Correntes

Foto de bob_j

insencia

Ei velho amigo
seus olhos ja foram mais bonitos
e seus ombros ja foram mais altos
os velhos reconhecem seus passos
uma faca cravada no peito
não mudaria seus sentidos
mas mudariam os meus
dinheiro também queima meu irmão

Nossa vida emprestada
vamos devolver sem gastá-la
e o bonde da meia noite
ja não nos leva pra casa
a essência da alma
dissolve sob a pressão
dinheiro é combustível
dinheiro em combustão
dinheiro também queima meu irmão

Ei homem covarde
pela natureza que o fez bravo
a sombra que o segue não tem opção
você não reconhece sua prisão
algemas do espírito
correntes da ilusão
você podia ir tão longe
quanto a minha imaginação
Ganancia nas veias do mundo meu irmão

Foto de Edigar Da Cruz

céu de uma estrela

Qual é cor do seu céu ?
No céu que paira a mente ao olhar para céu vejo um céu de uma estrela.
De um tom amarelado brilhante que parece soar ao brilho em uma única direção!
De uma estrelar maior de magia e cor,.
Um céu pacificador de paz..
Que fica ali olhando em direção única parece ser uma estrela protetora que parece um ser vivo,..
sempre apontando em direção única no céu tão pacifica o estrelar descrevendo a cor do céu..
Uma estrela no céu outra no coração,..
O que sopra às vezes se faz viajar,..
Ao longe destino de algum lugar se a chegar..
Um pedaço de estrela de um infinito céu
De pedaços de emoções e sensações
Navegando no céu das aguas correntes eternizando o evento estéreo de voar no espelho do céu brilhante de estrela de um feixe de luz de sinceridade..
Uma estrela de um novo egito de uma intensidade uma constelação em uma estrelinha linda brilhante..
Com dicas simples que faz desvendar ao mapa do céu se alcançar..
De identidade estrelar de pedra rara feita olhos do mar
Aos olhos nus chego ao céu de estrelas
De amante brilhante pensativa solitária falando toda noite somente para mim,..falando em brilhos radiantes que nasceu para mim
Céu de uma estrela de magia misteriosa que nasceu para ser feliz..
Apenas um céu de uma noite linda de uma estrela no céu

Autor>Ed.Cruz

Foto de DeusaII

Perdi-me de minha alma....

Sinto as correntes a amarrarem-me o corpo
Sinto-as picar em torno de mim
E a prenderem-me aonde não quero estar.
Não há mais magia....
Não há mais sentimento...
Apenas estes pensamentos que me levam...
Sinto-me então, a cair....
Sempre a cair... e a escuridão domina tudo em mim...
Meus olhos, já não vêm a luz
Estão obscurecidos pela mágoa e pela dor....
Já não sinto... já quase não sinto...
Já me perdi de minha alma...
Troquei de mundos... apenas por ser mais fácil
E neste estado hipnótico... deixo-me levar...
Porque não há mais nada...
Apenas esta escuridão que dominou minha vida
Dominou meu mundo e tudo aquilo que sou.

Foto de Melquizedeque

Au revoir!

A sombra que descansa no fosso,
Invade a fonte do ínfimo verso,
Escrito em um íngreme vale
Pelas mãos do meu anjo perverso
Feri-me a alma com a tua lembrança

Pelo desprezo em mim impresso
Vagueio no limbo da tua esperança,
Arraigado em correntes de vento,
Que destilam o santo silêncio
Em seu olhar de criança

Na estação estática do último trem
Encontro o desdém derramado,
Um vômito fúnebre e desolado
Fruto do rancor, quando a fé é esquecida
Amargo odor sinto na tua ferida!

Nasceste tu na aurora, em raios ocres
Viste a vida como o labor manchado nas vestes
Na epidemia de lágrimas tu cresce,
Com a dor de ver um amor ser levado,
De ser um espelho sem reflexo,
Ou mais um verso retirado

Não sou o que pareço ser,
Mas tu desejas que eu seja!
Um herói moribundo sem sorte,
Que pragueja a vida na beira da morte
E respira sem ar, aprisionado na mente.

