Corre! Venha rápido! Viaja
Por longas praias douradas,
Pelas montanhas geladas,
Limites de mundos escondidos
Impossíveis de atravessar.
Foge das coisas preparadas
Prontas as tuas perguntas,
Que te oferecem respostas
As muitas exigências tuas.
E prendem numa tela de arame
De falsos visuais, de valores virtuais
Que já nem podes sentir
E que não suportas mais.
Corre em direção ao horizonte.
Procura a serenidade, a calma.
Afasta-te do ruído cotidiano
E do rumor dos lugares sem alma.
Descobre que em ti há vida
Vida e som, vida e luz
Vida e cor. Tira o véu
Reconhece que representas
Tudo o que há no azul Céu.
Entre o Céu a Terra
És uma ponte, uma antena
Levanta, querido amigo,
Tua alma não é pequena.
Corre! Canta, grita, alegra-te!
Descobre quantas terras
Ainda podes visitar,
Quantas pessoas podes amar.
Descobrirás que não tens limites
Do quanto ainda podes criar.
E que a solidão não existe
Para aquele que sabe se amar.
Quando te afastas do medo
Encontras um espaço livre, bem ali,
Que se expande a partir da alma
Liberdade que ignoramos existir.
Corre! Viaja! Tua alma pede clemência,
Está sufocada. Reclama a tua presença,
Reclama a tua atenção, ao amor, à vida
Aquilo que não é apenas aparência
Levanta, querido amigo
Corre! Deixa-te embriagar...
Pela tênue luz do amanhecer...
Pelo ar fresco das manhãs...
Pela suave música que ecoa
Do fundo, do profundo mar,
Ou quem sabe ... do céu
Dos pássaros... Ou... de ti...
Encontre montanhas douradas,
A aurora das manhãs geladas
Para sair dessa depressão,
Para que possas voltar a amar