Chuva

Foto de Carmen Vervloet

O Protesto da Natureza

O universo queixa-se em profunda dor...
O céu acinzentado,
mostra seu luto na cor,
entorna lágrimas de chuva
que caem em granizos de cristal,
o vento faz seu manifesto em vendaval.
O sol se esconde atrás da nuvem pesada,
quem sabe com vergonha por tanto desamor!
As sombras deixam as flores desbotadas,
a tristeza cerra o bico do pássaro cantor.
O mar invade cidades,
tsunami de destruição,
ondas gigantes que vem e vão
levando o povo em comoção.

Por onde eu passo, freme a ambição!
Homens amputados de seus sentimentos,
cegos pelo egoísmo do momento...
A Mãe Terra em agonia,
triste, sem energia...
Vivendo seu grande tormento,
últimos suspiros
debilitando seu giro!

Antecipo um suicídio coletivo,
o planeta destroçado
pelo mais inteligente ser vivo!

Este cenário estremece minha vida...
Meus olhos embaçados por lágrimas
vêem o protesto da natureza que agoniza!

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

VOCE JA FOI

VOCE JA FOI
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Voce ja foi uma rosa
Que exalava um doce perfume
O perfume do amor
Que saciava minha sede
Voce ja foi uma vitoriosa
Com seu moderado ciume
Seu desprendido pudor
Descansando na minha rede

Voce ja foi uma fortaleza
Que protegia seu unico morador
Seu unico amante
Que jamais lhe enganou
Voce ja foi a beleza
Que prendeu os meus olhos de admirador
Bem dentro do horizonte
Que seu olhar um dia me revelou

Voce ja foi o tudo e o nada
A mao e a luva
O corte e a espada
O sol e a chuva
Mas acima de tudo
Voce ja foi quem eu amava
Mas que absurdo
Eu nao sabia que voce me enganava

Assim de uma simples rosa
Voce virou tiririca do brejo
Coisa pavorosa
Lamacal que no Tiete eu vejo
Por mais que seja uma decisao dolorosa
Jamais te darei o meu beijo
O meu desejo
Ou minha vida preciosa
© 2011 Islo Nantes Music

Foto de Arnault L. D.

Montanhas submersas

O amar cria em nossas vidas, marcas na paisagem; torna a planície dos dias vincada por vales e sinuosa por montes e montanhas...

Dependendo dos amores, são apenas como dunas... E o vento se encarrega de dispor. Porém, existem outros que são muito diferentes...

Tornam-se marcos de referencia, verdadeiras pirâmides, enormes montanhas de pedra.

Quanto aos outros pequenos, dias, cotidiano, são como a agua da chuva, a acumular-se. Toma a silhueta da paisagem, a tornando mais plana, cobrindo os montes menores, até mesmo, os diluindo.
E dependendo do volume destas aguas os montes submergem, podendo restar apenas um mar... Plano.

Até mesmo a montanha mais alta é tornada oculta, alagada, mergulhada, num horizonte quase sólido...

Porém, ela continua lá. De maneira difusa, numa localização imprecisa... Mas abaixo da inundação, oculta, ela continua.

Contudo, como toda inundação, esta também se nutre da constância da chuva, para que suas aguas não escoem.
Pequenos romances, amores casuais, noites ardentes, todos são gotas, que devem pingar constantemente.

Porque se forem minguando, se houver estiagem, as aguas deste “mar”, formado por estórias, ilusões e passatempos baixaram... E no limiar, você bem sabe o que ressurge:

Novamente, a montanha mais alta, retorna à luz , sólida, emerge.
A montanha do grande e verdadeiro amor.

