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° Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]
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Ciúme, perdemos a razão,
Só ouvimos o coração, que grita de dor
Não suportando o que nos diz a imaginação,
Que o nosso amor, outros lábios
Irá beijar, outro corpo amar…
Por momentos somos cegos
Incertos sem saber que estrada trilhar,
Deixamos morrer o tanto,
Que nos demos, e recebemos
Amamos e sofremos
Pela distância do tempo…
Fui tua, como nem minha
Contigo descobri em mim
Extraordinários sentimentos…
O mundo brilhava
Repleto de beleza
Descobria a Lua
A imensidão do Mar…
Fui menina
Saltando, sorrindo
Brincando, descobrindo
Fui mulher, amante
Momentos encantados
Onde estava em ti, corpo, alma
Perfeita mistura quando se ama…
Quando ficas a contemplar
As gotas efêmeras de seda
Que de meus olhos se esvaem,
Fico a me perguntar se realmente
De mim gostas ou do meu sofrer.
Tudo que quisera o fiz,
Tudo que te dera foi bem
E hoje somente consigo ouvir
Um suspiro breve e mudo
Do quanto fui sôfrego e me iludi.
Eras fácil como o viver,
Fria e quente de esquecer...
Sei hoje que não acredito em ninguém!
Quero apenas e somente me perder
Diante da loucura de algo ser.
Já nada mais resta
Já pouco adianta
Nada me faz
Esquecer
A dor que me trespassa
O coração e a alma
Obrigado pôr
Me deixares
Sonhar e acreditar
Agora resta-me
Apenas recordar
E me lembrar
Do teu belo sorriso
E dos tempos
Em que ainda sonhava
Poder amar
Fico quieto numa esplanada de sol
Onde deixo amadurecer meus sentimentos
Olho sereno até onde a minha vista alcança
Reconhecendo a gratidão de palavras simples
Que descrevem o quanto sou feliz
Mesmo que a minha esplanada esteja vazia
Olho para um espelho e não me revejo na solidão
E o silêncio é abafado pela vida que me rodeia
Escrevo ecos do que sinto num papel virgem
Sobre um quadro do quanto já vivi
A imaginação pisa o cimo das minhas horas
Que tantas foram choro sem lágrimas
Tantas foram de sorrisos sem alegria
Mas foram tantas as que foram tanto
Que aprendi e avancei para a felicidade de hoje
Que são horas de afirmar e confirmar o que sou
Uma expansão de boa disposição
No saber agradecer as críticas más
Que empolgam os meus momentos adormecidos
Aumentando o meu ritmo físico e mental
Assim sentado na minha esplanada
O mundo é uma simples montra
Decorada por mentiras rotuladas de verdade
E tantas verdades escondidas nas nuvens
Que o trovão da sensibilidade troveja
E a chuva da sinceridade alagará
Os campos secos na planície da confiança
Onde florirão novas flores de paz
Como é bom estar na minha esplanada
Tão cheia de tudo e vazia de nada
Enviado por Robson Coelho em Qua, 14/05/2008 - 04:10
O lamento indígena.
Havia felicidade, havia alegria
Todo dia era dia
Caça, pesca e colheita
Havia música tambores e dança.
Éramos livres na terra de ninguém
Éramos felizes pois a terra era de ninguém.
Mas aí sem ninguém perceber
A liberdade se foi
A vida se acabou
A terra sem dono com dono ficou
E em terra de dono branco a infelicidade indígena se instalou
Nos perseguiu, nos feriu, nos refletiu um mundo doente
Um mundo carente, um mundo pobre injusto e imundo.
Na terra de ninguém a natureza era vívida
Na terra de alguém homem branco a tudo poluiu
A tudo destruiu
A tudo poluiu
A tudo desconstruiu.
Insatisfeito com a falta de propriedade capitalizou
Num mundo cheio de liberdade escravizou
E onde morava a paz guerreou e matou e matou.
Era tarde ...
Senti o vento em minha boca
Como um beijo de cetim
Que se transforma em ouro e seda
Para que pudesses adornar-te só pra mim
Era tarde !
Era tarde ...
Senti a lua penetrar meu corpo
Como um perfume europeu
Que se transforma no feromônio
De Eros, o grego deus
Perpetuando assim teus desejos
De um dia me possuir como o teu ...
Era tarde !
Era tarde ...
Simplesmente
Era tarde demais
Para poder amar-te
Infelizmente
Era tarde.