Frio

Foto de betimartins

O jovem lenhador e o ancião

O jovem lenhador e o ancião

Durante meses e farto de maus tratos um filho de um lenhador ainda novo, resolveu sair de casa e caminhar pelo mundo fora. Era um rapaz robusto, forte, sempre gentil e educado, apenas com uma muda de roupa, um velho cobertor, um prato de barro, dois talheres, uma panela pequena, e um copo de lata já tão torto que nem se reconhecia.
Tudo isso eram as suas posses, dinheiro ele não tinha, mas pensava que seus dois braços eram fortes e sua vontade de trabalhar era grande também.
Logo ele caminhou por caminhos nunca antes vistos por ele, tudo era completamente novo e até a saudade dos irmãos ficava para trás, apenas lembrava-se de sua mãe cansada e desgastada e sentia compaixão de ter a deixado, respirando fundo desviou os seus pensamentos e seguiu em frente. Sorrindo sempre, ele ia lembrando-se dos bons momentos passados e parecia que estava também se despedindo deles também. Por momentos a dor dos maus tratos do seu pai veio à mente e apertou seu coração, era melhor ter vindo embora que lhe faltar ao respeito.
Tudo que sua vista visualizava era algo que ele nem podia descrever, a paisagem estava mudando, logo estaria perto de uma cidade coisa que ele nunca viu na sua vida apenas numa folha de um jornal velho que achou pelo bosque e que teve que esconder, pois seu pai proibia tudo que fosse livros ou algo ligado a eles, dizia que era coisa do diabo e das tentações.
Passados dias de caminhar, dormir em locais variados, comer o que dava a natureza ele sentia um homem feliz e liberto da escravidão, tudo valia a pena por novos horizontes afinal ele tinha sonhos e o seu maior sonho era aprender a ler. Aquele bocado de jornal sempre o deixava ansioso, que queria dizer todas aquelas letras se ele nem o seu próprio nome saberiam escrever.
Apenas sabia que se chamava João Rodrigues, era o nome do seu avô que morreu muito novo era ele ainda um menino com tuberculose apenas lembrasse-se da tosse compulsiva nada mais.
Ele sabia o que queria e logo chegou à cidade, cheio de esperança, ele procurou trabalho e logo achou numa estalagem que veio mesmo a cair bem, os donos o deixavam dormir nos estábulos dos cavalos. Não era muito pior que sua casa, ele aprendeu a trabalhar com ferro, o velho da estalagem ensinou a tratar dos cavalos, ver e reparar as ferraduras e fazer novas também.
Como ele era educado e gentil depressa aprendeu o novo oficio logo todos gostaram dele até a filha mais nova dos donos da estalagem, logo ele descobriu os encantos do amor, entregando-se aos desejos da luxuria e depois conheceu o ciúme e afagou suas dores em copos de vinho retardado e azedo. Deixou-se afundar por mais de cinco anos, entre bebedeiras, brigas, até seu trato com as pessoas piorou ao ponto de ser despedido.
De novo ele pegou nas suas coisas que eram ainda mais leves, pois perdeu tudo e até a sua dignidade e voltou a caminhar pelo mundo fora.
O ar frio, do inverno gelava suas veias, as poucas vestes pareciam colar em seu corpo magro e maltratado pelo álcool e má nutrição. A sede secava sua boca e a fome era pouca, apenas queria um copo que aquecesse a alma e fizesse esquecer a vida sofrida.
Caminhou por montanhas, pensando na sua vida, nunca parava, aprendeu a comer o que a natureza dava, seja o pouco que para ele, era muito.
Cansado de mais um dia a caminhar, a tarde estava indo embora e ele tinha que arranjar lenha e um lugar abrigado para ficar. Estava no alto de uma grande montanha, não resistiu e sentou-se bem no pico ela, olhando para o horizonte.
Por instantes ele pareceu ver sua família, por instantes ele parecia ter saudades dos maus tratos do seu pai, era tudo tão estranho, parecia que estava sonhando, caiu uma lágrima pelo rosto e chorando ele sabia que tinha perdido tantos anos sem alcançar seu sonho.