Foto de betimartins

Na voz do meu poema

Sonho, um belo sonho de amor
Onde tu estás sempre presente
Tua voz preenche o meu coração
Tuas promessas são o amanhecer
Teus abraços à noite que esta a chegar
Eu estou aqui escrevendo um poema
Um poema só para ti, não sei, o que escrever
Todas as palavras são pequenas, curtas
Para tamanho amor, grandioso amor
Que escuta pacientemente, mesmo impiedoso
Mesmo compulsivo, ciumento e genioso
Juntos superamos, tempestades, tumultos
Caminhando, conduzindo as nossas mentes
No nosso amor, juntos de mãos dadas
Galgamos estradas, montanhas e mares
Dançamos à chuva e ao vento, sorrindo
Mesmo no nosso corpo, cansado pelo tempo
Somos ainda jovens, capazes de reescrever
Uma nova história, uma nova vida, sorrindo
Nos sons, na vitalidade do sol, do dia
No ar que respiro e no vento sempre fresco
Na terra que, nós os dois pisamos, quente
Eu ainda sou capaz de me sentir única
Ali contigo, encostada nos teus braços
Olhando o por do sol, no belo entardecer
Ainda sinto arrepios pelo teu terno olhar
Capazes de inspirar apenas um poema a ti
Repleto de belas palavras, palavras ditas a ti
Em segredos, na noite e no dia, que ainda virá
Mas onde! Apenas o silêncio é o nosso poema
Na voz do meu poema feito a ti, amor...

Betimartins

Foto de Jonas Melo

Quando a Noite Chegar

Quando a noite chegar

Quando a noite chegar quero você,
Como um pássaro noturno embrenhando-me na madrugada dos teus beijos
Quero percorrer teu corpo como estrela cadente,
A brincar no espaço do teu amor

Quero seus beijos, seus carinhos e tudo que puderes me proporcionar
Quero correr a noite a fora, entrar na madrugada, e me banhar no sereno do teu suor
O tempo parará para brincar ao nosso redor, embriagando-se pelo cheiro de nosso amor

O sono nos ronda, e nos convida para descansar,
Mas os desejos são intensos, os beijos imensos,
e o nosso amor não pode parar...

De repente, não mais que de repente como o Poeta falou
A chuva vem nos brindar, desliza em nossos corpos com seus pingos dourados
como a batizar o nosso amor

Tudo começa quando a noite chegar

A felicidade será divina, como a arte de amar você

Jonas Melo !

Foto de Arnault L. D.

Estatua Branca

Na beira de um estrada, aonde a grama se perdeu entre ervas daninhas, existe uma estatua branca. Agora nem tanto... Porque a Lua e o Sol seguindo a cruzar o céu, muitas, e muitas vezes, datas, anos, décadas, a tingiram de tempo.

Ela retrata um lindo rosto... com o olhar cheio de amor. E uma história, triste, que ninguém mais sabe, ou quase.

Figura alguem que fora muito e muito amada, e por estocadas, cuidadosas, de cinzel, este amor foi eternizado, talhado ao mármore frio. Uma ternura tanta, que não deixa espaço à duvida, e fala em voz alta, ser obra de quem lhe dedicou este amor.

E esta entrega foi tão linda e sincera... Que até mesmo os ateus veriam nela algo de divino.
Mas, infelizmente, acontece que o divino e o humano, são coisas distintas.... E ela se foi.

Além do amor, existem outras riquezas, riquezas estas que o homem do cinzel não possuía.
Mas, que um outro, sim.
E ela escolheu, e se foi.

Para ele, restaram aqueles olhos na pedra fria... talhada e branca, para mesmo assim teimar em pedir:
_ “...Volta, volta amor... !”
Mas, apenas a loucura respondia....
E repetiu por tanto tempo, que o tempo passou..., que o tempo acabou.

Quanto a ela, longe dali, muito longe... descobriu que o preço das “coisas” é sempre em metal, mas, o valor... não. Certos valores são incalculáveis. São pagos por primícia, presentes de Deus, coisas de divindade...

E muito rica, constatou esta verdade, e que sempre, não é para sempre. E envelheceu.
Para ela o tempo passou, na certeza gélida das coisas incompletas... Seus olhos nunca mais foram como na branca estatua.... Aquele olhar, aquele amor; preterido, diminuído...

E o tempo passou, e o tempo acabou...

Lá na beira de uma estrada, onde a grama se perdeu. Existe uma estatua branca.
Dizem que as vezes, quando o luar compete com as gotas de chuva, quem passa por ali, se prestar bem atenção, pode ver quando a agua a banhar o pálido rosto, empresta-lhe um pouco de vida, na forma de lagrimas...