(Melquizedeque de M. Alemão, 26 de julho de 2011)

Foto de Rute Mesquita

A Cinco Pontas Dos Pés

Sinto que carrego correntes… pesos que se arrastam no chão. Oiço um rugir perseguidor. Um perseguidor tão pontual e assíduo quanto a minha própria sombra. Ainda não sei bem o que se passa à minha volta, ainda está tudo tão turvo… e eu sinto-me carregada de culpa, de arrependimento, de tristeza, de exaustão e de ódio por sentir tudo isto…
As coisas à minha volta estão a começar a compor-se, talvez deva continuar a desabafar…
Estou cansada, de tanto cair, estou cansada de olhar em redor e nada ver… estou farta de ouvir as minhas próprias lamurias, estou farta… neste momento só me apetece ter um tempo para mim. Preciso de travar mais uma guerra dentro de mim, aquela voz destabilizante não pára de querer medir forças comigo. Não me vou deixar vencer e é por isso que preciso deste tempo para mim, para que esta voz não venha como uma onda gigante e me leve este meu castelo que com tanto carinho construi.
De repente, uma súbita mudança surgiu, deixei de ver… mas, transpareci calma… não sei porquê mas, tinha confiança no destino e por isso passei neste primeiro teste, penso.
Sinto os meus cabelos a bailar com o vento. O meu corpo elegeu-se mais ou menos um palmo da superfície e flutua… não sei ao certo se deveria ansiar ou até implorar pelo chão, só sei que não o farei pois sinto-me leve como uma pena que voa aos sopros de brisas suaves. Recorda-me aqueles sonhos em que parece que a minha cama é um teletransporte.
Não vejo… mas, mesmo que visse iria fechar os meus olhos. Começo aos poucos a perceber esta viagem.
Cheira-me a sal, oiço o mar e nem preciso na areia tocar para saber que estou algures numa praia. O som das ondas diz-me que está maré baixa pois rebentam umas atrás das outras arrastando sal e humedecendo os pigmentos de areia que alcança. É como se as ondas beijassem constantemente a areia e a puxassem cada vez mais para si.

- ‘Serão amantes?’, pergunto e ao escutar a minha voz surpreendo-me com a minha pergunta, pois nunca tinha pensado assim.

Os meus pensamentos voltaram e pesam por isso, a gravidade actua novamente e pousa-me naquela areia. Acontece num processo tão lento que sinto que comecei por tocar a areia e agora entranho-me na mesma como se neste momento fizesse parte desta.
A minha visão, continua ausente mas, vejo um clarão de tons que vai desde a gama dos amarelos até aos laranjas mais avermelhados que me faz perceber que um calor se afoga naquele mar, dando lugar a uma outra gama de cores, cores que vão desde os violetas mais azulados aos verdes mais acastanhados. Julgo que seja o pôr-do-sol e que daqui por uns minutos se dê o erguer da lua.
E mais uma vez me surpreendo com o meu raciocínio, nunca tinha visto as coisas desta maneira tão sensível. Talvez por ter tido sempre a visão da ‘realidade’ facilitada e por isso nunca tivesse dado valor, penso.
Nisto, o mar agora beija os meus pés, como se me convidasse para entrar… mas, vou aguardar sentada de joelhos encostados ao peito e com os meus braços sobre os mesmos, pois uma brisa fria em breve virá arrepiar-me.
A lua já se ergueu, as cores que ‘vejo’ mudaram como, tão bem pensei que fosse acontecer. Um arrepio percorre a minha espinha, aquele arrepio por que já esperava mas, que não deixou de distorcer o meu corpo e fazer levantar todos os meus pêlos.
Os meus cabelos, agora mais que nunca parecem sem direcção, uns atravessam-se à frente minha face.

