Férias

Foto de Agamenon Troyan

AMIR MIGUEL, O MAETRO DO POVO

AMIR MIGUEL, O MAESTRO DO POVO

O Fanzine Episódio Cultural foi até Serrania-MG, conhecer um cidadão que há anos vem se dedicando à formação de novos músicos. Seu nome, Amir Miguel Sobrinho, 67 anos.
Aos 12 anos já tocava trombone, piston, sax e teclado ouvindo sucessos de Francisco Alves, Dalva de Oliveira e Lupicínio Rodrigues, graças ao incentivo de seus pais, o Sr. Antônio Miguel Sobrinho e Maria Moreira Sobrinho.
Uma das pessoas que o ajudou a aprimorar-se foi o maestro Emílio Rodrigues, natural de Areado-MG, que durante 20 anos lecionou em Serrania.
O pai de Amir, cujo apelido era “Totonho”, também foi um grande defensor da cultura. Nos anos 50, ele mantinha uma banda (a Lira Serraniense) e uma companhia de teatro amador que se apresentava na região com peças adaptadas de antigas revistas de teatro. Certo dia a cidade ficou em polvorosa: o Circo Teatro Índio do Brasil, mais conhecido como o “Circo do Pelado” estava chegando!
O palhaço “Pelado”, juntamente com o seu filho, Waldemar Augusto, o palhaço “Bigola” – ambos de Martinópolis-MG – por muitos anos apresentaram seu espetáculo no sul de Minas. Amir – que já tinha experiência de palco – acompanhava o circo apresentando-se como palhaço durante suas férias na antiga fábrica de queijo.
O sonho de Amir era oferecer um ensino gratuito de música para crianças, jovens e adultos. Como não encontrou nenhum apoio resolveu encarar o desafio sozinho. Por vários anos ensinou e formou novos músicos sem ganhar nada! A notícia espalhou-se pela região atraindo a atenção de Jornais e Redes de TV.
A bateria usada para ensinar foi presente de um ilustre filho de Serrania, o jornalista Ney Gonçalves Dias. Com seus alunos, Amir montou a “Banda Show Antônio Miguel Sobrinho”. Essa banda – que também não recebe nenhum apoio – vem se apresentando em algumas cidades da região, ora com alunos jovens, ora com adultos. “A música possibilita que as pessoas fiquem mais sensíveis à vida”, disse o maestro.

Contatos: (35) 3284-1449 / Serrania-MG

Foto de DAVI CARTES ALVES

AMOR SOB O LUAL

Ao olhar o novo botão co-irmão
do bojo do lírio evanescente
rutilava uma lágrima
por saber que você
de alma tão floral

chegaria na próxima semana
ressumbrando frescor & férias
melifluamente ansiosa,
a garimpar flores para o seu lual

e uma saudade me abraça tão forte
você a sublevar no pensamento
seus lábios tão lírios & líricos
teus braços tão cisnes de amor
tua alma quão lua,
tão nua...

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de jeankarlos

PEÇA A ALGUÉM Q DITE ENQUANTO VC ESCREVE E TESTE SEU PORTUGUÊS

Não sei, mas quanto mais estudo, me vem mais porquês.

Obvio, estudamos porque sabemos que não iremos aprender tudo,
e isso é mau, pois há uma semana estudo e daqui a três semanas
minhas férias acabam.

Quando estudo faço versos, tipo:

Tive acesso ao excesso das minhas obsessões. Cheguei ao retrocesso
Maciço e escasso, então senti a ânsia de um misto cansaço e repousei.

Ascendes aos céus minhas súplicas, cerrem as portas do abismo, pois
sou ex-combatente preso numa cela, e com as súplicas, que minhas
esperanças viajem com elas.

JK ( INSANO

Foto de Vadevino

SONHANDO SENTADO

Em cima da cadeira,
Coloquei minha caveira
Para um pouco descansar.

