Chuva

Foto de Carmen Vervloet

Chuva de Lembranças

Como é bom ter olhos para ver o mundo!
O céu nublado, olhado de um jeito profundo,
escoando chuva miúda, límpida, fina...
Regando meu amado jardim, com água tão cristalina!
O verde relaxante das folhagens que vem e vão
contrastando com flores coloridas que gratuitamente se dão...
Flores e folhagens unidas num perfeito casamento,
embalando sonhos lindos, trazendo a tona latente sentimento.

Volto ao tempo de infância
e a chuva, as flores, o cheiro de terra molhada,
me trazem a saudade, o perfume, a fragrância
dos tempos felizes de criança, vividos na casa caiada.

Vejo-me a caçar borboletas...
O riso fácil, os pés descalços pisando a lama macia!
Ouço a voz de mamãe: “Menina sem juízo, vais ficar doente”!
E a voz de papai, que para ouvir novamente tudo daria:
“Velha, deixe a menina, isto faz bem, ela está contente”!

E nas noites bordadas de chuva,
papai, velhas histórias de família, a contar...
E eu agachada a seus pés, excitada,
com os olhos quais raios de sol a brilhar,
queria saber de tudo, queria eternizar o momento,
para sentir da sua voz o calor...
Que no frio da minha terra me aquecia com amor.

E em cada gota de chuva, que cai no meu jardim,
lembranças de momentos vividos
brancos, imaculados como o jasmim.
Momentos de ternura que voaram ligeiros
como os pássaros que agora da chuva querem se abrigar...
Momentos de aconchego
que só o calor de uma família feliz pôde dar!

Momentos que no tempo passaram...
Mas em mim eternamente ficaram...
Momentos do passado, mas que em mim estão presentes...
Momentos que me questionam,
quando num futuro ameaçador penso estar ausente.
Tantos momentos felizes,
incontáveis como as gotas de chuva
que agora o céu escoa...
Momentos cristalizados no coração da menina
que continua correndo atrás da borboleta esperança que voa...

Foto de Hanilto josé Da Silva

A MULHER E A POESIA

Faiscas em feixes
de luz,
claro vagar de alma
apalpando pétalas de
flor,
roçando cheirosa gotas
calorosas pingando amor.

Emoção que rompe
em lâmpejos de passos
dizeres tonalizados,com
graça de carícias desejo
que vem e que fica.

Vírus do amor
saudades da flor,
choque de sonhos
na primavera da tua
cor.

A mulher e a poesia
abraço de sintonia,
a morena é bonita
como seresta ao luar,
faz meu coração suspiroso
em suspiros dobrar.

Chuva de ternura
em sestrosa serenata,
o cheiro do teu corpo
me afoga me mata.

São faiscas de amor
boiando estrelas,
no céu da tua boca
fraqueza que treme
quase louca.

Hanilto 22 08 2011

Foto de Diario de uma bruxa

PENSAMENTO... "Queimadas" A natureza sofre.

Porque todo este fogo
Esta fumaça que sufoca
É tanta queimada
A natureza sofrendo

O ar seco...
Não chove há quanto tempo

Depois vem o troco
A natureza se defende
E é por meio de tempestades
Que ela destrói o que esta a sua frente

Deixa desabrigado
Culpados e inocentes
Mas nem toda defesa
Faz o homem ser consciente

Depois que para a chuva
A seca volta e tudo ele queima
Novamente

Poema as Bruxas

Foto de Rute Mesquita

Cantigas de amigo: Chuva

Chuva,
podes albergar-me debaixo da tua sintonia?
Turva,
está a ficar esta noite fria.

Afronto,
pelos teus toques exploradores.
Apronto,
sobre estes choques,
de amores.

Faz-me sentir por ti desejada
faz-me ir e voltar a vir,
sem nunca ficar parada.

Envolve-me
nas tuas doces gotículas.
Consome-me
sem que de mim restem partículas.

Ama-me
como nunca amaste o sol.
Mima-me
dizendo que sou o teu girassol.
Acaricia-me
desvenda os meus recantos.
Delicia-me
dos teus encantos.

