alegria

Foto de Marilene Anacleto

Casamento

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Tempo de realizar sonhos
Com a música nascida do coração.
Em coro de aves, a suave melodia
Que despertou nos noivos uma canção.

Cobre a alegre cerimônia, o céu
Com nuvens da mais fina renda.
A entrada do noivo com a mãe
Quebra o silêncio da igreja.

E entra o pai, trazendo a noiva,
Anfitrião de uma festa de princesa.
Canta o coração cheio de encanto
E os olharas cantam um longo beijo.

A deusa dos noivos desenha o chão.
Ao final da cerimônia, os noivos pisam desejos.
E a festa, celebrada com as estrelas
Fica para trás, entre suspiros e desejos.

Marilene Anacleto

Foto de fisko

Diário de inocência

Pouco se sabia dela. Era baixa, pálida, engraçada e reservada. O mundo tinha menos cor sempre que Jaime, o miúdo mais novo da família, ficava sem a ver.

Falava-me muitas vezes da tal moça, que esperava por ela no portão da escola, escondido, só para a poder contemplar de perto.
Um dia chegou-me a casa branco, mais branco que a farinha que sua mãe usava para fazer o pão. - Ela disse-me olá! - Bem, fiquei sem saber o que lhe dizer, como é evidente, mas logo apertei aquele pedaço de carne com uma máquina por dentro, a máquina que nos leva a gostar mais deste do que daquele sem que nos notemos, quase como dois organismos diferentes.
Abracei-o com tanta força que o pobre rapaz ficou assustado. - Que se passa António? Oh, oh! Larga-me! - E eu sorria tanto. Parecia que estava a abraçar-me a mim mesmo, o “eu” de quando tinha a idade de Jaime, o “eu” que amava tudo como a inocência dispunha.

- Oh rapaz! Então ela disse-te olá? E como foi? - Perguntei-lhe eu, como se já não soubesse da resposta prática.
- Bem, eu estava a jogar às escondidas, ela passou por mim e disse-me olá para que o Pedro soubesse que eu estava ali escondido. - Meio envergonhado e com cara de malandro, riu-se às gargalhadas quando me viu sorrir ao ouvi-lo.

Todos os Jaimes e Marias, ou Joanas, ou até donos dos nomes mais esquisitos acham piada a este "adorar" alguém quando se é pequeno.
E rimo-nos muito durante algum tempo. Se calhar o pequeno só se ria por aceitar o meu sorriso também.

Hoje já não sei o que é feito de Jaime. Já algum tempo se passou desde este nosso episódio épico. Nem sei se ainda se ri quando semelhante calha, só sei que dele já nada sei. Entretanto mudei-me para Lisboa e o rapaz lá ficou na pequena aldeia.

Quando somos pequenos é-nos tudo tão diferente. Ninguém nos legenda a vida para que percebamos logo as suas manhas (e também precisamos de nos cultivar um pouco).
Ah Jaime, relembra-me o tempo de que a alma se esqueceu. O corpo cá fica o mesmo. Envelhece, muda de cor, mas fica sempre o mesmo.

Jaime, dá-me o lume da leveza que é não ter preocupações.
Ah! Pudesse eu viver de novo e não me espantar sempre que alguma moça me diga olá, só para não provar o desgosto de uma paixão sumida.

Jaime, Jaime, relembra-me da felicidade que eu era.

Foto de Marilene Anacleto

Um Recado Para a Mãe

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Foi uma morte violenta,
Desaparecido a vários dias.
A chamada para reconhecimento
Acabou, em parte, a agonia.

Anos e anos, rios de lágrimas verteram
Em meio a Ave-Marias desfiadas
Em rosários, para aquele filho
Que viveu uma vida complicada.

E um dia, num claro sonho ele veio,
Agradeceu por cuidarem do filho.
Disse que, há mais de quinze anos,
Perambulava noutro mundo sem destino.

Mas agora estava cansado, muito cansado.
Antes que pedisse para ser, por anjos, levado,
Pediu que agradecesse àquela mãe
Pelos quinze anos de oração a ele dedicados.

“- Eu sei que ela me ama de verdade,
Não houve um dia que por mim não orasse.
Confiei nos amigos, mais do que na família,
Perdoem-me pelo sofrimento que causei em vida.

Eu gostaria de dar a ela um buquê de rosas,
Rosas de cor champagne, bem bonitas,
Muito enfeitadas, como ela merece,
Para alegrar-lhe um pouquinho a vida.”

E se foi, por Anjos de Branco levado,
Para o descanso que tanto queria,
E nos deixou muito emocionados
Por reconhecer que a vida ainda existia.

Comprei o buquê de rosas, em segredo.
No almoço do Dia das Mães, com a família,
Relatei o sonho claro que tivera
E vi, naqueles olhos, lágrimas de alegria.

E a oração do rosário continua,
Para o marido, para os filhos e o genro.
A fé que tem na Virgem Maria
É muito maior do que o próprio pensamento.