Então acabei dormindo,
E tive um sonho tão lindo ...
Desses, que vale a pena sonhar:

De férias em Ipanema,
Eu e a minha morena
Tomando banho de mar!

Meu sonho – tão bom que era!!
Fiquei brabo, uma fera,
Quando vieram me acordar!!!

Foto de sidcleyjr

À meia noite

À meia noite estive ao lado do desejo
Lábios molhados,
Mãos levadas aos traços
E a lua lá do alto clareando a escuridão.
Lençóis vendando essências do passado,
Talvez escritas nunca descrevesse
Nem mesmo o mar que ali presente
Brindou com o reflexo das ondas,
E a canção sideral saciou meus ouvidos
Saudades da Malu
Férias de verão
Da voz direcionada
Da pura noção que não querer nada
Além de teus abraços que calava o desespero nas madrugadas.

'Macro

Foto de Sonia Delsin

A CASA MISTERIOSA

A CASA MISTERIOSA

Aquela casa a assustava. Diziam que era assombrada.
Ela dormia no quarto do meio e ele era imenso àquela hora e tão frio. A casa estava gelada.
Tantas lembranças ela guardara daquela casa e agora estava lá. Quem diria que um dia voltaria?
Na parede os quadros ainda eram os mesmos de sua meninice. Os vasos agora vazios estiveram cheios outrora sobre móveis escuros e tristes. Pesadas cortinas também foram conservadas.
O tempo parara ali?
Precisava levantar-se um pouco.
Em dois tempos ganhava o corredor. O longo corredor onde corria com seu irmãozinho Marcos e Paulina, a prima que vivia com eles.
Lentamente Clarice descia as escadas. Degrau a degrau e respirava fundo.
A sala guardaria aquele aconchego? Poderia ainda acender a lareira?
Tropeçou num degrau e respirou ainda mais profundamente.
Um barulho no andar superior fez seu coração disparar.
Sabia que estava só. Seria o vento? Mas a noite parecia tão quieta lá fora.
Lentamente colocou o pé noutro degrau e a tabua rangeu.
Nada demais. O cunhado sempre dizia que casas antigas são cheias de sons.
Ela perdera Bruno numa noite tão chuvosa. Treze longos anos tinham se passado. Exatamente treze anos.
Parecia ter o seu lindo sorriso ali à sua frente. Bruno fora um esposo maravilhoso. O homem que toda mulher deseja encontrar. E ela o encontrara num daqueles bailes de fazenda que se promoviam por ali. Será que ainda existiam aqueles bailes?
Não tiveram filhos. Pena. Se tivessem tido poderia ter o sorriso do pai.
Quando colocou o pé no penúltimo degrau viu uma sombra na parede. Seria uma ilusão de óptica?
Poderia estar impressionada por estar sozinha naquela casa onde vivera toda sua infância e parte da mocidade.
Estalou outra madeira.
Não devia se impressionar já que pretendia passar uns dez dias naquela casa.
O irmão desejava vender a propriedade e ela era contra. Oferecera-se para comprar sua parte e se instalara na casa.
Uma mulher cuidaria da limpeza e das refeições. Florinda não podia passar a noite ali e ela a dispensara disso.
-- Não vejo necessidade. Desta vez vou ficar só uns dias aqui. Ainda vou pensar se vou me instalar de vez neste lugar. Então sim pensarei no assunto.
-- Se a senhora desejar posso encontrar alguém da vila para lhe fazer companhia. Penso que não lhe fará bem ficar aqui sozinha.
-- Não se preocupe. Ficarei bem. Obrigada.
A sala guardava ainda o ar de aconchego, mas estava tão gelada. A lareira apagada e completamente abandonada. Não era usada há anos.
Ela poderia pedir que alguém a reativasse no dia seguinte.
Sentiu uns arrepios quando se aproximou da poltrona azul. Era ali que o pai se sentava.
Olhou na parede o quadro do avô. O avô com seus bigodes retorcidos e os olhos que recordavam Paulina.
Punha-se a pensar em Paulina. Paulina menina.
Correndo pela casa e aprontando das suas.
Paulina no caixão. Tão linda e pálida na imobilidade absoluta dos mortos. A inquieta Paulina só assim pararia e não completara ainda dezesseis anos. Fora velada naquela mesma sala.
Marco chorava tanto e ela se escabelara. A mãe dizia que a prima querida fora encontrar os pais. Por que tinham todos que partir? Os pais de Paulina a queriam?
Ela não entendia ainda a morte. Ia completar quatorze anos.
Marco dizia que a casa ficaria sempre triste sem a linda prima e ficara mesmo.
Ela fora estudar na cidade e morar com uma tia. Acontece que nas férias, num dos passeios à casa dos pais conhecera Bruno. Casaram-se, mudaram-se para o Rio de Janeiro e viajavam muito para o exterior. Ela pouco visitara a casa naqueles anos todos já que os pais morreram alguns anos após seu casamento e Marco se mudara para o Paraná com a esposa. A casa ficara aos cuidados de uma senhora que agora estava velha demais para cuidar dela e o irmão lhe ligara dizendo que seria melhor que vendessem. Ela era contra a venda e por esta razão é que estava ali.
Os arrepios se intensificavam. Parecia ouvir o riso de Paulina, do pai. As zangas da mãe e os gritos de Marco. Marco estava vivo e por isso concluía que estava se deixando levar pela imaginação. Não havia nada ali.
Uma porta bateu forte no andar de cima e ela estremeceu. Um gato desceu correndo as escadas.
Esfregando uma mão na outra ela foi abrir a porta para o bichano.
Estivera fantasiando coisas.
Foi até a cozinha e saboreou lentamente um copo de água. Era deliciosa sempre a água daquele lugar.
Arrastando as chinelas foi subindo a escadaria.
Que tola! Era só um gato. Quando subia a escadaria o barulho recomeçava no andar de cima e isto a assustava. Arrependia-se de ter dito a dona Florinda que ficaria bem sozinha.
Com o coração aos pulos chegou ao quarto e descobriu que as janelas estavam abertas e ela estava certa que as fechara muito bem. Foi fechá-las e pensou que era melhor esquecer aquela estória de comprar a parte do irmão. No dia seguinte partiria para o Rio e colocariam a casa à venda.

