tristeza

Foto de Sirlei Passolongo

Às Mães Que sangram a perda de um filho

Às mães ...
Que hoje sangram no peito a dor da perda de um filho
Mães, que alimentaram seus filhos no ventre
e hoje sentem a dor de serem arrancados do seu colo...
Mães, a quem Deus deu graça de serem luz,
Hoje... Choram na escuridão da dor que só uma mãe é capaz de descrever...
Quantas mães nesse instante clamam a vida de seus filhos...
Quantas mães morrem um pouco a cada dia
ao verem seus filhos tomados pela droga
Quantas mães sangram o mais gélido fel
ao verem seus filhos cruelmente assassinados...
Mães, que nesse instante pedem a Deus que esteja com seus filhos nos braços,
Pois elas não poderão mais ter essa graça...
Mães, que olham vazias as camas onde seus bebês repousavam.
Que sentem vazias as suas mãos...
Pois as mãos deles deslizaram e partiram
Ah! Quantas mães!!!
... Nesse Dia das Mães desejavam apenas um sorriso dos seus filhos...
E elas clamam pela justiça divina...
Para que a dor que hoje sentem no ventre seja aliviada em suas almas...
Pois... A justiça dos homens há muito, as têm abandonado.

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de LMiguel

Gritos Mudos

Um grito,
Uma alma...
sufocada,
retida na armadura
que ela própria criou...

Um grito,
promessa de Liberdade...
Meras Promessas!!!
Meros sonhos
Mera alma...

Um grito,
encarcerado em regras,
estradas de liberdade
e vias da felicidade
(assim o dizem).

Um grito,
quebrar barreiras...
passar fronteiras...
quem me dera!!!

quem me dera!!!

Foto de Robson Coelho

Enfim ela veio

Enfim ela veio

Fria, pálida e sem cor
Fitava-me pronta para me levar
Senti calafrios num breve momento de dor
Mas tranquilo estava apesar de sentir o findar.

Naquele momento cada segundo era ano
Cada minuto cem anos
A vida já quase em seu fim
Parecia eternidade para mim.

E então repentinamente, sem ter tempo para pensar
Ela me abraçou e me levou no seu manto
Senti a vida silenciar
Rodeado de amigos em pranto.

Robson Coelho de Araujo Neri

Foto de killas

A VIDA É UMA BUSCA

A vida é uma eterna busca,
Pelo comboio da felicidade,
Mas este descarrilou,
Antes de chegar à cidade.

Por vezes passa, mas não pára,
Passa na ponta dos dedos,
Vemo-lo sempre a passar,
E aos seus incontáveis segredos.

Quando para é por pouco tempo,
Acha que está fora do seu elemento,
Trata logo de se ir embora,

Para tudo à uma hora,
Até para ser feliz,
Neste mundo do diz que diz.

Foto de Sonia Delsin

NÃO ME AME

NÃO ME AME

Não me ame pelo que gostaria que eu fosse.
Ela dizia.
Me ame pelo que sou.
E ele a amou?
Ele a idealizou.
E a imagem criada adorou.
Ele a endeusou.
A venerou.
Um dia se deu conta de que ela não existia.
Era sua fantasia.
Ele a deixou.
Um espinho em seus peitos enterrou.

Foto de Cecília Santos

CAMINHEIRO SOLITÁRIO

CAMINHEIRO SOLITÁRIO
:
:
:
Qual caminheiro
solitário andas.
A cantar tristonho
como as águas do rio.
Gemendo baixinho
seu lamento vai.
Como as pedras a
rolar no rio.
Pedras que separam
o balanço das águas.
Separa também sua
lágrima no olhar.
Qual caminheiro
tristemente vai.
Fitando o céu,
contando as estrelas.
Entre nuvens.
Surgi a lua meiga
e singela
Disfarçada de
senhora soberana.
Mas no fundo
és sonhadora.
Assim como o caminheiro,
solitária és.

Direitos reservados*
Cecília-SP/04/2008*

Foto de Sandra Ferreira

No Amor

No Amor

Quanto maior é a entrega, maior é a dor da perda.

