Por quem me tomaste
Lua menina e bela?!
Por acaso julgaste-me
Ser eu mais um comandante
Ou um arrebatador de donzelas?!
Julgaste-me, quando queria só
E apenas falar-te.
Eu sou um homem-poeta,
Quase um super-homem
Quase um homem-aranha!
Eu sou aquele que não viste
Sou quem não tens.
Adoro escrever-te e escrevinhar,
E não quero o coração dos outros roubar
Tão pouco deles conquistar...
Por serem doutros, d´alguém.
Perdão!
Se, mal me fiz passar
Perdão!
Não foi para te magoar.
Perdão!
Eu só te queria falar.
Na vida, vale mais a amizade
Que um amor enganado.
... Onde andam muitos a habitar.
Na vida em luta sempre constante
E concorrida,
Não tenho o dom de saber
E muito gostava de poder querer.
Sou um mistério...
Torno-me a desculpar,
Pois só a ti sei escrever;
... Não te queria magoar,
E depois, e depois...
.............................
Não sei quais os olhos com que me vês.
Quem escreve não é infiel,
E o papel é o meu melhor amigo
Nele digo os meus sentimentos,
Nele sonho e sorrio,
Nele sou tu...
Pois não tenho mais ninguém
E odeio a mim querer!
Só te queria falar,
Sem ter de te enganar
Por não me saber muito expressar.
Juro, este é o meu último poema,
Depois... depois quem sabe: morrerei.
Morrerei no mundo que conheço,
No mundo em que habito: o silêncio!
O silêncio,
Onde basta o teu olhar
Para me despertar,
E é bom de viver.
Pobre sinto-me
De ti culpado e envergonhado;
Já não sei se hei de me julgar
Ou disfarçar e de ti fugir.
Sou puro, selvagem, lírico e inocente,
Sou da lua
A mesma e sempre a velha madrugada.
Sou o coração do filho
E a carne do santo,
Do espírito e do amém.
Sou o olhar brotante
Das sereias desacordadas
Que me castigam;
Eu homem...
Um ser ignorante,
Fruto do pensamento,
Fruto da terra,
Fruto da carne.
Sou a vida debatendo-se numa imensa avalanche,
Descendo aos trambolhões pela montanha
Numa viagem de amor puro
Languescida como uma múmia
De poesia.
Onde os teus olhos
Me fitam
Cobertos de ligaduras,
Para não te envergonhares
E ocultarem...
Os meus
Dos teus.
Em minhas mãos o orvalho do teu nome
Soa sereno sobre um céu de Maio
E nas estrelas
Estacadas do teu perfume
O teu corpo brinda-me desfolhado,
O amor sagrado
Do teu ventre de música sangrenta.
Então; estaria triste
Entre as flores virgens
Ausente...
Ao ver os teus seios desabrochados
E palpitantes,
Agoniados de dor
Nas lágrimas de um anjo.
E os teus lábios cantantes
Como braços frágeis
Fremeriam nos teus cabelos soltos
Dançando...
A tua nudez é perfeita
No fogo do céu
E és tu a minha fonte,
O meu pensamento.
Tu és a forma do rosto
No meu peito transfigurado,
Embalado pelas harpas,
Às quatro da madrugada.
Tu és o rosto da ângustia
Que se veste de branco
Nas trevas dos anjos acordados
Sonâmbulos e libertos
Da estéril agonia
Imutável ante o meu olhar.
... Os teus seios tumulos,
Teu ventre um sarcófago;
Que horror!
Silencio!
Silencio!
Coração despojado
Dormente entre as flores.
Braços insensíveis,
Orquídeas parasitas.
Não há lamentação
Só há vaidade,
Plantas carnivoras,
Que no meu corpo gelado
Correm as lágrimas dos meus olhos
Em alucinante fuga
Para o desconhecido.
Pára!
Pára meu amor!
Pára por favor!
Amo-te tanto!!!
És tão bonita...
Ó a minha namora é linda
Tem olhos como besourinhos do céu
Tem olhos lindos como beijos de mel,
É tão bonita!
Tem o cabelo fino
E um passinho pequenino
Boca de jackpot
E morre de amores por mim.
É doce
A minha namorada!
A minha namorada,
Anda sobre o coração de Deus,
E só Deus a escuta andar.
Tem cabelos castanhos
Mãos de seda
E é louca por mim.
Tem lábios de pitanga
Um rosto menino
E o seu dorso é um campo de rosas.
Tem a boca fresca e macia
Mil cores no cabelo,
E os seus pelos são relva amena e boa.
Seus braços são cisnes
Sua voz a ventania,
O seu nome estremece o meu corpo
De perfumados odores,
Que me beijam em versos
Num amor de cobras;
Única entre todas...
Tão bela!
No seu colo
O meu choro desce serenamente,
Para se embebedar no seu sexo,
Que confuso me contém
E, de onde não me posso esconder;
E, não é um sonho!
Tem pudor,
É luz e cantiga e esplendor.
Meu anjo mendigo,
Minha namorada.
Preto-branco...
Preto-branco...
Preto-branco...
Preto-branco...
Preto-branco...
Moça carne cor de rosa
Verde jovem, formosa.
Moça brancura de louça
Negra do meu ventre puro.
Moça joga entreaberta e nua,
Eu sou a triste noite sem lua.
Sombras decapitado
Entre os campos,
Cadavér que não se enterrou,
Lua se consumiu.
Mar rugente e forte
Vertigem da morte.
Oh, em busca de um amante,
Oh, anti-deusa!
Quem me dera nunca te ter amado,
De certo morreria mais feliz.
Moça carne cor de rosa
Verde jovem, formosa.
Moça dos céus vinda pelo espaço,
Moça; uma bomba atómica!
Moça branca...
Via lactea...
Nua, ante o brilho dos meus dentes.
Moça errante...
Cheiro de pimenta,
Cabeça no meu ombro.
Moça seios de arame
Que ostenta reclamando uma salada mista.
Moça um copo de sumo de tomate,
Meias de nylon
Andar de rumba
E uma colt quarenta e cinco.
Moça pernas entre as minhas,
Mil à hora por minuto.
Moça chifon
Pele de ganso
Channel e cartier.
Moça mercedes-benz
Sais de frutos
Moet e comida italiana.
Moça sapatos mocassim
Suéter elástico, e uma orquídea assexuada.
Moça coca-cola gelada,
Moça cheiro lilás.
O teu rosto lembra-me um templo...
Oh ângustia desvairada.
Amo-te como amigo
Numa diversa realidade,
Amo-te como amante
E com liberdade,
Com desejo maciço e permanente.
E de te amar assim tanto
É que em teu corpo de repente,
Hei de morrer por te amar mais do que pude.
Paulo Martins