Foto de Sonia Delsin

CHÁ DE ROSAS...

CHÁ DE ROSAS...

Maria Lúcia tentava deixar a mesa bem bonita. A amiga Leonor era tão reparadeira.
Ela nunca fora muito de arrumações. Na verdade odiava estes detalhes de mesas bem arranjadas.
Etiqueta não era com ela.
Gostaria que a amiga se sentasse na cozinha mesmo e as duas se pusessem a conversar como nos velhos tempos.
Que tempos aqueles!
─ Puxa! Como seus peitinhos cresceram, Malu!
─ Leonor, cria modos, menina!
As duas cheias de segredinhos. Mauro era lindo e as duas o desejavam.
Desejavam sim, por que dizer o contrário?
Os milhões de hormônios. Quinze anos. Malu tão triste sempre. A falta da mãe e Leonor a lhe fazer companhia todas as tardes.
─ Ela melhorou, Malu?
─ Que nada. Nunca mais sai daquela clínica...
─ Como pode? Uma mulher tão bonita ir parar num lugar daqueles. Tenho pena de você. Sabe que sou sua amiga até embaixo d’água. Pode contar comigo sempre.
O abraço da mocinha a confortá-la.
─ Ele passou pela calçada hoje e só faltou torcer o pescoço de tanto olhar para trás.
─ De quem está falando?
─ Do tonto do Jonas.
─ Ainda vai se casar com ele.
─ Isto é que não. Malu, eu quero o Mauro.
─ Ele gosta da Vânia.
─ Que sortuda ela é! Os olhos daquele cara são de matar...
Enquanto arruma a mesa Maria Lúcia se recorda dos tempos da juventude.
Leonor se casou mesmo com Jonas e como se deu bem na vida. Não poderia encontrar melhor marido. Mauro não se casou com a Vânia. Acabou mudando e casando-se em outra cidade. Voltou umas duas vezes à cidade e todos comentavam que ele se casou com uma mulher muito bonita.
Ela se casou com Normando e foram felizes naqueles dez anos que passaram juntos, mas a morte o levou cedo demais. Marina ainda não tinha sete anos quando ele se foi.
Irmãos ela não tivera, e a amiga de tantos anos não era a mesma de antes.
Malu não era de fazer amizades com facilidade e vivia muito só. A filha já estava com nove anos e estudava à tarde. Leonor havia ligado que viria para um chá.
A amiga ficara cheia das frescuras e ela continuava a ser a mesma de sempre.
Vestia um longo vestido indiano, que era como gostava de se vestir. Nos pés trazia umas sandálias leves. Os cabelos ainda continuavam muito negros e ela os trazia pelo meio das costas.
Era uma bela mulher. O sofrimento não lhe marcou o semblante.
Acabou a arrumação da mesa, ligou o som num volume bem baixinho e ficou a aguardar que a amiga chegasse. Ainda tinha vinte dias de férias pela frente.
Pensara em viajar, mas a filha estava em aula. Não conseguira desta vez conciliar as férias da filha com as suas.
A campainha a fez sobressaltar-se. Já estava a divagar. Havia se esquecido que aguardava a amiga.
Foi atender e a aguardava uma enorme surpresa.
Mauro! Não mudara tanto naqueles anos.
Ele estendeu a mão.
─ Como vai, Malu?
─ Bem, e você? Que surpresa!
─ Soube que ficou viúva. Sinto muito por você. Só fiquei sabendo há uns três meses. Meu primo esteve me visitando e contou.
─ Fico grata que tenha se lembrado de vir até aqui...
─ Eu tenho muitas coisas a lhe contar...
─ Estou aguardando uma visita.
─ Quem?
─ Espero a Leonor.
Mauro franziu a testa, demonstrando desagrado.