Marilene Anacleto

Foto de Allan Dayvidson

PRETENDENTE

Pretendente,
você me faz rir só por diversão,
você é um evento sem precedentes
e eu sou um passado cheio de pontas soltas,
então, não se preocupe tanto se perco o fôlego enquanto falo, falo e falo demais.

Surpreendente,
um pedido, meu segredo.
Cruzo os dedos, mas tenho medo de que seja só uma fase,
porque...
você me leva a fazer as pazes com o mundo todo,
pois, aqui, não preciso perder tempo com nada mais.

E se eu disser...
que gosto mesmo de você?
Por que não gostaria?
E eu poderia simplesmente te ouvir por horas.
Cedo ou tarde, você pergunta sobre meu dia.

Inocente,
mas sabe tantas coisas
que não imaginei que existissem.
Mas, sim, elas existem
e estão bem aqui
ao alcance das mãos.
Tenho a sensação que é só o começo, uma pequena parte.

Não sei muita coisa sobre você.
Tudo o que posso dizer é simplesmente: "fique à vontade".

Atrevo-me a dizer...
que gosto mesmo de você.
Por que não gostaria?
Eu poderia simplesmente te ouvir por horas.
Não demora e você pergunta sobre meu dia.

Digamos que não poderia estar sendo melhor!

Foto de Ayslan

Como é bom amar você parte2

Irei começar uma jornada não para descrever o amor e sim para te dizer como é bom amar você... Não chamarei de poesia, carta, será uma mistura de sentimento com vontade de te dizer... Te dizer em parte o que não se escreve, te dizer o que os olhos descrevem te dizer que te amo usando mais palavras...
Te dizer como é bom amar você...
Eu vejo você é sempre tão calmo perto de te
Seu perfume suave, mas intenso assim como a chuva molhando a terra regando as flores incensando o amor no ar... Que vontade é essa que não posso controlar... Você me despertou o maior dos dons, isso mesmo o dom de amar.
Amar você é viver, sorrir sem perceber, É querer fazer você mais feliz a cada dia que passa, é ver você e querer logo te abraçar e te proteger é sentir que nada mais importa. É te pegar no colo e fazer cafuné e te olhar dormir. É assim como o brilho de uma estrela no céu que o seu amor ilumina minha vida. É como uma verdadeira estrela de beleza indescritível encantadora és tu minha menina de olhar doce apaixonante... Olhar que me fala de amor. Fala bem baixinho e meu coração responde a todo instante – Que amor é esse que me faz escrever palavras tão belas. Queria ser poeta para usar todas elas, mas só sei repetir que te amo e que te amo.
Que amor é esse que me faz viver uma fantasia... Esse seu amor minha princesa real, minha linda Priscila meu amor seu amor nosso amor essa harmina toda essa alegria de poder te dizer e repetir durante toda minha vida – Eu te amo minha menina.

Para: Priscila

Foto de Carmen Vervloet

INESPERADO EQUÍVOCO

Lúcia era uma linda mulher nos seus quarenta e quatro anos de idade. Seu nome caia-lhe como luva... Lúcia... Luz... Tinha luz própria, brilho no olhar!
Lúcia casou-se menina. Foi mãe, esposa, dona de casa, artista... Casou-se por amor, para toda a vida. Assim havia sido com seus pais, assim deveria ser com ela.
Mas o destino mudou o rumo dos seus sonhos. Quando completou seus quarenta e dois anos, descobriu-se traída pelo marido e o casamento ruiu. Lúcia sofreu, baqueou, vergou-se diante a triste realidade. Vergou mas não quebrou. Colocou-se de pé e deu continuidade a sua vida de luta, agora arrimo dos quatro filhos ainda pequenos. Mulher corajosa, de fibra, dispensou pensão do ex-marido e foi à luta. Não considerava sua nova realidade como um problema, mas sim como um grande desafio que desempenhou com amor, afinco e sucesso.
O real problema de Lúcia era ter sido criada para ser mulher de um homem só daí seu relacionamento com outros homens tornou-se impossível. Lúcia era jovem, os hormônios em ebulição. Pretendentes não lhe faltavam, faltava-lhe a coragem para encará-los.
Lúcia resolveu então procurar um psicanalista e com seu jeito espontâneo disse-lhe:
_ Doutor, fui casada durante 22 anos, estou divorciada e não me sinto a vontade para me relacionar com outro homem. Melhor dizendo vim aqui para que o senhor me ensine a fazer isso. Sinto-me inibida, tímida, realmente não consigo resolver sozinha esse imenso problema. Quero me libertar desse pesadelo.
E o medico retrucou:
_ Fique tranqüila, Lucia, em uns dois meses será outra mulher, livre dessas amarras do preconceito.
E assim aconteceu. Em menos de dois meses de análise, Lúcia conheceu, numa galeria de artes, um francês, homem bonito, inteligente, intelectualizado. Os olhares se encontraram, o coração estremeceu, a pele arrepiou. Foi paixão a primeira vista, intensa... Levando Lúcia as estrelas. Uma paixão bonita, ardente... Em menos de um mês, Pierre, esse era o nome dele, já havia comprado uma casa na cidade que Lúcia morava. Passava quinze dias na França, cuidando da sua empresa e quinze dias no Brasil ao lado da mulher amada. E entre idas e vindas os dois iam sedimentando o relacionamento. Numa dessas vindas, Pierre telefonou já do aeroporto internacional de São Paulo:
Lúcia, “mon amour”, estou chegando, ardendo em desejo, com saudade de você.
Lúcia que morava no Rio, correu para o chuveiro, para se fazer cheirosa, linda, faceira, sensual e assim buscar seu amor no aeroporto do Galeão. Mas pobre Lúcia! No primeiro contato com Pierre senti-o arredio. Lucia sugeriu irem direto a um restaurante, mas Pierre continuou mantendo certa distância, diferente do Pierre de sempre, romântico, carinhoso, beijoqueiro. No restaurante sentou-se de frente para Lúcia e não ao lado dela como sempre fazia.
Lá pelas tantas, Pierre não resistiu e disparou a pergunta:
_ Lúcia, você tem piolhos?
Lucia, desconcertada e surpresa respondeu:
_Eu, Pierre? Piolhos? Não Pierre. Estou me coçando? Por que essa pergunta?
E Pierre retrucou:
Lúcia, eu não consigo ficar perto de você, seus cabelos cheiram demais a inseticida.
Foi aí que caiu a ficha de Lúcia. Lembrou-se que pediu pra sua empregada matar uns insetos no seu banheiro e provavelmente ela havia esquecido o spray de inseticida sobre sua penteadeira e no afã de se fazer bela para seu amor, confundiu os sprays e borrifou seus lindos e longos cabelos negros com inseticida em vez do seu fixador habitual.
Desfeito o mal entendido, tudo acabou num tórrido banho a dois, onde Pierre lavou os cabelos de Lúcia, tendo como fundo musical Piaff cantando “NE me Quit Pás”.

