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AROEIRA
Os braços da memória
Pintam meu coração
Para reviver minha história.
Dos tempos de solidão
E uma alegria intensa
De viver minha emoção
A cada canto sonoro, corria,
Para ver qual era o pássaro
Que dançava a alegria.
A cada pingo de chuva,
Nas folhas, das madrugadas
Corria a abrir a janela
Para sentir o abraço
Das gotas diamantadas.
E o café da manhã
Na alegria do afã
E a dança da aroeira
Carregadinha de flor
Dançando a brincadeira
Dos pássaros ao seu redor
Despenteavam a cabeleira
E derrubavam os enfeites
Da minha rica aroeira.
A minha amada aroeira
Reserva toda a energia,
Agora podada e altaneira,
Vai atrair a passarada inteira
Vai pintar mais flores novas
E transformar-se em vermelha.
Marilene Anacleto