─ Volto outra hora.
─ Estou de férias. Volte amanhã para conversarmos.
Com um abraço ele se despediu.
Depois de dez minutos a amiga chegou e Malu notou que Leonor estava excessivamente maquiada, vestia uma roupa de péssimo gosto, trazia os cabelos numa cor exageradamente avermelhada.
Beijou-a e a fez entrar na casa, tentando uma conversa amigável.
Não gostou quando Leonor fez alguns comentários desagradáveis, mas tentou ignorar.
Diante da mesa ela comentou que havia ficado a desejar com a arrumação da mesa.
Malu havia aprendido com o marido que os calados sempre vencem e ela o recordava ainda mais neste instante.
Normando nunca gostara de Leonor.
─ Que chá preparou para nós?
─ Um chá de rosas...
─ Que horror! Eu não tomo uma coisa destas...
Malu a olhou demoradamente nos olhos e descobriu que a amiga de tantos anos se tornara uma estranha. Uma estranha!
─ Estou brincando. Preparei o seu chá preferido. Chá preto.
─ Quem lhe falou que gosto de chá preto, querida? Eu gosto de chá mate natural. Natural...
─ Eu preparo num instante...
A mulher seguiu em direção à cozinha. Não diria à amiga que Mauro estivera lá. A intuição lhe dizia que nada deveria contar.
Preparou o chá rapidamente, por sorte tinha uma caixinha de saches de chá mate.
Agüentou pelo resto da tarde as conversas banais da amiga e esta por fim comentou sobre Mauro.
─ Se recorda como éramos loucas por ele, Malu?
Maria Lucia nada disse. Ficou esperando que ela falasse.
─ Ele está separado. O casamento não deu certo. Dizem que tem um filho e vivia um inferno com a mulher.
Ela ficou a ouvir sem nada comentar.
Logo que a amiga saiu, ela foi até o colégio buscar a filha, que naquele dia tivera aula de reforço. Marina tinha muitas dificuldades em matemática.
As duas voltaram abraçadas. Marina era muito alta, quase a alcançava aos nove anos. Havia puxado ao pai.
Ela contou à filha que a amiga Leonor passara parte da tarde com ela e ocultou que um velho amigo também a visitara. Achou que seria melhor nada comentar.
As duas jantaram e ficaram vendo TV.
─ Gostaria tanto que estudasse de manhã, minha filha.
─ Mamãe, sabe que tenho preguiça de me levantar cedo...
Ela acariciou a testa larga da filha e ficou recordando o marido. Ele fazia falta, como fazia!
Beijou a filha e as duas foram dormir.
Mauro voltou a visitá-la no dia seguinte.
Ela vestia um velho jeans e uma sapatilha de tecido. Os cabelos estavam presos com uma pequena presilha no alto da cabeça.
Estava muito bonita e se divertia com um jogo de quebra-cabeça da filha quando a campainha tocou.
Mauro também vestia uma calça jeans e uma camisa azul clara. Quase na tonalidade de seus olhos.
Ela o convidou a entrar e ele se encaminhou até o quebra-cabeça quase montado, encaixando rapidamente as peças que faltavam.
Malu ficou a olhá-lo quietamente.
─ Não me convida a sentar?
─ Claro. Sente-se. Fique à vontade, Mauro.
Ele se sentou numa poltrona e ela puxou outra bem à sua frente.
─ Também estou só ─ disse ele.
─ Não entendo porque me procurou...
─ Sempre fui apaixonado por você. A Leonor vivia a me dizer que você não podia nem me ver. Passei quase toda a minha vida sonhando com você. Por fim acabei indo embora daqui quando a vi casar-se com o Normando.
