Chuva

Foto de Marilene Anacleto

Amor de Trovoada

O relâmpago clareou o caminho da noite.
Feito chicote, o clarão corta o céu com açoite.

“É o ‘flash’ de Deus” – grita a criança,
Fotografando cada coisa que o trovão amedronta.

Seguimos com desassossego e cuidado sobre pedras,
Sob chuviscos errantes que o vento leva.

De repente, o medo nos leva ao abraço
E nos sentamos no abrigo até que a chuva passe.

Não sabemos quanto tempo durou
Deus deve ter fotografado lindas poses de amor

A ternura invadiu as nossas almas
E fomos do caos à calma

A chuva tudo lava, tudo amolda,
Enquanto o calor das almas segue vida afora.

Foto de Marilene Anacleto

Campos: Amor em Harmonia

A vista se perde pelos campos.
E a chuva traz à natureza mais encanto.

Flores e perfumes, suave canto
Em louvor ao Deus da Vida,
E ao homem que, no entanto,
Vive a esmo, sem peso e sem medida.

Mas a Natureza... vence poluição,
Vence maus tratos e a ninguém despreza
E brota ainda mais radiante e colorida.
Como o amor que, em vez de chorar, reza.

A Natureza é como os Mestres:
Há milênios tentam colocar nas cabeças
De toda humanidade, a luz, a vida.
Brota repetidamente a alegria.

Campos verde e branco.
E... quantos tons de verde!
Um se sobrepõe ao outro
Num inimaginável tapete..

Em mechas amareladas, queimadas,
Mechas mais jovens, esbranquiçadas,
Outras mais distantes, azuladas,
Algumas idosas, amarronzadas.
E a vastidão nunca acaba...

Feita de amor...
Absorve só o bem que há no outro
Em conversas que revelam puro ouro
Dois corações emaranhados em um só
A vivenciar e celebrar o seu tesouro: o Amor.

Árvores em flor reverenciam,
Esbanjam luz, e cor, e poesia.
O espetáculo arranca um sentimento
De enamorados, de mãos dadas, extasiados,
Em gratidão, amor puríssimo, harmonia.

Foto de Luiz Castro

O Sertão

O Sertão

A chuva veio lenta
Nem chegou a molhar
Mal caia no chão
Começava a evaporar
O ar estava pesado
Difícil de respirar
O corpo já cansado
Começava a fraquejar
Não ficava nem suado
Nem conseguia chorar
Só pensava na água
Que teimava não chegar
A pele estava secando
Já começando a rachar
As plantas lá da horta
Iniciava a murchar
A noite veio chegando
E eu comecei a rezar
Pedia a Deus do céu
Pra água ele mandar
E depois da minha prece
Começou a trovejar
As nuvens se formaram
Desta vez pra desaguar
Pra trazer vida de novo
E o sertão virar um mar.

Luiz Carlos

Foto de Marilene Anacleto

Viver o Amor e a Poesia

Hoje, mais do que ontem,
Tudo é bem melhor.
Novas paisagens,
Um novo amor.

Um beijo enamorado
Afaga o coração,
Caminha a inteligência,
Uma vida em canção.

A alma, quase sem fé,
Encontra o paraíso
E, em tudo quanto vê
Eleva-se o eterno sorriso.

A chuva, quase incessante,
Torna-se um novo cantar.
O corpo pede uma dança
E sai a rodar, e a rodar.

Nosso amor assim, de outono,
Tudo são estrelas no caminho
Não existe dona ou dono
Só uma boa taça de vinho

Os dias assim se seguem
Em suspiros de alegria
Somente em ti eu encontro
O viver no amor e na poesia

Foto de Delusa

Quem sou

Sou apenas como o vento,
Que não se vê só se sente,
Sou como o pensamento,
Que se oculta na gente.

Sou como alguém que vai,
Arrastado pelo vento,
Sou o eco de um ai,
Os suspiros do sofrimento.

Sou fogueira que se apagou,
Que ardeu e já não aquece,
Sou cinza que o vento levou,
Que nunca mais aparece.

Sou pena solta a voar,
Que da ave se depenou,
Vôo suspenso no ar,
Sou pena que a ave deixou.

Mas quem sou eu,
Que não sou chuva nem vento?
Sou um dia que escureceu,
Ou uma noite perdida no tempo.

Delusa

Foto de Delusa

Perguntei por ti à lua

Perguntei por ti à lua,
E ela me respondeu:
Viste por aí o sol,
Que de mim se perdeu?

Perguntei às estrelas do céu,
Se acaso te viram passar,
A mais bela me respondeu:
Está onde houver luar!

Perguntei por ti ao vento,
Que passava a uivar,
Também eu neste sofrimento,
Não encontro onde parar.

À chuva no chão esmagada,
Lenta, triste e miudinha,
Também em lágrimas alagada,
Sob os pés de quem caminha.

Perdi-me de ti e então,
Por ti ando a perguntar,
Com tanta luz no coração,
E não te consigo encontrar.