Adormeceu ali, quase que poderia cair, bastava ele desequilibrar, sentiu uma mão quente em seu ombro abanando-o suavemente, uma voz doce e segura seria que estava a sonhar.
Depressa abre seus olhos inchados, assustado, olhando-o o homem que ali estava, era estranho, tinha umas vestes estranhas um pano enrolado no seu corpo e que deixando entrar frio. Lentamente saiu do lugar com muita calma para não cair, escuta a voz do homem estranho:
- Vamos para minha caverna que lá estará quentinho e mais confortável.
Acenando com a cabeça se deixa conduzir, mas seu corpo estava cansado, muito cansado e sua alma doente e triste.
Calado apenas observava o velho que estava a sua frente, magro de cabeça rapada, seus olhos grandes e um sorriso amplo. Observou a caverna, ampla, cheia de pedra, tinha uns desenhos estranhos tipo sinais, ele não compreendia era tudo estranho.
O velho ancião leva-lhe um pouco de sopa quente, era uma magra sopa, mas quente confortava a alma e suas energias. Tudo estava no mais repleto silencio apenas se escutava o crepitar da lenha e olhava para suas chamas, logo o sono fazia suas pálpebras fecharem contra a sua vontade.
Entendendo tudo isso o velho ancião ajuda-o a levantar e leva-o para um canto que estava repleto de folhas secas e dá ordem que se deite ali. Já há muito que não se sentia tão bem tratado e adormeceu.
A noite foi estranha, sonhos e sonhos, sonhava com seus pais e irmão sonhava com a vida que teve na estalagem, parecia que tudo estava a flor da pele, assustado ele voltou a sonhar, mas ai viu a sua mãe morta num caixão, acordou a gritar.
O velho ancião tranqüilizou dizendo que era só um pesadelo que estava com muita febre, dando de beber e colocando compressas frias da única camisa que ele tinha ganhado com o seu suor.
Ali ele travou a sua luta entre a vida e morte, sabia-o, ele sentia que era tudo estranho muito estranho, apenas pedia desculpa pelos seus erros, o velho ancião sorria e dizia, teremos tempo para falar de tudo isso com calma, agora vês se dormes e sossegas.
Logo se recuperou, agradecendo ao ancião a sua ajuda, pensando voltar a colocar a caminho para novo rumo.
O velho ancião o chamou e pelo seu nome João, pedindo-lhe que o escutasse por momentos:
- João na vida não existe acasos, não te encontrei por acaso, tu foste enviado por Deus para que fosses preparado, educado e aprendesses o que eu sei. Sei que teu sonho é aprender a ler e vais aprender a ler e escrever, deixar que tu aprendas tudo o que eu aprendi e assim estarei pronto a partir daqui em breve.
João por momentos ficou quieto, pasmo, sem saber que falar que pensar, ele tanto queria aprender, mas que seria que aquele velho poderia ensinar. Olha para o céu furtivamente afinal ele queria saber mais da vida e porque não arriscar afinal ele se importou com ele ali quase morrendo. Pensou será a minha forma de agradecer o que ele fez por mim.
O velho ancião leu seu pensamento e olhando em seus olhos e em voz forma exclama:
- João se for assim por agradecimento parte e vai embora. Apenas te quero aqui por vontade própria, para que possas receber os meus ensinamentos.
De repente algo acontece, parecia um sonho o João teve uma visão, clara como água cristalina, viu a sua mãe, orando ajoelhada nos pés de sua antiga cama, pedindo pelo seu filho, com as lagrimas caindo de seu rosto. Ele viu que era ali que deviria ficar Deus a ouviu e o conduziu até ali o salvando dos pecados mundanos.
Agradeceu ao seu ancião ajoelhando-se e beijando suas mãos com sinal de respeito e amor.
Assim João aprendeu a escrever e rapidamente assimilou todos os conhecimentos do seu amigo ancião. Tornando-se um conhecedor da natureza e aprendendo a ligar-se com seu maior mestre Deus.Aprendendo que agradecer é a maior maravilha do homem terreno.

