melancolia

SOFRER

Sinto dentro do peito
o gemido mudo de teu coração
o teu desespero mudo
o choro que morre na garganta

Calas...

Mas o silêncio de tua dor
me arrasta para o abismo imenso
da angustia de teu olhar
e eu vivo e choro teu pranto!
mergulho na dor de teu sofrimento
e compreendo tua saudade
e tua busca vâ do esquecimento
para o amor que te sufoca!

Sim! eu sinto que tu sofres por amor
calas sempre todo o teu sofrimento
porem eu me desespero, completamente
quando sinto que escapa de teus lindos labios
um soluço
e dizes sufocado
te amo...

TE AMO...

Diny Souto

Tento, de lembranças, participar da vida...
Mostrar uma alegria que já não sinto,
não ser aquele ser que nunca é bem vindo
e que através de falsidade demonstra felicidade
que ficou pra trás e que não volta mais.

Tento reescrever nossa história,
mas já não terá igual fascínio
quando vivida ao vivo e em cores...
É lei da vida cumprirem-se os desígnios;
"jamais se ressuscitam os amores."

Tento, mas não há como driblar o tal destino
que a nós, impiedoso, se interpôs,
sem se importar com cada marca que deixou,
sem se importar com o que fui, com o que sou...
Invólucro colorido de um conteúdo inexpressivo.

Carmen Lúcia

Tentei sentir-te novamente
Mas você não me observou,
e continuei amargurado.
Só restou me zoar com algumas,
Lembranças boas, que sobrou
durante isto!

Mas sendo tarde...
Coloquei um pé para "fora"
O "outro" tarda a ir
Para sempre a encontrar!

Um alívio eterno de sempre entender
Amor verdadeiro e vontade de "viver"!

E voarei para seus braços, mesmo indeciso!
A razão verdadeira sempre será isso.

"Palavras não seguram alguém!
A vontade e realização do corpo que nos tem."

Confesso que parei no tempo...
Apesar das marcas registradas
durante o longo das estradas.
Ou ele me deixou pra trás,
correndo veloz demais...
Houve expressivas mudanças...
Por fora!
Por dentro continuo a mesma...
Antes e agora.

Às vezes me sinto idiota
nessa realidade ilusória.
Ser anormal, atemporal!
Felicidade irrisória...
Idiotice que me faz sorrir
pra quem me vê assim...
E de repente gargalhar
até chorar, de rir...De mim.

Ainda vivo meu primeiro amor!
Único!Outros eu já esqueci...
Com o mesmo ardor de adolescente,
a mesma paixão crescente...
Como se fosse hoje
o tempo em que me perdi.

Tantos anos se passaram...
Quantas águas rolaram
desde que ele se foi,
deixando terna saudade
que nunca deixo morrer...
Camuflo-a de cores vivas
e dela tento sobreviver.

Sua música ao piano...
No palco, minha dança,
ilusões por trás dos panos,
palavras de esperança,
gestos de amor,
beijos de batom na flor...
A doce entrega!
Emoção!
Vida a pulsar!
Coração!

Ainda danço. Sem pano vermelho...
Sem palco, sem aplausos...
Frente ao espelho!
Reverencio a mim mesma...
Revejo...Vibro com o que vejo!
Seu verde olhar
a me incitar...
E me ouso em passos inusitados
que mantenho guardados
para meus momentos calados...

E seu piano toca...E me toca,
ainda mais suave...
Mesmo em tom mais grave.
Notas musicais
irradiando claves de sol...
a solfejarem... me sussurrarem...
Trazendo-o bem junto a mim.
Amor sem fim!

Sou feliz desse jeito.
Insensata, mil defeitos...
A vida não é um tratado
e ninguém é perfeito.
Escuto minha alma
que tudo vê e pressente...
E revivo no presente
o grande amor do passado.

(Carmen Lúcia)