Ela o olhou demoradamente.
─ Apaixonado por mim?
─ A Leonor nunca contou?
─ Não. Ela me dizia que você era apaixonado pela Vânia.
─ Tantas vezes eu a procurei e pedi que lhe falasse que eu a amava.
─ Não posso crer.
─ Estou dizendo a verdade.
─ Não posso crer que minha amiga tenha feito isto comigo. Ela sabia que eu também...
─ Você o quê?
─ Eu também o queria tanto...
Mauro levantou-se da poltrona e pegou a pequena mão de Maria Lucia entre as suas.
─ Sonhei tanto com você. Tanto que nem pode imaginar. Quando aqui cheguei pensei em procurar a Leonor para pedir que viesse lhe falar de mim, mas a vi um dia ao lado do marido e ela me olhou de uma forma que me fez desistir. Em seu olhar havia algo que não gostei nada.
Os olhos de Malu o fitavam e Mauro aproximou-se dela ainda mais. Sua boca a procurou e quando deram por si estavam se abraçando e beijando apaixonadamente.
─ Eu nunca a esqueci. Casei-me com a Dora para tentar esquecê-la, mas cometi um grande erro. Um casamento destes nunca dá certo.
─ Eu fui feliz com meu marido. Ele era uma pessoa maravilhosa.
─ Fico feliz por você. Eu vivi num inferno. Por sorte me libertei. Sinto pena do pequeno Franco que sofre sem ter culpa de nada.
─ Quantos anos tem seu filho?
─ Seis anos. É um menino de ouro. Eu pensei em continuar casado com a mãe dele, mas quando soube que você estava só fiquei maluco. Tivemos uma discussão e a deixei.
─ O que pretende fazer?
Gostaria de me acertar com você.
─ Não é tão fácil, Mauro. Temos filhos. Tenho meu trabalho aqui e você mora em outra cidade. Minha filha precisa de mim, seu filho também...
Abraçando-a ele não deixou que ela continuasse e falou:
─ Você me quer, sua boba... isto é o que importa... vamos morar em outro lugar... começar uma vida nova. Eu cuido de sua filha como se fosse a minha.
─ E o seu filho?
Ele baixou os olhos tristemente.
─ Eu o perdi a partir do momento que deixei a mãe dele. Dora nunca me perdoará... ela é uma mulher vingativa. Vai fazer tudo para que meu filho me odeie.
─ Ele não o odiará.
─ Você não conhece aquela mulher.
Malu estreitou-se nos braços que a enlaçavam e deixou que a paixão comandasse sua vida. Na verdade nunca estivera apaixonada pelo marido. Tinha-lhe carinho, respeito, mas não o amara. O sentimento que guardara no peito desde os tempos da juventude lhe explodia no peito. Mauro sempre estivera em seus sonhos. Acalentara por tantos anos o sonho de ver-se olhada por aqueles olhos azuis.
Estava na sua hora de ser feliz. Tudo o mais não importava tanto. Importava mesmo é que se sentia a mais feliz das mulheres.
Começariam sim uma vida nova.
Lamentava por Leonor que lhe dera abraços de Judas. Fora traída por ela e não lhe tinha ódio, mas se afastaria dela de uma vez por todas. Nunca mais lhe prepararia chá algum...
Recordou o olhar azedo quando comentara banalmente que havia preparado um chá de rosas...
Ela perguntou-se como alguém conseguia agir daquela forma e com tanta naturalidade. Não sabia se doía mais perder a única amiga que tinha ou constatar que ela na verdade nunca fora sua amiga.

