Ar

Foto de Allan Dayvidson

QUEBRA-CABEÇA

"Alguém disse uma vez que é um abismo o que separa uma pessoa de outra. Disse também que o ato sexual elimina esse abismo apenas momentaneamente..."

QUEBRA-CABEÇA
-Allan Dayvidson-

Meu quebra-cabeça tem milhões de peças,
Minha mochila, zilhões e zilhões de promessas,
Mas nenhuma boa razão para iniciarmos essa conversa...

Você mal conhece uma fração de mim.
E novas partes estão sempre a surgir.
Mas cada fragmento meu está prestes a se libertar...

Pelo ar,
os átomos se movem... se permitem... se desligam.
Saia de seu lugar,
E abandone também alguma de suas peças...

Seus sapatos lar-gados
Na porta de entrada.
Seu jeans des-botado
Jogado na escada.
Bom senso des-pido.
Mas não se atreva a consertar absolutamente nada!

Permita-me tirar vantagem de você.
Trata-se de muito mais que uma oferta,
Quero cruzar nossas fronteiras.

Mas, depois de tudo, não vá se surpreender
Se, dessa vez, eu for o primeiro a puxar as cobertas.
Cansei ficar apenas com a beira...

Não se preocupe, não pretendo medir
ou etiquetar nada do que faremos aqui.
Somos só eu e você,
quebra-cabeças eternamente incompletos.

Pelo ar,
Nossos estilhaços... se chocam... se misturam.
Saia de seu lugar
E aprecie plenamente cada momento...

Coração dis-parado
E meus olhos em você.
Estou quase sem-fôlego,
Mas ainda consigo dizer
Que assim é de-verdade
E não se atreva a consertar absolutamente nada!

E quando chegarmos ao fim,
Seremos como dois astronautas
Voltando do espaço.

Levarei daqui o que pertence a mim.
Não quero tudo de você,
Apenas um belo pedaço...

Foto de Marilene Anacleto

Constelação

Vento pulsante, noite de verão,
Descobre mar de estrelas:
Sai do casulo, a constelação.

Clara, límpida, cinco estrelas,
Sem rios, nem festas ou fogos,
Desvenda-se ao que quer ver.

Um desenho entre nuvens
Feito cristal laminado,
Por mãos de fadas traçado,

Reflete a Alma latente,
Sempre ausente e escondida
Por medo de se mostrar.

Então... espraia viagens no ar,
De outros tempos, tão alegres,
Que eu permiti passar.

Colares de amores formados
Constelações de beijos estalados
Abraços que aquecem o ar

Almas em noites suspensas
Esperam a estrela cadente
Para, de amor, suspirar.

E dançam, até a aurora,
E caminham céu afora,
Em graça e tapeçarias.

Do sereno que goteja,
Ao voar de borboletas
O amor amanhece o dia.

Foto de Rute Mesquita

Meu doce amargo


Meu doce amargo,
Os meus olhos despes
ao não te ver neste largo
onde à muito me deste
um anel de noivado.

Lembro-me,
como eras doce,
como me veneravas.
Como lá pelas doze
aqui comigo te encontravas.

Recordo-me,
do teu olhar cintilante,
onde me via reflectida.
Do teu espírito jovem e inquietante,
que me deixava sem saída.
Daqueles teus afagos,
logo pela manhã.
Daqueles doces e amargos,
que fizeram de mim, tua romã.

Sentada,
aguardando-te neste largo,
onde boas lembranças já não habitam…
Acabada,
num calor pardo,
as tristezas me ressuscitam.

Como és amargo,
em ir sem nada me dizer…
deixando-me a meu próprio cargo,
depois de ao céu me teres feito erguer.

Como és cruel,
em te demolires a meu peito…
Vou tirar este anel,
não mereces o meu respeito.

A correr e a chorar lá vai aquele rosto
de menina…
Entre o morrer
ou um bom aconchegar,
está a minha pequenina.
(disse o seu pai vendo o repetido episódio e lamentando)

Acabou assim a primavera,
de enlaces.
O inverno apresava uma nova era
sem esperar que para ele te preparasses.

Passaram-se meses, anos…
E como as suas lembranças
naquela casa ainda eram tão assistas.
Ainda habito nas esperanças,
daqueles imensos planos,
aos quais deste as tuas desistas.

O livro de receitas,
aparecia sempre que cozinhava.
Para evitar os meus enganos,
naquelas feitas
como meu homem sempre me lembrava.
Aquele meu pente,
que nunca o deixava no lugar,
tinha agora um ar reluzente,
quando nos meus cabelos o fazia tocar.

...Como se tu fosses ele.
Adoravas os meus cabelos…

E assim comecei a acreditar,
que com fé talvez ele se revele,
e voltemos aos tempos belos,
da primavera a espreitar.

Numa noite,
na qual as trovoadas rompiam os céus.
Sai de casa sem desajeite,
fui para aquele largo proteger os meus,
antes que aquele tempo os desrespeite.

Pesada, daquela chuva,
por entre tremeliques de frio.
Senti tocar-me uma luva
e o iluminar do meu fio
onde tinha a aliança.

Conforto-me e aqueço-me,
naquela esperança,
incandescente.
Quando sou atingida por um raio…
Fico inconsciente...
e ergo-me.

Afasto-me do meu corpo,
vejo-o irreconhecível no chão…
Quando ia para soltar um grito louco,
sinto um aperto de mão.

Era ele, a minha doce amargura.
Sorriu e disse-me: ‘tontinha, achas mesmo que
te ia deixar?’
E uma tamanha injustiça me perfura,
como pude eu me conformar?

Como se ele lê-se os meus pensamentos,
disse: ‘Minha princesa,
peço que me perdoes por ter ido sem avisar
mas, quero
que saibas que estive em todos os momentos,
só esperava que nisso acreditasses,
para te poder vir buscar,
à muito que te espero.’

As palavras afagavam-se
no iluminar daquelas almas que falavam por si.
Os seus medos ausentaram-se,
mas, esta história não acaba aqui.

Foto de heisthedudds

Devolva a minha vida, por favor.

Eu nunca me senti tão indeciso e vulnerável em toda a minha vida. É como se em qualquer momento, tudo ao seu redor irá desmoronar bem cima da sua cabeça lhe deixando cada vez mais fraco e inútil. Já dizia a frase: "Você está vivo, aja como tal". Fica difícil raciocinar e por em prática esse pensamento quando você entrega a sua vida nas mãos de alguém que apenas brinca com ela. E a situação piora quando você descobre que esse alguém não faz parte de sua vida, e sim é a sua vida. Mágoas, decepções e choros se tornam rotineiras a medida que o sofrimento cresce ao ritmo daquela música triste que você tanto insiste em escutar. Com isso tudo, apenas queria saber quando é que tudo isso irá acabar, pois isso já não me faz bem, aliás, nunca me fez bem. Posso dizer que você é o meu ar, poluído e irrespirável, mas continua sendo o meu ar. Pois mesmo contra a minha vontade, a sua imagem, seu sorriso e o seu olhar me dá motivação para continuar. Eu sei que tudo isso é algo sem noção, mas é isso o que a vida me ensinou a chamar de amor.

Foto de dani.l

Volta Logo Meu Amor

Passo os dias querendo te ver,
Contando os minutos para te ter.
Carrego comigo a saudade no peito.
Volta logo meu amor.
Aqui estou eu, te esperando ao anoitecer...

Em casa sozinha insisto em lembrar,
O perfume nas roupas, seu cheiro no ar.
Na foto da mesa seu rosto sorrindo.
Volta logo meu amor.
Que aqui estou a te esperar...

A noite chega e você não está
Só quero você
Só quero te amar.
Volta logo meu amor.
Volta pro nosso ninho.
Te espero ansiosamente
Pra te dar todo meu carinho.

Foto de Carmen Vervloet

Canto de Despedida

Chora o canarinho no jardim,
sozinho, sobre a gaiola, debruçado,
triste com a devastação sem fim,
o ar impuro, o verde tão maculado.

No seu canto a vida que se finda...
A dor estendida em vasto deserto,
acordes de uma paisagem linda,
lembranças... dum chão por vida encoberto.

Tanto é o lamento, o sofrimento,
que o canto dói no coração...
Desfeitos os votos de casamento
entre a vida da natureza e este torrão.

Foto de iago fernando de oliveira

Sem sucesso

Perdido na sombra da vida,
Tentando ver o sol brilhar.
Ma sem sucesso.
Escondido por de trás dos sorrisos,
Imploro tentando chorar.
Mas sem sucesso.

Com um doce toque
Sinto você aqui
Bem perto de mim.
Mas toco o ar.
Só imagino que ali está.
Rasga-me o coração,
Quebra minha alma
Minha vida sem você.

Foto de Rute Mesquita

Nos balancés do equilíbrio

Baloiço suavemente…
sinto-me a pairar.
Acordo de repente,
e questiono este lugar.
Nuvens? E mais quatro balancés,
dois em cada lado.
Sinto-me sem pés…
Provo, o meu medo mais flamejado.
Eles bailam,
ao suar uma melodia assustadora.
Temo que eles caiam,
pois ira sentir-me comprometedora.

Sinto uma grande pressão,
em saber o que faço ali,
será uma ostentação?
De algo que escrevi ou li?
E se eu me acalmar
e tentar perceber o que me diz esta imagem?
Talvez, o clarear,
não seja apenas uma miragem.
Quatro bailados,
divididos por igual,
contudo, desequilibrados,
num bailar desigual.
Eu encontro-me precisamente no meio,
como se eu fosse a palavra ‘equilíbrio’.
Quando esta palavra nomeio,
os bailados entram em declínio.
Os meus pés perfuram aquele manto de algodão,
e o ar fica menos denso.
Serei eu a desejar o chão?
Ou será meu imagino?
Penso…
Vou nomear outra e outra vez,
aquela palavra,
agora é a minha vez,
de a fazer minha escrava.

Equilíbrio,
diz-nos estabilidade,
diz-nos moderação.
É tão grande este meu fascínio,
que desta irrealidade,
faço uma canção.
Grito ‘Harmonia!’
e inclino-me para a direita,
tentando equilibrar.
‘Nostalgia’,
leio numa vistosa colheita,
que parece me chamar.

Ficou tudo escuro,
passou uma ventosa.
Será que ainda aqui perduro,
ou estarei venenosa?
Abro os olhos,
e encontro-me num jardim,
baloiçando…
E sorri,
por ter afastado os medonhos,
racionando.

Se terei medo de bailar novamente?
Se serei perseguida por este pesadelo?
Apressasse e responde a minha mente:
‘Numa próxima será belo’.

Foto de Marilene Anacleto

Depressão. Corre!

Corre! Venha rápido! Viaja
Por longas praias douradas,
Pelas montanhas geladas,
Limites de mundos escondidos
Impossíveis de atravessar.

Foge das coisas preparadas
Prontas as tuas perguntas,
Que te oferecem respostas
As muitas exigências tuas.

E prendem numa tela de arame
De falsos visuais, de valores virtuais
Que já nem podes sentir
E que não suportas mais.

Corre em direção ao horizonte.
Procura a serenidade, a calma.
Afasta-te do ruído cotidiano
E do rumor dos lugares sem alma.

Descobre que em ti há vida
Vida e som, vida e luz
Vida e cor. Tira o véu
Reconhece que representas
Tudo o que há no azul Céu.

Entre o Céu a Terra
És uma ponte, uma antena
Levanta, querido amigo,
Tua alma não é pequena.

Corre! Canta, grita, alegra-te!
Descobre quantas terras
Ainda podes visitar,
Quantas pessoas podes amar.

Descobrirás que não tens limites
Do quanto ainda podes criar.
E que a solidão não existe
Para aquele que sabe se amar.

Quando te afastas do medo
Encontras um espaço livre, bem ali,
Que se expande a partir da alma
Liberdade que ignoramos existir.

Corre! Viaja! Tua alma pede clemência,
Está sufocada. Reclama a tua presença,
Reclama a tua atenção, ao amor, à vida
Aquilo que não é apenas aparência

Levanta, querido amigo
Corre! Deixa-te embriagar...
Pela tênue luz do amanhecer...
Pelo ar fresco das manhãs...

Pela suave música que ecoa
Do fundo, do profundo mar,
Ou quem sabe ... do céu
Dos pássaros... Ou... de ti...

Encontre montanhas douradas,
A aurora das manhãs geladas
Para sair dessa depressão,
Para que possas voltar a amar

Foto de doclov

VAI O AMOR FICA A DOR

Quem conhece o amor
Eu conheço, e conheço bem
O amor é uma coisa divina
tras felicidade
paz, alegria, saude e armonia
mas tome cuidado
não se intregue se ouver duvida
porque tudo isso
só o amor de verdade pode te dar
conheça o outro lado da moéda
não aposte
no seu coração
pois o outro pode te dizer NÃO
Reconheço que amei
se fecho os olho a vejo
sinto seu cheiro, em quase todo lugar
seu perfume me embriaga
Já não penço mais em nada.
conheço, alegria
afelicidade que
ele trás
tambem conheço a dor
essa é demais estive no inferno
e demorei pra sair de lá
Quando perto queima
arde
falta o ar
E mesmo tão perto
parece tão longe,
Não se pode tocar.
E quando longe machuca
parece não ter fim
tudo é ruim, banal
Só a foto,aquela musica
pra amenisa
aquela que cantamo
dançamos
ficamos
e tudo
fim

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