Fonte

Foto de Jardim

caminho por campos noturnos

1.

caminho por campos noturnos,
vagueio entre muros soturnos,
cruzo esquinas de solidão
que sufocam a minha canção.

a melodia escapa no descompasso
do meu sorriso escasso:
me acompanham nesta invenção
meus passos e minha canção.

me perco em campos escuros,
ruas de imprevisíveis futuros,
me afogo na desunião
entre meus pés e a canção.

busco a música que existe
com sua melodia líquida e triste
nas pontas frágeis dos meus dedos,
nos meus lábios amargos de segredos.

2.

nada tenho
além desta vida
que me resta.

não existem caminhos,
somente meus pés
sobre o asfalto.

nesta rude viagem
que inicio
rumo ao desencanto

não há o que contemplar,
minha incerteza
é meu único guia.

fonte, fogo ou rosas,
o que me espera
além da noite?

3.

piso com meus pés indigentes o enigma
que o universo expõe e sobre o caos me apoio.
piso a manhã desmantelada sobre o asfalto
da cidade ruída.

queria percorrer a todo custo a origem
da admirável magia porém apenas me acovardo
e desmorono e tudo o que resta é a dissolução
do enigma que busco.

Foto de Igor Pontes

Tardes de chuva

Encontrei com essas lembranças perdidas em minha memoria fria, lembranças que me levam pra perto de você, o nosso horizonte era tudo que tínhamos e através dele passávamos as nossas tardes imaginando como seria em alguns anos a frente, conseguíamos imaginar o que jamais aconteceria, porém, ter a certeza que a chuva viria era a nossa fonte de alegria porque com a chuva eu te aqueceria e pela janela da sua casa continuamos a fazer planos futuros, tantas tardes foram assim, uma repetição sem fim.
Hoje posso apenas te dizer que quando a chuva caí, essa chuva me traz a lembrança do seu olhar, o maior problema é que tarda chover e com isso vem a ausência de você.
Sinto muito.

Foto de Jardim

penetraste

penetraste meus vãos misteriosos,
minha alma de mulher.
ocupaste meus espaços,
provaste do meu mel,
do meu corpo te embriagaste.
bebeste em minha fonte,
percorreste minhas formas,
minhas fendas, minhas frestas,
meus recôncavos,
me fizeste te desejar.

conheces agora o objeto
de meus suspiros,
conheces a causa
de minha doce e oculta desesperança.
conheces meus sonhos,
que perpetuo mesmo acordada,
conheces minha voz
naquilo o que calo.
conheces meu sorriso
onde se escondem minhas lágrimas.

perdoa-me por não me amares.

Poema do livro Amores Possíveis
A venda em http://sergioprof.wordpress.com
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Foto de annytha

COMO DOI A DISTANCIA

Meu Anjo, como dói a a distancia que nos separa ... Sofro tanto com essa ingrata espera! Como dói a dor de uma saudade... Quando a noite chega, e repouso a cabeça no meu fiel companheiro, que poderia ser o teu peito ao invés do travesseiro,fico imaginando como deve ter vida o teu lindo sorriso! Quando chegares e te aproximares de mim, vou esquecer as outras formas já vividas. Tu serás o homem que vai me fazer vibrar de emoção e prazer, semelhante ao vento que desalinha os meus cabelos e assobia para mim uma doce melodia de amor..Tu encherás a minha alma das coisas belas e alucinantes do amor que tanto me inspira. Vem mu amor, para o calor do meu devaneio e vamos girar o circulo da vida e nao deixar jamais, o nosso amor cair na rotina, até a mínima fração do tempo e deixar fluir pelas fibras dos nossos corações! Meu amor querido, sei que o conforto do teu carinho me fará feliz e mais feliz ainda serei, quando delineares com as tuas mãos todo o meu corpo, e assim, conhecerás as fronteiras do meu espírito. A ternura dos teus doces beijos me irradiará um calor suave ao me enlaçares, levando-nos ao êxtase do nada, ao infinito! Meu amor, como amo te amar e como adoro te escrever, porque encontre em ti, através do nosso amor, a minha fonte de inspiração..

Foto de Costa e Abrantes

És mesmo desta Terra?

Conforme prognosticado pelos anjos
Passei a amá-la no decorrer dos dias
Busquei pensar mais em ti
No bem mais seleto que a tua presença faz a mim

És mesmo desta Terra?
Ou tu és a lindeza vivificada?
A grandeza jamais quantificada?
A obra de arte jamais pintada?
Ou será que és a paz em ouro banhada?

Um diamante lapidado pelos anjos?
Uma das obras primas do arcanjo?
Vinda da fonte do Santo?
A incrível expressão do superlativo?
A essência da matéria humana?
A inenárravel honra?
A mulher feita sob medida?
A razão áurea?
A constante jamais esquecida?
O resultado da equação da minha vida?
És mesmo daqui?
Digo, desta Terra?

