro foi esclarecida. Agora quero voltar a ser novamente o que sou, a menina Isabel, certo?
A fadinha tristemente lhe respondeu:
- Virei o meu mundo do avesso para ajudá-la. Fui parar no Tribunal das Fadas por isso. Não estou nenhum pouco arrependida pelo que fiz. Faria tudo de novo. Mas, não sei como desfazer essa metamorfose, não sei como transformá-la novamente na minha amiguinha. Naquele dia eu tentei avisar você, mas tudo aconteceu tão rápido, que não me deu ouvidos, nem tempo para eu falar.
A Águia começou a chorar, desesperadamente, e a dizer para si mesma: “E agora, meu Senhor, Merlin, criador do mundo do faz-de-conta e do mundo encantado, o que será da minha vida? O que vou dizer para os meus pais? O que vão pensar de mim ao me verem assim? Ajude-me!”
De repente, com autoridade, uma voz serena sai da boca daquela arvorezinha e diz:
- Não chore, menina Isabel, não chore! Sou eu, o mago Merlin. Ouvi os seus clamores... Conheço seu coração e a sua grandeza, e vi o amor que sente pelo seu mundo encantado e pelos seus amigos; vi a sua coragem ao enfrentar a fúria do Dragão para salvá-los; o desafio que encarou para provar quem era a verdadeira ladra do ovo de ouro. Todo o seu gesto e toda a sua ação são dignos de aplausos em todo o meu mundo. Portanto, dou à fadinha o poder para que ela possa desfazer essa mágica e você voltar a ser quem era.
O poderoso mago Merlin deu poderes à fadinha, e ela pôs o seu dedinho no nariz da Águia Dourada e disse:
- Pirilin, trintric, trimplintric... Repetiu três vezes as mesmas palavras e mais três de formas inversas, e a menina Isabel, num passe de mágica voltou a ser como era.
O mago Merlin, assistindo a esse momento espetacular, deu um grande “arroto”, fechou sua boca, enorme, e adormeceu novamente. E, a fadinha disse à sua amiguinha:
- Vá imediatamente para o seu mundo encantado e reencontre a felicidade, porque é a única riqueza que vale a pena, é o tesouro; todo mundo a carrega dentro de si mesmo, mas pouca gente consegue encontrá-la.
E, falando assim, abraçou a menina Isabel, deu três beijinhos e partiu...
A menina Isabel, correu para o seu mundo, convocou todos os seus amigos, e disse:
Vamos reconstruir nosso mundo encantado, num mutirão de solidariedade, porque a vida só tem valor e graça se tiver cooperação de todos, em qualquer momento, mas principalmente nos difíceis. O amor, o respeito e a amizade são sentimentos fundamentais para que uma sociedade possa viver em paz. A amizade salvou o nosso mundo encantado da fúria do Dragão e da mentira da bruxa Doroti.

“Lembrem-se que a verdade vem sempre à tona, doa a quem doer... A mentira tem perna curta!... E, o bem sempre vencerá o mal, custe o que custar!”

(Respeite o direito autoral... - do livro de minha autoria Crisálida - a motivação da vida)

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