Delusa

Foto de Aparecida Maia

A medida do Amor

Eu te amo por que eu amo e não é necessário explicar o amor...
E se fosse possível?
A medida do amor pode ser um sorriso... Um dia... Um olhar... O amor pode ter o tamanho de umas poucas palavras ou caber num espaço imenso de anos...
Mas eu não quero medir o amor... Quero apenas senti-lo...
A medida do amor pode ser um encontro inesperado... Um beijo na chuva... Um andar de mãos dadas... A medida do amor pode estar na distância, na lembrança que se transforma em esperança de ver outra vez aquela pessoa povoa nossos sonhos...
Mas eu não quero sonhar o amor... Quero apenas vive-lo...
A medida do amor pode estar na sua intensidade e não no tempo em que permaneceu em nossas vidas... A medida do amor pode ser o desejo... O toque... O beijo... Depois de tanto tempo e você perceber que o tempo não passou...
Eu não quero que o tempo pare, nem que volte... Quero que ele passe... E que com o seu passar, possa sentir esse amor crescer cada vez em mim... Mas se pudesse voltar no tempo, não o faria para mudar nada, talvez para reviver um momento especial... Para ver novamente um sorriso... Olhar de novo nos olhos... Abraçar... Dizer eu te amo...
A medida do amor poderiam ser as palavras que aqui escrevo, o tempo pode passar, mas as palavras assim como o amor que sinto jamais se apagaram...
A medida do amor está no próprio amor... Só o amor sabe o que o amor faz, o que o amor diz e o que amor sente... Só aqueles que amam sabem até onde o amor leva uma pessoa...
Então se puder te desejar algo... Desejo o Amor...

Foto de bob_j

dias em nós

Contradições são maldições
hoje estamos bem
amanha não, só depois
pântanos e planaltos
sobre os espinhos meus pés descalços
ha verdades e mentiras no mesmo diálogo

evitamos um futuro
glorificamos o passado
atravessamos a ponte
olhando para baixo
enquanto o vento
nos leva aos pedaços
a chuva parece ácido
e o Sol liberta-nos dos laços

sinceridade oprimida pelo medo
medo oprimido pelo medo
sabemos que nada termina bem
a vida prova à nossas vidas
e prova do nosso sangue
das nossas mentes corrompidas
do suor dos nossos dias
dos sentimentos que guardamos
dos arrependimentos que levamos

achamos que está tudo bem
mas nem podemos ver
que podíamos ser realmente felizes
não temos nada a perder
olhe a sua volta
as pessoas tão ocupadas
com outras desgraças
nossa felicidade é nossa
para eles não importa

Foto de omena

O ultimo beijo!

Era tarde de domingo, mais ou menos umas três horas, sempre tínhamos planos, mas naquele dia ela estava diferente, parecia esconder algo, foi quando ela me beijou e me disse: Acaba aqui o nosso amor! Eu simplesmente não entendi, ou não quis acreditar, mal havia começado, como podia acabar, ela disse que me amava, e eu de fato não a entendia, se pois me amava, como aquilo me diria, ela então explicou: Meus pais mais uma vez brigaram, mas desta vez foi a ultima, meus pais já não se amam, e distantes querem um do outro ficar, meu pai continua aqui, mais eu e minha mãe, longe, muito longe iremos morar. Eu inconformado fiquei, um amor assim não podia acabar, porém foi-se ela, a menina mais bela, que meus olhos podiam avistar. passam-se anos, e eu sem a esquecer ouço uma noticia, seu pai morre e elas então decidem voltar, para a casa, eu feliz muito fiquei, ao pensar em revê-la e reatar com ela aquele amor, tudo voltaria a fluir. Então chegou o grande dia, o dia da sua volta, meu coração batia, minhas mãos suavam, eu nervoso estava, sabia que ela a qualquer momento poderia chegar, misturando ilusão com realidade o táxi que parecia esta passando, parou em sua porta, avistei de minha calçada, sua mãe, sua tia que a um tempo atrás tinha vindo visita-lá, com um seu filho nos braços.
E então sim, ela, um pouco triste, olhou pra mim, e chorou ainda mais, então veio a chuva, que parecia cair dos olhos dela, incessante, entrei então e a cada minuto eu ficava mais nervoso, foi quando pela janela a avistei indo em direção a padaria do velho Manoel, ainda chovia muito, mas nem em guarda chuva pensei, bastava o dela pra nós dois, corri e quando perto dela cheguei ela se assustou, parecia não me conhecer, e ainda mais em me perguntar: O que é?
Eu fiquei triste mais a entendia, ela haverá perdido o pai, e inconformada estaria, e falei a ela: olha, eu sei o que você esta sentindo, mais isso passa, ela disse: não você não sabe! Então eu insisti: tudo bem, eu ainda tenho meu pai, mais eu posso ao menos tentar te deixar feliz?
Então ela me respondeu: Então é isso, você acha que estou assim só pelo meu pai?
E eu simplesmente disse: E pelo que mais seria?
Ela me respondeu:Meu pai morreu, mas como se não fosse o bastante, meu marido me traiu e agora sou mãe solteira!
Eu fiquei pior do que quando ela foi embora, então ela disse: agora eu tenho que sustentar meu filho, aquele que você viu nos braços da minha tia!
Meus olhos pareciam ter vida própria, eu não conseguia acreditar, e nem imaginava, de um dia ver a pessoa que eu amei, mãe de um filho, que não era meu, então eu descobri, que o passado, foi o que passou, mas hoje, o passado parece não acabar para mim, se perpetua em minha vida, hoje eu não sei amar, vivo pensando no pouco tempo de amor que tive com ela, mas que únicos, tiveram fim, e que só me trazem dor, dor daquela que um dia amei, que pensei que haveria me amado!

Foto de bob_j

infantil

sou poeta, sem idéias e sem ritmo
escrevo conforme eu dito
não chego nunca onde eu quero
nunca entendem como eu espero

vou do céu ao inferno
tão rápido quanto retorno
num largo túnel de idéias
onde sempre te encontro
e tento te definir
e te dizer o que eu sinto
tantos mal entendidos
sem idéias e sem ritmo

paramos pra ver a chuva
molhando nossos pés de brinquedo
é mais bonito quando não esta chovendo
e cada um com seus sentimentos
tento
e nunca te compreendo

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