Foto de giogomes

A Rosa e o Tigre XXXVIII - Brota o Cravo

O tempo lentamente passava
e sua semente não brotava.

A Rosa começou a ficar preocupada,
não entendia por quê tanto demorava.

Tudo isso era uma mistura de sensações.
Tantas coisas acontecendo, tantas emoções.

Enquanto simplesmente esperava,
lembrava do Tigre que tanto amava.

Sentia a sua presença constantemente.
Estava em seus pensamentos, em sua mente.

Lembranças de um passado de felicidade,
que durariam por toda a eternidade.

Sua divagação foi interrompida,
quando viu que chegara a hora da vida.

A sua semente estava brotando,
finalmente seu sonho estava se realizando.

Angústia, felicidade, medo e coragem.
Todas conflitavam em uma mesma imagem.

Daquela semente, brotou um lindo resultado.
Nascera finalmente o seu lindo Cravo.

O Jardineiro frio e sem reação,
ao ver o Cravo, entregou-se a emoção.

Após passado a ebulição do nascimento,
a Rosa esperou o melhor momento.

Precisava passar um recado.
Pediu ajuda a um pequeno pássaro.

Queria que o Tigre fosse o primeiro a saber,
que o seu lindo Cravo acabara de nascer.

Mostrar a ele o quanto era importante
e que ambos estavam bem naquele instante.

Foto de Arnault L. D.

De todas as formas

Eu a amo, de toda forma.
Desde compara-la a estrelas e flor,
ao silêncio e a mais bela música...
Não existe ao certo uma norma,
que comporte o quanto é o amor.
Uma coisa só não o explica.
Tudo, é assim, mais o que for...

Amo, com o calor da fogueira,
da sua pele quero o transpirar.
Ou trazer o vento, o arrepio frio.
De todo modo, toda maneira,
quero este amor, fazer, a amar.
Até do suor trazer o estio...
Êxtase em prazer, fazer chegar.

Amo você, de forma incerta...
Como se ama uma mulher,
Que tem as fases da maré e da Lua.
Faz maior o mar quando mais perto
e longe ainda o move, por mister.
Minhas vida é tal estivesse nua,
sem o vestido do seu ser.

Foto de fisko

Dias-conta

Vendi a modéstia à tua deficiência emocional, ridícula e quase matemática. Não me vejo ao espelho e se volto a sonhar contigo dou em maluco. Parvo amor, roubaste-me o tempo, o sentimento e a ciência de mim mesmo. Não sou ciente de mim há precisamente 56 dias e algumas horas. Sabes, por acaso, o preço disso? Um recomeçar do zero; pegar no inimaginável e torná-lo agradável, mesmo que não seja nada de nada; atirar-me aos leões dentro de um circo fechado em círculo de mim mesmo e carregar-me com as mordidelas dos animais ferozes e calar-me com as feridas; ausentar o meu nome em plateias às gargalhadas com o espectáculo “A Vida” e fazer depender a minha presença num pequeno sonho, inútil e gasto, velho e estúpido, apagado e esquecido. És desprezível agora, meu amor.
Tivesse eu palavras para te descrever o amor que sinto por ti: tão baixo e de má fé.
Tivesse eu as palavras que me roubaste: oferecia-as a um mendigo qualquer, o mais nojento e fedorento dos mendigos.
Não te quero para nada. Não te quero na minha recordação ridícula e pateta. Não te quero nos meus sonhos que já não posso sonhar mais contigo. Não te quero de maneira nenhuma.

E a saudade das tuas palavras mata-me a cada dia neste frio de verão irónico. Não havia verão sem ti há alguns anos; não havia noite sem ti há alguns anos.

Não havia eu sem ti, há 56 dias.

Foto de janie

QUEM SOU EU?

Eu me pego aqui de novo
Refletindo mais uma vez
Afinal, na real quem sou eu?
Sei que sou areia e sou mortal!
Mas afinal, quem de fato sou eu?

Sou inspiração de um ser divino!
Talvez eu seja tudo e seja o nada!
Existe um enorme emaranhado
Nessa minha mente incoerente!

Pode ser que eu seja um grito
Ecoando bem longe no infinito!
Posso muito bem ser uma neblina
Que surge detrás de uma colina!

Posso ser uma jóia, um diamante
Que após ser lapidado resplandece!
Talvez eu seja apenas um murmúrio
Reclamando de tudo, do mundo!

Quem sabe eu seja um rochedo
Fincado bem fundo no seio da terra
Poderia muito bem ser um cometa
Que viaja por galáxias nesse planeta!

Quem sabe eu seja um crepúsculo
Ou simplesmente a bela alvorada?
Talvez o calor de um alegre dia,
Ou apenas o frio da madrugada!

Deus nos formou do pó do universo
Seu plano é que fossemos eternos
Talvez tenhamos a capacidade
De existir em tudo que quisermos!

