O relâmpago clareou o caminho da noite.
Feito chicote, o clarão corta o céu com açoite.
“É o ‘flash’ de Deus” – grita a criança,
Fotografando cada coisa que o trovão amedronta.
Seguimos com desassossego e cuidado sobre pedras,
Sob chuviscos errantes que o vento leva.
De repente, o medo nos leva ao abraço
E nos sentamos no abrigo até que a chuva passe.
Não sabemos quanto tempo durou
Deus deve ter fotografado lindas poses de amor
A ternura invadiu as nossas almas
E fomos do caos à calma
A chuva tudo lava, tudo amolda,
Enquanto o calor das almas segue vida afora.