Foto de Cecília Santos

A BELA E A FERA (Caso Isabella)

A BELA E A FERA
:
:
:
Quem é você?!?
Que se mostra
tão bela.
Tão afetiva,
e carinhosa?
Quem é você?!?
Que vidas em seu
ventre gerou.
Que em seus
braços embalou?
Quem é essa fera que
dentro de ti habita.
Hora calma,
hora raivosa
Que fere, e mutila?
Que fera é essa?!?
Que bate, espanca, até
á inconsciência?
Que fera é essa?!?
Que devora seu
controle.
Que te domina e lhe
tira a razão?
Bela!! aparentemente bela!!
Que dentro de si aprisiona
uma fera horripilante.
Bela que soluça alimentando
a fera enjaulada.
Dentro de sua alma,
de bela disfarçada...

Direitos reservados*
Cecília-SP/04/2008*

Foto de Amadeo Santos

Comentário / Carta Aberta

MFN, espero que esteja tudo bem consigo!
Inicio este comentário (carta aberta) alertando que vou ser longo e directo, tal como o senhor costumava ser!
Devo informar que sempre fui unicamente visitante assíduo do site poemas de amor à muito muito tempo, sem nunca me ter inscrito. Fi-lo agora para poder intervir aqui nesta sua despedida. Acredito pessoalmente que os seus dados pessoais são verdadeiros e assim sendo, digo-lhe que tenho uns anitos a mais do que os seus. Sou já um reformado profissional e um activo na vida.
Como já falei, leio o poemas à muito tempo e reconheço aqui muitos bons valores da escrita, mas quando o descobri a si deu para notar de repente que se tratava de alguém muito especial e diferente. Foi ai que fui ver a sua ficha de identidade aqui no poemas e reparei muito atento no seu perfil e entendi perfeitamente a sua sinceridade e postura de vida. A sua frase de apresentação é duma sensibilidade incrível e os seus escritores preferidos são daqueles que interrogam profundamente o ser humano. Confesso que Augusto Cury não conhecia e fui descobri-lo porque entendi que sendo um dos seus preferidos só poderia ser interessante e não me enganei.
Deixe-me olhar para você com olhos de um velho homem apaixonado pela vida como o senhor provou ser, e de um jovem de espírito mas sem já a força física de outros tempos.
Você não é fácil de ler. Não sei se devo falar assim, quero dizer você obriga a reflectir demasiado cada palavra, cada frase, cada linha e cada pensamento. Você é diferente sabe? Sabe que o leio hoje e amanhã ao reler de novo uma reflexão sua ou poema, leio já de forma um pouco distinta? E não sou eu que mudo ou o meu estado de espírito, emocional ou psíquico, são os seus escritos que lendo-os com mais atenção eles me levam para outros pensamentos e descobertas de caminhos. São autênticas missivas de conhecimentos interpelantes.
Que me desculpem os moderadores do poemas de amor, mas é uma grande perda a sua saída sem querer menosprezar o valor dos outros. Você interpelava com os seus pensamentos, eles eram atrevidos, duros e directos. Demonstram uma sustentação de experiência não calculada à sua idade (a ser verdade a informação do seu perfil e que acredito que seja).
MFN o tempo como você diz foi pouco mas o que me transmitiu foi muito. Você tem poemas e reflexões pesadíssimos de saber. Creio que não serão capazes todos de os entender à primeira assim como eu. Assumo que não os apanho logo à primeira vez que os leio e nem tenho a certeza de chego onde você quer que eu chegue. São muito enigmáticos, pragmáticos e de uma objectividade inconfundível como confundível.
Tem uma reflexão (poema) seu que quando comecei a ler ia ficando com uma ideia mas fui-me habituando a que a qualquer altura e rapidamente você me iria confundir, porque o seguimento da reflexão parecia tão fácil de entender que desconfiei e na verdade estava certo, eu lia o evidente mas o que o senhor queria dizer não era o que eu lia assim tão evidente, era mais do que isso. Aprendi que não podia le-lo tão rápido, cada palavra tem o seu peso e encaixe e quando me apercebia que o julgava estar a entender logo pensava devo estar a perceber errado. Relia e concluía que era verdade, estava a falhar. Lendo rápido o senhor, fico com uma ideia depois ela é outra quando o tenho com mais atenção e serenidade.
