Frio

Foto de KAUE DUARTE

Conversando com o céu

Hoje o céu se abriu
Me olhando disse: Bom dia
Percebi com sentimentos
A fragilidade do vento frio
Refrigerando meus pulmões
O néctar da rosa
Aromatizando meu oufato
O dia em belo azul
Realizando meus desejos
Lembranças contidas em desabafo
Narradas em trovas e sonetos
E um belo sorriso não me sai da cabeça
Me pergunto, de quem seria?
Ouço a vóz me respondendo
É da formosa poesia.

Kaue Jessé 05-05-2011 //*

Foto de betimartins

Os Poetas!

Os Poetas!

Não julguem a vida do poeta
Ele morre à fome e ao frio
Entre os sonhos, alcançados
Outros, ultrajados e esquecidos...

Muitos riem do poeta, criticam
Outros lastimam a sua escrita
Tem quem os chame de boêmios
Apenas rebeldes e mal esclarecidos...

O poeta é amor, é descobrimento
Ele ilude a dor, pinta-a de branco
Ele é medico, cura o seu coração
Deixando purgar seus sentimentos...

O poeta é um ilusionista, um palhaço
Corre nas estradas da vida, sorrindo
Escrevendo suas paixões, devaneios
Como só um verdadeiro artista o sabe fazer...

È o poeta que faz a ponte dos dois mundos
Ele escreve, transporta, une o desconhecido
Desenlaça a escuridão, trazendo a claridade
Para este mundo tão desigual e sofrido...

Ele enfeita, ilude, pinta a colorido
Em linhos, tecidos finos e bordados a ouro
O seu simples instrumento, uma caneta
E quem sabe num simples teclado...

E nas lágrimas do poeta, corre um rio
Da minha saudade, onde a inspiração
Corre entre as palavras e as lembranças
Que o poeta também envelhece e morre...

A sua obra, suas lembranças, jamais
Morrem, jamais, elas ficaram gravadas
No coração de quem ele mais tocou e amou
Onde apenas a imortalidade fica na eternidade...

Betimartins

www.betimartins.prosaeverso.net

Foto de Carmen Lúcia

Melhor assim

Deixei que o tempo passasse e me deixasse
ancorada em mim mesma, arrebatada
pela vida que não soubera viver,
pela coragem que jamais chegara a ter.

Deixei...simplesmente deixei...
Vi tudo passar e nada fiz
por mim , por nós, por tudo que mais quis.
Pelos sonhos irrealizados que almejei ...

Fui covarde, insensata, não ousei...
Deixei que a sorte batesse em outra porta
e os meus sonhos escapassem pelos vãos...
Sou um vazio, espaço frio, semi-morta.
Melhor assim...sem ter você, o que importa?

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Vim...

Vim...
Após anos a fio
de desatino e indecisão
analisando os dias
imersa na reflexão,
encarando os desafios,
o inverno da separação,
meus preceitos infundados,
o orgulho exacerbado,
meus limites ponderados,
medos e tabus
pela tradição, herdados.

Vim...
E enfrentei barreiras,
contei luas e sóis,
ignorei fronteiras,
varei anoiteceres,
cruzei os arrebóis,
quebrei valores descabidos
a conduzir meus ideais,
(meus pobres ideais desenxabidos)
herança imposta pelos ancestrais.

Vim...
E vim para ficar...
incluir-me em teu contexto,
ser feliz, me libertar,
pra me livrar do frio,
te amar sem ter pretexto,
preencher o vazio,
eu vim pra não sofrer,
de amor contigo morrer.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Vervloet

RITMO DA VIDA

Na cidade cinza, um pálido corpo desfolha
No mistério, da morte, que se aproxima lento
A lágrima orvalhada o rosto molha
A tristeza se arrasta pelo frio calçamento...

Ao longe no horizonte o sol se recolhe
Para recompor a energia derramada no dia.
O vento gelado debruça-se sobre a prole
Que cerra com sete chaves a alegria...

Nas ruas as luzes se acendem normalmente
Logo que as primeiras sombras se estendem
Os pirilampos tímidos cintilam no escuro
Sobre eras que tingem de verde os muros

Os céus parecem telhados iluminados
Inspirando, ardentes, os namorados
Envolvidos no manto doce do começo
Nas veredas que desconhecem o endereço

Os sonhos caminham por jardins orvalhados
Os pássaros fazem ninhos no beiral do telhado
O vento frio move as folhas em seu bailado
Enquanto os botões se abrem sossegados...

O poeta colhe na natureza a poesia
Pincela versos tingidos em estesia
Nos céus de luas prateadas
Que caem como raios nas calçadas.

Da janela ouve-se o gemido de um realejo
Tangem, na capelinha distante, os sinos
Enquanto a alegria dá um bocejo
A vida, isenta, entoa com ritmo seu hino.

Carmen Vervloet

Foto de n1k3

Amor Doce

Quero
ver o vento
Na minha janela
Abraçado a ti
Meu amor.
Minha vida
Meu abrigo
Meu sonho
Minha paixão
Meu castigo quando não te vejo.

Quero ver o amanhecer
Nos teus braços
Aquecer-me do frio
junto a ti.
Quero morder tua boca
Quero sentir os teus arrepios
junto do meu corpo.

