Sou apenas como o vento,
Que não se vê só se sente,
Sou como o pensamento,
Que se oculta na gente.
Sou como alguém que vai,
Arrastado pelo vento,
Sou o eco de um ai,
Os suspiros do sofrimento.
Sou fogueira que se apagou,
Que ardeu e já não aquece,
Sou cinza que o vento levou,
Que nunca mais aparece.
Sou pena solta a voar,
Que da ave se depenou,
Vôo suspenso no ar,
Sou pena que a ave deixou.
Mas quem sou eu,
Que não sou chuva nem vento?
Sou um dia que escureceu,
Ou uma noite perdida no tempo.
Delusa