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

BEIJA-FLOR

Busca o néctar de flor em flor...
Desvirgina... rosas, hibiscos, lírios!
No seu vôo arrebatador
deixa o jardim em delírios!

A rosa abre-se em forma de coração,
lábios cheios de mel,
orvalhada em gotas de sedução!
Ávida...desnuda-se de cada véu!

O volúvel beija- flor
Não se rende ao seu encanto
Suga a doçura do seu amor
E bate asas... deixando a infeliz, pender-se, em pranto!

Carmen Vervloet

Foto de Fernando Vieira

Você nunca está só

Você nunca está só
(Fernando Vieira)

Pego a viola
Começo a tocar
Inspiro-me agora
Para poder começar

Idéias vão surgindo
No meu cantarolar
Que vão te seduzindo
Violão a dedilhar

Mas não estou sozinho
Pois sei que ele está aqui
Meu amigo tão querido
Que olha para mim e ri

Amigo invisível
Meu anjo de guarda
Arcanjo destemido
Que sua missão não falha

Me ajudando na trilha
Que nem sei aonde vai dar
Me fazendo companhia
Me ensinando o que é amar

Balança o seu corpo
Quando me ponho a cantar
Pois da viola vai surgindo
Um reggae bom de encabular

Que fala do amor
Do dever de praticar
De entender o sentimento
Compreender o que é amar

Muitos falam desse amor
Mas não entendem o que ele é
Caminham pro lado errado
Em Deus já não tem mais fé

Se você é mais um desses
Não perca tempo não
O amor do bem te espera
É o que te digo meu irmão

Você nunca está só
Você nunca está
Cante uma canção
Na certeza que vão escutar

Você nunca esta só
Você nunca está
Abra o seu coração
É chegada a hora de mudar

Foto de Marilene Anacleto

Minha Manhã

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Caminho até a praia
A olhar tantas florzinhas
Pequenas, bem miudinhas,
Em meio ao mato espesso.

Amarelas e roxinhas,
Alaranjadas, vermelhinhas,
E as lilases, tão sensíveis,
Todas enviam-me um beijo.

Juntos às ervas da estrada,
Dorme-dorme, baleeira,
Macela e goiabeira
Das minhas manhãs são o cheiro.

E vão pelo dia afora
Perfumam corpo e cabelos.
Dos risos, a companhia,
Consolo nos pesadelos.

Marilene Anacleto

Foto de Carmen Lúcia

Voando através da emoção

Que me permita a emoção
levar-me onde impede a razão...
onde os sonhos habitam
e cirandam com a ilusão,
onde as rimas se abrigam
nas asas da imensidão
semeando versos,
preenchendo coração
que vazio de alegria
trafega em desarmonia
desatento à luz do dia,
ao que nos oferecem as manhãs.

Que me permita a emoção
tirar os pés do chão...
transcender-me ao encantamento,
perpetuar cada momento
em que a poesia me der a mão
ao alcançar os sonhos,
os mais ricos e risonhos,
e ao abraçá-los, me darem abrigo,
fazê-los caminhar comigo
pra juntos dissiparmos o mal(u),
quando a razão
apontar o mundo real.

Carmen Lúcia

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