Pulmões

Foto de betimartins

A vida em forma pura

Respirei fundo, senti o ar fresco entrar nos meus pulmões
Meu corpo dançou ao sabor do vento, balançando a mente
Entre momentos de alegria, por estar ali, partilhar a beleza
Vi as montanhas, com suas arvores imponentes e suas copas
Onde milhares de passarinhos, fazem seus ninhos e seus lares
Vi o riacho que corre apressado, para ir de encontro ao mar
Quantos peixinhos nadavam pelo rio, entre pedras reluzentes
Refresquei meus pés e parte de minha alma, ali, no momento
Caminhei devagar, para a imensa pradaria, o verde imenso
As flores, margaridas amarelas, desapontado, abrindo levemente
Ao sabor do Sol, pequenas orquídeas selvagens, nascem na terra
O violeta era a cor predominante, a cor que acalentava meu coração
Tudo era digno de um pintor registrar na sua mais bela tela pintada
Nada cansada e ainda mais desperta, caminhei e dei com uma cascata
Como tudo era belo, intenso, profundo, o verde reluzindo na água
A água cristalina, deixando ver tudo que ali dentro vivia a vida pura!
Via plantas serem regadas pela água que parecia cristais e suas cores
As cores do arco-íris, que agradecia ao Sol sua visita e a luz do momento.
A noite chegava, eu já estava bem junto ao mar, o mar imenso e misterioso
Caminhei e brinquei na areia, deixando meus pés descansarem e se molhar
Sentei-me numa bela rocha, fiquei a observar o mar, as estrelas que desciam
Querendo beijar a água e as sereias que estavam em belos cantos de amor
A Lua estava vaidosa, querendo namorar os homens do mar, os marinheiros
Que navegam a procura do amor, a procura da magia e da imensidão das noites
Entre os gritos dos golfinhos, as gaivotas gritam ao mar, resgatando a comida
E eu ali, ali sentada, naquela rocha, que muitos diriam que não tinha vida
Mas tinha sim, tanta vida, tanto amor, que a água a refrescava gentilmente
Para seus crustáceos não morrerem de sede, senti uma mordida no pé
Uma leve pontada, eu olhei e um pequeno caranguejo curioso e zangado
Por estar a invadir sua praia seu espaço, sorri e pedi desculpa, olhei para o céu
Naquele momento a mais bela estrela cadente, quis me presentear em um desejo
Deixei uma lágrima de contentamento fugir em meu rosto, apenas pedi a paz.

Foto de Lefurias

A dor do amor

Dor nas pernas, dor de cabeça? Que dor é essa?
Não há dor mais forte nesse mundo,
Do que a dor do amor.
Dor terrível, temível dor,
Todas as más palavras do mundo são inúteis diante desta,
Pois com nenhuma delas podemos descrever o quão forte é esta dor.
Até mesmo, todas as dores do mundo são frágeis,
Incapazes de, juntas, demonstrarem um segundo dessa horripilante dor.
Dor de não poder ter o que se quer, no momento em que se precisa.
Dor e mais dor em cada olhar que não se pode arrancar diante do seu.
Dor tão intensa quanto a mais forte doença.

Dor, imensa, dor,
Que invade pelas veias,
Chega ao coração,
Arrebenta as artérias,
Esmaga os pulmões,
Tritura o fígado,
Amassa o esôfago,
Assassina a alma.

Dor incapaz de tirar os pés do chão,
Mais capaz de fazer toda uma vida não ter mais sentido diante dela.
A dor que faz pensares que a morte seria o melhor caminho.
Dor que queima o peito, queima o cérebro, desfalece o coração.
Dor e dor e dor, que quaisquer palavras são míseras para descrever um pedaço desta.
Dor quão forte dor,
Que não existe no Universo,
Dor mais forte quanto,
A dor do amor.

Foto de Arnault L. D.