Você escreve sempre em várias direcções, chegou até a fazer chamadas de atenção aqui ao site do poemas, fez também reparos a sua forma de ser, deu indirectas a alguns comportamentos e tudo se manteve. Acho que as suas observações passaram despercebidas a muitos, e que até muitos não o liam porque o que escrevia era sério de mais para o que muita gente está habituada a ler. E os que entenderam as vezes que se insurgiu contra entre aspas algo, preferiram manter-se calados, pois são muito mais aqueles que gostam do facilitismo e do deixa andar do que aqueles que preferem colocar o dedo na ferida para a tratar como deve ser. Reparei que fazia poucos comentários, e argumentava falta de tempo, acredito sinceramente que sim, e reparei também que só alguns o comentavam e não seria por falta de tempo, porque comentavam outros. Mas você escreveu também sobre isso de outra forma inteligente. Li um poema que falava de um polvo duro, e percebi onde quis chegar. Você falou tanto e tanta coisa em tão pouco tempo neste site e para este site directamente. Acho que sei quem você gostava de ler, e eram muito poucos e diferentes.
A sua despedida em vídeo, com um tema tão lindo e ao mesmo tempo tão triste, faz perceber que você sai descontente deste espaço. Talvez sentindo-se um incompreendido pela maioria. A ideia de colocar a sua voz no vídeo para que pudéssemos conhecer uma voz real, triste e melancólica, não foi só para a despedida do seu amigo, foi talvez para que pudéssemos perceber e entender a tristeza com que abandonava o site. Deixou em voz viva aqui e para sempre um rosto e as suas pegadas de passagem.
A sua passagem por este site, marcou mesmo. Repare que neste ultimo escrito seu, houve um comentário de um participante que nunca o tinha feito antes, acho que percebi perfeitamente a sua intenção e acho também que foi um comentário tão falso e tão verdadeiro de infelicidade. O comentário só lhe ocorreu na hora de saída e talvez por se sentir mais à vontade com o facto de ter comunicado de que não iria responder, e também, pela sua saída o deixar com menos sombra e mais visibilidade para quem gosta dela. A atitude do comentário é de facto uma das evidências negativas com que você algumas vezes se insurgiu aqui no poemas. Você no último vídeo diz que o seu amigo era “único”. Deixe-me que lhe diga, aqui no poemas tem bons escritos, mas os seus são tão únicos. Você é um dos únicos.
A sua entrada aqui no poemas criou alguns embaraços e amuos, você cortava a relva muito baixa e em todas as direcções e isso perturbava os mimaditos da casa, aqueles que gostam da popularidade, das palmadinhas nas costas, dos beijinhos, dos pontinhos e das vitórias sem suor e sem justiça. Podia continuar a escrever mais até porque sendo a primeira vez e só porque não me podia esquivar de deixar este escrito de justiça, tristeza e apreço à sua passagem por cá. Mas vou terminar desejando-lhe a maior sorte do mundo e sei que você vai consegui-la. Você deixou perceber que conhece os seus caminhos e como muitas vezes escreveu os seus momentos e tempos.
Aqui no poemas, vou resignarmos novamente à minha postura de visitante até que apareça algo a tocar-me profundamente como o MFN o fez. Mas confesso que leio muito aqui e gosto de ler outros escritos para além dos do MFN, mas os seus eram de longe os meus favoritos.
Despeço-me com respeito.
Amadeu Vargas

Foto de J. x E. xaudades

Confiança...

Eu acreditava plenamente no seu amor!!
Mas como eu disse; eu ''acreditava''...
Agora você tera que novamente,
minha confiança conquistar!!!!

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