Foto de Costa e Abrantes

Soneto da Inocência

Soneto da Inocência

Amo os teus cabelos molhados
Fico admirado
Quando o soltas,
Quando o põe para o lado

Excito-me ao vê-la
Que sem saber
E mergulhada na inocência
Leva-me cativo para o amor com presteza

Há uma sensualidade inerente
Como uma fonte de calor latente
O amor em brasa viva, incandescente

Existe uma beleza em ti ascendente
E mais paixão de mim crescente
Quando a vejo singela e reluzente!

Foto de RonanCardoso

Fogo, Língua e Flor

E-BOOK GRATUITO HOJE !!!!!!!
Olá! Boa noite. Peço licença poética, [:

Gosta de conhecer novos escritores e poesias? Fogo, Língua e Flor é uma reunião de poemas sobre o amor e a natureza (e alguns eróticos). É um e-book de visual simples, rs (fiz para ser um presente e não sou lá muito bom com isso de capa, todavia... Nas poesias é que o verdadeiro valor é encontrado). Hoje o e-book está custando R$ 0,00... Isso mesmo, você pode baixar de graça (não estará assim por muito tempo). Convido o grupo a conhecer meu trabalho, são apenas alguns cliques para baixar por este link (abaixo).

Quando falamos de amor, de que falamos? Do fascínio que sentimos diante do poder que outra pessoa nos pode ter? De um exercício espiritual para a sublimação dos atributos da alma? Quantas formas tem o amor? Este livro não responde a estas questões, mas delas se serve. Encontrar correspondência no amor pode ser a chave para a plena vivência das potencialidades espirituais humanas, ou uma forma divertida de assim brincar: brincar com palavras, brincar com o destino, com coisa séria, tecer ocasos para os vestir... Vestido do aroma de sua musa, este poeta encontra a Floresta Celestial, mãe do mundo, fonte de poesia cristalina. Neste espaço místico de um pensamento, de um batimento cardíaco e toda a jornada sanguínea que somos, dividimos nossas experiências para compor um quadro maior: este momento no universo. Aqui é descrita parte da alegria da peça escritora e escritura da Natureza do mundo que sou, graças a um encontro de almas profundamente rico em amor.

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Sem mais, desde já agradeço, e deixo abreijos. Bons ventos!
Ronan Cardoso

Foto de Carmen Vervloet

O Gemido das Águas

O choro vão da água tristonha
Na sua escassez de cada dia
Já não desperta no homem a vergonha,
De devastar sua fonte de vida e energia.

Tão desperdiçada a pobre coitada,
Contaminada por lixo e poluição...
Sobre ela ameaça o gume da espada
Empunhada pela mão de quem não ouve a razão.

Corre em seu leito gemendo tanta dor
Golfando o lixo que a sufoca e mata...
Este outono mudou mais e mais sua cor,
Tirou-lhe o brilho cor-de-prata!

E triste ando pelas margens ermas
Recordando sua abundância do passado
Sentindo a desolação das águas enfermas
Enquanto sinos dobram aos finados.

Foto de Elias Akhenaton

Floresta Mística

Viaja meu peregrino pensamento,
Ao encontro do templo zen da floresta;
Pairando como uma pluma ao vento,
Na vibração de sua paz manifesta.

Quão encantadora é à natureza!...
Reflexo do Arquiteto Deus Criador,
Fonte da mais indelével beleza,
Concebida no santo jardim d’amor.

Contemplo o verde esp’rança das matas
E o canto alegre dos passarinhos
Qu’ sob arrebóis fazem serenatas...

Inda às cachoeiras e suas cascatas,
Que n’alma lançam gotas de carinhos,
Revelando insp’rações inatas.

-**-Elias Akhenaton-**-

Foto de Riva

MUNDO ABISMAL

MUNDO ABISMAL

Mísero fado que me conduz à laje sepulcral,
Que este meu corpo um dia há de descansar,
Tantas foram as amarguras... mundo abissal!
Ah, verdugos! Sois fonte de todo meu penar.

Açoites... tudo foi o que recebi desta vida,
Nos gritos de dor, ninguém me veio abraçar,
Viajante da agonia, mas de têmpera renhida,
Fatalidade histórica! Uma sentença a expiar!

Oníricos projetos que tanto fiz para o mundo,
No afã em ser útil, e a minha vida entregar,
Tal foi a ironia com o seu entrave furibundo,
Subtraiu o desejo, entregando-me ao pesar,

Império da desgraça! Meu ser errabundo...
Desgostos reles... eu nunca vou proclamar!

Rivadávia Leite

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