Azul profundo

Depois de muito debater-se ele se entregou
a fria suavidade da água salgada,
aos poucos todo o desespero e fúria acabou,
no seio macio do oceano ele fez morada.

O ar que seus pulmões aos poucos desprendeu
a rodopiar em bolhas, subiam a bailar,
e ele não mais sofregava o ar
seus olhos cheios de um azul profundo anoiteceu

Agora ele não pertence a si, ele é o mar,
e num último de consciência sonhou
que não estava mais ali a se afogar,
que era o amor da sereia e um peixe virou.

Foto de Lady Magus Barommis

A Morte

Numa noite escura e guiando o luar
Que pelo amor segui em tua busca
Oiço de longe a tua voz chamar
Dentro da tua triste e fúnebre tumba

Passo os negros e altos portões
E deambulo no meio do silêncio
Oiço chorar todos os mortos corações
Da deleitosa saudade levada pelo vento

Por entre as demais tumbas assombradas
Sussurras com forte intensidade o meu nome
Num pranto de lágrimas, tudo devastavas
Na tua triste e fúnebre tumba, envolta em lume

Cessou o fogo a minha chegada
Cessou o teu choro a minha companhia
Espero, sobre a tua sombra deleitada
A minha doce e desejada partida

Espero encontrar de novo o teu ser
E com ele viver o que outrora a morte levou
Deixa-me agora deleitar a teu lado e morrer
Para satisfazer o que minh’alma tanto desejou

Tudo em mim desapareceu quando te foste
Perdida andava a minha vida envolta em escuridão
Por entre cinzas e mortos tu ergues-te
E fizeste bater de novo meu coração

Aí vem ela, que sem pressas é demorada
Figurada de mulher com enorme negro manto
Ela, que por toda a gente é esperada
E que perante sua figura, a minha cabeça levanto

Olho de frente aquele rosto sem feições
Respeitável e inevitável figura
Que com suspiros faz parar corações
Curvo-me perante ela, esperando então a altura

Encosta o seu frio machado contra o meu peito
Sussurra-me ao ouvido com voz dormente e pesada
Pergunta porque eu tão nova e neste leito
Quero pelo demónio ser levada

Levanto o rosto afogado em lágrimas
Levo ao peito as mãos estancando a dor
Relembro as páginas da vida por mim rasgadas
E soluçando lhe digo, quero estar somente com o meu amor

A morte de espanto nem uma palavra proferiu
Voltando-se na mão suada, o fatal antídoto colocou
Afastando – se na escura e assombrosa noite, sorriu
Foi também por amor que nisto me tornei, refutou

Olho de frente a tumba esperada
Lembro todos os momentos de aflições
Na palma da mão a vida ironizada
Olho para o céu despedindo e gritando a plenos pulmões:

Morro se não te tenho em mim
Desespero se de ti não receber beijo algum
Ambiciono tocar para sempre a tua pele
Quero-te para o infinito Lord Luciferum

Ingerindo o fatal antídoto e sorrindo
Penso em ti e nas eternas horas de explendor
Fecho os cansados olhos na tumba caindo
Estou finalmente de novo a teu lado meu amor

Desvaneia-se o corpo em sinuosas cinzas
Levadas pelo vento que outrora no rosto senti enfim
Na triste e fúnebre tumba ficaram as nossas almas
E o eterno casal apaixonado, amando-se por fim.

Foto de Carmen Lúcia

Além da vida...

Foi lindo enquanto durou...
mas na verdade, ainda permanece...
Apenas você,involuntariamente, se afastou,
sem querer, sem entender, sem me esquecer.

Não há como apagar um amor assim,
retirar com as raízes o que se aprofundou,
caminhou pelas artérias e o coração bombou
Jorrando pelo corpo inteiro sêmen desse amor
Intenso, eterno, verdadeiro...Contaminou.

Não há como sufocar lembranças assim
que de tão vivas passeiam em mim...
Riem, bailam, falam de você...
Relembram a todo instante que não existe fim...