Foto de Civana

Amado Pai

Daqui a exatamente três meses, meu pai completaria 80 anos de vida, mas, infelizmente, nos deixou aos 65 anos, ainda tão jovem. Mesmo não estando mais presente fisicamente, estará sempre em meu coração e nos de todos da minha família! Essa é minha homenagem a ele, exatamente o que gostaria de dizer hoje, e sempre...

"Meu Amado Pai"

Por mais que queira expressar tudo que você representou na minha vida,
não existiriam palavras suficientes e tão belas quanto você!
Com você pude aprender tudo que de mais importante sei até hoje.
Aprendi que devo chorar sim,
mas ter coragem quando o tombo for feio.
Lembra do tombo de bicicleta em Paquetá?

Aprendi que ficar doente nas férias é muito chato,
mas poder ficar com o quarto só pra mim foi maravilhoso.
Lembra que espalhei minhas 50 bonecas de papel no chão?

Aprendi que poderia não ter êxito na primeira prova para uma vaga,
mas saber que você estava lá fora torcendo, foi o melhor!
Lembra do concurso para o Colégio Federal?

Aprendi que nem sempre passamos no Vestibular,
mas receber de você a notícia que passei, na segunda tentativa, foi super divertido!
Lembra da faixa ("CUP"uta que o pariu, você passou!) que colou na minha cama? rsss

Aprendi que falar palavrão é muito deselegante,
mas até mesmo uma dama pode os usar em casos de extrema necessidade.
Lembra do famoso ditado: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço?

Aprendi que o momento certo para transar seria escolha minha,
mas, o ideal seria contar um palmo abaixo do umbigo, como zona proibida!
Lembra desse divertido conselho no primeiro namoro? rs

Aprendi que chorar com meus erros e dúvidas, também não é feio,
mas que se tiver que me arrepender de algo, que seja de algo que FIZ!
Lembra que me falou que se não tentasse, nunca poderia saber como teria sido?

