Estou de regresso na rua de todos
Para trocar impressões recusadas
Onde o incêndio se apaga com fogo
Abandonando reflexões na madrugada
O que tanto e demais amaria
Priva-me de beijar esta vontade
De estar de volta mais que um dia
Para viajar a minha cidade
Hoje de olhos sóbrios,nela
Parte de mim já não vive ali
E quero estar um pouco mais por ela
Desfolhar as suas ruas até ao jardim
Procurar uma resposta
Com quem formalizo o assunto
Que foi?quem fez tal aposta?
Que a deixou tão de luto
Pois sei que ao abrir a sua porta
Este reencontro me vai magoar
O povo até nem se importa
De como grande é o homem a chorar
Sou pois,aquele modo pausa-parou
Que não vai nunca esquecer
Como ela me olhava-amou
Sorrindo para eu não perceber
E quando de volta à taberna das emoções
Me embriagava num dilúvio
Escrevia esboços das recordações
Até desmaiar sem menor ruído
Acordando em aplausos por algo escrito
Que eu acho muito imérito de mim
Porque me vesti nas roupas de Cristo
Nos desenhos de uma dôr tão grande assim
As pessoas vão gostando de como escrevo
Há sempre algo que nos une sempre
Serei de todas as palavras um servo
Sem nunca ficar indiferente
Pois sou do tempo da lavoura
Anos que nunca esqueci
Infância na minha vila de Moura
Mesmo se breve,eternamente feliz....
zehervago