O que nos une exala-se nos ares,
renova os pulmões, preenche os corações ,
entoa as canções que santificam os altares,
vibra e agita os sentidos
que nos fazem perceber
que o que nos encanta vai além da vida
e que a morte é apenas uma fase a percorrer.

Carmen Lúcia

Foto de Paulo_Junior

Hipócritas

Às vezes gostaria de ser um falcão.
Voar tendo o mundo aos pés,
Sem rumo ou direcção.
Sem predadores ou outras preocupações.

Sentir o ar de liberdade
Passar pelos pulmões,
Sem preocupações.

Mas logo fui puxado pela realidade,
Abatido de volta à vulgaridade.
Volto a ser apenas mais um,
Esperando chegar o dia
Em que me vou transformar em nenhum.

Tento me conformar com a banalidade,
Ajustar-me a sociedade.
Porem não consigo me rebaixar ao nível deles,
Suas bases são compostas por hipocrisia,
Suas colunas, de suas próprias mentiras,
E seu teto, de vidro.

As pessoas preferem viver numa mentira,
Preferem pensar que têm um bom futuro,
Preferem pensar que sua vida se resume ao seu lucro.
O seu amor aos poucos se esfria.

Não sou perfeito,
Mas também não abaixo a cabeça aos meus defeitos.

Foto de Paulo_Junior

Hipócritas

Às vezes gostaria de ser um falcão.
Voar tendo o mundo aos pés,
Sem rumo ou direcção.
Sem predadores ou outras preocupações.

Sentir o ar de liberdade
Passar pelos pulmões,
Sem preocupações.

Mas logo fui puxado pela realidade,
Abatido de volta à vulgaridade.
Volto a ser apenas mais um,
Esperando chegar o dia
Em que me vou transformar em nenhum.

Tento me conformar com a banalidade,
Ajustar-me a sociedade.
Porem não consigo me rebaixar ao nível deles,
Suas bases são compostas por hipocrisia,
Suas colunas, de suas próprias mentiras,
E seu teto, de vidro.

As pessoas preferem viver numa mentira,
Preferem pensar que têm um bom futuro,
Preferem pensar que sua vida se resume ao seu lucro.
O seu amor aos poucos se esfria.

Não sou perfeito,
Mas também não abaixo a cabeça aos meus defeitos.

Foto de Carmen Vervloet

ALEGRIA, ETERNA MANIA

Não sei se sou
ou estou poeta,
minha alma
de poesia repleta
transborda em versos
a emoção...
Jorra a benção Divina,
uma inocência menina
vibrando a composição!
Encho os pulmões,
sopro as palavras
que voam
em inspiração
giram no eixo
de um furacão,
varrem qualquer
aflição e deixam
uma vibrante alegria
minha eterna mania,
prazerosa magia!
Abro as janelas
e escancaro
a porta
a mim tudo
importa!

Carmen Vervloet

Foto de sucia

o vento

o vento que traz o ar à meus pulmões
é o mesmo que me traz seu perfume
é o mesmo que traz lembranças
ao meu coração

o vento que traz palavras perdidas
é o mesmo que traz nossa musica
é o mesmo que seca as minhas lágrimas
quando lembro do que um dia nós fomos.

o vento que me faz companhia nas frias noites
é o mesmo que leva meus pensamentos à você
é o mesmo que me traz sua presença
em meu pensamento.

o vento que te levou embora
é o mesmo que eu tanto imploro para te trazer novamente
é o mesmo que modificou minha vida
quando bateu a porta em que você saiu

o vento que um dia me trouxe a tristeza ao meu olhar
é o mesmo que trará a alegria
é o mesmo que devolverá minha vida
que um dia o próprio levou

o vento que me trouxe a coragem para te escrever
é o mesmo que levará o meu amor
é o mesmo que te levará minhas palavras
te pedindo para voltar e jamais se afastar novamente