Humedece-me
com a tua água.
Obedece-me
dá asas à nossa mágoa.

Faz-me soltar gritos de loucura,
faz-me perder a consciência
que ao chão me prende.
Diz-me que esta noite perdura
ao som da nossa inocência
que a nós se rende.
Deixa-me sem nada,
diz-me só que por ti sou amada.

Foto de elcio josé de moraes

O AMOR NÃO MORRE

O amor é como a flor,
Que nasce e murcha,
Se não regada com carinho.

E fica ali,
Esquecida, abandonada,
À beira do caminho.

Até que manda a chuva,
O nosso Criador,
E rega, aquela raiz ressecada.

Fazendo-a brotar novamente,
E no tempo determinado,
Lá está ela, desabrochada.

Muito mais linda!
E assim desperta,
O olhar de alguém.

Assim o amor é como a flor.
Que não morre nunca.
E nunca fica sem ninguém...

Elciomoraes

Foto de Rute Mesquita

Um perfeito dueto

Uma noite chuvosa,
recai sobre mim.
Ensopando-me das suas pesas.
Num deambular cautelosa,
cobre-me assim,
inundando-me das suas emersas.

Uma chuvada
arrastada pelo vento.
Deformada,
por entre as pausas do meu tempo.

Eu apenas envolvida num velho lençol,
vagueio sobre estes aguaceiros.
Sentindo-me uma clave de sol,
sinto os ‘Dós’ dos seus pioneiros.

Uma melodia se dispõe,
destas ruas desabitadas.
Uma esfolia se decompõe
por entre as minhas descobertas insaciadas.

Como te sinto minha mãe natureza.
Só não sei porque tanto choras…
Aguentarei toda esta frieza,
até as mais secas auroras.

O quão é pesada a tua dor,
como te lanças daquele céu pardo,
sem piedade, sem esplendor
e escolhes esta noite para teu resguardo.

Não chores mais…
quero tanto entender-te,
dá-me sinais,
espero não mais rever-te.

Rompendo a madrugada,
lá estava eu,
num banco sentada,
à espera de à chuva ver aparecer Romeu.

No fundo escoavam badaladas
como se algo anunciassem.
Será que se sentem maltratadas?
Como se estas lágrimas já não bastassem…

O sol espreita,
os raios luminosos reflectem naquelas gotículas.
É então que galanteio
o nascer de um lindo arco-íris.

A chuva agora estreita,
cai em suaves partículas.
E sem ser preciso tirar ao sorteio,
dilata a minha íris.

Agora eu percebo,
que aquela melodia
lacrimejante,
era da noite um servo,
aguardando pelo dia,
para se evaporar naquele
recebo flamejante
aquela triste sinfonia.

O amor entre a chuva e o sol,
um perfeito dueto,
acompanhado de um rouxinol,
termina assim este quarteto.

Foto de Rute Mesquita

Meu doce amargo


Meu doce amargo,
Os meus olhos despes
ao não te ver neste largo
onde à muito me deste
um anel de noivado.

Lembro-me,
como eras doce,
como me veneravas.
Como lá pelas doze
aqui comigo te encontravas.

Recordo-me,
do teu olhar cintilante,
onde me via reflectida.
Do teu espírito jovem e inquietante,
que me deixava sem saída.
Daqueles teus afagos,
logo pela manhã.
Daqueles doces e amargos,
que fizeram de mim, tua romã.

Sentada,
aguardando-te neste largo,
onde boas lembranças já não habitam…
Acabada,
num calor pardo,
as tristezas me ressuscitam.

Como és amargo,
em ir sem nada me dizer…
deixando-me a meu próprio cargo,
depois de ao céu me teres feito erguer.

Como és cruel,
em te demolires a meu peito…
Vou tirar este anel,
não mereces o meu respeito.

A correr e a chorar lá vai aquele rosto
de menina…
Entre o morrer
ou um bom aconchegar,
está a minha pequenina.
(disse o seu pai vendo o repetido episódio e lamentando)

Acabou assim a primavera,
de enlaces.
O inverno apresava uma nova era
sem esperar que para ele te preparasses.