A você, meu amado pai, devo as melhores lições da minha vida,
Você que nunca mostrou diferença entre nenhum dos quatro filhos,
sempre carinhoso, amigo, sincero, compreensivo.
Mas no fundo me fez sentir, que fui um presente especial,
uma Rosa, no meio de três lindos Cravos.
Obrigada de coração por todos os anos terrenos que convivemos!
Amo-te muito, fique em Paz...

(Civana)

*
*
*OBS: A sigla "CUP", que consta na faixa que meu pai escreveu de brincadeira, é o nome da faculdade para qual passei no Vestibular do Cesgranrio. Ela representava "Centro Unificado Profissional", e ficava no bairro Jacarepaguá. Quando eu ainda estudava lá, foi feito um concurso para a escolha do novo nome, inaugurado nas novas instalações em outro bairro, Lagoa. O nome escolhido foi "Faculdade da Cidade", hoje "UniverCidade".

*Visitem esse post no meu novo blog, adicionei foto do meu amado pai com meu filhote, ainda pequeno.
http://carlaivana.blogs.sapo.pt/
Bjos
:)

Foto de Civana

E o Rio de Janeiro continua... LINDO???

Havia postado esse texto anteriormente em 07/01/2008, resolvi editá-lo e reenviar, devido ao assunto "violência" ainda ser tão atual nos dias de hoje, infelizmente.

E o Rio de Janeiro continua... LINDO???

Acho que como todas as mães, estou sempre rezando e pedindo a Deus, e a todos os anjos e santos protetores que guiem os passos de meu filhote na rua. Mas infelizmente, existem aqueles que vivem no lado escuro, e insistem em cruzar nossos caminhos. Graças a Deus não aconteceu nada com ele, mas ainda não me refiz do susto. Meu filho chegou em casa um dia desses, e ao entrar no quarto estava sem camisa, o que me fez logo reclamar, pois estava muito frio e ele tem andado com infecção de garganta e ouvido constantes nessas férias. Achei que ele havia tirado a camisa ao entrar em casa, mas não, sentou na minha cama e falou que foi assaltado. Só então me dei conta da cara de assustado que ele estava, fiquei desesperada perguntando se o machucaram, tentando examiná-lo todo, imaginem a situação. Resumindo, ele não quis ficar até o fim da tal festa que foi, e como os amigos não queriam sair antes, resolveu vir sozinho pra casa. No ponto de ônibus, quatro rapazes o cercaram, perguntaram se tinha celular e dinheiro, ele respondeu que não, aí mandaram tirar a camisa. Depois teve que pedir ao motorista do ônibus pra deixar entrar sem camisa, pois foi assaltado, ainda bem que o motorista parou quando fez sinal. Enfim, já podem imaginar que fiquei passando mal, imaginando o medo, a vergonha e o frio que meu filho sentiu na rua. É assustador e insuportável conviver com essa violência aqui no Rio, saber que a adolescência do meu filho será marcada por essa fase (ainda acredito que isso é uma fase), é muito triste e desanimador.
Mas agora tento fazer com que ele não fique traumatizado, andou meio com medo de sair logo depois, mas já está bem agora. Só peço sempre que não reaja, se tiver que ficar nu na rua fique, mas não responda, nem reaja! E até deu pra rir depois, pois ele brincou comigo dizendo que falo isso, mas não foi o que fiz em uma das vezes em que fui assaltada. Eu respondi o velho ditado, "faça o que digo, mas não faça o que faço!”.

Resumindo o fato trágico, mas cômico do meu assalto.

