Depois de muito debater-se ele se entregou
a fria suavidade da água salgada,
aos poucos todo o desespero e fúria acabou,
no seio macio do oceano ele fez morada.
O ar que seus pulmões aos poucos desprendeu
a rodopiar em bolhas, subiam a bailar,
e ele não mais sofregava o ar
seus olhos cheios de um azul profundo anoiteceu
Agora ele não pertence a si, ele é o mar,
e num último de consciência sonhou
que não estava mais ali a se afogar,
que era o amor da sereia e um peixe virou.