Teu corpo é meu cárcere;
Mais do que a expressão linda do estético
Mais do que a conjunção entre a doçura
E o teu irrefragável apetite,
A acepção nua do valor de uma mulher incomum.
Na gestação interminável do desejo que te habita
Sou teu paladino em contínua euforia
Mamulengo ao controle das tuas mãos
Partícipe contumaz dos teus segredos mais íntimos
Mapeados pela congruente prática que me é habitual.
Encontro nos teus densos e aflorados sentidos
O aconchego que personifica tuas especiarias
O fogo que queima madeira de lei
Que liberta o entusiasmo impetuoso do adolescente de outrora
Não só pelo misticismo dos teus olhos rútilos
Mas, sobretudo, pela liberdade que proporcionas à minha libido.
Em reverência à volúpia que por mim se propaga
Faço-me teu legítimo território
Aldeão aninhado num solo de pernas, colo e braços férteis;
Menino de alma pura num palco enlevado
Compartilhando o gosto ímpar das emoções bem resolvidas
Bem amadas e de nascedouro insubmisso;
Universo de mútua e imensurável contemplação
Raro deleite
Peremptória satisfação.