Quero me enroscar
No teu corpo inteiro
Vestir-me com ele apenas
Ficar assim
Escutando o vento na janela
Me banhar devagarinho
Em teu suor
Sentir teu cheiro
E poder te escutar
Junto com o vento.

Tua boca ,somente minha
Quero te vestir
com meu corpo todo
Para deste sonho não acordar.

Foto de Marilene Anacleto

Casa dos Sonhos

*
*
*
*
Na última olhada ao mar,
Antes da volta à cidade,
Uma prece junto às ondas
Daquela praia encantada.

Não demorou muito tempo
Para iniciar o espetáculo:
Em meio ao frio e ao vento
Gaivotas rompem obstáculos.

Vêm pelos beirais
Como a pescar tatuíras;
Seguem de par em par:
Uma cuida, outra mira.

Depois atacam a areia:
Asas denunciam maravilhas,
Dividem, com alarido, o almoço,
Entre pais, filhos e filhas.

O vento açoita gelado,
Sem compaixão, o meu rosto.
Mesmo assim tenho um banquete
De luz e sons no almoço.

No abraço do amado
Um olhar, um respirar,
Um giro e um afago,
E o amor de braços dados.

A nossa casa dos sonhos
Tão perto de nós está.
Será porque desviamos
Loucamente o nosso olhar?

Marilene Anacleto

Foto de diny

AMOR PAIXÃO

AMOR PAIXÃO

Ahhh...que frio!
que estranho fastio de amor é esse?!
onde estás verde dos meus sonhos?
ah...o que em delírios te proponho;
amor vem tirar essa tortura de meu coração!

Amor...paixão isso sim!
e que paixão!

Paixão que eu julguei perdida,esquecida
evitei mesmo até te ouvir
mas o verde a vida;
só se for com o coração,
completamente embriagado de ti.

Mesmo que continue a viver
sem te poder ver
sem te poder abraçar
sem te poder ter.

Ainda que eu não passe mais
cada segundo a desejar-te
a sonhar-te, a amar-te,
feito louca, como antes.

A tua boca, meu amor
Ah a tua boca,
o teu sorriso lindo
a voz
os olhos verdes
me fazem ansiar!

Ah deixa-me ouvir a tua voz
bem no meu ouvido
sussurrando com doçura
com emoção: pra eu te amar
até não mais poder...

Deixa eu te ver feliz
meu amor
que no embalo desse sonho
fecho os olhos...
minhas mãos deslizam sobre ti...
então sorrir, com o mais belo de teus sorrisos,
Ah sorrir...eu te preciso!

Sentir, admirar, tocar
um beijo nos olhos, um afago
suaves carícias
abraçar assim; colada a ti
provocando delícias.

Fazer-te delirar com meus carinhos
e com doce loucura
beijar assim devagarinho
demorado e quente
e apaixonado.

E assim desse jeito sussurrar
...eu te amo...
e sentir tua respiração ofegante
por me amar até não mais poder
mesmo que por um instante!

Ah te abraço com doido carinho!
e com tuas mãos na minha pele,
quem vai se importar?
devolvo tuas delicias
bem mansinho...
teu beijo,
teu sorriso gostoso
te amo...
quer saber?
te adoro!

amor paixão...

Foto de Carmen Lúcia

Um dia, em outro tempo...

Sei que um dia me amarás, enfim...
Nem que seja tarde e o longe não tenha fim.
Tarde? Longe? Fim?
Palavras insignificantes pra mim.
O que são meses, anos, séculos,
para um amor que não desiste
e persiste mesmo camuflado,
resguardado, ignorado...
resistindo às mutações do tempo,
frio, calor, chuva ou vento,
ao relento...
ou mesmo aos furacões,
às incisivas paixões,
sem ter onde ancorar,
sem teu abraço... Só, a te amar?

Ver mudarem as estações,
movimento de translação,
a rotação do planeta,
que o dia e a noite fomenta,
aumentando a nostalgia,
vendo o tempo passar veloz,
redemoinhos girar emoções,
multiplicar sensações
que se enroscam ao vento
e não se deixam levar
querendo comigo ficar.
E eu, num triste lamento,
vendo a vida, sozinha, passar...
Que importa que a vida passe?
Meu amor resistirá a esse impasse
até que o infinito ultrapasse
e te alcance do lado de lá...

(Carmen Lúcia)

Foto de Edigar Da Cruz

Teu Corpo

Algo emana de teu corpo

que me enfeitiça

Um misto de doçura e paixão

Aliado à malícia de teu olhar

A tua voz meiga e suave

chega até mim como braços

me aquecendo do frio da solidão

Teu cheiro natural me deixa inebriado

Este teu jeitinho de menina peralta

que faz meu coração bater

descompassado

Tua graça e teus dengos

fazem de mim um menino carente

de teu amor

Vem menina,

se encoste em meu ombro

e deixa o tempo passar

Deixa-me viajar no teu corpo,

desvendar alguns mistérios

que me enfeitiçam

Quero esgotar toda carência

que tenho de você

Para depois começar tudo novamente

Teu corpo é um universo

onde eu descanso minha alma

Nele eu sinto o azul do céu

o brilho da lua e a brisa do mar

Teu corpo é meu leito onde me deleito

onde me perco para depois

te reencontrar e novamente sonhar.

Autor: Edgar Da Cruz

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