Passaram-se meses, anos…
E como as suas lembranças
naquela casa ainda eram tão assistas.
Ainda habito nas esperanças,
daqueles imensos planos,
aos quais deste as tuas desistas.

O livro de receitas,
aparecia sempre que cozinhava.
Para evitar os meus enganos,
naquelas feitas
como meu homem sempre me lembrava.
Aquele meu pente,
que nunca o deixava no lugar,
tinha agora um ar reluzente,
quando nos meus cabelos o fazia tocar.

...Como se tu fosses ele.
Adoravas os meus cabelos…

E assim comecei a acreditar,
que com fé talvez ele se revele,
e voltemos aos tempos belos,
da primavera a espreitar.

Numa noite,
na qual as trovoadas rompiam os céus.
Sai de casa sem desajeite,
fui para aquele largo proteger os meus,
antes que aquele tempo os desrespeite.

Pesada, daquela chuva,
por entre tremeliques de frio.
Senti tocar-me uma luva
e o iluminar do meu fio
onde tinha a aliança.

Conforto-me e aqueço-me,
naquela esperança,
incandescente.
Quando sou atingida por um raio…
Fico inconsciente...
e ergo-me.

Afasto-me do meu corpo,
vejo-o irreconhecível no chão…
Quando ia para soltar um grito louco,
sinto um aperto de mão.

Era ele, a minha doce amargura.
Sorriu e disse-me: ‘tontinha, achas mesmo que
te ia deixar?’
E uma tamanha injustiça me perfura,
como pude eu me conformar?

Como se ele lê-se os meus pensamentos,
disse: ‘Minha princesa,
peço que me perdoes por ter ido sem avisar
mas, quero
que saibas que estive em todos os momentos,
só esperava que nisso acreditasses,
para te poder vir buscar,
à muito que te espero.’

As palavras afagavam-se
no iluminar daquelas almas que falavam por si.
Os seus medos ausentaram-se,
mas, esta história não acaba aqui.

Foto de Marilene Anacleto

Chuva na praia

Está brisando.
Sons de panela fervendo
Entoam os cataventos:
Chuvas anunciam.
Chuva caindo,
Pássaros cantando,
Crianças impertinando.

Praia a cinqüenta metros
Hoje parece um cometa
Longe e distante.
A chuva não permite
Ficar lá nem um instante.

O por do sol se faz
Tranqüilo, cinza, devagar.
Apenas escurece, nada mais
O cansaço desanima os casais.

Foto de Amy Cris

Simplesmente gótica

Quando a escuridão cai sobre a cidade
e a neblina envolve os túmulos em um cemitério qualquer,
lá estou eu, a ouvir o silêncio da noite
e fugindo de um mundo difícil de compreender.
Sou o esquecimento do passado,
a certeza do hoje
e a dúvida do amanhã.
Sou a poetisa da realidade,
aquela que guarda suas ilusões
e se deixa levar por uma boa música.
Sou a admiradora da lua,
aquela que sente fascínio pelo céu noturno.
Aquela que você dificilmente verá chorar
pois, não tem medo da vida,
não se sente humana
e quer mesmo é ver o tempo passar.
Sou o que poucos têm coragem de ser
Sou quem você apenas fingirá entender;
aquela a quem você não conseguirá enganar.
Sou aquela que se conforta com frio e chuva
e que sorri quando o sol se vai.
Tenho o negro pintado nos olhos, unhas e roupas
e me sinto bem por assim estar.
Sou simplesmente gótica
e sem com os outros me importar,
sempre serei eu mesma,
não me intimidarei com força alguma
e aconteça o que acontecer,
serei eu o ser da paz noturna.

Foto de Carmen Vervloet

Essência

Chove lá fora.
Uma chuva fina e constante
que faz cada ser vivo
buscar o aconchego do seu ninho.
A noite é gelada,
mas quente é o coração!
Estou em minha própria companhia
e gosto de estar assim...
No silêncio de mim...
Meu imaginário floresce
como um jardim colorido,
estimulado pela chuva
e multiplica-se como gotas de tempo!
Concebo a semente,
gero o fruto
e partejo a essência
do bem viver...

Páginas

Subscrever Chuva

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma