Blog de Sonia Delsin

COMO ESCONDER?

Como posso
esconder?
Como posso
não dizer?

Se
meus olhos
são
reveladores.

Conheceste, amor.
Minhas
dores.

E este
meu coração.
Conheceste
a força
da minha
paixão.

Como
esconder
que te quero?
Que
te espero...

Se vivo
confabulando
com o infinito.
Lançando
ao vale
meu grito.

Se vivo
segredando
aos ventos.
Se sabes
de
meus pensamentos.
E de
meus sentimentos.

CONJETURAS

Pensei
um dia
que no mar da vida
eu era
uma frágil caravela.

Pensei que soçobraria.
Não conhecia
a minha
valentia.

Pensei que era uma flor castigada pelo vento.
À beira do precipício.
Uma flor tão bela.
Em sofrimento.

Na verdade
eu era o galho forte
onde alguém
se agarraria.

Eu pensei
que era o pássaro que piava
no ninho caído.

Em vez disso
descobri que sou
a águia
que se lança em espaço aberto.

Nem tudo
que se pensa
é o certo.

ENCANTO

Gosto de me deitar no teu peito perfumado.
Sentir tua barba nascendo.
Gosto de ti gemendo.
De prazer, de prazer.

Como vou te esquecer?
Se minha boca vive a te pedir.
Se és o encanto do meu existir.

Gosto de teu perfume másculo.
Da tua voz no meu ouvido.
Gosto de tanta coisa, meu querido.

De tuas mãos me acariciando.
Tua boca me buscando.
Gosto de nós dois caminhando...
Pelas ruas.
Sob o luar, sob a chuva...

Sou tua uva.
Tua fruta madura.
Tua menina tão pura.

FIM

Enterrei meu coração.
Na curva do estradão.
Lá no baixadão.

TALVEZ...

Talvez a janela aberta
fosse
tudo para ela.
A janela aberta
e
a rosa amarela.
Talvez...
Talvez a asa curada
fosse a esperança dela.
Talvez o vôo
fosse
todo o seu desejo.
E quem dera
lhe chegasse
no meio da noite
o sonhado beijo.

PRA TI EU CANTARIA

Se tu tivesses um tempo pra me ouvir.
Eu cantaria pra ti.
Uma linda canção eu cantaria.
Penso.
Haverá um dia?
(Tempo...)
Tempo.
Se pudesse, abriria o peito e a voz soltaria.
Cantaria.
Uma linda melodia.
Alguma coisa que com tua sensibilidade mexeria.
Eu cantaria.
Sei que amas minha poesia.
Mas se pudesse de outra forma eu me expressaria.
Minha voz te penetraria.
Almejo este dia.
Este dia de cantoria.

ESTÁS, ESTÁS

Como vou te esquecer?
Se estás impregnado em meu ser?
Estás, estás...
Em mim.

Nas minhas noites quantas vezes fico na tua boca a pensar.
De teus beijos a lembrar.
Então eu vôo, amor.
Vou ao teu encontro e me deito ao teu lado devarzinho.
Chego de mansinho
E beijo tua pálpebra adormecida.
Esta boca tão querida.

Desperto da louca fantasia.
Escorrego a mão na cama vazia.
E penso.
O que vou fazer de minha vida?
Se estás impregnado em mim.
E eu vivo aqui tão sozinha assim.

SOU PRA TI

Eu sou pra ti o silêncio.
E todas as palavras.
Sou o mel que chega te adoçando.
Vivo te amando.
Eu sou pra ti a resposta.
E todas as perguntas.
Eu sou a feiticeira.
Fiz magia a vida inteira.
Com meu jeito diferente fui me aprofundando.
No teu ser raízes criando.
E percebeste.
Fostes deixando.
Sou pra ti o sonho.
E todas as portas abertas.
Sou asas.
Sou a leve andorinha.
Sou tão grande e tão pequeninha.
Sou pra ti todos teus anseios.
Teus receios.
Tocas nos meus seios.
E voas, amor.
Já te imaginas noutras paragens.
Recordas viagens?
Não sei.
Sei apenas que pra ti sou desejo e satisfação.
Sou a que balança fortemente o teu coração.
Sou tesão, emoção.
Sou sensação.
Sou mesmo tudo de bom.

AMOR MEU...

Amor, amor meu...
A vida é tão estranha.
Hoje estou sentindo uma tristeza tamanha.
Vai passar.
Sempre passa.
Acontece que agora estou triste e quero te falar.
Sinto uma vontade de te abraçar.
Te beijar.
Ficar simplesmente a te sentir ou te olhar.
Amor meu.
Como conseguimos tanta saudade agüentar?

DEIXA-ME VOAR...

Ela vivia a suplicar.
Deixa-me voar.
Eu vou igual balão de ar.
Não vou me machucar.
Eu sei bem voltar.
Se volto?
Claro que voltarei.
Quando eu não sei.
... quando o vento me trouxer.
... quando a noite vier.
... quando a friagem me enregelar.
Deixa-me voar...