Um belo dia de sol, após terminar as aulas, saí da faculdade, na Lagoa, fui pegar o ônibus de volta pra casa. Lembrando que antes já havia trabalhado, na época trabalhava meio expediente no aeroporto, de 05:30 as 09:30h. E pior, foi dia de pagamento e havia recebido, estava tudo na bolsa.
Voltando ao ônibus, que a louca aqui nunca deveria ter pego com tanto dinheiro na bolsa. Passei na roleta, pra variar estava cheio, e de repente senti uma mulher me imprensando e acabei reclamando, quando olho pra bolsa estava aberta, e sempre tenho cuidado de fechar após pagar a passagem. Mexi e vi que faltava a carteira, enquanto isso a tal mulher já estava pedindo pra parar o ônibus, dizia estar passando mal. Imediatamente gritei para o motorista fechar a porta porque ela havia me roubado, o que ele, por milagre de Cristo, atendeu na hora e continuou com o ônibus em movimento. Gente, não sei o que me deu na hora, comecei a andar pra frente do ônibus, o povo abrindo caminho e parei de frente pra ela. Dei tanto na cara da mulher, ela caia pra trás e o povo a empurrava pra frente pra apanhar mais. Isso com o ônibus voando na rua Nossa Sra de Copacabana, até que o motorista parou na esquina da Av. Princesa Isabel, onde havia uma viatura da polícia. Chamou os policiais, contou o que houve e nesse instante um rapaz já havia me devolvido a carteira que ela havia jogado no chão. O policial me pediu pra conferir a carteira, eu olhei, conferi, e ainda dei mais um tapa na cara dela na frente dele. Enlouqueci de vez, ainda bem que ele não ligou e arrancou a talzinha do ônibus.
Vocês pensam que acabou? Nada! Um rapaz me avisou que ela não estava sozinha, e o cara que estava me encarando lá da frente estava com ela, fiquei desesperada de medo, ele ia me seguir quando descesse. Mas dois homens, tipo armário duplex, me disseram para não ficar preocupada. Quando o ônibus chegou na Central do Brasil, como o tal cara não descia, os dois armários pegaram o cara pelos braços e desceram com ele a força do ônibus, dizendo "você não vai atrás da garota não, desce aqui com a gente". Cheguei em casa, contei para meus pais e irmãos, chorei muito pelo medo e principalmente por ter agredido alguém, mas depois até que isso rendeu umas boas gargalhadas ao lembrar do barraco no ônibus em movimento, em plena Nossa Sra de Copacabana.

(Publicado pela primeira vez, no meu antigo blog, em 27/07/2003...e nada mudou no RJ.)

(Civana)

Foto de Sal

duplicidade de sentimentos

Antes demais olá a todos.

Estive ausente por um largo periodo, devido a têr estado dee férias e não só, ultimamente tenho andado demasiadamente ocupado com muito pouco tempo para escrever e para ter inspiração tambem para tal. Mas como este é um site de poemas aqui vai um que escrevi hoje.

Alegria e tristeza
Proximidade e distância
Dúvida e certeza
Uma dura beleza

Angustia, melancolia solidão
Sem ti sinto ser tudo em vão
As forças me abandonam
Em ti minhas fés renovam

Como uma realidade irreal
Tudo tão glorioso, tudo tão banal
Tão perto e tão longe
Esperança que vem e que foge

Quando olho o céu
Teu belo rosto vejo
Lindos olhos negros debaixo do véu
Teus lábios me pedem um beijo

E imagino e me transporto
Para junto de ti meu amor
Pois já não suporto
Esta tristeza e dor

Que é só te ter nos meus sonhos
Em dias Cor-de-rosa e cinzentos
Feitos de ouro feitos de lamentos
Pois meu amor assim são os meus sonhos

O quão bom é poder abraçar-te, tocar-te
como sinto teus lábios ao beijar-te
Sentir a vida pulsar em ti, no teu coração
Nossos corpos num turbilhão
Sentir nossos corações ritmados
Em duas almas numa sintonia enamorada

Mas tudo não passa de um sonho louco
Um querer tão forte de te ter ao meu lado
Se bem que tal sonho me alente um pouco
Sabe tão a pouco seguir sozinho meu fado

Todos os sonhos acabam
Há que acordar e enfrentar Mais um dia
de um calmo desespero que só finda
quando a hora de sonhar principia

Páginas

Subscrever Férias

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma