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Foto de andrelipx

Já não tenho mais palavras para dar...

Sinto que todos os dias vou perdendo palavras, essas consoantes ou vogais que se formam na minha boca, vão-se perdendo sem ninguém as encontrar, talvez surja o dia em que alguém com sua alma e tenra idade as capte, fico a espera, porque esta a; este m; este o; e estas outras palavras que se formam em minha boca, ou melhor que se formam em meu coração estão a desaparecer, daqui a pouco sinto-me como se fosse uma espécie em desaparecimento. Voltem, necessito de vocês, digam algo, escrevam algo, procurem algo, mas não desapareçam. Pelas manhãs procuro no meu dicionário para que possa constituir uma bela frase para dizer a quem a merece, mas essa frase nunca e dita, porque falta um receptor, ninguém me liga, ninguém me fala, ninguém me ouve, ninguém me lê, ninguém nada. Procuro escrever e dizer aquilo que sinto, procuro fazer sentir e ser sentido, mas nada... Parece que como senão existisse, parece que como senão falasse, senão escrevesse, senão me fizesse entender, parece tudo e parece nada. Lá do fundo surge do meu dicionário, frases belas que ninguém as quer ouvir, porque será? Já diziam as pessoas, quem quer ser ouvido tem que ser sentido, mas eu nem sou ouvido, nem sou sentido, minhas palavras são como algo congelado dentro de mim...Tudo que eu escrevia, tudo o que eu sentia era para alguém me ouvir e sentir o que sinto, tudo que fazia, e faço são para que ne vejam e que não passam em frente e me olhassem com uma parede, tudo tem um sentimento, tudo tem uma origem, tudo tem um fim, mas nada tem inicio, simplesmente um meio e um fim... Cada palavra que é escrita é escrita com sentimento, com amor, com verdadeira força, costumo dizer que cada palavra tem um significado assim como cada texto, procuro dar ênfase e força as palavras, com a ajuda de uma força extraordinária que se forma em mim, dei conta, sem fazer contas que não era necessário números para escrever, mas sim sentimentos, ninguém se dá ao trabalho de dar uma vista de olhos, ninguém se dá ao trabalho de falar para saber o que quero eu dizer com estas palavras, palavras estas que saem do meu coração para entrar no coração de alguém, esse alguém que tenta abrir o coração para que as minhas palavras possam entrar, nunca tem um inicio mas sim um meio e um fim, porque tudo que não tem inicio, tem sempre um fim, procuro palavras na escuridão, nesta escuridão de solidão e de fim, que me penetra dentro das minhas entranhas que ficam em redor de uma coisa chamada coração, de uma coisa que bombeia o ar que respiramos, de uma coisa que dá conta de nós sem utilizar qualquer objecto de conto e de divisão... Estas palavras saem do vazio do nada, apenas ficam a espera de que alguém as tire um pouco de si, e procure ler estas palavras que saem do vazio, são uma mistura de metáfora com personificação, são palavras que choram, palavras que riem, palavras que por si dizem muito, mas que ninguém as ouve, para quê? Dizem...Sim para que é que elas se dão ao trabalho de se manifestarem aqui e noutro lugar se ninguém as ouve, se ninguém as lê, talvez desistir, talvez desaparecer, talvez nunca mais escrever algo, sinto-me dentro de um escafandro, mas ao mesmo tempo uma borboleta, ninguém entende o que quero, ninguém consegue descobrir o que eu sinto, simplesmente porque ninguém se dá ao pequeno trabalho de ler as minhas palavras que saem deste escafandro, que saem desta caixa, deste vazio, elas querem correr a boca do mundo, deste mundo grande e belo, mas porque ninguém as ouve será que pouco têm esta capacidade de entender algumas palavras, estas palavras que não tem inicio, mas que tem meio e fim... Quero que alguém as ouça, mas ninguém, gostava que alguém me ouvisse, que alguém me levasse daqui para fora e tentasse entender as minhas palavras que não achassem que estas palavras são uma simples chamada de atenção, mas sim que são uma forma de eu expressar aquilo que tenho, aquilo que sinto, aquilo que conquisto, aquilo que guardo no fundo mar da solidão será que as verdadeiras palavras têm algo em comum com os verdadeiros sentimentos, conheço todos os sentimentos, desde a felicidade até a tristeza, acredito que com várias palavras os podemos definir, mas acredito também que ninguém tem a capacidade de definir correctamente com palavras o que sente... Quero pinta-las em alguém que as entenda, alguém que as compreenda, quero escreve-las e dar a lê-las a alguém que as sinta como eu as sinto, alguém que as compre pelo que elas valem, alguém que as aceite dentro do seu coração, será que existe alguém que goste delas como eu, um simples amador que tenta escrever em forma de prosa textos com treze mil ou noventa mil palavras, que tenta colocar metáforas e comparações para que o texto se torne mais apelativo, mas mesmo assim este amador não consegue despertar a atenção de alguém que saiba compreender as minhas palavras como eu as quero fazer compreender, mas sim despertar a atenção de certas algumas pessoas que sabem dizer criticas e afirmar que os meus textos são plágio, estas palavras escritas aqui e noutros textos saem do meu coração do meu vazio no meu poço, do meu reservatório de palavras, porque eu só quero ter "amor" para com elas e dar-lhes muito amor, porque são a minha melhor companhia são as minhas melhores amigas, porque sempre que necessito delas, elas estão aqui, no meu reservatório de palavras, porque eu uso-as e reciclo-as e têm sempre muito valor para mim, são como barras de ouro brilhantes, tenho pena é que ninguém ou quase ninguém as entenda, porque uma pessoa com um coração de ouro entenderia as minhas palavras.. Penso que ninguém lhes vai dar valor porque quem ler isto sentira o que eu quero dizer, e vai fazer mover mundos e fundo para que alguém com um coração de ouro as queria escutar e as queira compreender, era capaz de escrever muitas mais coisas, mas já não tenho mais palavras para dar...Ficam as que aqui estão escritas e logo se verá se haverá reciclagem de algumas...Compreende aquilo que quero escrever...

Foto de Rute Mesquita

O equilíbrio

Ar, água, terra, fogo
os quatro elementos,
num foco
de tempos.
O equilibrio,
o poder,
do sol e da lua
na noite em que se concebem
num erguer,
de uma pele nua
sem declibrio
nas que se seguem.
E que a luz assim ilumine.
Ela reluz,
a tudo é sublime!

Foto de Carmen Lúcia

Paisagem urbana

O sol começa a se espreguiçar.
É a rotina...São dez da matina.
Embaçado, pretende acordar a manhã,
iluminar a estação.Primavera?
Tão linda ela era!

O céu se acinzenta...
Nuvens?Não!Fumaça!
Fusão de azul e petróleo
sobre veículos e pedestres apressados.
Odor de óleo queimado...
Som estridente, alterado.Rock and Roll?
Não!Buzinaço a todo vapor...

Barulhos de trens do metrô...
Agitos do vai e vem...
Luta do dia a dia
pela sobrevivência...pela conveniência.
Alguém ainda dorme no banco da praça.
Cachaça?Acordar?Não tem graça.
Algo surge no céu, sem escarcéu.
Não é nave espacial...
É a lua prestigiando um luau.
(saudade dos velhos saraus)

Pontinhos cintilam fraquinhos...
Vaga-lumes?Não!Estrelinhas.
(nas entrelinhas)
Querem dar o ar da graça.
Coitadas!Tão sem graça!

E o corre-corre continua.
Agora a paisagem é crua e nua.
Luzes incendeiam bordéis...
E os sonhos?Vendidos aos tonéis.
Casas noturnas, peças teatrais.
Encenam vidas reais...
Travestis e prostitutas disputam locais,
esquinas se enchem de marginais.

O êxtase excita, alucina,
domina atitudes tribais, canibais.
Poetas observam...perdem-se nas rimas.
Um barzinho, um cantinho e um violão...
Um estampido, um grito, sirene e furgão.

Numa igreja, louvores e cânticos,
nos cantos, clamores do sexo,
e toda a fé perde o nexo...
De repente, um seqüestro-relâmpago...
Nas casas, noticiários na televisão,
em volta, grades de prisão.

Uma coruja espreita, assustada...
Espera surgir o dia
pra dormir...sossegada(?)

(Carmen Lúcia)

Foto de Nailde Barreto

"Náufrago"

Brevidade injusta que se fez necessária,
Relevante para me fazer acordar do sonho,
Pequeno, diante do exagero da minha fantasia
E, então, enxergar a mentira explicita no seu olhar,
Impiedoso, frio e silencioso,
Náufrago de sentimentos, soltos no ar;
Omissão de ação ao próprio coração,
Dano irreversível à paixão,
Cujo reparo, está além do perdão.
E, entre os lamentos da vida,
Eu rejeito a solidão,
Mesmo que para isso,
Tenha que arrancar meu coração,
Para aprender a viver sem você,
Meliante sem noção.

_escrito em 06/07/11_

Foto de EdsonSantos

DESIMAGINAR

São bombas caindo, gente chorando

Crianças incapazes de brincar

Os rios, poluídos, estão morrendo

E eu ingênuo só pensando em rimar.

Árvores sumindo, fontes secando

Desaparecem num mundo sem ar

Desempregados, tão tristes vagando

E eu tão perdido pensando em rimar.

Castelos ruídos que eu não via

Sonhos que lentamente alguém roubou

Tantas verdades que não conhecia.

Minha alegria desmoronou

Destruiu aos poucos a poesia

E todas as minhas rimas levou.

Soneto do Livro Harmonia de Edson Santos.

Foto de Carmen Lúcia

Introspecção

Hoje me recuo.
Recolho meus vestígios,
fecho-me em mim.
Repudio pensamentos pesados,
por demais ousados
que me vestiram assim.

Recomeço pelo fim.
Apago marcas do que sou
que travam passos que dou.
Disperso o meu cheiro
que impregna meus devaneios
dissimulados, sem roteiro.

Renovo os sonhos que nunca busquei,
escondo os rastros que por aí deixei
que gritam como sou, onde estou...
Hoje refaço o destino
incisivo e opositor.
Esvazio o meu íntimo,
liberto-o do dissabor.

Desdenho o desatino,
tudo o que faz retroceder
e sofrer.Quase perder...
Os últimos acordes entristecidos
perdem-se no ar, a vagar...
Canção que não tem razão de ser,
que já não quero mais cantar,
já não quero mais dançar.

E nesse ostracismo, a me buscar,
a me encarar, me enfrentar,
confronto com meu próprio eu.
Talvez descubra o que restou,
o que morreu...
ou quem sou eu...

(Carmen Lúcia)

Foto de Arnault L. D.

Luz da estrela

No frio da noite mora
uma chama de amor.
Que do consumir se guarda
na umidade da garôa
e se perde noite afora,
a esconder o seu calor
do quanto o fogo lhe arda,
a neblina ele se doa.

Como dança no escuro,
beijo de olhos fechados,
não se enxerga e nada vê.
Apenas deixa-se integrar.
Noturno porto seguro,
na densidade do ar gelado
onde se perde e onde crê:
O orvalha amenize o queimar...

Como o ardor a consumir
teme o Sol, e se encolhe
sob o véu da noite, um vulto.
Noturna ave, voa, sem vê-la,
mal se soube e já some,
a enganar a quem os olhe.
Na sombra, um flash oculto,
que talvez, se pense estrela.

Foto de Carmen Lúcia

Céu, sol e mar...

O sol a iluminar o oceano
faz meu espírito dourar
quebrando o escuro desengano
com sua luz em meu rosto,
trocando a vida pelo brilho fosco,
reacendendo a chama que de repente
tende a tremular e se apagar.

No topo da mansidão celestial
abre-se em leque, intensa luz,
inimaginável cerimonial,
a reverenciar o astro rei
refletindo a paz que desacreditei,
aquecendo meus frios passos nas águas
flutuantes de um mar que nunca naveguei.

Ondas profundas dissipando brumas,
a embeber de brancas espumas,
penetrantes e insólitas, a pele esfacelada
de dias sombrios pela ausência do sol,
quebrando na areia o cheiro de sal,
retrocedendo ondulantes em direção horizontal
onde se confundem céu, sol e mar.

Ponto de encontro de aves marinhas
que ao cair da tarde juntas se aninham
sem nunca manchar o azul
nem macular o branco,
mostrando a alegria de um mundo brando
deixando no ar vestígios da paz
num voar tão leve que no céu descreve
tanta simplicidade a me tocar o coração.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

Porto de Tubarão poluindo Vitória

Com as sandálias sujas de minério,
batemos na porta de cada ministério,
na peregrinação para salvar nossa cidade
soterrada por tantas adversidades...
Mas nossa voz não teve eco,
sentimo-nos como se fôssemos bonecos,
emporcalhados de pó de minério,
mais parecíamos almas penadas saindo do cemitério
ou ETS vindos de outra galáxia
tentando desvendar toda essa falácia.
Mas o barulho era pequeno
para que pudéssemos nos livrar deste veneno...
As empresas, senhoras ricas e poderosas,
pouco preocupadas com nosso alvorecer cor de rosa,
mas sim com seus altos e excessivos lucros
deixando cada capixaba maluco,
doente das vias respiratórias
nessa linda e amada cidade de Vitória.

Na peregrinação desse nosso triste destino
sou uma voz abafada, que usa o teclado, a internet, o tino...
Que grita bem alto por ar puro,
mesmo pisoteada por passos tão sujos e duros

Foto de Izaura N. Soares

Uma Borboleta Tristonha (Mini Conto)

Uma Borboleta Tristonha ( Mini conto)
Izaura N. Soares

Hoje, em um dia sereno e ensolarado, resolvi pescar.
Peguei minha varinha de pescar, arrumei as iscas num recipiente e partir para um lugar calmo onde pudesse pescar os meus peixinhos.
Encontrei um rio num lugar lindo e maravilhoso, era um lugar encantador donde os pássaros cantavam e desejavam boas vindas.

Sentei-me na beira do rio e lancei o meu anzol fiquei a espera de pegar nem que seja um peixinho mesmo que depois eu fosse soltá-lo. Fiquei horas esperando num silencio total. Até os pássaros também fizeram silencio silenciando suas cantorias. De repente percebi que a varinha balançava em minhas mãos, e sentir um peso enorme, disse pra mim mesmo, ufa! Deve ser um peixão, pois a vara envergava a tal ponto de eu não mais agüentar. Mas com calma eu consegui puxar para fora.

Qual não foi minha surpresa, não era um peixinho, não era um peixão, era apenas uma pequena borboleta que havia caído no chão e rolado para o rio. Minha surpresa aumentou, como pode uma pequena borboleta ficar tão pesada ao ponto de eu não agüentar puxar a vara. Não sei como aquela borboleta agüentara ficar na água e ainda com dificuldade ela se mexia. Minha curiosidade aguçava ainda mais, me aproximei do pequeno ser e indaguei-me.

– Hei borboleta, como pode você, tão pequenina pesar tanto quase a me derrubar?
- A borboleta tão cansadinha de tanto se debater contra a água me respondeu com ar de tristeza. - A minha tristeza é o peso que eu carrego nas costas por ver os meus jardins se definhando e eu sem nenhum lugar para pousar.
A minha solidão é tamanha que não encontro mais os amigos que antes viviam a me cortejar. Cortejavam-me devido a minha beleza, as minhas cores variadas.
Lágrimas, não existem mais, pois as deixei tudo no fundo do rio.

Fiquei ouvindo e assistindo a luta daquela pequena borboleta para sobreviver. Pensei, quantas vezes deparamos com problemas tão simples e fazemos deles um campo de batalha achando que somos os únicos a passarem por isso! Então, resolvi ajudar a borboletinha, peguei a em minhas mãos, aqueci a com o calor dos meus dedos coloquei a de pé novamente. Que alegria eu senti, vendo a bater as asas livre rumo à liberdade!

Continuei sentada na beira do rio sem nenhuma vontade de continuar a pescar. O lugar era tão lindo, as árvores eram imensas, as flores eram belíssimas, mas a tristeza da pequena borboleta era tão grande que ela não conseguia enxergar a beleza daquele lugar. Mas algo me incomodava, as lembranças me castigavam. Lembravam de pequenos momentos, pequenas alegrias que não dava nenhuma importância.

Hoje, vendo um pequenino ser lutando pela vida, lutando para sobreviver é que percebo que não precisamos de muito para ser feliz.
Basta apenas um amor correspondido, um sorriso espontâneo até mesmo de alguém desconhecido.

Para um pequeno e frágil ser como uma borboleta, voar é necessário, ser feliz é preciso... Pois a borboleta com toda a sua fragilidade é o símbolo da verdadeira liberdade!
Que pena que ela não sabe da grandeza do seu voo e muito menos da beleza das suas cores que ofusca o olhar de quem a vê.

04/06/2011

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