-‘Tenho que me mover, senão irei congelar’, disse para mim. E sentei-me de uma forma mais descontraída enquanto mexia na areia.
Imaginava a minha mão como uma ampulheta que com imensos grãos na minha mão suspensa no ar, decidia faze-los juntar-se aos outros seguindo uma constante, o tempo… e foi então que outro raciocínio inesperado da minha boca se soltou:

-‘Se encher a minha mão de areia e por uma abertura constante, a deixar cair e enquanto isso for contando os segundos até sentir a minha mão sem nada consigo perceber quanto tempo tem uma mão de areia, com aquela abertura de raio fixo e àquela distância do solo’.
Assim, percebo rapidamente que o tempo varia com dois factores, com o diâmetro do buraco que deixo, por onde a areia irá soltar-se e com a altura a que tenho a minha mão do solo arenoso, percebo que se me puser de pé a areia demora mais tempo a juntar-se àquele solo arenoso do que se eu estiver sentada. Após a experiencia dou por mim boquiaberta envolvida numa brincadeira de pensares, como se unisse uns pontos aos outros e no fim os justificasse com a experiencia.

-‘Deveria perguntar-me o que se passa? De onde surgem estes raciocínios? Porquê? Se ainda agora começo a descobrir os tais pontos, se ainda terei de uni-los e acabar com a sua comprovação que provém da experiencia?’

Sinto algo musculoso e texturado agarrado ao meu pé direito. Volto a sentar-me e pego naquele músculo e começo por tentar perceber a sua forma, percorrendo as minhas mãos pelo mesmo.
- ‘É uma estrela-do-mar!’, exclamei. E dou por mim a falar com esta estrelinha pela qual baptizei de cinco pontas dos pés.
- ‘Tens tantas pontas quanto os dedos que eu tenho nos pés e nas mãos. Não preciso saber a tua cor, pois para mim já és a Cinco Pontas Dos Pés mais bela que conheci.’ Confessava-lhe.
-‘O que te trás por cá minha Estrela? Bom, não interessa se aqui estás, é porque certamente fazes parte desta minha viagem e simbolizas algo na mesma, quem sabe sejas um daqueles pontos que terei de unir.’ Contava-lhe mas, discutindo comigo mesma.
-‘Sabes querida Estrela, esta viagem começou por ser um refúgio… passou a ser uma viagem de sensações, depois uma viagem rica em sensibilidades das coisas mais simples que agora vejo que são as mais belas e agora, encontro-te a ti, uma amiga como se adivinhasses que aguardava inquieta por contar tudo isto a alguém. Espera… é isso!’

Pousei a Cinco Pontas Dos Pés naquele meu pé que um tempo atrás se havia agarrado e comecei a unir os pontos.

-‘Vim num transtorno de estado de espírito, numa revolta por nada ver a minha volta e fiquei sem visão. Recordo-me que vinha carregada e que me sentia perseguida enquanto arrastava umas correntes e tudo desapareceu, eu elegi-me cerca de um palmo do chão e senti-me livre, leve como uma pena. Lembro-me também que procurava um tempo só para mim e vim parar a uma praia deserta. Depois aqueles meus raciocínios e olhares às coisas mais simples mas, que jamais em tempo algum lhes tinha dado tal valor. Desde aquele pensamento de o mar e a areia serem amantes, o pôr-do-sol e o eleger da lua, o arrepio e à pouco sobre os grãos de areia. E por fim, apareceste tu, claro! Vieste para eu me ouvir, a mim mesma e assim unir estes pontos.'
E continuei o meu discurso:

-'E com esta viagem, aprendi uma grande lição, que ao invés de me deixar domar pelas minhas lamúrias deveria confronta-las como sendo o que não são, belas e assim elas ficarão belas, porque assim as olho e quero que sejam. Isto de uma forma inteligente.
Aprendi que a beleza no Mundo está em todo o lugar, nas mais pequenas coisas encontramos o nosso mais sensível, o nosso mais profundo sentimento e assim afirmamos a nossa humanidade.
Aprendi que um amigo nos aconselha, nos apoia mas, que sobre tudo nos ouve, como tu minha amiga, Cinco Pontas Dos Pés que pouco precisaste dizer pois fizeste com que me ouvisse a mim mesma e chegasse onde cheguei.
Aprendi (…) a minha visão voltou!’

Está tudo turvo, sinto-me a regressar ao sítio de partida… e imploro:
-‘Estrela, estrela! Não largues o meu pé! Vens comigo!’

Estou de regresso e como me sinto bem, estou radiante de felicidade e tudo o que carrego agora comigo é paixão, paixão por toda a beleza que me rodeia e admiração, por esta experiencia que jamais esquecerei. Os meus olhos brilham, como duas pérolas, o meu rosto está iluminado como se uma auréola pairasse sob a minha cabeça. Estou vestida de branco e de sapatos e só penso ‘a minha Estrela!’. Descalço-me e não a encontro, dispo a camisa, as calças e o casaco e nada, não a vejo em lado nenhum… sento-me agrupada e lágrimas escorrem pelo meu rosto e quando já quase me sentia preparada para repetir a viagem vejo algo a mexer-se no meu casaco e qual é o meu espanto quando vejo a Cinco Pontas Dos Pés?! Que encantamento!

-‘Eu sabia que eras bela, minha Estrela, bela como aquele pôr-do-sol e ainda bem que vieste comigo pois serás sempre a minha melhor amiga e serás tu quem irá manter aquela experiencia sempre viva!’

Foto de andrelipx

Olhar quebrado...

Quero encontrar-te, quero descobrir-te e quero olhar-te. Perdi o meu olhar, pedir o brilho não sol do anoitecer, por isso procuro-o. Vaguei-o mundos e oceanos a procura do meu olhar, daquilo que me fazia olhar e ver a beleza, será que estou corrompido, ou será que já não consigo olhar tanta beleza? Não sei. Quero-o só para mim, perdi-o, e alguém o encontrou, quero o meu olhar, para poder olhar com intensidade tudo o que há e deve ser olhado, quero ver as flores, as borboletas, os pássaros, as nuvens, o amor, a felicidade, mas não consigo nada, nem ver nem fazer ver. Dá-me uma hipótese, de voltar a olhar, só quero ver o infinito e o finito, quero ver o anoitecer e o amanhecer, não quero mais olhar e ver o que não quero, sinto-me sem brilho, sem algo que me mostre como sou e como devo de ser... Sou sentimentalista, infeliz, romântico, mas sem ti não sou nada... Perdi-te nas correntes do oceano, e tu não me quisestes mais por isso fugistes, só quero uma hipótese para voltar a olhar, para voltar a contemplar e a admirar tudo o que há de belo... Faço, crio, procuro e construo-o palavras para que este brilho me volte a encontrar e a ver-me outra vez. Estou incrédulo, sem fio condutor, sem metal que me ligue ao brilho, sem cobre que faça este brilho trabalhar, só me resta o que construo-o, estas palavras, estas consoantes e vogais, que depois formam um conjunto infinito de Palavras sentimentalistas, quero o meu olhar, o meu brilho, a minha vida... Volta para mim, não me deixes sem ti perco a pouca vida que me resta... Quero voltar a olhar para as flores do meu jardim e ver que não caem, mas sim rejuvenescem...Volta para mim peco-te, suplico-te, ponho-me de joelhos para te ter outra vez... Eu sei que fostes sem mim, mas que um dia vais regressar, e despertar o meu olhar... Ele está morte, e moribundo, com magoas e aguas... Quero que voltes e me dês a vontade de viver, porque afinal és o meu olhar, é o meu viver, é as minha fonte de alegria... Volta olhar...Dá-me uma hipótese, mas volta...

Foto de andrelipx

Espelho do Momento...