Foto de PFS

DESCOBRINDO O AMOR

Eu precisava dizer que eu sempre sonhará em ter um amor a primeira vista, e
você foi!
Eu queria ouvir musica enquanto eu beijasse alguém,
e com você eu ouvi!
Eu queria sentir um desejo tao forte que quando tocasse na pele dele ele também pudesse sentir,
e você sentiu!
Eu queria olhar nos olhos de alguém e me ver neles,
eu me vi com você!
Eu queria alguém que me fizesse vaidosa,
e você me fez!
Que por essa pessoa eu enfrentasse o mundo, brigasse comigo mesma, mesmo quando eu me sentisse insegura e desanimada eu olhasse pra ele , e me sentisse forte!
Eu queria sentir sensações como coração disparado, mãos geladas, frio na barriga, insegurança, medo, enjoou, encantamento,
eu senti por você!
Descobri que realmente eu amei, amei todos os dias desde que o conheci, só nao queria ver, a vida é mesmo uma caixinha de surpresas, eu tive q me perder pra me achar, tive que sofrer pra aprender o que é amor,
e que talvez apenas eu ame uma unica vez, mais mesmo assim me sinto aliviada porque sei q amei.
Desculpa, é que acabei descobrir esse sentimento e me assustei!

Foto de Paulo Gondim

Fado da volta

Fado da volta
Paulo Gondim
15/04/2011

O mar me faz distante de meus sonhos
Ah, o mar de mil encantos e segredos
Que me fascina, me intriga, me domina
O mar, com seus mistérios e seus medos

E esta terra de além-mar que me espera
Abre os braços e me convida a velejar
Ah, esta terra de meus sonhos...
A quantas milhas fica desse mar?

E em tuas águas, quantos se aventuram?
E partem em busca de outros lares
Esperanças, dores, desventuras
Vão deixando pelas ondas desses mares

E minh’alma se atira nesse mar
Sob a procela, o frio, o vendaval
Navega, alma minha, até que voltes
À terra mãe, ao berço Portugal

Foto de jonathanazevedo

A importância de te amar

Não me importam as horas e nem os dias que longe de te eu possa ficar,por mais distante que você esteja existe algo profundo e intenso que pra sempre nos unira.
Não me importo com os momentos ruins que ao teu lado tenha que enfrentar ,pois, o amor me da forças para tudo superar.
Não me importam as noites frias e chuvosas que venham me atormentar.meu coração chama por ti e ao teu lado queria estar.A chuva e o frio se esvaem e tudo volta a se acalmar
O amor que me faz sorrir é o mesmo que já me fez chorar.
Mas nem por isso trago angustias ou remorços ,pois, para sermos felizes temos que aprender a amar.Ainda assim sem pedir ou medir esforços hipocritas vivem a nos criticar,mas, não me importa que falem ou deixem de falar.palavras não interferem na importância que é te amar.

Foto de Osmar Fernandes

Nunca mais, de tristeza, vou morrer

Seu beijo choveu amor em meu coração.
Meu sonho renasceu das cinzas do abandono.
Eu estava sozinho como um cão sem dono.
Seu carinho despertou em mim uma nova paixão.

Seu abraço me aqueceu do frio da solidão.
Seu corpo é minha fonte de amor.
Mulher igual a você não existe não.
Você é a inspiração deste poeta sofredor.

Hoje estou feliz, voltei a viver.
Conhecê-la foi minha savação...
Nunca mais, de tristeza, vou morrer.

Meu amor, coração, eu lhe chamo.
Você é minha fascinação...
Por isso, grito bem alto, eu lhe amo!

Foto de Carmen Lúcia

Saber viver

Quero ver o sol sorrindo
abrir-se em raios amarelo-ouro
a circundar-me a luz de sua auréola
acariciando a alma, me aquecendo a pele.

Quero ver de perto a primavera
após a despedida do frio do inverno,
pra avaliar e apreciar o belo
e com ele, estabelecer um elo.

Quero banhos de cachoeira
sentindo o impacto de suas águas brancas
a energizar meu corpo, fazê-lo de remanso
e da mansidão da paz, eterna companheira.

Ver nas tardes lânguidas de outono,
folhas caindo; alimentar meus sonhos
de imagens ricas que vão se formando
e quando concretizados, pensar que estou sonhando.

Quero andar de bem com a vida,
em harmonia com o ontem, hoje e amanhã...
fazer da dor uma aliada, não uma vilã;
despir-me de rancores, vestir todos amores.

_Carmen Lúcia_

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