Eco
angulando
a esquina da alma
saudade é hóspede
segue estrada afora
a caravana dos abandonados
o rei é vivo
embriagado
no sangue da plebe
eu encho
de lágrimas
o teu ventre
eu visto o traje real
p'ra te amar, sêmem
e suor - coroado pelo sol
Na estrada da cidade
a bruxa-sexy recebe
o santo, a igreja é para o amor
o corpo é aonde/
pé-ante-pé
arranco da sombra
o leopardo
arrastando o sexo
no jardim do teu cio
O cavalo branco espalha
da crina o fogo na rua
- selvageria e doação
Teu corpo é a égua
de uma divindade em fúria,
teu íntimo um lago fumegando céus
Nu - encharco as areias
pelo cajado, certo da suculência
que no oásis te umedece o fruto
Tenho nas botas solidão
e desdém, nas esporas
caravelas levam povos espirituais
Assassino, o güeto é meu,
se a sirene é o anjo denunciando
o invasor, a culpa é longe do ateu
Seja como for, o príncipe
nasceu do mendigo quando eu
te amei, das cinzas a coruja levanta gavião
enviada por ERIKO ALVYM