Eis que surge em nós uma espécie de espelho, um pequeno olhar torna um pequeno momento numa coisa grande. É verdade, quando menos esperamos surge em nós este espelho que nos leva a reflectir alguma coisa em nós, podemos dizer que é um espelho do momento, porque tão depressa ele surge nas nossas mentes como se vai embora, é um espelho que emigra temporariamente e imigra permanente, sim imigra permanente, porque as vezes quando entra em nós nunca está visível, mas sentimo-lo, sentimo-lo que quando ele aparece, nos ficamos estupefactos com essa aparição. As vezes esse objecto fica triste, sim triste, porque não consegue omitir tanta verdade, é certo que é um espelho de momento, mas custa-lhe a ver tanta verdade, por isso emigra temporariamente para ver se esquece algumas coisas e nós ficamos desamparados sem ter algo que nos mostre a verdade. É um momento, mas é verdadeiro, somos o reflexo desse espelho, somos a verdade escondida dele, porque ele reflecte em nós a sua tristeza, é uma tristeza cheia de magoa, é uma tristeza cheia de rancor e de ódio, é uma tristeza com tanto ódio que as vezes nos obriga a chorar e a derramar toda a nossa pureza e assim ainda ficamos mais tristes e o espelho do momento começa a romper-se e só existe uma maneira de o concertar e deixa-lo num lugar melhor para que ele volte a ser novo, volte a ter força para encarar a verdade, para encarar o mundo, porque este mundo é cruel, está enfermo, desgastado, apodrecido e este espelho do momento não consegue aguentar por isso porque ele é demasiado sensível e qualquer coisa ele rompe-se por isso emigra temporariamente, para que ele não possa ver este mundo tão partido, tão feio e com tanto rancor nunca mais volta e nós ficamos perdidos como se estivéssemos no mar a ser levados pelas correntes, correntes essas que nos levam e nos tornam infelizes e sem vida por isso espelho do momento fica connosco porque necessitamos de ti...Fica...

Foto de Xaverloo

E por falar em mimos e flagelos

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Esperas que eu venha em sinais e gestos dissolver meus olhos em rendição
Na pureza e beleza dos teus
Que por encanto bem passariam por correntes de maldição

Esperas pela força que me arrasta
Me prende
Sufoca
E se estende até onde não há dor ou felicidade

Esperas
Pelo calor e perfume que exalas
Me desarma
E após liberta.
Liberta-me inda que por tuas palavras mudas
Teus sinais
Teus gestos

Esperas que eu me renda ao teu vicio nato em tornar-me teu
Possuir-me por objeto de uso ou desuso
Acaso e descaso
Visível ou desprezível
E eu insurja jamais.

Pois rendo-me
Sem hesitar ou resistir
À esse movimento oscilante entre prender-me e livrar-me a ti e de ti
Por precisar-te demais
Por respirar teus encantos
Por entender que fosse a vida resumida em uma só palavra
Esta seria o teu nome
Em letras garrafais
Em cores fortes e berrantes
Em grito ecoando aos céus de todo o mundo
Teu nome e nada mais.

Xaverloo

Foto de Melquizedeque

Olho da rua

Na espreita de um velório
Quando quis envenenar-me
Recuei por ver perigo
Em coleiras me guardastes

Da fogueira as bruxas fogem
Na madrugada em noites quentes
Um prevalente suor frio
Que enferrujam as correntes

Sangue nos olhos dos heróis
Reencarnados nas serpentes
Ascendem tochas de discórdia
Por seus medos contundentes

Corriqueiro navegante
No rio de gente enlouquecida
Da meretriz me torno amante
Sem ter água nem comida

Condenado sem ter provas
No julgamento misterioso
Encarcerado por instintos
Fui privado do meu gozo

Descalço e nu, na rua estou
Um pedinte humilhado
Desumano e desdentado
Pela angústia sou tragado

Tu condenas o meu não saber
Pensas ser mais do que eu
Mas nasci sem ser bebê
E agora bebo o que não é meu.

(Melquizedeque de M. Alemão, 15 de junto de 2011)

Foto de Rosa Pink

* Entrego-te meu Coração*

*ENTREGO-TE MEU CORAÇÃO*

Entrego-te meu coração revestido de rosas,

Para que o sinta e perceba que ele é teu.

Em suas mãos o entrego porque sei que assim estará seguro,

E cada vez mais agasalhado.

Suas mãos são singelas, assim como a beleza das flores.

Seu perfume pode ser sentido de qualquer lugar.

Guarda esse coração, porque ele a ti pertence.

Nele está escrito nossa história e detalhes do nosso amor.

Detalhes dos nossos sentimentos.

Sentimentos de tristeza, alegria, felicidade, prazer, ilusão, desejo e
paixão...

A partir de hoje, você é o guardião deste coração,

Que a ti entrego com tanta paixão!

Entrego-o a ti em sã consciência, repleto de amor.

Deixa-o acolhido em teu peito,

Prende-o com correntes, deixa-o refeito,

Para que assim eu continue sendo sua menina, mulher e sua eterna paixão.

Há três meses, VOCÊ É MEU AMOR!

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