André

Foto de Carmen Vervloet

Porto de Tubarão - Um Grito Solitário

Acordo nesta ensolarada manhã de segunda feira que teria todos os motivos para ser mais uma agradável manhã de verão. Moro no bairro mais nobre de Vitória, a Praia do Canto. Uma belíssima vista para o mar, hoje calmo e azul. Da minha janela vislumbro uma paisagem capaz de inspirar os mais lindos versos de amor e devoção à natureza. Mas não. O que grita dentro de mim é a revolta de ver minha cidade coberta por nuvens negras vindas do Porto de Tubarão. Nuvens que poluem minha cidade e trazem em suas garras graves problemas de saúde à população. É o nosso “famoso” pó de minério, um pó preto que cobre os pisos, os móveis, as cortinas das nossas residências. Que as invade sem dó nem piedade. Que chega ao sopro do vento nordeste. Entra por portas, janelas, passa por entre frestas e causa danos irreparáveis a nossa saúde. Pobre coitado do nosso aparelho respiratório! Ele já não suporta mais tanto pó! Mas esse pó preto não é apenas sinônimo de luto. Ele também faz com que algumas pessoas fiquem cada vez mais ricas. Ah!... E como ficam... Pessoas envolvidas no processo de camuflagem dessa devastadora poluição. Basta passar a mão sobre qualquer canto da casa e a mão fica negra do maldito pó. É um negro que nos remonta a triste morte e ao luto dos nossos corações face ao descaso de tantas “autoridades” envolvidas em altíssimos jogos de interesse. A imprensa fala superficialmente sobre o assunto. Ela tem na Companhia Vale do Rio Doce um de seus maiores anunciantes e precisa de anúncio para sobreviver. E então a quem recorrer? Ao bom Deus, incomodá-lo lá no céu? Creio ser a única alternativa que nos resta. Conversando casualmente com uma funcionária de determinada Secretaria (que deveria zelar pelo meio ambiente) disse-me ela que apenas em véspera de eleição é que o referido órgão “abre os olhos” numa campanha eleitoreira. De vez em quando, creio que quando o povo pressiona mais, durante o dia o pó é mais ou menos filtrado e a noite os filtros são desativados para que se dobre ou mais a produção. Mas daqui eu tudo observo. Nada me passa despercebido. E sofro na carne esse tormento. Falo como cidadã que paga seus impostos, que com seu voto ajudou a eleger esses dirigentes que fazem “vistas grossas.” Falo porque esta é a terra da qual tiro meu sustento e eu a respeito. Falo, sobretudo porque amo essa cidade, minha terra mãe, sempre tão calorosa e acolhedora! Vou gritar sim... E brigar pela minha querida Vitória e pelo seu povo que também é o meu. Ninguém mais agüenta respirar tanto minério de ferro. Afinal nosso pulmão não é contêiner para carregar tanto pó! O nosso grande cientista e ambientalista capixaba, conhecido internacionalmente, Augusto Ruschi, na época ainda do projeto para a construção deste Porto, foi totalmente contra a sua atual localização. Já previa todos os malefícios a que viria ocasionar a população de Vitória. Mas o jogo de interesses prevaleceu e o Porto nasceu no lugar errado. Já condenado por antecipação, pelo grande cientista. Agora é limpar a casa no mínimo duas vezes por dia e carregar nos nossos pulmões, que todos juntos já devem valer uma pequena fortuna, todo o minério de ferro que inspiramos em cada segundo das nossas cada vez mais curtas vidas. E conviver cordialmente com bronquites, rinites, sinusites e tantas outras “ites”. Hoje tenho a mais absoluta certeza de que os PODEROSOS não sentem com o coração e nem pensam com a cabeça. Pensam apenas com a conta bancária ou quem sabe com a BUNDA que se instala na poltrona do PODER e fica viciada e defeca sobre a cabeça do povo.

Carmen Vervloet

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