Por seus olhos a chuva chora...
Na espera de um antigo amor, a pedir: Volta, volta...

Foto de Marilene Anacleto

Dia de Chuva

$
$
$

Contemplo o mar
Neste dia de chuva
Caminhadas,
Só de guarda-chuva.

Nem pescadores,
Nem surfistas,
Nem crianças
Ou banhistas.

O mar está em paz
E, com ele, o sossego
Volta ao seu lugar.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Baleeira, Baleeira

$
$
$

Cheiro de baleeira,
Tarde de chuva,
Vento, verão.

Lembrança das cabanas,
Dos cozinhados,
Em panelinhas de barro.
Arroz encruado
Feito na fogueira
Do quintal ao lado.

Da sobremesa,
De açúcar e farinha
Roubados da cozinha
Da mãe ocupada,
Coitadinha!

Tempos distantes,
Registrados na memória.
Um cheiro, uma cor,
Fazem-nos voltar no tempo,
Inserem-nos na antiga paisagem,
Num amontoado de imagens
Revivemos a história.
De medo ou de glória.

Baleeiras, já são poucas.
Como também as crianças
Que sentiram aquele cheiro,
Que conheceram o sabor
Que brincaram nas cabanas...

Vivem no computador
Lutando com coisas estranhas,
Brincadeiras enfadonhas
Sem aventura, sem cor,
Rindo sozinhas, sozinhas.
E tão carentes de amor!

Afastam-se de suas raízes,
Desconhecem tantos matizes,
De sua mãe e seu pai.
Crêem ser tudo importante:
O e-mail, o MSN, o Facebook e tal
Acreditam saber tudo
E vivem num mundo mudo
De tantas coisas virtuais.

Baleeiras, baleeiras,
Como é bom agradecer
Brincadeiras de criança,
E, enfim, reconhecer:
O bom jeito, o bem viver
Da juventude e da infância.

Quisera, meu Deus, quisera,
Que assim pudesse viver
A sentir e a aprender a vida,
Nosso jovem, nossa criança.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Aroeira

$
$
$

AROEIRA

Os braços da memória
Pintam meu coração
Para reviver minha história.

Dos tempos de solidão
E uma alegria intensa
De viver minha emoção

A cada canto sonoro, corria,
Para ver qual era o pássaro
Que dançava a alegria.

A cada pingo de chuva,
Nas folhas, das madrugadas
Corria a abrir a janela
Para sentir o abraço
Das gotas diamantadas.

E o café da manhã
Na alegria do afã
E a dança da aroeira

Carregadinha de flor
Dançando a brincadeira
Dos pássaros ao seu redor

Despenteavam a cabeleira
E derrubavam os enfeites
Da minha rica aroeira.

A minha amada aroeira
Reserva toda a energia,
Agora podada e altaneira,

Vai atrair a passarada inteira
Vai pintar mais flores novas
E transformar-se em vermelha.

Marilene Anacleto

Foto de Emilayne Cristhina

Quero acordar em mais um dia de sol.

Queria acordar em mais um dia de sol, onde tudo são flores.
Onde não ha tristeza, dor ou pranto.
Tudo isso ja se passou, foi mais um sonho!
Agora sou eu e o nada, sozinha na estrada, no breu ouço os meus passos, o vento sussura em meu ouvido e o escuro me domina, preciso acordar ja é cedo, o começo de uma nova rotina.
Há que saudade daquele dia de sol.
Queria voltar a ser criança, brincar sem responsabilidades, passar horas me sujando no barro, entrar para dentro de casa e ouvir as cantigas da mamãe enquanto está a cozinhar.
Tomar um banho de chuva e sentir o cheiro da terra molhada, sentar embaixo da mangueira e me lambuzar. Depois do banho, aquela comida caseira e na cama as cantigas de ninar e o papai a acompanhar.
Hoje, preciso me libertar desse túnel sem luz pra iluminar, dessa vida amargurada que levo sem ter com quem contar.
Meu objetivo? ultrapassar limites, vencer barreiras.
Ser como um passaro que vive livre para voar, perto do sol, junto ao vento e perto do mar.
Voltar a ver aquele dia de sol, onde tudo são flores.

Páginas

Subscrever Chuva

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma